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Cultura

Casa das Histórias de Salvador abrigará exposição “Ecos Malês”

Inspirada na Revolta dos Malês, de 1835 – considerada o maior levante protagonizado por negros escravizados do país 

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A Casa das Histórias de Salvador, no Comércio, receberá, a partir de 4 de novembro, a exposição "Ecos Malês", inspirada na Revolta
Foto: Valter Pontes/ Secom PMS

A Casa das Histórias de Salvador, no Comércio, receberá, a partir de 4 de novembro, a exposição “Ecos Malês”, inspirada na Revolta dos Malês, de 1835 – considerada o maior levante protagonizado por negros escravizados do país. Com curadoria de João Victor Guimarães e co-curadoria de Mirella Ferreira, a mostra trará aspectos do movimento abolicionista, tendo como ponto de partida as suas dinâmicas, redes de comunicação e troca entre as comunidades africanas em diáspora. 

A partir dos ecos formados pela Revolta dos Malês, acontecimento que expôs a força e o poder dos povos escravizados, a exposição, que ficará no quarto andar do equipamento cultural, destacará a contemporaneidade dos pilares filosóficos, estratégicos e poéticos presentes no movimento, articulado, em sua maioria, por africanos islamizados. 

Além disso, a “Ecos Malês” vai preparar a cidade para os 190 anos da Revolta, que serão comemorados em 2025. Para o curador Victor Guimarães, é “absolutamente coerente” que a exposição seja colocada na Casa das Histórias. Ele revela que haverá um núcleo inspirado na proposta do equipamento. 

“Pensar numa revolta também é pensar em trazer para o centro uma imagem, um debate, pilares políticos, econômicos e filosóficos que não estão no centro. Teremos, na exposição, um núcleo chamado ‘Ruas da Revolta’, inspirado na proposta da CHS de trazer lugares, pontos onde as revoltas aconteceram, uma ideia que vem da proposta do equipamento. Então essas aproximações e esses elos irão se retroalimentar”, pontuou Guimarães. 

Para Mirella Ferreira, a exposição dará a oportunidade de se caminhar por vestígios contemporâneos inspirados na herança histórica trazida pelo levante. “Esses ecos proporcionarão uma oportunidade de reflexão sobre as obras que fundamentam o pensamento intelectual dos artistas contemporâneos e os núcleos que sustentam a construção do pensamento expográfico: Ruas da Revolta, Encontrar e Inventar. Núcleos que narram uma história por meio de uma dança de encontro entre os visitantes e os ecos malês”, completou a co-curadora. 

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O secretário municipal de Cultura e Turismo (Secult), Pedro Tourinho, considera a Revolta dos Malês um momento definidor da identidade e da história da cidade. “Por muitos anos, [a Revolta] esteve fora dos espaços institucionais. Dessa forma, sediar uma exposição como essa na Casa das Histórias de Salvador, no prédio do Arquivo Público, é promover justa relevância a esse evento e aos que dele participaram”, afirmou. 

Na assistência de curadoria da “Ecos Malês”, participaram David Sol, Breno Silva e Ana Clara Nascimento, com projeto expográfico de Gisele de Paula e Gabriela Gaia, que também assina a pesquisa da exposição. 

Acervo da Laje 

A Casa das Histórias se despede da exposição “Acervo da Laje: 14 anos contando histórias (invisíveis) de Salvador”, que segue até 29 de setembro. A ocupação tem curadoria de José Eduardo Ferreira Santos, Vilma Santos, Fabrício Cumming, Kailane Lopes e Caroline Lima, com obras desenvolvidas pelo Acervo da Laje durante os últimos 14 anos, com o objetivo de contar as histórias não reveladas de Salvador, especialmente do Subúrbio. 

O espaço é gerido pela Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI) desde a inauguração do equipamento. Os ingressos custam R$20 (inteira) e R$10 (meia entrada), podem ser adquiridos no Sympla (https://www.sympla.com.br/evento/casa-das-historias-de-salvador/2598802?referrer=linktr.ee) ou na bilheteria da Casa das Histórias. O equipamento funciona de terça a domingo, das 9h às 17h, com última entrada às 16h.  

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Cultura

Governo da Bahia inicia ciclo de feiras literárias

O Estado consolida sua gestão como a que mais investe em eventos literários do Brasil

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literários do Brasil. A ação é viabilizada por meio do Edital de Festas, Feiras e Festivais Literários, coordenado pela Fundação
Foto: Henrique Santos

Com investimento de R$ 24,3 milhões em 81 feiras e festivais até o primeiro semestre de 2026, o Governo do Estado da Bahia consolida sua gestão como a que mais investe em eventos literários do Brasil. A ação é viabilizada por meio do Edital de Festas, Feiras e Festivais Literários, coordenado pela Fundação Pedro Calmon (FPC), vinculada à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA), em parceria com a Secretaria da Educação (SEC). 

