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Cultura

Muncab abre nova exposição nesta sexta (19)

Com mais de 200 obras de 80 artistas negros, a mostra segue até 9 de março de 2025, de terça a domingo, das 10h às 17h 

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tecnologias ancestrais através da temporalidade do sagrado africano. Sob esse conceito, o Museu Nacional da Cultura Afro-brasileira (Muncab)
Fotos: Muncab/Divulgação

Recuperar tecnologias ancestrais através da temporalidade do sagrado africano. Sob esse conceito, o Museu Nacional da Cultura Afro-brasileira (Muncab) abre, nesta sexta-feira (19), às 18h, a exposição “Raízes: Começo, Meio e Começo”. Com mais de 200 obras de 80 artistas negros, como Emanoel Araújo, Heitor dos Prazeres, Lita Cerqueira e Juarez Paraíso, a exposição enaltece as tecnologias das matrizes africanas que moldaram a construção identitária do Brasil. 

A exposição segue até 9 de março de 2025, de terça a domingo, das 10h às 17h (com acesso até às 16h30). Os ingressos custam R$20 (inteira) e R$10 (meia), com gratuidade aos domingos e quartas-feiras. 

Na cultura iorubá, que chega ao Brasil no século XVIII pelos povos originários da Nigéria, Daomé e do Togo, o tempo é recorrente, com padrões e eventos que se renovam, indo de encontro à linearidade ocidental irreversível que se prende ao início, meio e fim. Dessa forma, “Raízes: Começo, Meio e Começo” propõe-se a mostrar a circularidade do tempo e a conexão do presente e do futuro com os antepassados, bem como evidenciar que nascimentos, euros de passagem e mortes são ciclos de continuidade e não de perdas, lutos ou evento isolados. 

Com curadoria de Jamile Coelho e Jil Soares, a exposição é dividida em cinco eixos temáticos, que preenchem os dois andares do Muncab: Origens, Sagrado, Ruas, Afrofuturismo e Bembé do Mercado. “‘Raízes: Começo, Meio e Começo’ entrelaça a circularidade do tempo, para refletir sobre as tecnologias ancestrais. Presente, futuro e passado formam as raízes de um grande baobá. Para algumas etnias originárias africanas, essa espécie vegetal de grande porte é a árvore da vida. Reconhecemos a diáspora afro-brasileira como uma das ramificações dessa raiz ancestral”, explica Jamile Coelho, que também é diretora do Muncab, sobre a pesquisa para a exposição. 

Exposição 

O núcleo “Origens” parte do princípio de tudo. Salvador é descrita como o útero da raça negra na diáspora. Narrativas visuais guiam o público pela travessia identitária das águas oceânicas que moldaram a formação dos quilombos a partir dos navios negreiros. 

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Já o território “Sagrado” aprofunda as tradições espirituais. Mesmo dispersas, elas foram capazes de reatualizar e ritualizar suas conexões existenciais de pertencimento, por meio do culto aos orixás, nkisis e voduns juntados aos caboclos encantados da terra. Artefatos, músicas e danças celebram a força dos espíritos. 

“Os visitantes são convidados a refletirem sobre a diáspora afro-ameríndia e a continuidade das tradições ancestrais, baseando-se na experiência visual como um testemunho contemporâneo. A exposição é uma jornada imersiva para contemplar esse berço civilizatório sob a perspectiva das manifestações artísticas, dos rituais religiosos e do modo de organização social e política, transmitidos entre gerações”, destacou Jil Soares. 

O espaço “Ruas” abraça o “pretuguês,” neologismo que define o simbólico universo linguístico, ar- tístico, gastronômico, político, social e cultural enraizado nas matrizes africanas. A paisagem urbana das cidades de Salvador, Luanda, Montevidéu, Porto Novo, Havana e Lagos carregam semelhanças dessa identidade sinônimo da resistência. 

O ambiente “Afroturismo” promove o encontro entre ficção científica, tecnologia, realismo fantástico e mitologia para retratar a vida plena da população negra nas artes visuais e na moda. Desta forma, recupera a autoestima de povos historicamente subalternizados, para projetar futuros libertários por meio da inserção da estética negra nas artes consideradas contemporâneas. 

