Esporte
Bellintitanic
O Bahia é o Titanic que já começa a naufragar, mas o seu capitão se acha portentoso, capaz de impedir a tragédia


Nestor Mendes Jr.
O Titanic, construído em Belfast, Irlanda do Norte, na sua viagem inaugural, entre Southampton, Inglaterra, e Nova York, EUA, chocou-se com um iceberg e afundou duas horas e quarenta minutos depois, na madrugada do dia 15 de abril de 1912.
Uma das cenas mais tocantes desta tragédia foi a banda, liderada pelo violonista Wallace Hartley, tocar “Nearer, My God, To Thee” (Mais perto, Meu Deus, de Ti) enquanto o então maior navio do mundo ia a pique nas águas geladas do Atlântico Norte.
O transatlântico tinha as mais avançadas tecnologias, mas não tinha botes suficientes para todos. De 2.240 pessoas, 1.517 morreram no naufrágio.
O Esporte Clube Bahia é o Titanic que já começa a naufragar, mas o seu capitão de breve curso ainda se acha portentoso, majestoso, mágico colosso, capaz de impedir a tragédia, embora a submersão seja visível e os violinos já estejam a postos para tocar a nossa última canção – talvez o hino magistral de Adroaldo Ribeiro Costa.
Em uma de suas recentes entrevistas, Guilherme Bellintani declarou: “o meu dever como presidente é seguir adiante e recuperar o que causamos, a tristeza, o desalento, a desesperança da torcida. Os dirigentes que são responsáveis por isso também vão ser responsáveis por trazer alegrias para a torcida”.
Como se fosse um mágico, ele acha que vai sacar uma das soluções de Harry Potter em Hogwarts e transformar a sua péssima gestão em um período triunfal e épico, de grandes conquistas. Torrou RS 216 milhões, em 2021, e não se sabe pra quê.
“Quem pensa qualquer coisa diferente disso não conhece a minha biografia, não conhece minha história, minha luta”, disparou ainda o presidente do Bahia.
Sinceramente, que biografia, que história, que luta?
Até agora, em quatro anos, o que vemos foram atitudes de um mitômano, baseando-se na mentira patológica e na pseudologia fantástica para nos convencer de que haverá sempre um recomeço e de que as coisas serão sempre diferentes após um vexame, uma humilhação, um desastre.
E não são. E não serão.
Não quero me apegar em resultados em campo para não ficar repetindo o óbvio, mas três situações são exemplares:
A primeira delas foi a saída de Mano Menezes do comando do time, depois do entrevero Gerson x Indio Ramírez no jogo contra o Flamengo, no Maracanã. Ainda no vestiário, coincidentemente logo após Bellintani se solidarizar com Gerson, Mano – capitão de longo curso – ficou abandonado, sólido, solidário e solitário na defesa do atleta tricolor. Esta foi a primeira trinca na relação entre diretoria e torcida, além de fraturar para sempre a confiança dos treinadores e jogadores nos seus dirigentes.
O segundo episódio foi o protesto da Bamor no CT Evaristo de Macedo, quando a diretoria foi à delegacia e deu queixa dos torcedores. Naquele momento não houve violência ou dano material de nenhuma espécie que justificasse um B.O., bem diferente do atentado contra o ônibus da delegação. Este, sim, criminoso e condenável. A indignação da torcida contra a direção atual do clube é muito justa, mas não se confunde com banditismo nem com criminalidade.
O terceiro episódio, que muito diz deste Titanic comandado de modo imprudente e megalomaníaco, é a contratação de Marcelo Cirino, que se recuperou de uma grave contusão no clube, ganhou dinheiro e partiu. O emblemático deste episódio, além do passa-quatro que tomou, é a direção jogar exclusivamente, e de forma ridícula, no atentado à delegação o ônus pela grande “banana” que o atacante deu. Cirino foi embora porque viu frouxidão no comando e achou um bote pra escapar.
Ainda em sua “entrevista-confissão”, Bellintani diz que encara o problema “com muita humildade”. Nada mais enganoso. O presidente do Bahia é do tipo orgulhoso vaidoso, que sempre se apresentou com uma atitude arrogante de superioridade, sempre prepotente e sempre dono da mais condestável superioridade moral. Nunca ouviu ninguém, a não ser a claque genuflexória de seus sequazes e subalternos.
