Cultura
Casa do Benin recebe exposição “Assentamentos” até 30 de abril
A mostra, aberta na noite desta quinta (20), pode ser vista gratuitamente de terça a sexta, das 10h às 17h, e sábados, das 9h às 16h

As raízes afro-brasileiras se unem à cultura sertaneja que marca as origens do artista plástico baiano Roney George. Nascido e criado na cidade de Itapetinga, no Sudoeste da Bahia, ele apresenta essa mistura de referências nas 20 obras inéditas que compõem a exposição “Assentamentos”. A mostra, aberta na noite da quinta-feira (20), na Casa do Benin, pode ser vista gratuitamente até 30 de abril, de terça a sexta-feira, das 10h às 17h, e sábados, das 9h às 16h.
Esta é a segunda vez que o artista marca presença no equipamento situado na Rua Padre Agostinho Gomes, 17, no Pelourinho, mas a primeira com uma exposição solo, que tem curadoria de Danillo Barata. Roney George explica que a escolha do local se relaciona diretamente com a proposta das obras.
“É um momento de recorte, corte, avanço, ressignificação da minha própria obra. Quando eu propus que fosse na Casa do Benin, estava falando mesmo de um lugar de assentamento, de uma galeria assentada nas forças de um território africano na Bahia. Quando eu soube que seria aqui, entendi que o assentamento seria possível”, destaca.
Impacto
As cores vibrantes usadas na produção das pinturas e instalações que ocupam o segundo pavimento do casarão foram o que mais chamaram a atenção da designer de interiores e mestre em artes visuais Raylana Santos, uma das visitantes durante o evento de abertura. Ela enfatiza o poder da arte de emocionar e gerar uma identificação no público.
“Vir para esta exposição é muito importante para mim, porque ressalta tudo o que valoriza a nossa cultura afro. A forma como ele retratou, a delicadeza, as cores e a vibração das imagens são elementos que tocam. Estou muito feliz de estar aqui e vou recomendar para os amigos”, revela.
A exposição faz parte do projeto Assentamento, contemplado pelo edital Gregórios – Ano IV, com recursos financeiros da Fundação Gregório de Mattos (FGM), Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), Prefeitura de Salvador e da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura, Ministério da Cultura e Governo Federal.
Diálogo obra x espaço
A gerente de Equipamentos Culturais da FGM, Manuela Sena, acrescenta que a arte de Roney George também é produzida para gerar uma reflexão sobre a importância da cultura afro. “A exposição oferece uma reflexão interessante sobre os processos de construção e resistência das culturas, destacando a importância dos assentamentos e da dimensão sagrada na cultura afro-religiosa. Ao revisitar e reverenciar essas tradições, celebra as raízes e a força da identidade afro-brasileira, evidenciando sua resistência ao longo do tempo em um espaço cultural, a Casa do Benin, que abre suas portas, mais uma vez, para celebrar e exaltar a nossa cultura negra”, avalia.
Perfil
Formado pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Roney George vive e trabalha em Salvador. Além de pintor, desenhista, ilustrador e muralista, atua nas áreas de cenografia, figurino e design de moda. Com 40 anos de trajetória artística, ele é reconhecido no Brasil e no exterior, tendo realizado exposições e trabalhos no Chile, Estados Unidos, África do Sul, Alemanha, França, Holanda, Itália e Portugal.
Cultura
Feira de Caxixis, em Nazaré, é tradição, é arte, é cultura
O evento tricentenário é reconhecido como a maior feira de artesanato ao ar livre da América Latina

Reunindo arte e cultura, a tradicional Feira de Caxixis, em Nazaré, é considerada um marco da cultura baiana, com a participação de 250 expositores de artesanato de cerâmica locais e da região e deve receber cerca de 90 mil visitantes, dentre eles o governador Jerônimo Rodrigues, que prestigiou o evento neste sábado (19).
