Ciência
Astrônomos revelam 1ª imagem do buraco negro na Via Láctea
Este resultado fornece evidências contundentes de que o objeto é de fato um buraco negro
![O Observatório Europeu do Sul (ESO) na Alemanha, divulga nesta quinta-feira (12), em coletivas de imprensa simultâneas em todo o mundo, a primeira imagem do buraco negro supermassivo no centro de nossa própria Via Láctea.](https://bahiapravoce.com.br/wp-content/uploads/2022/05/whatsapp_image_2022-05-12_at_10.34.27.webp)
O Observatório Europeu do Sul (ESO) na Alemanha, divulga nesta quinta-feira (12), em coletivas de imprensa simultâneas em todo o mundo, a primeira imagem do buraco negro supermassivo no centro de nossa própria Via Láctea.
A imagem do Sagitário A* é o buraco negro localizado ao centro da nossa galáxia, na Via Láctea, e pela primeira vez foi visto em uma imagem.
Este resultado fornece evidências contundentes de que o objeto é de fato um buraco negro e dá pistas valiosas sobre o funcionamento de tais gigantes, que se acredita residirem no centro da maioria das galáxias. A imagem foi produzida por uma equipe de pesquisa global chamada Event Horizon Telescope (EHT) Collaboration, usando observações de uma rede mundial de radiotelescópios.
A imagem é uma visão muito esperada do objeto massivo que fica no centro de nossa galáxia. Os cientistas já haviam visto estrelas orbitando em torno de algo invisível, compacto e muito massivo no centro da Via Láctea. Isso sugere fortemente que este objeto – conhecido como Sagitário A* (Sgr A*, pronunciado “sadge-ay-star”) – é um buraco negro, e a imagem de hoje fornece a primeira evidência visual direta disso.
Embora não possamos ver o buraco negro em si, porque é completamente escuro, o gás brilhante ao seu redor revela uma assinatura reveladora: uma região central escura (chamada de sombra) cercada por uma estrutura brilhante em forma de anel. A nova visão captura a luz curvada pela poderosa gravidade do buraco negro, que é quatro milhões de vezes mais massivo que o nosso Sol.
Para a busca do objeto foram utilizados oito radiotelescópios espalhados por diversos pontos do globo terrestre. A partir das imagens captadas, que simulariam um super telescópio do tamanho da Terra, e da justaposição dos registros, chegou-se à imagem do buraco negro da Via Láctea.
Neste momento está sendo realizado o anúncio pelo Observatório Europeu do Sul – ESO.
“Ficamos surpresos com o quão bem o tamanho do anel estava de acordo com as previsões da Teoria da Relatividade Geral de Einstein”, disse o cientista do projeto EHT Geoffrey Bower, do Instituto de Astronomia e Astrofísica, Academia Sinica, Taipei. compreensão do que acontece no centro da nossa galáxia, e oferecer novos insights sobre como esses buracos negros gigantes interagem com seus arredores.” Os resultados da equipe EHT estão sendo publicados hoje em uma edição especial do The Astrophysical Journal Letters.
Como o buraco negro está a cerca de 27.000 anos-luz de distância da Terra, parece-nos ter aproximadamente o mesmo tamanho no céu que um donut na Lua. Para visualizá-lo, a equipe criou o poderoso EHT, que conectou oito observatórios de rádio existentes em todo o planeta para formar um único telescópio virtual do “tamanho da Terra” [1]. O EHT observou Sgr A* em várias noites em 2017, coletando dados por muitas horas seguidas, semelhante ao uso de um longo tempo de exposição em uma câmera.
Além de outras instalações, a rede EHT de observatórios de rádio inclui o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA) e o Atacama Pathfinder EXperiment (APEX) no deserto de Atacama no Chile, co-propriedade e cooperação do ESO em nome do seus estados membros na Europa. A Europa também contribui para as observações EHT com outros observatórios de rádio – o telescópio IRAM de 30 metros na Espanha e, desde 2018, o NOrthern Extended Millimeter Array (NOEMA) na França – bem como um supercomputador para combinar dados EHT hospedados pelo Max Planck Instituto de Radioastronomia na Alemanha. Além disso, a Europa contribuiu com financiamento para o projeto do consórcio EHT por meio de doações do Conselho Europeu de Pesquisa e da Sociedade Max Planck na Alemanha.
