Meio Ambiente
Seagri realiza visita técnica no Território Portal do Sertão
Região demonstra a eficácia de tecnologias sustentáveis como plantio direto, recuperação de pastagens e ILPF

Em busca de soluções para uma agricultura mais sustentável e produtiva, a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri) realizou, no último dia (2), uma visita técnica à Fazenda Flores, no município de Coração de Maria. A propriedade, que há mais de uma década adota as práticas sustentáveis incorporadas no Plano Estadual de Agricultura de Baixo Carbono (Plano ABC+ Bahia), se tornou referência em produção integrada e de baixo impacto ambiental.
A visita, liderada pelo professor da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Marcos Silva, que também contou com a participação de representantes da Superintendência do Ministério da Agricultura (MAPA), teve como objetivo principal apresentar às instituições governamentais o resultado e as diversas vantagens competitivas da adoção de práticas sustentáveis na propriedade.
A Fazenda Flores é um verdadeiro laboratório a céu aberto, onde diversas tecnologias do Plano ABC+ são testadas e aprimoradas, com o acompanhamento semanal do corpo técnico da UFRB. Entre as práticas destacadas estão o plantio direto, a recuperação de pastagens degradadas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), o uso de bioinsumos e a terminação intensiva de bovinos (semi confinamento).
Desde 2010, a Fazenda Flores implementa as diretrizes do Plano ABC+, colhendo bons indicadores como o aumento da produtividade, melhoria da qualidade do solo e redução das emissões de gases do efeito estufa.
As práticas implementadas na Fazenda Flores vão além da preservação ambiental. Segundo o gerente da propriedade, Gilberto Fernandes, os resultados obtidos na propriedade são expressivos. A fazenda, que atualmente realiza o manejo de 150 vacas e 250 bois, tem capacidade instalada para expandir a criação para até 1000 cabeças de gado, graças à eficiência da terminação intensiva e à disponibilidade de forragem produzida nas áreas de integração lavoura-pecuária. Além disso, a adoção de bioinsumos tem reduzido os custos de produção e minimizado os impactos ambientais.
Durante a visita, a Seagri, representada pelo coordenador do Grupo Gestor Estadual do Plano ABC+ Bahia, engenheiro agrônomo e chefe de gabinete da pasta, Thiago Guedes, destacou o lançamento do Plano Safra 24/25 com foco em linhas de crédito específicas para projetos agropecuários, com taxas mais atrativas que as demais linhas nas instituições financeiras, para a implantação e incentivo a adoção de tecnologias sustentáveis.
“Queremos impulsionar o produtor rural à ampliar investimentos em práticas como a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), sistema agroflorestal, bioinsumos, florestas plantadas, sistema irrigado, plantio direto, terminação intensiva de bovinos, tratamento de dejetos de animais e recuperação de pastagens, é um investimento no futuro,” afirmou.
Para o professor Marcos, guia nesta visita imersiva na sustentabilidade, “foi crucial para fortalecer e expandir a agenda do Plano ABC, proporcionando mais visibilidade às ações já realizadas e discutindo os próximos passos para implementação e financiamento dessas tecnologias”, explicou.
Meio Ambiente
Bahia institui Fundo de Compensação Ambiental
A medida torna mais eficiente a forma como os recursos destinados à proteção das Unidades de Conservação (UCs) são recebidos e utilizados

O Governo da Bahia deu um passo importante para reforçar a preservação ambiental no estado. Foi publicado, nesta quinta-feira (05), no Diário Oficial do Estado (DOE), o Decreto nº 23.770 de 04 de junho de 2025, que cria oficialmente o Fundo de Compensação Ambiental (FCA). A medida visa tornar mais eficiente a forma como os recursos destinados à proteção das Unidades de Conservação (UCs) são recebidos e utilizados, garantindo que o dinheiro realmente se transforme em ações concretas em defesa do meio ambiente.
