Saúde e Bem-Estar
Edmary Urpia fala sobre psicoterapia
Em nosso papo, também complementado pelo podcast, tratamos do preconceito em relação ao acompanhamento psicológico
![na contemporaneidade é a importância da psicoterapia. Para falar sobre o assunto, convidamos a psicóloga e professora universitária Edmary Urpia](https://bahiapravoce.com.br/wp-content/uploads/2021/07/Topo-Edmary-Urpia.png)
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Professor Leonardo Campos
Um dos temas mais debatidos na contemporaneidade é a importância da psicoterapia. Para falar sobre o assunto, convidamos a psicóloga e professora universitária Edmary Urpia, profissional com longa trajetória neste campo fundamental para a manutenção da saúde mental de uma sociedade cada vez mais adoecida. Em nosso papo, também complementado pelo podcast no final da entrevista, narrado pelos jornalistas Caio Batista e Emerson Miranda, tratamos do preconceito em relação ao acompanhamento psicológico, a banalização de medicações psiquiátricas e três temas da área de nossa entrevistada, isto é, o psicodrama, o atendimento de casais e a orientação vocacional para os jovens.
Vamos nessa?
Edmary, ainda hoje é possível observar pessoas que resistem diante do acompanhamento psicológico, pois consideram a psicoterapia algo para “malucos”, uma expressão, por sinal, bem degradante. Isso é comum em sua rotina de atendimentos?
A psicologia, ela ainda às vezes é confundida pelas pessoas com psiquiatria. Que as pessoas quando procuram é porque são malucas, porque têm doença mental e não é esse o caminho da psicologia. A psicologia trabalha com transtornos do comportamento, distúrbios de ansiedade, depressão. Mas ela busca fazer com que o indivíduo tenha autoconhecimento, o porquê desses sintomas, é se autoconhecer, é saber aquilo que incomoda, aquilo que está trazendo esse mal-estar. Todo mundo hoje fala de bem-estar da saúde mental, e a psicologia faz parte desse processo de bem-estar da saúde mental. E o estar bem com a saúde mental não é só com problemas físicos ou que tenha que tomar medicação, é a busca de se conhecer. Às vezes você está num trabalho e você está insatisfeito, está desmotivado, e aquilo lhe causa um incômodo, uma ansiedade. Então são buscas realmente de autoconhecimento, de crescimento pessoal e emocional do indivíduo.
Com a pandemia, o mundo mudou. Diante deste novo cenário, os atendimentos também se transformaram?
Nesse tempo de pandemia, nós profissionais tivemos que nos reinventar e nos ajustar à essa nova forma de atendimento. Às vezes temos problemas de conexão, cai a internet, às vezes naquele dia não tá muito bom. Então a gente enfrenta alguns problemas relacionados a isso, mas de forma geral tem sido bom. As pessoas têm procurado. Eu atendo presencial e online, e se for por preferência, eu prefiro mais o presencial. Acho que a gente tem uma maior liberdade, e eu gosto muito de ficar de frente, e tem algumas técnicas de psicodrama que eu gosto de fazer presencialmente. Então se for por preferência, eu prefiro presencialmente.
Sobre a polêmica envolvendo medicação. A senhora acha que hoje temos um processo de banalização do remédio controlado, o popular “tarja-preta”?
Hoje nós sabemos que os remédios têm farmácias e locais que você consegue sem receita. E tem aquela coisa de você ouvir “tal remédio me fez bem”. A pessoa vai e compra. Igual ao processo de emagrecimento. Alguém diz: “eu tomei tal remédio para emagrecer”. O que acontece? As pessoas vão, compram e usam. E a gente sabe que isso não está certo, porque cada pessoa tem um organismo, um mecanismo de funcionamento do seu corpo… e remédio controlado é uma coisa muito séria que só deve ser tomado se for realmente necessário.
Importante isso sobre a medicação. Nós trabalhamos o tema num texto do professor Leonardo Campos sobre a banalização do remédio controlado e o uso desmesurado de Rivotril no Brasil.
Sim, sobre essas questões de buscar remédio, isso acontece muito. Porque as pessoas pensam em eliminar a dor, ou o incômodo, ou o desconforto que ela está sentindo. E ela acha que o remédio vai resolver. Só que é aquilo que a gente fala para as pessoas: “você não vai conseguir tirar o problema”. A causa vai estar lá. Você vai camuflar, tirando de imediato a dor ou o desconforto, mas a causa vai estar lá. E em algum momento ela vai voltar. E têm pessoas que para não deixar que isso aconteça, acabam ficando dependentes dessas medicações.
Sobre o atendimento de casais. Vemos muito disso em filmes, novelas, mas na vida real, para algumas pessoas, parece algo muito incomum.
Trabalhar com casais ainda é pouco procurado. A gente vê mais as pessoas, mesmo quando estão com problemas conjugais, elas procuram individualmente. Ou a mulher procura primeiro, o homem custa a entender que precisa desse acolhimento. Mas quando eles resolvem, ou até por conta quando a gente indica o porquê que eles não fariam terapia de casal, aí alguns resolvem fazer. Você tem que ter o equilíbrio e um domínio muito grande da técnica e do espaço. Porque não pode, lá na terapia de casal não é para haver acusações, brigas e você tem que ter o equilíbrio para que um ou o outro não pense que você está favorecendo um dos dois. Então você tem que estar muito atenta à fala, à escuta, ao que eles de alguma tragam suspeitando que você está do lado de outro. Então as regras têm que ser muito claras ‘o que é que se faz numa terapia de casal’. E essas regras, e esses contratos devem ser muito claros, e precisam ser as vezes assinados para que os dois se comprometam com aquilo que tão fazendo. A ideia é que o casal traga quais são as suas dificuldades, qual é o objetivo deles em fazerem aquela terapia, e a partir daí a gente começa a fazer o tratamento, o atendimento. É um processo muito rico se os dois realmente se empenharem, e está começando a acontecer agora até por conta da pandemia que está aí trazendo muita coisa à tona.