O eixo “Bembé do Mercado” registra os patrimônios culturais imateriais expressos na musicalidade, na língua, nos versos, nos sotaques e nos saberes sociais. A cidade de Santo Amaro, no Recôncavo da Bahia tornou-se palco do maior culto do candomblé de rua do Brasil, tendo sido realizado pela primeira vez em 1889 em celebração à Abolição da Escravatura. Um símbolo da manifestão da fé dos povos negros. 

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“Raízes: Começo, Meio e Começo” também reverencia o princípio dinâmico de todas as coisas de Exu, o orixá regente de 2024. A exposição é uma produção do Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira em parceria com a RCD Produção de Arte. 

Muncab 

Após a reabertura, em novembro de 2023, realizada com investimentos da Prefeitura de Salvador, através da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), o Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira já recebeu duas exposições, com mais de 135 mil visitantes: “Um Defeito de Cor”, baseada no livro homônimo de Ana Maria Gonçalves, e “Reverberações – Refletindo a impressão da memória africana”, com fotografia do artista visual nigeriano Mudi Yahaya. 

Cultura

Casa do Benin apresenta “70 Anos Neguinho do Samba – Trajetória e Legado”

A mostra gratuita traz um conjunto de registros fotográficos sensíveis e históricos do criador do samba reggae 

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Legado”, que acontece de 07 de junho a 05 de julho, na Casa do Benin – Espaço Tatassomba, no Pelourinho, em Salvador.
Fotos: Margarida Neide

Um dos nomes mais potentes da música afro-brasileira, mestre Neguinho do Samba será homenageado com a exposição “70 Anos Neguinho do Samba – Trajetória e Legado”, que acontece de 07 de junho a 05 de julho, na Casa do Benin – Espaço Tatassomba, no Pelourinho, em Salvador. A mostra é gratuita e pode ser visitada de terça a sexta, das 10h às 17h, e aos sábados, das 9h às 16h. 

Com curadoria de Anderson do Samba, filho do mestre, a exposição apresenta um conjunto de registros fotográficos sensíveis e históricos, desde momentos emblemáticos até cenas do cotidiano, revelando a profundidade e a extensão da influência de Neguinho do Samba. Criador do samba reggae, ritmo que ressignificou o território do Centro Histórico e ecoou pelo mundo, ele foi responsável por transformar a música em um poderoso instrumento de afirmação cultural e resistência. 

A abertura oficial da exposição acontece no dia 07 de junho, a partir das 16h, com uma apresentação especial dos filhos do mestre, Anderson do Samba e Nitorê Akadã, em uma performance que homenageia não apenas a memória de seu pai, mas também a força cultural do Pelourinho, berço do samba reggae. 

Pela primeira vez, a cidade de Salvador presta homenagem a Neguinho do Samba no mês de seu nascimento, resgatando sua importância histórica como um patrimônio vivo afro-brasileiro. A mostra destaca não só sua trajetória artística, mas também a relevância social de sua criação, que ultrapassou fronteiras e consolidou-se como símbolo de resistência negra. 

“A valorização de importantes nomes na construção da identidade brasileira, fazendo com que essas pessoas não caiam no esquecimento e no anonimato, é uma maneira de colaborar para que a história cultural brasileira seja preservada e perpetuada através das gerações”, afirma Renata Campos, produtora executiva da exposição. 

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SERVIÇO
  • Exposição “70 Anos Neguinho do Samba – Trajetória e Legado” 
    Casa do Benin – Espaço Tatassomba (Pelourinho, Salvador)
    De 07 de junho a 05 de julho de 2025
    Terça a sexta, das 10h às 17h | Sábados, das 9h às 16h
    Entrada gratuita
    Abertura: 07 de junho, às 16h, com apresentação de Anderson do Samba e Nitorê Akadã 
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Cultura

TVE transmite ao vivo São João Sinônico da Osba com Geraldo Azevedo

A apresentação conta também com a participação do sanfoneiro e arranjador Marcelo Caldi

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A TVE transmite ao vivo neste sábado (7), às 19h, a edição 2025 do São João Sinfônico, direto da Concha Acústica do
Foto: Caio Lirio

A TVE transmite ao vivo neste sábado (7), às 19h, a edição 2025 do São João Sinfônico, direto da Concha Acústica do Teatro Castro Alves, em Salvador. O evento, promovido pela Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA), terá como convidado especial o cantor e compositor Geraldo Azevedo, que celebra 80 anos em 2025. 

