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Ciência

Obstetra baiana lidera projeto para diminuir dor do parto

Brasil ocupa o segundo lugar no mundo na realização de cesárea

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Foto: Pixabay

Para reduzir o desejo de realizar cesárea devido ao medo da dor, a ginecologista e obstetra baiana, Mônica Neri e a Profa. Maria do Carmo Leal, com coordenação da Fiocruz, criaram um projeto para ampliar o acesso à analgesia em trabalho de parto em maternidades brasileiras.

O projeto se fundamentou em uma pesquisa da Fiocruz que acompanhou 437 mães que deram à luz no Rio de Janeiro. No início do pré-natal, 70% delas não tinham a cesárea como preferência. No entanto, 90% delas acabaram dando à luz por meio do procedimento cirúrgico. Desse total, em 92% dos casos, a cirurgia foi realizada antes de a mulher entrar em trabalho de parto.

O estudo ‘Trajetória das mulheres na definição pelo parto cesáreo’ apontou um fato comum em grande parte das maternidades brasileiras que coloca o Brasil como 2ª país que mais realiza cesáreas no mundo, atrás apenas pela República Dominicana. De acordo com a ginecologista e obstetra baiana, doutora Mônica Neri, o medo da dor no momento do parto é um dos grandes motivos de as mulheres optarem pela intervenção cirúrgica.

“Infelizmente, por conta de muitas parturientes serem expostas a situações traumáticas de dor extrema durante o parto, muitas mulheres optam pela cesariana como prioridade. No entanto, é possível utilizar métodos de alívio da dor durante o trabalho de parto”, explicou a especialista.

A equipe de trabalho, composta por profissionais de saúde de duas maternidades-piloto, uma em Fortaleza e outra no Rio de Janeiro, realizou visitas técnicas nas maternidades Jeanne de Flandre, em Lille, e Regional de Angers, ambas na França, entre os dias 13 e 21 de dezembro.

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“É uma questão de acolher o desejo da mulher de não querer sentir dor. A mulher deve ter o direito assegurado de realizar o parto normal com todo o amparo para minimizar a dor. Como são feitos cada vez menos partos normais, precisamos definir fluxos e protocolos, bem como sensibilizar e capacitar os profissionais e gestores para investimento em ações de acolhimento e alívio da dor durante o parto natural. Acreditamos que seja uma estratégia importante para reduzir o percentual de cesárea no país”, afirmou.

O projeto coordenado pela Fiocruz – conta também com apoio do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (UFBA) –, é financiado pela Embaixada da França e pelo Ministério da Saúde francês.

Ciência

Estudantes desenvolvem produtos naturais para combater parasitas em animais domésticos 

Com base no melão-de-São-Caetano, sabonetes e desinfetantes mostram bons resultados no controle de ectoparasitas em animais domésticos 

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relação ao ano anterior. Diante dessa expansão e dos desafios na criação de animais domésticos, João Lucas dos Santos e
Foto: Ascom/Secti

O mercado pet tem crescido no Brasil e movimentado a economia nacional. Segundo o Instituto Pet Brasil (IPB), o setor faturou R$ 77 bilhões em 2024, registrando um aumento de 12% em relação ao ano anterior. Diante dessa expansão e dos desafios na criação de animais domésticos, João Lucas dos Santos e Maria Luiza Fontes, estudantes do Centro Territorial de Educação Profissional do Médio Sudoeste, em Itororó, desenvolveram, sob orientação de Thayane Gonçalves, produtos à base de melão-de-São-Caetano para o combate aos parasitas. 

A jovem cientista Maria Luiza explica que o melão-de-São-Caetano já era conhecido na comunidade por suas propriedades medicinais em humanos e, após pesquisas, revelou potencial ectoparasitário. “Nossa região enfrentou um aumento de problemas na criação de animais domésticos devido à presença desses parasitas. Ao identificarmos substâncias com ação ectoparasitária, desenvolvemos o produto para testes. Como essa planta é pouco explorada no combate aos ectoparasitas em animais, tivemos interesse em aprofundar esse estudo”. 

