Meio Ambiente
Peixe-leão é capturado por especialistas na costa da Bahia
O registro foi feito em uma operação de monitoramento do animal, na região de Morro de São Paulo, Baixo Sul do estado
![Pela primeira vez, um peixe-leão (Pterois volitans), espécie bioinvasora, foi encontrado e capturado na costa baiana. O registro](https://bahiapravoce.com.br/wp-content/uploads/2025/02/AnyConv.com__315A1300.webp)
Pela primeira vez, um peixe-leão (Pterois volitans), espécie bioinvasora, foi encontrado e capturado na costa baiana. O registro foi feito em uma operação de monitoramento do animal, na região de Morro de São Paulo, Baixo Sul do estado, por uma equipe multidisciplinar do Governo do Estado composta por biólogos, oceanógrafos e veterinários da Secretaria do Meio Ambiente (Sema) e do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema).
O exemplar foi capturado e trazido para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), nesta sexta-feira (14), onde passará por análises e estudos em parceria com a Universidade Federal da Bahia (UFBA). Apesar de parecer inofensivo, o peixe-leão apresenta riscos diretos ao equilíbrio dos ecossistemas marinhos, pois não possui predadores naturais no litoral brasileiro, competindo por alimento o que pode diminuir consideravelmente o desenvolvimento de outros peixes e crustáceos, impactando na cadeia da pesca.
“Recebemos a notificação que haveria um exemplar nos corais da ilha. Imediatamente montamos uma força tarefa e encaminhamos uma equipe para inspecionar o local, juntamente com um mergulhador local, que teria avistado o animal no sábado (8). Na quinta-feira (13), confirmamos o registro inédito do peixe-leão na Bahia, capturamos e trouxemos para o Cetas. Daqui para frente daremos os devidos encaminhamentos”, contou o secretário do Meio Ambiente, Eduardo Mendonça Sodré Martins.
Ainda de acordo com o secretário, a partir dessa constatação o Governo da Bahia notificou os municípios da Costa Baiana, assim como órgãos ambientais, a secretaria da Saúde, a Bahia Pesca e a Marinha do Brasil. “Agora vamos dar início à implantação de um plano de resposta rápida à invasão do peixe-leão, seguindo as diretrizes do Manual de Alerta, Detecção Precoce e Resposta Rápida de Espécies Exóticas Invasoras Marinhas do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e ao plano estratégico do Programa de Gerenciamento Costeiro da Bahia. Já existe uma frente multidisciplinar de atuação na secretaria, que está avançando no controle, por exemplo, do octocoral, um bioinvasor encontrado na Baía de Todos-os-Santos, que agora vai também se debruçar nos estudos para controle da proliferação do peixe-leão”, enfatizou.
O exemplar de peixe-leão capturado em águas baianas mede cerca de 10 centímetros e possui aproximadamente um ano de vida, tem como características o corpo listrado de branco e tons de vermelho, laranja e marrom. O peixe é nativo da região indo-pacífico e foi identificado no Brasil pela primeira vez em 2014, no litoral do Rio de Janeiro. Desde 2022, há registros do peixe entre o litoral de Pernambuco até Alagoas.
De acordo com a oceanógrafa da Sema, Alice Reis, a origem do indivíduo capturado em Morro de São Paulo, ainda, será investigada. “Existe a possibilidade de ter sido trazido pelas correntes marítimas, ainda na forma de larva, vindo do estado de Pernambuco, onde há registros do aparecimento e reprodução em grande escala. Também trabalhamos com a hipótese de que seja fruto de uma reprodução local, o que indicaria a presença de mais animais na nossa costa. Neste momento é essencial que pescadores, mergulhadores e banhistas estejam atentos e comuniquem o aparecimento de outros exemplares do peixe-leão”.
A descoberta
Primeiro a avistar o peixe, o mergulhador profissional e morador de Morro de São Paulo, Diego Marques, falou sobre o momento. “Estava em uma atividade perto da costa, quando visualizei o animal, chamou minha atenção por nunca ter visto essa espécie na região. Registrei e comuniquei imediatamente para as autoridades, foi aí que recebi o contato do Inema que veio fazer essa expedição e captura. Estou orgulhoso por ter contribuído neste trabalho, com minha experiência de mergulho, retirando esse peixe que poderia oferecer riscos para nossa atividade diária”.
