Internacional
Morre o Papa Emérito Bento XVI
A morte de Bento põe fim a um período sem precedentes na história recente em que dois papas coexistiram

O Papa Emérito Bento XVI, que serviu como líder da Igreja Católica de 2005 até sua renúncia em 2013, morreu aos 95 anos, anunciou o Vaticano.
Um comunicado do porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, disse: “Com pesar, informo que o Papa Emérito Bento XVI faleceu hoje às 9h34 (horário local) no mosteiro Mater Ecclesiae no Vaticano. Mais informações serão fornecidas o mais breve possível.”
Sua morte ocorre depois que o Papa Francisco anunciou durante sua audiência semanal em 28 de dezembro que Bento XVI estava “muito doente”.
A morte de Bento põe fim a um período sem precedentes na história recente em que dois papas coexistiram, uma situação que tem causado tensões entre campos rivais no Vaticano. Isso abre caminho para seu sucessor, o Papa Francisco, considerar se deve seguir Bento e se aposentar em algum momento.
Bento XVI, nascido Joseph Aloisius Ratzinger na Alemanha em 1927, foi um pontífice profundamente conservador, cujo mandato foi ofuscado por escândalos de abuso sexual na Igreja. Ele se aposentou deixando uma reputação duvidosa depois de um papado que às vezes era divisivo.
Os resultados de uma investigação alemã publicada em janeiro de 2022 disseram que Bento não agiu contra quatro padres acusados de abuso sexual infantil quando era arcebispo de Munique.
Filho de um policial, ele cresceu na zona rural da Baviera e aos 14 anos ingressou na Juventude Hitlerista, por exigência, e serviu no exército alemão na Segunda Guerra Mundial. No final da guerra, ele desertou e foi brevemente mantido como prisioneiro de guerra pelas forças americanas.
Mais tarde, ele se tornou uma figura importante no Vaticano e, como Cardeal Ratzinger, serviu como braço direito de seu predecessor, o Papa João Paulo II. Ele chefiou a Congregação para a Doutrina da Fé, um departamento do Vaticano conhecido como Inquisição, por 24 anos, cargo que lhe rendeu o apelido de “Rottweiler de Deus”.
Durante seu mandato, começaram a surgir alegações de abuso sexual clerical e seu acobertamento. Seus críticos disseram que ele não conseguiu entender a gravidade dos crimes e a escala da crise, que atingiu o pico vários anos depois de ele ter sido eleito papa em abril de 2005.
Além da enxurrada de denúncias, ações judiciais e relatórios oficiais relacionados a abusos sexuais e a cumplicidade dos padres em encobri-los, o Vaticano também foi abalado pelo roubo de documentos confidenciais, muitos dos quais apareceram posteriormente em denúncias de suposta corrupção. Em outubro de 2012, um tribunal do Vaticano condenou o mordomo pessoal do papa, Paolo Gabriele, por roubar os papéis. Ele disse no julgamento que estava agindo contra “o mal e a corrupção”.
Internacional
Morre Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai
Ele enfrentava um câncer de esôfago e estava recolhido em seu sítio, nos arredores de Montevidéu

Morreu nesta terça-feira (13), no Uruguai, o ex-guerrilheiro, ex-presidente e ícone da esquerda latino-americana José Alberto “Pepe” Mujica Cordano, aos 89 anos. Mujica enfrentava um câncer de esôfago e estava recolhido em seu sítio, nos arredores de Montevidéu, onde cultivava flores e hortaliças.
Conhecido como “presidente mais pobre do mundo” por seu estilo de vida simples, por dirigir um fusca dos anos 1970, doar parte do salário para projetos sociais e pelas reflexões políticas com forte teor filosófico, Mujica presidiu o Uruguai de 2010 a 2015.
Defensor da integração dos países latino-americanos e caribenhos, Pepe se tornou referência da esquerda do continente durante uma época em que representantes da esquerda e centro-esquerda assumiram diversos governos da região, como Venezuela, Argentina, Equador, Bolívia e Brasil.
Internacional
Leão XIV é o novo papa
O novo pontífice iniciou seu primeiro discurso, na janela central da basilica de São Pedro, no Vaticano