As histórias do “insubmergível” Titanic e do Bahia guardam muitas coisas em comum. Assim como o comandante Edward Smith, do grande navio, o comandante Guilherme Bellintani, do grande clube – embora já esteja fora de uma futura liga dos grandes clubes do Brasil – ignorou solenemente os avisos de perigo. Que, no caso do futebol, se traduziram em vários quase rebaixamento, eliminações precoces em competições e derrotas humilhantes.
Por causa da confiança cega de Smith, a tripulação do grande navio não possuía binóculos. No ECB, a cegueira, engendrada pela arrogância e pela vaidade de seu capitão, não permitiu enxergar os obstáculos que se interpunham neste mar tempestuoso e bravio.
Por pura teimosia, imprudência e falta de humildade, o comandante do ECB, assim como o do Titanic, seguiu uma rota às cegas, desprezando os navegadores mais experientes, os dados históricos e a nossa própria história. Embora “professor de Deus”, mostrou-se estar totalmente despreparado para as tempestades, icebergs e para o imprevisível que é este jogo de bola, de onze contra onze, chamado futebol.
Nenhum comandante está imune a erros – como não o foi o veterano Edward Smith –, mas provavelmente saberá o que fazer para evitar que o navio aderne e naufrague.
E para que a torcida do Bahia não tenha que ouvir os violinos a tocar “Nearer, My God, To Thee”, enquanto toca o fundo do abismo, renuncie Guilherme Bellintani com toda a sua diretoria e convoque, já, novas eleições.
Nestor Mendes Jr. é jornalista e sócio centenário do Esporte Clube Bahia
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Bahia Pra Você.
Esporte
Hugo Calderano vence a Copa do Mundo de Tênis de Mesa
É o primeiro atleta não asiático ou europeu a conquistar o título. O mesatenista tem o suporte do programa Bolsa Atleta do governo federal

O mesatenista brasileiro Hugo Calderano venceu a Copa do Mundo de tênis de mesa, neste domingo (20), em Macau, na China. É o primeiro atleta não asiático ou europeu a conquistar o título. “É uma sensação incrível ganhar esse título”, disse Calderano em entrevista à Federação Internacional de Tênis de Mesa após o jogo.
“Eu comecei não muito confortável, perdi o primeiro set, mas consegui fazer alguns ajustes táticos e também estava muito pronto mentalmente quando a chance apareceu. Estou muito orgulhoso também de conseguir representar tão bem o Brasil e trazer um título desse tamanho para o nosso país”, comemorou.
Na final, o carioca de 28 anos derrotou o chinês Lin Shidong, número 1 do ranking mundial, por 4 sets a 1. No caminho, superou o chinês número 2 do mundo, Wang Chuqin e o japonês número 3, Tomokazu Harimoto.
Também no pós-jogo, Calderano lembrou o período duro que atravessou após os Jogos Olímpicos de Paris, em 2024, quando chegou às semifinais e ficou perto da medalha, mas perdeu para o sueco Truls Möregårdh na semifinal e perdeu o bronze para o francês Felix Lebrun. Ainda assim, na ocasião, ele obteve a melhor campanha de um atleta das Américas na história da modalidade na competição.
“Eu nunca poderia imaginar conseguir um título dessa magnitude [hoje], principalmente começando nessa competição, não vinha performando na minha melhor forma, mas fiz um jogo incrível na final contra o número 1 do mundo, que tem ganhado a maioria dos títulos recentemente, está jogando no nível altíssimo e eu consegui dominar o jogo em quase todas as partes”, contou Calderano.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva homenageou o brasileiro, que há quase 15 anos tem o suporte do programa Bolsa Atleta do governo federal.
“Desempenho incrível do atleta top 5 do mundo”, escreveu Lula, em publicação nas redes sociais. “Num torneio com 48 dos melhores competidores internacionais, o brasileiro levou pela primeira vez um jogador das Américas à decisão e ao título”, destacou.
A última vez que um atleta não chinês conquistou o título da Copa do Mundo foi em 2017, com o alemão Dimitrij Ovtcharov. Antes de 2025, a melhor campanha de Hugo Calderano na competição foi em 2019, quando alcançou as quartas de final.
Com o resultado, brasileiro sobe da quinta para a quarta posição no ranking mundial. Ele, que é tricampeão individual dos Jogos Pan-Americanos e semifinalista olímpico, acumula 25 títulos no circuito internacional do tênis de mesa.
O Bolsa Atleta é um programa do Ministério do Esporte, criado em 2005, que patrocina individualmente atletas e paratletas de alto rendimento em competições nacionais e internacionais de sua modalidade. Ele garante condições mínimas para que se dediquem, com exclusividade e tranquilidade, ao treinamento e a competições locais, sul-americanas, pan-americanas, mundiais, olímpicas e paralímpicas.