A iniciativa contempla os 27 territórios de identidade da Bahia. “Teremos agenda intensa de festas e feiras literárias. A SecultBA, por meio da FPC, e em parceria com a Secretaria da Educação, é responsável por apoiar, financiar e estimular essas iniciativas. Esse apoio inclui ações como a comercialização de livros, programação cultural, lançamentos e apresentações literárias. Estamos fazendo um investimento histórico, o maior investimento do Brasil nesse setor”, afirma o Governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues. 

As primeiras feiras acontecem nesta semana, com eventos confirmados em Malhada de Pedras (23 a 26 de abril) e Barreiras (24 a 25 de abril). Nos próximos quatro meses, estão previstas feiras literárias em diversas cidades do estado, como Ilhéus, Serrinha, Mucugê, Itapetinga, Irecê e outras, contemplando os diferentes territórios de identidade da Bahia. 

“Fortalecemos a territorialização das feiras literárias quando contemplamos no edital eventos consagrados e também iniciativas literárias locais. Impulsionar o acesso aos livros e formar novos leitores é uma prioridade. Os eventos literários têm capacidade de mobilizar os agentes culturais de todos os territórios, além de gerar possibilidades de aquecimento à economia criativa”, comenta o secretário estadual de Cultura da Bahia, Bruno Monteiro. 

O Edital de Festas, Feiras e Festivais Literários faz parte do Programa Bahia Literária, política do Governo da Bahia que visa investir em uma política cultural e educacional e tem como diretriz a democratização do acesso à informação e ao conhecimento através do incentivo de toda a cadeia produtiva do livro e do fomento ao hábito da leitura. 

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Para a secretária de Educação do Estado da Bahia, Rowenna Brito, as feiras literárias são espaços de aprendizagem, troca de saberes e fortalecimento da identidade. “Cada feira é uma oportunidade de ampliar o repertório dos nossos estudantes, de despertar talentos e criar vínculos com o conhecimento de forma lúdica e afetiva. As feiras também abrem espaço para nossos estudantes e professores autores mostrarem seus trabalhos e se aproximarem do público. É uma alegria imensa ver nossas escolas participando ativamente desses momentos, que contribuem diretamente para a formação cidadã e crítica dos jovens baianos. Essa parceria entre Cultura e Educação mostra o poder transformador de uma política pública construída com diálogo e compromisso com o povo da Bahia”, afirma a secretária. 

O diretor-geral da Fundação Pedro Calmon, Sandro Magalhães, destaca a importância do programa: “O Bahia Literária percorre quilombos, aldeias, comunidades ribeirinhas, cidades e vilarejos, celebrando a leitura como um direito e como expressão da diversidade que pulsa em cada território baiano. É um movimento que valoriza as identidades locais e fortalece o papel da cultura na transformação social.” 

MAIS AÇÕES – Além do investimento direto em feiras, a FPC reforça sua atuação permanente no fomento à leitura por meio da Biblioteca de Extensão (Bibex), que leva atividades lúdicas, oficinas e mediação de leitura aos eventos literários em todo o estado. Existe também o projeto Leve e Leia, que dissemina conhecimento por meio de quiz literário e distribui livros gratuitamente à população. Essas iniciativas ampliam o alcance das ações culturais e fortalecem a cadeia produtiva do livro na Bahia. 