“É uma alegria estar aqui, dia em que celebramos nossas homenagens às lutas pelos povos indígenas e ao mesmo tempo, uma festa muito importante para a cultura e para o turismo no estado da Bahia, que é a Feira de Caxixis. Uma feira que se apresenta para Salvador e para todo o Brasil, através da exposição de artesanatos em cerâmica, encontrados em igrejas, terreiros e outras feiras culturais”, ressaltou o governador.
Na feira, Jerônimo Rodrigues percorreu diferentes espaços, que contam com investimentos do Governo do Estado, como as feiras AfroBahia, iniciativa da Secretaria da Promoção da Igualdade Social (Sepromi), a de Economia Solidária do Recôncavo – Cesol, a de Artesanato da Bahia, e a de Agricultura Familiar, além da feira dos Oleiros de Maragogipinho. São diversos produtos em exposição, como roupas, acessórios, turbantes, artesanatos confeccionados a partir do barro.
Os expositores passam o ano inteiro se preparando para a festa e mostrando a qualidade das suas peças. Como o oleiro de Maragogipinho e expositor, David dos Santos Almeida, 37 anos. Ele disse confeccionar em apenas um mês, mais de duas mil peças. Uma linha decorativa para diversos ambientes, como casas, trabalho. “Faço vários modelos de jarras, tenho um famoso burrinho, a girafinha que está sendo um sucesso. Como a feira é só uma vez por ano, a expectativa de conseguir novos clientes, fazer novos contatos, é toda dela. É um espaço muito importante para a divulgação do nosso trabalho também”, disse.
As secretarias de Turismo (Setur-BA), do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) e da Cultura (Secult) também estão envolvidas, revelando a importância da feira para todo o território baiano. “A presença do Governo do Estado representa o fortalecimento do apoio que damos às manifestações, à produção cultural em toda a Bahia. Mas aqui, é o investimento nessa inteligência ancestral que transforma um conhecimento, a partir da criação com o barro, que nos caracterizam tão bem no Brasil e no mundo. Investir nessa feira e no artesanato da Bahia é uma forma também de nós mostrarmos esse potencial que a cultura tem de gerar renda, emprego e desenvolvimento”, pontuou o secretário de cultura, Bruno Monteiro.
Para o secretário do Turismo, Maurício Bacelar, o evento impulsiona o aumento do fluxo turístico na região. “A Feira de Caxixis é uma herança que nós temos da nossa cultura indígena e africana. Há muitos anos, os oleiros, oriundos de Maragogipinho, se deslocam no “Sábado de Aleluia”, aqui para Nazaré, para expor os seus produtos. Ao longo desse tempo, nós transformamos essa feira no maior evento a céu aberto da América Latina. Com isso, chamamos a atenção de turistas do Brasil e do mundo”.
Até este domingo (20), haverá apresentações culturais e shows de artistas locais e nacionais, como Jorge Vercillo, Xanddy Harmonia, Tayrone, Filhos de Jorge e Vijal, ampliando as opções de entretenimento para o público.
Sobre a feira
A Feira de Caxixis é um evento tricentenário e reconhecido como a maior feira de artesanato ao ar livre da América Latina. Realizada anualmente na cidade de Nazaré, durante a Semana Santa, a feira celebra a tradição, a arte e a cultura, atraindo milhares de visitantes de diversas regiões do Brasil e do exterior.
Sua origem remonta a um oleiro chamado Patrício, natural da Vila de Maragogipinho, um dos principais polos de cerâmica do país. Segundo registros históricos e relatos populares, Patrício navegou pelo Rio Jaguaripe transportando uma canoa carregada de pequenas peças artesanais de barro – conhecidas como “louça miúda” – para comercializá-las em Nazaré. O sucesso das vendas o incentivou a retornar no ano seguinte, trazendo consigo outros artesãos. Ao longo dos anos, a feira cresceu e se consolidou como um importante evento cultural, reunindo tradição e entretenimento.