O biólogo marinho do Inema, Eduardo Barros, explica como a equipe atuou para localização e captura do animal. “Realizamos vários mergulhos, primeiro para fazer um reconhecimento da área e, a partir daí, iniciar as buscas nas rochas e recifes de corais, locais onde o peixe costuma se abrigar. Utilizamos equipamentos adequados, como redes especiais e luvas reforçadas, evitando o contato direto com os espinhos dorsais, altamente venenosos e que podem causar dor e reações alérgicas intensas”, alertou.
Riscos ao meio ambiente
Espécie exótica de ocorrência no Indo-Pacífico, a população de peixe-leão pode crescer rapidamente. Na fase adulta ele pode alcançar até 47 cm com 18 espinhos venenosos, representando uma grande ameaça para a biodiversidade local e riscos à saúde humana.
“O grande problema é que esse animal exótico é predador de várias espécies de peixes da nossa fauna silvestre, não tendo outros animais que possam controlar sua proliferação no Oceano Atlântico, além de ser venenoso e ter alta taxa de reprodução”, enfatizou o veterinário do Cetas/Inema, Marcos Leônidas.
O veterinário também alerta para que as pessoas não tentem capturá-lo e caso aconteça o contato acidental com o peixe, procurar imediatamente um posto de saúde mais próximo. “Embora os acidentes com o peixe-leão sejam raros, ao perfurar a pele humana o animal injeta uma toxina neuromuscular que pode causar ferimentos de leves a graves, com sintomas como necrose do local, náuseas, febre e até mesmo convulsões”, concluiu.
Alerta à população
A SEMA e o INEMA seguem monitorando a situação e reforçam a importância da colaboração da sociedade na contenção do peixe-leão na costa baiana. Em caso de avistamento não tente capturá-lo, e no caso da pesca acidental do peixe-leão não devolva para o mar. Em ambas as situações, o importante é agir rapidamente e entrar em contato imediato com o Inema pelo Disque Denúncia 0800.071.1400, pelo e-mail denuncia@inema.ba.gov.br ou pelo Resgate no What’sApp 71 99661.3998.
Meio Ambiente
Inema investiga descarte irregular de arraias na Marina do Bonfim
O objetivo da operação foi identificar os responsáveis pela infração ambiental e adotar as medidas cabíveis
![Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) esteve na Marina do Bonfim para apurar o descarte irregular de arraias,](https://bahiapravoce.com.br/wp-content/uploads/2025/02/AnyConv.com__WhatsApp-Image-2025-02-05-at-16.45.31.webp)
Na manhã desta quarta-feira (5), uma equipe de fiscalização do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) esteve na Marina do Bonfim para apurar o descarte irregular de arraias, em ação conjunta com a Companhia de Polícia de Proteção Ambiental (COPPA). O objetivo da operação foi identificar os responsáveis pela infração ambiental e adotar as medidas cabíveis.
O diretor de Fiscalização do Inema, Eduardo Topázio, destacou que assim que o instituto tomou conhecimento, informou a Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb), que iniciou a remoção do material, a questão agora é garantir que o responsável seja identificado e responsabilizado. “Ao chegarmos, encontramos as arraias, identificamos que se tratava de um descarte de animais já tratados, preparados para comercialização. Segundo relatos de moradores, trabalhadores e transeuntes da região, o descarte ocorreu na madrugada de segunda para terça-feira e teria sido feito por um caminhão baú. As informações coletadas serão analisadas para subsidiar as investigações e possíveis autuações”.
O diretor também destacou que caso identificado, o responsável será punido. Se for de fato uma pessoa jurídica descartando material poluente em local inadequado, poderá sofrer processo administrativo, ser multado e até ter suas atividades interditadas, conforme avaliação técnica e jurídica.
A Major Érica Patrícia, comandante da COPPA, e sua equipe prestaram apoio tanto em terra quanto no mar, utilizando uma embarcação para ajudar na localização dos materiais e investigação da autoria.
O Inema disponibiliza canais para atendimento de denúncias oriundas da população, através do número 0800-071-1400 ou e-mail denuncia@inema.ba.gov.br. A identidade do denunciante será preservada.