Calendário de feiras literárias (abril a julho de 2025) 
Abril 
  • 23 a 26/04 – I Festa Literária de Malhada de Pedras (Malhada de Pedras)
  • 24 a 25/04 – Feira Literária Intercultural da Bacia do Rio Grande (Barreiras)
Maio 
  • 06 a 10/05 – II Feira Internacional de Serrinha: Do Som à Palavra
  • 07 a 10/05 – I Feira de Literatura e Arte de Ibiassucê (Quilombo Santo Inácio)
  • 08 a 10/05 – Festival Encantos de Amargosa
  • 09 a 11/05 – Festival Literário Pindorama (Santa Cruz Cabrália)
  • 15 e 16/05 – I Feira Literária da Bacia do Rio Corrente (Santa Maria da Vitória)
  • 24 a 26/04 – I Festa Literária do Território Velho Chico (Bom Jesus da Lapa)
  • 19 a 21/05 – Festa Literária Estudantil Indígena (Paulo Afonso)
  • 16 a 18/05 – I Feira Literária do Piemonte da Diamantina (Serrolândia)
  • 22 a 25/05 – I Feira Literária e Cultural do Baixo Sul (Presidente Tancredo Neves)
  • 22 a 25/05 – I Festival Literário do Médio Sudoeste (Itarantim)
  • 30 e 31/05 – I Festa Literária de Remanso (Remanso)
  • 30 e 31/05 – I Feira Literária de Estudantes Autores de Lapão (Irecê)
Junho 
  • 04 a 06/06 – Feira Literária Conexões Educacionais (Itaberaba)
  • 05 a 07/06 – Feira Literária: Identidade, Memória e Ancestralidade (Mutuípe)
  • 05 a 07/06 – 7º Feira Literária de Ilhéus (Ilhéus)
  • 05 a 07/06 – Feira Literária de Bom Jesus da Lapa
  • 10 a 12/06 – Feira Literária de Cafarnaum
  • 12 a 14/06 – Festival Literário Sarã Nakíyã (Porto Seguro)
  • 16 a 18/06 – Feira Literária de Boquira
Julho 
  • 03 e 04/07 – Festival Literário: Encantos e Saberes da Cultura Afrobrasileira (Itapetinga)
  • 10 a 12/07 – Festival Literário do Cumbe (Euclides da Cunha)
  • 10 a 12/07 – I Festa Literária: Cultura e Manifestações dos Povos Ciganos (Correntina)
  • 10 e 11/07 – Festival Literário Estudantil do Litoral Sul (Ilhéus)
  • 10 a 12/07 – I Festival Literário de Água Quente
  • 11 a 12/07 – Festa Literária de Conceição do Coité (Flicoité Sertões dos Tocós)
  • 11 E 18/07; 19/09; 24/10 – FESTA LITERÁRIA: CAMINHOS DO OESTE – Cristópolis
  • 16 a 19/07 – I Feira Literária de Ipirá
  • 17 a 19/07 – Festival Literário e Artístico de Poções
  • 17 e 18/07 – Festival Literário de Aquilombamento da Bacia do Rio Corrente (São Félix do Coribe)
  • 18 e 19/07 – I Festival Literário Corpo de Memória (Alagoinhas)
  • 24 a 26/07 – I Festa Literária, Culinária e Audiovisual do Guaibim (Valença/Guaibim)
  • 24 a 27/07 – Festival de Literatura e Diversidade de Jacobina
  • 24 a 27/07 – IV Feira Literária Internacional de Canudos
  • 25 a 27/07 – I Feira Literária do Vale do Jiquiriçá (Mutuípe)
  • 24 a 26/07 – III Feira Literária de Irecê (FLIREÊ)
  • 26 e 27/07 – Festa Literária Quilombarte (São Francisco do Conde)
  • 28 a 30/07 – III Festa Literária de São José do Jacuípe
  • 31/07 a 02/08 – II Feira Literária de Itapetinga

O calendário para o segundo semestre de 2025 e o primeiro semestre de 2026 será divulgado em breve, completando as 81 feiras literárias aprovadas. 

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Cultura

Shopping Piedade celebra Dia Internacional da Dança 

Na data de 29 de abril é celebrado essa forma de arte que une culturas e gera transformação social

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O Shopping Piedade preparou uma programação especial e gratuita para os amantes da dança! Em três datas especiais, o público poderá
Foto: Divulgação

O Shopping Piedade preparou uma programação especial e gratuita para os amantes da dança! Em três datas especiais, o público poderá prestigiar apresentações de diversos grupos e escolas de dança locais, que irão se apresentar na Praça de Alimentação, Piso L4, pela manhã e pela tarde.   

As apresentações ocorrerão nos dias 22 de abril, a tarde, nos dias 26 e 29 de abril, no turno da manhã e da tarde, e contarão com a participação de renomados grupos e escolas como Ballet Karyna Calmon, Ballet Kompasso, Opaxorô APAE, Vilart Kids e Colégio Castro Educacional. Cada apresentação trará performances que emocionam e inspiram, celebrando o talento e a paixão pela dança. 

Este evento cultural tem como objetivo valorizar a arte da dança e dar visibilidade a esses talentosos jovens, além de promover o talento local. A iniciativa busca incentivar o público a se apaixonar pela arte e a seguir seus sonhos. 

Não perca a oportunidade de vivenciar momentos emocionantes e apoiar o talento da nossa comunidade. As apresentações são gratuitas e abertas ao público! 