Cultura
Pelourinho tem samba e forró neste fim de semana
O Forró no Parque homenageia o legado do forrozeiro Zelito Miranda na Praça das Artes, a partir das 11h

A programação de shows nos Largos do Pelourinho está agitada. Neste sábado (19), o cantor Neto Balla sobe ao palco do Largo Quincas Berro D’água, às 20h. No mesmo dia, o músico Ricardo Assis apresenta, às 19h, o show “Rick Tô no Mundo”. A programação do fim de semana termina em grande estilo, com mais uma edição do Forró no Parque, às 11h, na Praça das Artes. A festa, que homenageia o legado do forrozeiro Zelito Miranda, contará com as apresentações de Jeanne Lima, Léo Estakazero e convidados.
Confira:
PROGRAMAÇÃO MUSICAL DO PELOURINHO
19/04 – SÁBADO
- LARGO PEDRO ARCHANJO
Atração: Ricardo Assis em “Rick Tô no Mundo”
O cantor promete agitar o público com um repertório dançante, que reúne clássicos da MPB e da Axé Music. A apresentação tem participação de DJ Prettin e Orlando Bolão.
20h
Gratuito - LARGO QUINCAS BERRO D’ÁGUA
Atração: Neto Balla em “Forrogode”
O cantor reúne clássicos do forró e do pagode em um show dançante
20h
Gratuito
20/04 – DOMINGO
- LARGO PEDRO ARCHANJO
Atrações: Grupo Bambeia, Nonato Sanskey e Roda de Samba Mucum’g em “Aquecendo o Samba Junino”
Os grupos se reúnem para mais uma homenagem ao Dia do Samba Junino, celebrado no dia 17 de abril.
15h
Gratuito - PRAÇA DAS ARTES
Atrações: Jeanne Lima e Léo Estakazero em “Forró no Parque”
O show “Forró no Parque – Tributo a Zelito Miranda” promete animar o público com shows de Léo Estakazero e Jeanne Lima, além das participações especiais de Marquinhos Café e Jô Miranda.
11h
Gratuito
Cultura
MAC_BAHIA inaugura exposição “Ecos Indígenas”
As obras são um convite para se aprofundar na cultura dos povos originários e reverberam memórias ancestrais

Na semana do Dia Nacional dos Povos Originários, o Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC_BAHIA) apresenta a mostra “Ecos Indígenas”, que reúne obras dos artistas Elis Tuxá, Jorrani Pataxó, Kelner Atikum Pankará, MAMIRAWÁ, Raiz Lima, Renata Tupinambá, Thiago Tupinambá e Célia Tupinambá. As obras são um convite para se aprofundar na cultura dos povos originários e reverberam memórias ancestrais e modos de vida profundamente conectados à terra, à espiritualidade e aos saberes dos indígenas.
A exposição também denuncia as ausências históricas e os apagamentos institucionais ainda presentes no campo da arte e da cultura. Ao reunir diferentes vozes, territórios e linguagens, gera reflexão e uma experiência de escuta, respeito e reconhecimento da diversidade dos povos indígenas do Brasil. A mostra fica em cartaz no MAC_BAHIA e integra a programação especial dedicada ao mês dos Povos Originários.
Com uma curadoria coletiva do Museu de Arte Contemporânea da Bahia, junto a Equipe de Coordenação de Fomento ao Artesanato e do Ilê Axé Ojú Onirê, “Ecos Indígenas” é uma realização da SETRE (Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte), por meio da CFA (Coordenação de Fomento ao Artesanato), em parceria com a Associação Beneficente Ilê Axé Ojú Onirê e o MAC_BAHIA.
O MAC_BAHIA é um Museu gerenciado pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), unidade vinculada a Secretaria de Cultura do Estado (SecultBA). Localizado na Rua da Graça, no bairro da Graça, em Salvador, o equipamento possui entrada gratuita e funciona de terça a domingo, das 10h às 20h.
SERVIÇO:
- O que: Exposição Ecos Indígenas
- Quando: Até 30/04
- Onde: MAC_BAHIA
- Quanto: Gratuito
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