Meio Ambiente
Comunidade de Itaparica se mobiliza contra coral invasor na BTS
A espécie cresce rapidamente e compete com corais nativos, comprometendo os recifes que protegem a costa contra erosões
![Uma ameaça silenciosa cresce nos recifes da Baía de Todos-os-Santos (BTS): o coral invasor Chromonephthea braziliensis, que pode](https://bahiapravoce.com.br/wp-content/uploads/2025/01/AnyConv.com__54254651956_029d70cd2d_o.webp)
Uma ameaça silenciosa cresce nos recifes da Baía de Todos-os-Santos (BTS): o coral invasor Chromonephthea braziliensis, que pode comprometer a biodiversidade marinha local. Para enfrentar esse desafio, a Secretaria do Meio Ambiente da Bahia (Sema) e o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), em parceria com instituições de pesquisa, estão conduzindo uma expedição na Ilha de Itaparica para planejar a erradicação da espécie.
A operação, iniciada em dezembro de 2024 e com previsão de término em fevereiro, vem reunindo esforços de especialistas de diversas instituições, pescadores e marisqueiras para proteger o ecossistema local. Durante a segunda expedição, realizada nesta terça-feira (15), a equipe da Sema/Inema dialogou com representantes da comunidade local e autoridades locais como está avançando a operação, os possíveis impactos do coral e as estratégias de combate. As próximas expedições estão programadas para os dias 22 e 29 de janeiro, com o encerramento das atividades previsto para o dia 4 de fevereiro.
“A nossa prioridade é garantir que a erradicação do coral invasor seja segura, eficiente e com o menor impacto ambiental possível. Já realizamos outros mergulhos de monitoramento e estamos avaliando as metodologias mais adequadas para remoção”, afirmou Luana Pimentel, diretora de Política e Planejamento Ambiental da Sema.
Os estudos em andamento indicam que uma combinação de métodos pode ser eficaz: a aplicação de sal azedo diretamente no coral e a remoção manual. “A injeção de sal azedo apresenta alta taxa de mortalidade do coral e reduz os impactos ambientais. Já a remoção manual é eficiente para eliminar colônias inteiras, mas exige extremo cuidado para evitar a dispersão de fragmentos que podem originar novas colônias”, explicou Francisco Barros, pesquisador da Ufba.
“Pequenos pedaços dos corais podem ser levados pela correnteza e dar origem a novas colônias, ampliando a invasão. Por isso, a capacitação das equipes é fundamental para que o processo de remoção seja eficaz e seguro”, explicou Francisco Barros, pesquisador da Ufba integrante da equipe técnica do projeto.
Apenas na área monitorada, a remoção pode atingir cerca de uma tonelada de corais invasores. Segundo os pesquisadores a espécie cresce rapidamente e compete com corais nativos, comprometendo os recifes que protegem a costa contra erosões. “Quanto antes controlarmos, maior será a chance de evitar danos irreversíveis, acrescentou outro pesquisador da Ufba, Rodrigo Maia.
Impactos na comunidade local
Geraldo Pereira, pescador com mais de 20 anos de experiência, relatou que a presença do coral invasor já afeta pesca local. “Percebi a diminuição de mariscos e outras espécies. Quando pescamos diariamente, conhecemos cada detalhe do ambiente, e algo diferente nos chamou a atenção. Não imaginávamos que esse coral poderia causar tanto impacto”, afirmou.
A expedição conta com o apoio da Capitania dos Portos, da Marinha, e da Companhia de Polícia de Proteção Ambiental (COPPA), além de parcerias técnicas com instituições como UFBA, USP, UFAL, UFRPE, Senai/Cimatec e a ONG Pró-Mar. “Esse é um processo que exige conhecimento técnico, planejamento estratégico e execução cuidadosa. Não é apenas retirar o coral invasor, precisamos garantir que a remoção seja segura e não provoque outros impactos ao ecossistema”, destacou Carla Guimarães, integrante do Inema na expedição.
O coral invasor, cientificamente conhecido como Chromonephthea braziliensis, representa uma grave ameaça à Baía de Todos-os-Santos. Além de liberar substâncias tóxicas que afetam corais nativos, sua proliferação reduz habitats essenciais para peixes e outras espécies marinhas. A erradicação é crucial para preservar a biodiversidade e os recursos naturais que sustentam as comunidades costeiras.