A compensação ambiental é uma obrigação prevista por lei para empreendimentos que causam impactos significativos à natureza. Em outras palavras, quando um projeto afeta o meio ambiente de forma relevante (como grandes obras de infraestrutura, por exemplo), os responsáveis devem investir parte dos recursos em ações de preservação. O valor da compensação é calculado com base em estudos técnicos e pode chegar a até 0,5% do custo total do empreendimento.
Com a nova regulamentação, o governo baiano espera destravar dezenas de projetos socioambientais que estavam parados e assegurar a aplicação adequada dos recursos. O FCA vai permitir que os empreendedores escolham a chamada “execução indireta”, ou seja, em vez de realizarem diretamente as ações compensatórias, poderão depositar o valor no fundo. A partir daí, os recursos serão administrados por uma entidade especializada, contratada por meio de edital público.
Segundo Pedro Tojo, coordenador de Gestão dos Fundos da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), o novo fundo representa um avanço importante: “O FCA é crucial para compensar os impactos negativos de projetos e atividades sobre o meio ambiente, garantindo a sustentabilidade e a preservação da biodiversidade”, disse o coordenador.
A coordenadora de Ações Estratégicas da secretaria, Maiana Pitombo, destaca que a criação do fundo também melhora a transparência e a eficiência na aplicação dos recursos. “A nova regulamentação do FCA irá viabilizar a modalidade de execução indireta da Compensação Ambiental no âmbito do Estado da Bahia e aprimorar a eficiência, transparência e eficácia na administração destes recursos, compatibilizando a normativa estadual com as inovações trazidas pela legislação federal vigente”, afirma.
Uma das novidades trazidas pelo decreto é a definição clara de dois papéis essenciais para o funcionamento do fundo: o Gestor Financeiro, que será um banco público selecionado por edital, e o Gestor Operacional, responsável por aplicar os recursos em projetos ambientais. Com isso, será possível acompanhar o uso do dinheiro, garantir a execução correta dos projetos e prestar contas à sociedade de forma transparente. A expectativa do governo é viabilizar, nos próximos meses, a execução de mais de 30 Termos de Compensação Ambiental já assinados e que somam um valor superior a R$ 80 milhões. São recursos que poderão ser finalmente aplicados na manutenção, proteção e regularização fundiária de diversas unidades de conservação em todo o estado.
A aplicação desses recursos deve seguir uma ordem de prioridade já estabelecida: primeiro, a regularização fundiária e a demarcação das terras das unidades de conservação; em seguida, a elaboração, revisão ou implantação de seus planos de manejo. Depois, vêm a aquisição de bens e serviços essenciais à gestão, monitoramento e proteção das unidades, incluindo suas áreas de amortecimento. Também estão previstas ações voltadas à criação de novas unidades de conservação e à realização de pesquisas que contribuam para o seu manejo adequado.
Para chegar até aqui, a Sema contou com o apoio da Procuradoria Geral do Estado (PGE) na criação de um Grupo de Trabalho que elaborou a proposta de atualização do decreto anterior. O objetivo foi garantir segurança jurídica e operacional para todo o processo de gestão do fundo. Além disso, a secretaria também firmou parcerias importantes para fortalecer o sistema de compensação ambiental na Bahia. Um exemplo é o acordo de cooperação técnica com a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, que tem contribuído com estudos, ferramentas de apoio à tomada de decisão e estratégias para aplicar os recursos de forma mais eficiente e justa.
Meio Ambiente
Embasa celebra marca de 800 mil mudas doadas em 13 viveiros educadores
Projeto intensifica atividades educativas como visitas guiadas, plantios e doações de mudas em parceria com prefeituras, escolas, ONGs

Na Semana do Meio Ambiente, a Embasa celebra o trabalho do projeto Viveiro Educador que atua, desde 2017, na preservação da biodiversidade, reflorestamento de áreas degradadas e proteção de nascentes e mananciais. Nos viveiros são produzidas para o plantio dezenas de espécies vegetais como ipê, aroeira, jenipapo e caju – que ajudam a restaurar biomas como a Caatinga, o Cerrado e a Mata Atlântica, em diferentes partes da Bahia.