Serviço: 

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  • Datas: 22/04, 26/04 e 29/04.
  • Horário: Consultar programação no local
  • Local: Praça de Alimentação, Piso L4 – Shopping Piedade
  • Entrada: Gratuita
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Cultura

Feira de Caxixis, em Nazaré, é tradição, é arte, é cultura

O evento tricentenário é reconhecido como a maior feira de artesanato ao ar livre da América Latina

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Reunindo arte e cultura, a tradicional Feira de Caxixis, em Nazaré, é considerada um marco da cultura baiana, com a participação
Fotos: Joá Souza/GOVBA

Reunindo arte e cultura, a tradicional Feira de Caxixis, em Nazaré, é considerada um marco da cultura baiana, com a participação de 250 expositores de artesanato de cerâmica locais e da região e deve receber cerca de 90 mil visitantes, dentre eles o governador Jerônimo Rodrigues, que prestigiou o evento neste sábado (19).

“É uma alegria estar aqui, dia em que celebramos nossas homenagens às lutas pelos povos indígenas e ao mesmo tempo, uma festa muito importante para a cultura e para o turismo no estado da Bahia, que é a Feira de Caxixis. Uma feira que se apresenta para Salvador e para todo o Brasil, através da exposição de artesanatos em cerâmica, encontrados em igrejas, terreiros e outras feiras culturais”, ressaltou o governador.

Na feira, Jerônimo Rodrigues percorreu diferentes espaços, que contam com investimentos do Governo do Estado, como as feiras AfroBahia, iniciativa da Secretaria da Promoção da Igualdade Social (Sepromi), a de Economia Solidária do Recôncavo – Cesol, a de Artesanato da Bahia, e a de Agricultura Familiar, além da feira dos Oleiros de Maragogipinho. São diversos produtos em exposição, como roupas, acessórios, turbantes, artesanatos confeccionados a partir do barro.

Os expositores passam o ano inteiro se preparando para a festa e mostrando a qualidade das suas peças. Como o oleiro de Maragogipinho e expositor, David dos Santos Almeida, 37 anos. Ele disse confeccionar em apenas um mês, mais de duas mil peças. Uma linha decorativa para diversos ambientes, como casas, trabalho. “Faço vários modelos de jarras, tenho um famoso burrinho, a girafinha que está sendo um sucesso. Como a feira é só uma vez por ano, a expectativa de conseguir novos clientes, fazer novos contatos, é toda dela. É um espaço muito importante para a divulgação do nosso trabalho também”, disse.

As secretarias de Turismo (Setur-BA), do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) e da Cultura (Secult) também estão envolvidas, revelando a importância da feira para todo o território baiano. “A presença do Governo do Estado representa o fortalecimento do apoio que damos às manifestações, à produção cultural em toda a Bahia. Mas aqui, é o investimento nessa inteligência ancestral que transforma um conhecimento, a partir da criação com o barro, que nos caracterizam tão bem no Brasil e no mundo. Investir nessa feira e no artesanato da Bahia é uma forma também de nós mostrarmos esse potencial que a cultura tem de gerar renda, emprego e desenvolvimento”, pontuou o secretário de cultura, Bruno Monteiro.

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Para o secretário do Turismo, Maurício Bacelar, o evento impulsiona o aumento do fluxo turístico na região. “A Feira de Caxixis é uma herança que nós temos da nossa cultura indígena e africana. Há muitos anos, os oleiros, oriundos de Maragogipinho, se deslocam no “Sábado de Aleluia”, aqui para Nazaré, para expor os seus produtos. Ao longo desse tempo, nós transformamos essa feira no maior evento a céu aberto da América Latina. Com isso, chamamos a atenção de turistas do Brasil e do mundo”.

Até este domingo (20), haverá apresentações culturais e shows de artistas locais e nacionais, como Jorge Vercillo, Xanddy Harmonia, Tayrone, Filhos de Jorge e Vijal, ampliando as opções de entretenimento para o público.

Sobre a feira

A Feira de Caxixis é um evento tricentenário e reconhecido como a maior feira de artesanato ao ar livre da América Latina. Realizada anualmente na cidade de Nazaré, durante a Semana Santa, a feira celebra a tradição, a arte e a cultura, atraindo milhares de visitantes de diversas regiões do Brasil e do exterior.

Sua origem remonta a um oleiro chamado Patrício, natural da Vila de Maragogipinho, um dos principais polos de cerâmica do país. Segundo registros históricos e relatos populares, Patrício navegou pelo Rio Jaguaripe transportando uma canoa carregada de pequenas peças artesanais de barro – conhecidas como “louça miúda” – para comercializá-las em Nazaré. O sucesso das vendas o incentivou a retornar no ano seguinte, trazendo consigo outros artesãos. Ao longo dos anos, a feira cresceu e se consolidou como um importante evento cultural, reunindo tradição e entretenimento.

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