Cultura
Tenda de Acolhimento reforça rede de proteção às mulheres na Micareta de Feira
O espaço oferece acolhimento, atendimento e orientação para mulheres vítimas de importunação sexual, assédio ou violência no circuito da folia
A Micareta de Feira de Santana 2025 veio acompanhada de um recado firme e necessário: “Oxe, me respeite”. A frase, que dá nome à tenda de acolhimento montada pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Políticas para as Mulheres do Estado da Bahia (SPM) no principal circuito da festa, é também o símbolo de uma mobilização que une folia, cidadania, prevenção e enfrentamento à violência contra as mulheres.
Instalada estrategicamente ao lado do posto da Ronda Maria da Penha, na Avenida Presidente Dutra, a Tenda “Oxe, me respeite” funciona das 16h às 2h da madrugada, entre os dias 1º e 5 de maio. O espaço oferece acolhimento, atendimento e orientação para mulheres vítimas de importunação sexual, assédio ou violência no circuito da folia.
Até o momento, nenhuma ocorrência foi registrada pela secretaria no local, fato comemorado pela superintendente de Prevenção e Enfrentamento à Violência da SPM, Camila Batista. “Isso demonstra que o trabalho realizado pelo Governo do Estado, através de campanhas educativas, tem sido positivo. Fomos procuradas apenas para prestar orientações sobre os nossos serviços, somando 34 atendimentos. Esperamos que até o final da folia, não haja nenhum registro de violência e que as mulheres possam brincar com segurança e respeito”, destacou.
Além do atendimento, a SPM também marca presença com ações educativas. A Campanha do Laço Branco distribuiu pulseiras com a mensagem “Oxe, eu respeito as mulheres”, durante a entrega dos abadás e no desfile do Bloco Lá Vem Elas, que tem grande presença masculina. A proposta foi simples e direta: envolver os foliões na luta contra a importunação e o abuso sexual.
A campanha trouxe tranquilidade para a autônoma Sofia Miriam, de 39 anos, que se sentia desconfortável para usar roupas mais curtas durante a micareta. “Sinto que tem sido diferente dos últimos anos. Antes eu usava shortinho e saia e era muito assediada. Hoje vim de vestido e não estou preocupada, porque até agora não fui desrespeitada por ninguém. Somos mulheres e queremos respeito”, declarou.
De acordo com a titular da SPM, Neusa Cadore, o trabalho para atendimento à mulher acontece em rede. ”Contamos com a Defensoria Pública, a Polícia Civil e a Polícia Militar. Então, se você perceber, que alguém ou você mesma sofreu violência, ajude a conduzir essa pessoa até a nossa tenda, onde ela será acolhida. Se essa pessoa exagerou na bebida e está desorientada, precisando de ajuda, ajude também para que essa festa deixe apenas boas memórias”, alertou.
Para garantir conforto e higiene das foliãs, estão sendo distribuídos funis urinários descartáveis, com orientações e o número do Disque Denúncia 180. A campanha “Oxe, me respeite!” também ultrapassa os limites da avenida. Materiais informativos estão sendo entregues em pontos turísticos e locais de desembarque da cidade, com o objetivo de conscientizar turistas e moradores sobre o enfrentamento à violência de gênero.
Cultura
Saberes tradicionais ganham destaque no Festival Nosso Futuro Brasil-França
Evento, em Salvador, promove diálogos sobre cultura, clima e juventude para enfrentar crises ambientais
Até este domingo (9), Salvador se transforma em palco de convergência cultural entre Brasil, França e África durante o Festival Nosso Futuro Brasil-França: Diálogos com África. A programação, iniciada na última quarta-feira (5), reúne jovens de diferentes países para debater temas como justiça climática, saberes ancestrais e cooperação internacional.
Nesta sexta-feira (7), o Fórum Nosso Futuro, realizado na Doca 1, no bairro do Comércio, promoveu mesas sobre convivência com as mudanças climáticas e construção de cidades sustentáveis. Entre os participantes esteve Saide Gustavo dos Santos, estudante da rede estadual e clarinetista do Neojiba, que também participou de uma visita guiada ao Mercado Modelo. Convidado para a mesa “Utopias Urbanas e Cidades em Formação”, o jovem destacou a importância do diálogo multicultural para enfrentar desafios globais.
Representando a juventude da COP30, Mikaelle Farias, engenheira de Energias Renováveis pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), participou da mesa “Cultura e Clima: os saberes do território como tecnologia para o futuro”. A especialista ressaltou que discutir cultura e clima é essencial para compreender práticas ancestrais e a resistência dos povos da diáspora diante das emergências ambientais.
Para Nivaldo Millet, coordenador de Políticas para a Juventude do Estado, o festival fortalece o pensamento crítico dos jovens e amplia oportunidades de emancipação. Segundo ele, a iniciativa é estratégica diante do avanço das crises climáticas e reforça a prioridade da juventude nas políticas públicas.