Diversas ações estão sendo desenvolvidas nesta semana por todo estado através do projeto, como distribuição de mudas, palestras, oficinas, feiras ambientais e visitas de estudantes. Em Mucuri, cerca de 1.200 mudas serão doadas para secretarias de meio ambiente de municípios vizinhos; plantio de árvores na principal avenida da cidade; participação em feiras e recebimento de estudantes no viveiro. Além disso, será inaugurado um mini viveiro dentro da creche Municipal Vovó Marieta, onde as crianças de 2 a 5 anos cuidarão das espécies recebidas.
“Nós já iniciamos aulas de meio ambiente com as crianças da creche. Elas recebem as mudas e são ensinadas a cuidar das plantas, regando diariamente, para no dia da árvore, em setembro, plantarmos árvores na instituição. A cada 15 dias equipes da Embasa irão até a creche para realizar manutenção do mini viveiro. Além de estarmos plantando uma consciência ambiental no início da vida dessas crianças, as árvores têm papel importante para arborização do local e formação de sombras para os alunos”, explica o gerente do escritório local da Embasa em Mucuri, Rafael Fernandes.
O Viveiro de Feira de Santana, reinaugurado recentemente, está recebendo nesta semana visita de grupos de estudantes de escolas públicas e privadas, para conhecer o funcionamento do espaço e participar de uma série de atividades educativas e lúdicas, como jogo da memória, roleta do conhecimento e passa ou repassa, trazendo conteúdos voltados para a preservação ambiental.
Anne Gabriele, aluna do 4º Ano do ensino fundamental, participou da visita ao viveiro da cidade, falou do entusiasmo de ter conhecido várias espécies vegetais como pau-brasil. “Gostei muito de ver as plantinhas e das brincadeiras que fizeram com a gente. O cuidado com o meio ambiente é muito importante para ajuda o planeta terra”, conta a estudante.
O projeto possui 13 pontos de cultivo de diversas espécies vegetais frutíferas e ornamentais no interior da Bahia, em cidades como Lençóis, Feira de Santana e Vitória da Conquista. Cada viveiro possui capacidade de produção anual de até 30 mil mudas e juntos já produziram mais de 800 mil desde o início das atividades.
Meio Ambiente
ECOguardiões marcam reabertura do Parque Zoobotânico da Bahia
O grupo de estagiários e colaboradores do Programa Primeiro Emprego (Sema/Inema) participaram de uma visita guiada especial

Nesta terça-feira (3), o Parque Zoobotânico da Bahia reabriu as portas ao público com uma visita guiada especial, conduzida pelos integrantes do Projeto ECOguardiões. O grupo, formado por estagiários e colaboradores do Programa Primeiro Emprego (Sema/Inema), conectou-se com os visitantes para compartilhar conhecimentos sobre a importância ambiental do parque, enriquecendo a experiência de todos os participantes.
A gestora do zoológico, Ana Celly Pinho, ressaltou a proposta do espaço, destacando a missão do Parque. “A população vem conhecer um parque com diversas áreas novas, e com animais novos também, mas animais da nossa fauna. Casa vez mais, nós focamos em cuidar dos animais da nossa fauna, o foco é conservação, bem-estar animal. Nós tentamos através da educação ambiental mudar, conscientizar os visitantes, que eles deem importância ao novo panorama do que acontece no meio ambiente, enquanto nossa fauna precisa ser conservada, precisa ser protegida”, frisou.
Programação especial
Durante os dias 3 e 4 de junho, o parque contará com uma programação especial para marcar a reabertura e celebrar o Dia Mundial da Educação Ambiental. Entre elas, nos turnos da manhã, das 9h às 11h30, e durante a tarde, das 13h às 16h30, haverá distribuição de mudas, equipe informativa distribuída pelo parque para orientações e esclarecimento de dúvidas, enriquecimento alimentar dos animais às 9h, 11h, 14h e 16h, além de sessões do Cine Zoo com o documentário sobre o Pantanal, às 9h e 14h.