Em março de 2021, os astrônomos conseguiram fotografar, de forma nítida, o buraco negro que está localizado no centro da galáxia M87, a 55 milhões de anos-luz da Terra. Em imagem, a equipe do Telescópio do Horizonte de Eventos (EHT, na sigla em inglês) mostrou as linhas de campo magnético no disco de acreção ao redor do buraco negro, dando pistas importantes do seu funcionamento físico.
Ciência
Saberes ancestrais e preservação ambiental marcam SNCT na Aldeia Pataxó KAÍ
No segundo dia de evento, povos originários de Prado conectam tradições indígenas à sustentabilidade e à ciência
![Uma aldeia onde tradições ancestrais e preservação ambiental se entrelaçam. A Aldeia Pataxó KAÍ, localizada em Prado,](https://bahiapravoce.com.br/wp-content/uploads/2024/10/AnyConv.com__Foto-Gabriel-Pinheiro1.webp)
Uma aldeia onde tradições ancestrais e preservação ambiental se entrelaçam. A Aldeia Pataxó KAÍ, localizada em Prado, Extremo Sul da Bahia, foi o cenário das atividades do segundo dia da 21ª Semana Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCT), conectando os saberes indígenas à preservação do bioma Mata Atlântica. Em um ambiente que valoriza tanto a natureza quanto a cultura, os participantes discutiram o papel das comunidades tradicionais e povos originários na sustentabilidade.
As atividades do dia incluíram rituais indígenas, debates sobre a ciência na ótica do povo Pataxó, e apresentações das escolas indígenas da região, reforçando o papel central da comunidade na proteção do bioma Mata Atlântica. A SNCT, que segue até o dia 18 de outubro com eventos em várias regiões da Bahia, aborda o tema “Biomas do Brasil: diversidade, saberes tradicionais e tecnologias sociais”. A programação completa está disponível no site ba.gov.br/secti.
Segundo a diretora de Políticas e Programas da Secti, Sahada Luedy, as atividades da 21ª SNCT na Aldeia Pataxó KAÍ refletem o compromisso com o debate sobre os saberes tradicionais e a preservação dos biomas. “É um momento em que vamos debater e conhecer os saberes tradicionais para o bioma Mata Atlântica na visão do povo pataxó. Então, é um momento ímpar e muito emocionante estar aqui na Aldeia KAÍ com todos os indígenas que começam a chegar para a gente debater esse tema. São saberes tradicionais ajudando a ciência e tecnologia”, afirma.
O secretário municipal de Desenvolvimento Indígena de Prado, Ricardo Oliveira, destaca a importância da SNCT para as comunidades indígenas da região. “Hoje, nós estamos na Aldeia KAÍ com a SNCT. É um momento muito importante para a Terra Indígena Barra Velha. É o momento de fazer as discussões e também o desenvolvimento das comunidades indígenas sobre a Semana de Ciência e Tecnologia aqui na comunidade da Aldeia Kaí e nos dois territórios indígenas”.
Entre os parceiros da Secti no evento estão o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), as Secretarias da Educação (Sec), Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi), Meio Ambiente (Sema), Desenvolvimento Rural (SDR), Cultura (Secult), Turismo (Setur), além das Universidades de Feira de Santana (Uefs), do Sudoeste da Bahia (Uesb) e do Estado da Bahia (Uneb). Outros apoiadores são a Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), Instituto Anísio Teixeira (IAT), Museu de Arte Contemporânea (MAC), Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO) e Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
Ciência
Semana Nacional de Ciência e Tecnologia inicia atividades no Festival da Ostra
Quilombo de Kaonge foi palco das primeiras atividades, conectando saberes ancestrais e ciência
![Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) para iniciar, neste final de semana, as atividades da 21ª Semana Nacional](https://bahiapravoce.com.br/wp-content/uploads/2024/10/AnyConv.com__FotoMilenaMonteiroAscomSecti3.webp)
Uma comunidade marcada por raízes quilombolas, práticas agrícolas tradicionais e uma biodiversidade rica, com destaque para os manguezais e o bioma da Mata Atlântica. Esse é o Quilombo de Kaonge, em Cachoeira, local escolhido pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) para iniciar, neste final de semana, as atividades da 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) na Bahia, dentro da programação do Festival da Ostra. A SNCT segue até o dia 18 de outubro, com atividades em diversos territórios de identidade.
As primeiras ações da Semana Nacional de C&T incluíram visitas aos manguezais, palestras sobre biomas e ervas medicinais, dentre outras atividades. O Festival da Ostra destacou a importância das comunidades tradicionais na preservação dos biomas e na promoção de práticas sustentáveis, o que se alinha ao tema da SNCT: “Biomas do Brasil – diversidade, saberes tradicionais e tecnologias sociais”. A programação completa pode ser consultada no site ba.gov.br/secti.