Os estudantes desenvolveram sabonete em barra e líquido para o banho dos animais, além de um desinfetante para higienização dos ambientes. “A planta pode ser usada de forma auxiliar no tratamento de doenças de pele causadas por fungos, além de micoses e sarnas. Ela também previne doenças, controla alguns parasitas que infestam animais, como os carrapatos e pulgões, e é indicada para a cicatrização de feridas”, afirma João Lucas. 

O produto, que conta com o apoio da Secretaria da Educação (SEC), foi testado em animais com sarna e feridas. “Aplicamos o sabonete em dois banhos semanais e obtivemos bons resultados em um mês. Também utilizamos um desinfetante em um local infestado por pulgas, erradicando-as em duas semanas, com aplicação três vezes por semana. O próximo passo é desenvolver um spray à base de melão-de-São-Caetano para auxiliar no tratamento de feridas e sarnas após o banho”, diz Maria Luiza. 

Bahia Faz Ciência 

A Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) estreou no Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico, 8 de julho de 2019, uma série de reportagens sobre como pesquisadores e cientistas baianos desenvolvem trabalhos em ciência, tecnologia e inovação de forma a contribuir com a melhoria de vida da população em temas importantes como saúde, educação, segurança, dentre outros. As matérias são divulgadas semanalmente, sempre às segundas-feiras, para a mídia baiana, e estão disponíveis no site e redes sociais da Secretaria. Se você conhece algum assunto que poderia virar pauta deste projeto, as recomendações podem ser feitas através do e-mail ascom@secti.ba.gov.br. 

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Ciência

Saberes ancestrais e preservação ambiental marcam SNCT na Aldeia Pataxó KAÍ 

No segundo dia de evento, povos originários de Prado conectam tradições indígenas à sustentabilidade e à ciência 

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Uma aldeia onde tradições ancestrais e preservação ambiental se entrelaçam. A Aldeia Pataxó KAÍ, localizada em Prado,
Foto: Gabriel Pinheiro

Uma aldeia onde tradições ancestrais e preservação ambiental se entrelaçam. A Aldeia Pataxó KAÍ, localizada em Prado, Extremo Sul da Bahia, foi o cenário das atividades do segundo dia da 21ª Semana Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCT), conectando os saberes indígenas à preservação do bioma Mata Atlântica. Em um ambiente que valoriza tanto a natureza quanto a cultura, os participantes discutiram o papel das comunidades tradicionais e povos originários na sustentabilidade. 

As atividades do dia incluíram rituais indígenas, debates sobre a ciência na ótica do povo Pataxó, e apresentações das escolas indígenas da região, reforçando o papel central da comunidade na proteção do bioma Mata Atlântica. A SNCT, que segue até o dia 18 de outubro com eventos em várias regiões da Bahia, aborda o tema “Biomas do Brasil: diversidade, saberes tradicionais e tecnologias sociais”. A programação completa está disponível no site ba.gov.br/secti. 

Segundo a diretora de Políticas e Programas da Secti, Sahada Luedy, as atividades da 21ª SNCT na Aldeia Pataxó KAÍ refletem o compromisso com o debate sobre os saberes tradicionais e a preservação dos biomas. “É um momento em que vamos debater e conhecer os saberes tradicionais para o bioma Mata Atlântica na visão do povo pataxó. Então, é um momento ímpar e muito emocionante estar aqui na Aldeia KAÍ com todos os indígenas que começam a chegar para a gente debater esse tema. São saberes tradicionais ajudando a ciência e tecnologia”, afirma.  

O secretário municipal de Desenvolvimento Indígena de Prado, Ricardo Oliveira, destaca a importância da SNCT para as comunidades indígenas da região. “Hoje, nós estamos na Aldeia KAÍ com a SNCT. É um momento muito importante para a Terra Indígena Barra Velha. É o momento de fazer as discussões e também o desenvolvimento das comunidades indígenas sobre a Semana de Ciência e Tecnologia aqui na comunidade da Aldeia Kaí e nos dois territórios indígenas”.  