Fonte: Agência Brasil
Esporte
Manobras Radicais agita estacionamento do Estádio de Pituaçu
Com a 1ª Etapa, Copa Baiana inicia atividades em 2025 com muita emoção, disputa e adrenalina

Com o lema “Não aos rachas de rua”, o estacionamento do Estádio de Pituaçu, na capital baiana, vai sediar a 1ª etapa da Copa Baiana de Manobras Radicais 2025 neste domingo, 11. As disputas das categorias força livre, 4 cilindros, 6/8 cilindros e turbo iniciam às 11h e seguem até as 17h, com o apoio da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), autarquia da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre).
O Estádio de Pituaçu, reconhecido por receber diversas modalidades do esporte, desta vez, se transformará numa grande arena de adrenalina sobre rodas, segundo Adriano Sérgio, o organizador da prova, através da Panhada Sport e que conta com a supervisão técnica da Federação de Automobilismo da Bahia (FAB). A entrada é mediante a doação de 1kg de alimento que será destinado a instituições de caridade da cidade.
“Em campo, pilotos experientes de Manobras Radicais/Drift e suas máquinas – veículos adaptados para a modalidade – se apresentarão diante de um grande público, composto de adultos e crianças, todos amantes de carros, automobilismo e emoção. Neste evento os pilotos colocarão suas habilidades em teste, numa pista com total segurança e com obstáculos e provas, como uma grande Gincana. Seguindo um regulamento bastante justo e com um júri renomado em competições automobilísticas”, pontua.
Ele acrescenta que o evento contará com Praça de Alimentação e uma Vila Automotiva montada no local com exposição de veículos dos clubes e grupos de carros antigos, supercarros, carros japoneses, rebaixados, de competição, entre outros. “Preparem-se para uma grande confraternização, um evento familiar agregando todos os apaixonados por carros, manobras e drift em um só lugar”, finaliza.
Esporte
Delegação baiana viaja para o Campeonato Brasileiro de Barcos Curtos
Medalhista paralímpico, Renê Pereira é considerado favorito em sua categoria tem apoio da Sudesb

Com a presença do medalhista de bronze nas Paralimpíadas de Tóquio 2020 e octacampeão brasileiro, Renê Pereira, a expectativa é que a Bahia conquiste grandes resultados no Campeonato Brasileiro Interclubes (CBI) de Barcos Curtos. Além de Renê e sua acompanhante, mais duas atletas viajam com passagens aéreas concedidas pela Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), vinculada à Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre).
Conforme Adroaldo Mendonça, o presidente da Federação dos Clubes de Remo da Bahia (FCRB), são esperados bons resultados da delegação baiana na competição que começou ontem (07) e segue até o dia 13, na cidade de São Paulo. Na programação do campeonato, a terça-feira, 08, será destinada ao Congresso Técnico. Já na quarta, dia 09, iniciam as eliminatórias para as categorias júnior, sub-23 e sênior. As semifinais da competição acontecem na sexta-feira, 11, e as finais no sábado e domingo, dias 12 e 13.
“Temos a expectativa de medalha principalmente com Renê. Natalie é um destaque da Bahia, com grande chance de chegar entre os três primeiros e trazer medalha. Ainda tem Marilene, que vai competir sênior, já foi várias vezes campeão norte-nordeste, brasileiro, está voltando a competir e a expectativa é boa. Todos três têm chances de medalhar nesse campeonato”, afirma.
Tanto para Renê, quanto para Natalie e Marilene Silva – ambas atletas do Clube de Natação e Regatas São Salvador (CNRSS) -, a competição é considerada importante para que eles subam no ranking e possam pleitear mais benefícios de programas estatais de apoio ao esporte. Nesse cenário, Adroaldo reforça a importância da Sudesb. “Os clubes hoje não têm condições, nem os atletas, de custear essas passagens. A gente, possivelmente, não iria se não fosse esse apoio da Sudesb com relação às passagens, que é imprescindível.”
Renê também celebra o apoio da superintendência e vem animado para a competição nacional, após conseguir bom resultado em outras competições. “Expectativa é a melhor possível, já que agora em março voltei de um sul-americano com mais um título. Espero manter o título de campeão brasileiro e alcançar mais uma nova conquista. Esse apoio dado a Sudesb é de suma importância e espero honrar da melhor forma possível com mais um título brasileiro”, pontua o remador.