Sob a regência do maestro Carlos Prazeres e direção de Manno Góes, o concerto reúne clássicos do forró e sucessos da carreira de Geraldo Azevedo, como ‘Dia Branco’, ‘Moça Bonita’ e ‘Dona da Minha Cabeça’, em arranjos sinfônicos especiais. A apresentação conta também com a participação do sanfoneiro e arranjador Marcelo Caldi, presente em todas as edições do projeto, que chega este ano à sua 9ª edição. 

Serviço: 
  • São João Sinfônico da Osba com Geraldo Azevedo ao vivo na TVE 
  • Quando: Sábado (7), às 19h 
  • Onde: TVE e www.tve.ba.gov.br 
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Agricultura

Agricultura familiar marca presença na Naturaltech e Bio Brazil Fair 2025

A Bahia participará entre os dias 11 e 14 de junho das maiores feiras de produtos naturais e orgânicos da América Latina 

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alimentos produzidos de forma sustentável. Com o conceito “Agricultura Familiar da Bahia: Saudável por Natureza”, a participação
Foto: Karoline Meira

Com sabores únicos, inovação e sustentabilidade, o rural baiano marca presença na Naturaltech e Bio Brazil Fair 2025, as maiores feiras de produtos naturais e orgânicos da América Latina. Entre os dias 11 e 14 de junho, no Distrito Anhembi, em São Paulo, o público poderá conhecer, provar e se encantar com a diversidade de alimentos produzidos de forma sustentável. Com o conceito “Agricultura Familiar da Bahia: Saudável por Natureza”, a participação baiana reúne 31 empreendimentos, entre cooperativas, associações e redes agroecológicas, que apresentarão produtos com alto valor agregado, identidade territorial, certificação orgânica e responsabilidade socioambiental. 

A iniciativa é realizada pelo Governo do Estado da Bahia, por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR). A ação integra a política pública de fortalecimento da agricultura familiar, com foco em acesso a mercados e promoção comercial de produtos sustentáveis e diferenciados. 

No estande da Agricultura Familiar da Bahia, na Naturaltech, o público poderá conhecer e degustar uma explosão de sabores únicos e de origem vindos diretamente do interior baiano: iogurtes de frutas nativas (licuri, umbu, pinha, maracujá e café), flocão e creme de milho não transgênico, pastas de castanha de caju, frutas desidratadas, mel, cafés especiais e chocolates artesanais produzidos no sistema cabruca, técnica que respeita a Mata Atlântica e valoriza o saber tradicional. 

Já o estande Orgânicos da Bahia, na Bio Brazil Fair, contará com a presença de 16 empreendimentos da Rede Povos da Mata, primeira rede brasileira com sistema participativo de certificação reconhecido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). Serão apresentadas geleias de frutas nativas, extrato de tomate temperado, temperos naturais, chocolates orgânicos, nibs de cacau, barras de frutas, manteiga de cacau e cachaças artesanais, todos cultivados com práticas que preservam a biodiversidade e promovem justiça social no campo. 

A Naturaltech e a Bio Brazil Fair são os principais eventos do setor na América Latina. Na última edição, reuniram mais de 57 mil visitantes e 760 expositores, consolidando-se como plataformas estratégicas para negócios, visibilidade institucional e relacionamento com o mercado nacional e internacional. 

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Todos os produtos expostos pelas cooperativas baianas também podem ser adquiridos em todo o país por meio do mercado virtual da agricultura familiar www.mercaf.com.br, com entrega pelos Correios. 

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