Entre os parceiros da Secti no evento estão o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), as Secretarias da Educação (Sec), Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi), Meio Ambiente (Sema), Desenvolvimento Rural (SDR), Cultura (Secult), Turismo (Setur), além das Universidades de Feira de Santana (Uefs), do Sudoeste da Bahia (Uesb) e do Estado da Bahia (Uneb). Outros apoiadores são a Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), Instituto Anísio Teixeira (IAT), Museu de Arte Contemporânea (MAC), Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO) e Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). 

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Ciência

Semana Nacional de Ciência e Tecnologia inicia atividades no Festival da Ostra

Quilombo de Kaonge foi palco das primeiras atividades, conectando saberes ancestrais e ciência

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Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) para iniciar, neste final de semana, as atividades da 21ª Semana Nacional
Foto: Milena Monteiro/Ascom Secti

Uma comunidade marcada por raízes quilombolas, práticas agrícolas tradicionais e uma biodiversidade rica, com destaque para os manguezais e o bioma da Mata Atlântica. Esse é o Quilombo de Kaonge, em Cachoeira, local escolhido pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) para iniciar, neste final de semana, as atividades da 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) na Bahia, dentro da programação do Festival da Ostra. A SNCT segue até o dia 18 de outubro, com atividades em diversos territórios de identidade.

As primeiras ações da Semana Nacional de C&T incluíram visitas aos manguezais, palestras sobre biomas e ervas medicinais, dentre outras atividades. O Festival da Ostra destacou a importância das comunidades tradicionais na preservação dos biomas e na promoção de práticas sustentáveis, o que se alinha ao tema da SNCT:  “Biomas do Brasil – diversidade, saberes tradicionais e tecnologias sociais”. A programação completa pode ser consultada no site ba.gov.br/secti.

Para o secretário da Secti, André Joazeiro, a Semana Nacional na Bahia começa com o pé direito. “É uma atividade representativa. Trabalhamos há algum tempo com tecnologias sociais. Aprender com essas comunidades e trazer conhecimento para que elas melhorem sua produtividade e sua renda, tentando transformar a vida das pessoas. O tema da 21ª SNCT é biomas. E aqui tem um bioma totalmente único, com muito dendê, muitos frutos e vegetais da Mata Atlântica. Então, acho que estamos começando por um lugar que tem uma representatividade grande, tanto pela questão social, quanto pela questão dos biomas”.

O coordenador das Comunidades Quilombolas do Recôncavo, Ananias Viana, destaca a pluralidade da sua comunidade. “O tema da Festa da Ostra é a mudança climática e sustentabilidade, o que reforça nossa preocupação com os biomas. Aqui, no nosso bioma, tudo está interligado: a Mata Atlântica, os manguezais, as ervas medicinais, as águas dos rios que desembocam no mar. Nós, como comunidades quilombolas, vivemos em transversalidade, tratando de temas como saúde, educação, turismo comunitário e ancestralidade em uma só discussão, pois estamos conectados a tudo isso, cuidando do que é nosso para garantir nossa sobrevivência e espiritualidade”.

O evento contou com a presença do governador Jerônimo Rodrigues, do senador Jaques Wagner, da primeira-dama e presidente das Voluntárias Sociais, Tatiana Velloso, do secretário da Secti, André Joazeiro, do secretário de Turismo, Maurício Bacelar, e do chefe de Gabinete da Secti, Marcius Gomes, dentre outras autoridades.

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Entre os parceiros da Secti no evento estão o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), as Secretarias da Educação (Sec), Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi), Meio Ambiente (Sema), Desenvolvimento Rural (SDR), Cultura (Secult), Turismo (Setur), além das Universidades de Feira de Santana (Uefs), do Sudoeste da Bahia (Uesb) e do Estado da Bahia (Uneb). Outros apoiadores são a Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), Instituto Anísio Teixeira (IAT), Museu de Arte Contemporânea (MAC), Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO) e Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).

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