Além dos debates, o evento inclui exposições, apresentações musicais, oficinas educativas, mostras de cinema e experiências gastronômicas em diversos espaços culturais da capital baiana, como a Casa do Benin, o Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM) e o Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC).
Realizado pelo Governo Federal em parceria com o governo francês e o Institut Français, o festival conta com apoio da Aliança Francesa de Salvador e do Governo da Bahia.
Agricultura
Agricultura Familiar da Bahia leva 15 toneladas de produtos para a COP30
Cooperativas baianas marcam presença no maior palco global sobre clima, com alimentos sustentáveis e inovadores
A Agricultura Familiar da Bahia segue rumo à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP30), que acontece entre 10 e 21 de novembro, em Belém do Pará. Um caminhão carregado com cerca de 15 toneladas de produtos de 27 cooperativas deixou Salvador nesta segunda-feira (3), levando sabores e práticas sustentáveis para o maior evento mundial sobre o futuro do planeta.
Os produtos baianos estarão em dois estandes e dois quiosques, ganhando visibilidade diante de mais de 40 mil visitantes, incluindo líderes globais, cientistas e representantes da sociedade civil. Entre os destaques estão o flocão e macarrão de milho não transgênico da Copirecê, frutas desidratadas da Coopaita, chocolates da Natucoa e Bahia Cacau, suco de uva da Cooperparaíso, chips de banana da Coomafes, além de cachaças de Abaíra, mel, castanhas e produtos de licuri.
Além da exposição, itens como flocão, feijão e suco de uva farão parte da alimentação dos participantes da COP30, reforçando o papel da agricultura familiar na promoção de uma dieta saudável e sustentável.
A iniciativa conta com apoio do Governo da Bahia, por meio da CAR, e articulação da Unicafes Bahia, Unisol Brasil e Conab. Para Jeandro Ribeiro, diretor-presidente da CAR, a presença na COP30 é um marco:
“Vamos levar o sabor e a força do rural baiano para o mundo. Viva a Bahia, viva a agricultura familiar!”, afirmou.
Agricultura
Agricultura familiar chega ao prato dos trabalhadores do VLT em Salvador
Parceria entre SDR e CTB garante alimentos frescos saudáveis, além de fortalecer cooperativas rurais baianas
A partir desta segunda-feira (3), mais de 3 mil trabalhadores das obras do Veículo Leve de Transporte (VLT) em Salvador passam a receber refeições preparadas com produtos da agricultura familiar baiana, em uma iniciativa que une qualidade alimentar e desenvolvimento regional.
Os trabalhadores das obras do VLT já começam a sentir os efeitos de uma política que aproxima o campo das estruturas do Estado. A partir desta segunda-feira (3), as refeições servidas no refeitório da obra passam a contar com produtos frescos e naturais adquiridos diretamente da agricultura familiar baiana, garantindo alimentação de qualidade e fortalecendo cooperativas e associações rurais da região.
A ação é fruto da parceria entre a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) e a Companhia de Transportes do Estado da Bahia (CTB), beneficiando mais de 3 mil trabalhadores e assegurando o fornecimento mensal de cerca de 600 kg de alimentos cultivados sem agrotóxicos e entregues semanalmente. A primeira remessa inclui verduras, legumes, polpas de frutas, temperos e proteína animal, fornecidos por cooperativas e associações como a COOPERAGRO, a Associação dos Trabalhadores Rurais de Candeias e a Associação Sol Nascente, de Vera Cruz. Em breve, também serão incluídos ovos e manteiga.
“É como soro na veia do agricultor. Ela beneficia diretamente as comunidades, fortalece a inclusão social e transforma a vida do produtor rural, que deixa a condição de subsistência e se torna um empreendedor rural”, afirmou Paulo Roberto, presidente da Associação dos Trabalhadores Rurais de Candeias.
Além de garantir refeições saudáveis para os trabalhadores, a parceria fortalece um modelo de desenvolvimento regional que valoriza a produção local e fomenta renda no campo. Para o secretário Osni Cardoso, a iniciativa traduz a missão da política pública rural da Bahia: “Estamos unindo quem produz e quem precisa. A agricultura familiar alimenta a cidade com qualidade e, quando o Estado abre esse caminho, quem ganha é o trabalhador, o produtor rural e a economia local.”
Segundo o presidente da CTB, Eracy Lafuente, “o VLT está proporcionando aos seus trabalhadores comida saudável, produzida pela agricultura familiar. É um marco importante para a construção civil.”
Em outubro, uma reunião entre SDR, CTB e entidades parceiras definiu a integração de produtos da agricultura familiar nas compras institucionais da Companhia. Além da ação nas obras do VLT, no último dia 20 a CTB recebeu os primeiros pacotes de café da agricultura familiar para consumo interno dos funcionários.
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