“A paz esteja convosco”. Foi com essas palavras que o cardeal norte-americano Robert Francis Prevost, recém-eleito papa, iniciou seu primeiro discurso, na janela central da basilica de São Pedro, no Vaticano. O novo pontífice, que escolheu usar o nome Leão XIV, ainda homenageou seu antecessor, Francisco.
“Nos ajudem a construir pontes vocês também, com diálogos, com encontro, para sermos um único povo, sempre em paz. Obrigado, papa Francisco”, disse Leão XIV.
“Ainda mantemos, nos nossos ouvidos, aquela voz fraca, mas sempre corajosa, do papa Francisco, que abençoava Roma”, disse.
“Permitam-me dar seguimento àquela mesma benção. Deus nos ama, Deus ama a todos e o mal não vai prevalecer. Estamos todos nas mãos de Deus. Juntos, sem medo, de mãos dadas com Deus, que está entre nós, vamos seguir”, completou.
Em seguida, Leão XIV fez um agradecimento a todos os cardeais que participaram do conclave que o elegeu “para ser o sucessor de Pedro e caminhar com vocês, como Igreja unida, sempre em busca da paz e da justiça, buscando trabalhar como homens e mulheres fiéis a Jesus Cristo, sem medo, para proclamar o Evangelho e sermos missionários”.
“Sou um filho de Santo Agostinho. Sou agostiniano. Santo Agostinho disse: ‘Para vós, sou bispo; convosco, sou cristão’. Neste sentido, podemos todos caminhar juntos, na direção da pátria que Deus nos preparou”, disse. “Necessitamos ser, juntos, uma Igreja missionária, uma Igreja que constrói pontes e diálogos. Que mantém o diálogo sempre aberto, pronta para receber todos que precisam.”
Em meio ao discurso, Leão XIV deixou de falar italiano e falou à multidão reunida na Praça São Pedro em espanhol, para agradecer à diocese peruana de Chiclayo, onde foi administrador apostólico. “Povo leal e fiel, que acompanha o bispo e o ajuda”, destacou.
Ao final, o novo pontífice lembrou que a data de hoje marca a prática devocional de súplica à Nossa Senhora de Pompeia.
“Nossa bendita Mãe Maria quer sempre caminhar conosco, estar perto de nós. Quer nos ajudar com sua intercessão e seu amor. Rezemos juntos por esta missão, por toda a Igreja e pela paz no mundo”, disse, encerrando seu discurso com a oração da Ave Maria.
Internacional
Cardeais escolhem o 267° Papa
A fumaça branca começou a sair da chaminé no telhado da Capela Sistina pouco depois das 18 horas (hora local) desta quinta (8)

Na votação na tarde desta quinta-feira, 8 de maio de 2025, os cardeais reunidos em Conclave chegaram a um consenso sobre o nome do 267º Sucessor de Pedro. Eram 18 horas e 07 minutos (hora local) quando a fumaça branca começou a sair da chaminé instalada no telhado da Capela Sistina, provocando uma verdadeira comoção e gritos de júbilo entre os milhares de presentes na Praça São Pedro e Via da Conciliação, testemunhas oculares de um dia histórico para a Igreja e para o mundo. O badalar dos sinos da Basílica de São Pedro que se seguiu foi uma confirmação de que “Habemus Papam”.
Tendo aceito sua eleição à Cátedra de Pedro, o novo Pontífice deixa a Capela Sistina e dirige-se à chamada “Sala das Lágrimas”. Ali, com a ajuda do Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, dom Diego Giovanni Ravelli, ele veste uma das três roupas papais preparadas, para então se dirigir até a Sacada Central da Basílica, de onde o protodiácono, cardeal Dominique Mamberti, anunciará ao mundo o nome do novo Papa com a fórmula do Habemus Papam em latim.
A eleição do novo Pontífice ocorreu no dia da Súplica de Nossa Senhora de Pompéia.
João Paulo I, em 1978, e Bento XVI, em 2005, também foram eleitos no quarto escrutínio.