Para o secretário da Secti, André Joazeiro, a Semana Nacional na Bahia começa com o pé direito. “É uma atividade representativa. Trabalhamos há algum tempo com tecnologias sociais. Aprender com essas comunidades e trazer conhecimento para que elas melhorem sua produtividade e sua renda, tentando transformar a vida das pessoas. O tema da 21ª SNCT é biomas. E aqui tem um bioma totalmente único, com muito dendê, muitos frutos e vegetais da Mata Atlântica. Então, acho que estamos começando por um lugar que tem uma representatividade grande, tanto pela questão social, quanto pela questão dos biomas”.
O coordenador das Comunidades Quilombolas do Recôncavo, Ananias Viana, destaca a pluralidade da sua comunidade. “O tema da Festa da Ostra é a mudança climática e sustentabilidade, o que reforça nossa preocupação com os biomas. Aqui, no nosso bioma, tudo está interligado: a Mata Atlântica, os manguezais, as ervas medicinais, as águas dos rios que desembocam no mar. Nós, como comunidades quilombolas, vivemos em transversalidade, tratando de temas como saúde, educação, turismo comunitário e ancestralidade em uma só discussão, pois estamos conectados a tudo isso, cuidando do que é nosso para garantir nossa sobrevivência e espiritualidade”.
O evento contou com a presença do governador Jerônimo Rodrigues, do senador Jaques Wagner, da primeira-dama e presidente das Voluntárias Sociais, Tatiana Velloso, do secretário da Secti, André Joazeiro, do secretário de Turismo, Maurício Bacelar, e do chefe de Gabinete da Secti, Marcius Gomes, dentre outras autoridades.
Entre os parceiros da Secti no evento estão o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), as Secretarias da Educação (Sec), Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi), Meio Ambiente (Sema), Desenvolvimento Rural (SDR), Cultura (Secult), Turismo (Setur), além das Universidades de Feira de Santana (Uefs), do Sudoeste da Bahia (Uesb) e do Estado da Bahia (Uneb). Outros apoiadores são a Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), Instituto Anísio Teixeira (IAT), Museu de Arte Contemporânea (MAC), Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO) e Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
Ciência
Inema e UFRB realizam expedição científica na Serra da Jiboia
Especialistas do Instituto e da Universidade trabalharam em conjunto para coletar amostras essenciais à conservação da biodiversidade local
![A Serra da Jiboia, localizada na região central da Bahia, entre os municípios de Santa Teresinha e Elísio Medrado, recebeu uma](https://bahiapravoce.com.br/wp-content/uploads/2024/10/AnyConv.com__WhatsApp-Image-2024-10-07-at-13.43.23.webp)
A Serra da Jiboia, localizada na região central da Bahia, entre os municípios de Santa Teresinha e Elísio Medrado, recebeu uma expedição científica focada na preservação de espécies criticamente ameaçadas. Especialistas do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) trabalharam em conjunto para coletar amostras essenciais à conservação da biodiversidade local.
A missão teve como objetivo a coleta de três espécies Criticamente Ameaçadas (CR), todas integradas ao Plano de Ação Territorial (PAT) para a conservação de espécies na Chapada Diamantina. Durante a expedição, realizada entre os dias 26 e 29 de setembro, foram coletadas duas dessas espécies — Passiflora timboensis e Ormosia timboensis — além de outras 50 espécies vegetais, todas destinadas ao Herbário HURB.
A equipe, composta por Lidyanne Yuriko Pinheiro e Everton Hilo de Souza (UFRB) e Marcelo Peres (Inema), explorou áreas estratégicas como o Morro da Pioneira e a Reserva do Gambá em busca da aranha-caranguejeira Ybyrapora gamba. Embora a espécie não tenha sido encontrada, a expedição reforçou a importância do monitoramento contínuo e da conservação, destacando os desafios naturais de localizar espécies raras em ambientes complexos.
“Esta expedição não apenas destaca a importância da conservação de espécies ameaçadas, mas também a colaboração entre instituições de ensino e órgãos ambientais. O trabalho conjunto dos especialistas é fundamental para fortalecer as iniciativas de preservação na Serra da Jiboia e garantir que a rica biodiversidade da região continue a prosperar para as gerações futuras”, explicou Sara Alves, bióloga do Inema e coordenadora do Núcleo Operacional da Bahia do PAT.