Meio Ambiente
Estado firma parceria com universidades para remoção de corais invasores na BTS
O trabalho segue até o dia 4 de fevereiro, quando poderão ser iniciadas as operações para remoção efetiva dos octocorais
![Proteger os recifes de corais da Baía de Todos-os-Santos (BTS) e a biodiversidade marinha tem sido o desafio de uma equipe](https://bahiapravoce.com.br/wp-content/uploads/2025/01/AnyConv.com__Imagem-do-WhatsApp-de-2025-01-08-as-14.09.30_3bba16e8.webp)
Proteger os recifes de corais da Baía de Todos-os-Santos (BTS) e a biodiversidade marinha tem sido o desafio de uma equipe de 10 pesquisadores de três universidades brasileiras, junto a Secretaria do Meio Ambiente (Sema), o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), a Capitania dos Portos da Marinha e a Companhia de Polícia de Proteção Ambiental (Coppa). O grupo de trabalho embarcou rumo a Itaparica, nesta quarta-feira (8), para a segunda etapa de um experimento que pretende eliminar um octocoral invasor, da espécie ‘chromonephthea braziliensis’, da Baía de Todos-os-Santos (BTS).
A experiência dos mergulhadores e pescadores nativos da Ilha de Itaparica, na observação dos corais, foi o que possibilitou a identificação do coral invasor, em 2023, e do experimento no final de dezembro de 2024. Segundo Tiago Porto, superintendente de Políticas e Planejamento Ambiental da Sema, uma das principais preocupações da pasta é em relação a extinção de algumas espécies marinhas e do impacto na pesca de subsistência.
“Esse octocoral é uma espécie do oceano Índico, da região de Singapura. Quando ele aparece em um ambiente que está em equilíbrio, pode acabar com espécies marinhas que fornecem alimentos para peixes e animais de pesca da região. Além de ocuparem espaços, competindo com espécies nativas de corais. Isso desequilibra todo o ecossistema”, explicou Porto, acrescentando que a principal evidência, indica que os corais chegaram à Bahia por meio de incrustação em plataformas de petróleo do litoral do Rio de Janeiro.
Pescador subaquático há mais de 30 anos, Xandinho Domício, de 61 anos, observou os primeiros corais ainda no começo da instalação das colônias.
“Quando comecei a notar esses corais, eles eram muito pequenos, branquinhos. Eles se espalham mais em lugares de pedra, com concreto. Então, eles acharam uma brecha, aqui, e agora tá tudo tomado. E espantaram os peixes! Antes encostava robalo grande, tainha. Os peixes estão sumindo!”, lamentou Xandinho.
Durante a ação de monitoramento dos testes, para eliminação dos octocorais, foram analisadas reações nas amostras das colônias em contato com sal azedo, vinagre, água doce e aquelas removidas manualmente, com espátula.
Uma das pesquisadoras do grupo Tatiane Aguiar, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), apontou para resultados no manejo com sal azedo e na remoção manual. “A gente começou o experimento no dia 22 de dezembro. A gente veio aqui com sete dias, já analisamos alguns resultados, e agora, com 15 dias, podemos adiantar que o tratamento com sal azedo e o tratamento manual, de raspagem, são os mais efetivos até agora. Onde a gente raspou, está liso, como estava quando a gente terminou de fazer, e o sal azedo está, inclusive, limpando as pilastras. São resultados preliminares, não são resultados conclusivos, porque a checagem será de 30 dias”, compartilhou a pesquisadora, após mergulho e averiguação das amostras.
O trabalho segue até o dia 4 de fevereiro, quando poderão ser iniciadas as operações para remoção efetiva dos octocorais. Toda a pesquisa e processo de remoção das colônias estão sendo feitos em parceria também com a organização socioambiental Pró-Mar e o Senai-Cimatec. Pesquisadores das Universidades Federal de Alagoas e de São Paulo.
As licenças ambientais estão sendo emitidas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), pela Sema e o Inema, considerando que os recifes afetados estão localizados em Áreas de Preservação Permanente (APP) e em uma Unidade de Conservação Estadual, a Área de Preservação Ambiental (APA) Baía de Todos-os-Santos.
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