Outro ponto interessante em sua trajetória é o atendimento para jovens, a chamada orientação vocacional. Como funciona?
Veja só, cada vez mais jovens estão entrando na faculdade cada vez mais cedo com dezessete anos, com dezoito. Às vezes um jovem com essa idade não tem ainda muita clareza do que é que ele quer fazer, do que é ele quer trabalhar. Porque é uma escolha que de alguma forma é para vida toda. Claro que eles podem mudar no meio do caminho, todos nós podemos mudar no meio do caminho, trocar de profissão, fazer outra formação, mas é uma escolha que traz muita angústia, tanto para o jovem quanto para a família. Os pais às vezes direcionam para determinadas escolhas que nem sempre é o que eles querem. Então a gente tem uma família e a família inteira fez direito, aí é como se o adolescente tivesse já talhado para ser advogado, e às vezes nem isso é o que ele quer. Então é importante que os jovens, a família entenda que eles precisam ter uma orientação vocacional para escolherem com clareza, sabendo realmente se é isso que eles querem fazer para vida deles.
Edmary, para finalizarmos, analisamos o seu perfil nas redes sociais e destacamos algo curioso e bem interessante: o psicodrama. Como funciona esta modalidade no campo da psicologia?
O psicodrama foi criado por Jacob Levy Moreno, e é muito conhecida por se trabalhar em grupo, mas ela tem muito mais a linha do psicodrama. A teoria psicodramática traz muitas outras contribuições como a socionomia, a sociometria, a sociologia, ela é pautada na filosofia e traz muita contribuição. É uma terapia que usa a escuta também, mas ela traz pro set terapêutico que o indivíduo traga para ali exatamente a sua vivência. Através da criação do ambiente onde aquilo aconteceu, você monta no set terapêutico exatamente a situação, quantas pessoas estavam, o que é que foi dito e a pessoa entra de novo naquela mesma sensação, naquela mesma emoção quando viveu aquela situação anteriormente ou atualmente. Hoje aqui em Salvador, nós temos a ASBAP que é a Associação de Psicodrama da Bahia, onde tem a formação de vários psicólogos para essa linha de trabalho.
Convidamos os nossos leitores a ouvir e compartilhar o podcast que acompanha os bastidores desta entrevista bastante elucidativa sobre a importância da psicoterapia e temas tangenciais.
Leonardo Campos é Graduado e Mestre em Letras pela UFBA.
Crítico de Cinema, pesquisador, docente da UNIFTC e do Colégio Augusto Comte.
Autor da Trilogia do Tempo Crítico, livros publicados entre 2015 e 2018,
focados em leitura e análise da mídia: “Madonna Múltipla”,
“Como e Por Que Sou Crítico de Cinema” e “Êxodos – Travessias Críticas”.
Saúde e Bem-Estar
Falta de higiene é a principal preocupação dos brasileiros na Hora H
Estudos apontam que a higiene íntima adequada é essencial não só para a saúde física, mas também para a saúde emocional durante o sexo
![levantadas — que vão desde falhas de desempenho até contrair uma IST — o medo que mais se destacou foi a falta de higiene do](https://bahiapravoce.com.br/wp-content/uploads/2024/10/AnyConv.com__still-life-dispenser-bottle-1.webp)
Uma pesquisa realizada com usuários do aplicativo Ysos revelou quais receios dominam a mente das pessoas na hora H. Entre todas as apreensões levantadas — que vão desde falhas de desempenho até contrair uma IST — o medo que mais se destacou foi a falta de higiene do contatinho.
A Higiene em primeiro lugar
De acordo com a pesquisa, 100% dos entrevistados admitiram ter algum nível de receio de que sua parceria não seja higiênica, e 42,9% afirmaram sentir “muito medo” disso. Essa preocupação, no entanto, é bem válida, pois a falta de higiene pode gerar desconforto, repulsa e até riscos de saúde, como infecções.
De acordo com a sexóloga Tamara Zanotelli, estudos apontam que a higiene íntima adequada é essencial não só para a saúde física, mas também para a saúde emocional durante o sexo. “Sentir-se limpo e confiar na higiene da parceria é um pré-requisito importante para uma experiência prazerosa e sem preocupações. O temor da falta de asseio pode ser um reflexo do aumento da conscientização sobre autocuidado e da popularização de discursos ligados ao bem-estar sexual”, diz.
Medos relacionados a performance e desempenho
A pesquisa também revelou que falhar na performance, especialmente no contexto de ejaculação precoce ou de não satisfazer a parceria, é uma preocupação relevante. 78,6% dos participantes demonstraram algum medo de deixar sua parceria insatisfeita, o que sugere que as expectativas em torno do prazer alheio continuam a pesar sobre as relações sexuais.
Eduardo* foi um dos entrevistados durante a pesquisa. Ele revelou que brochar ou ser vítima de desprezo ou chacota por parte do parceiro são alguns dos seus piores medos na Hora H. “Algumas vezes, durante o sexo, não consegui manter a ereção. Nas primeiras vezes foi bastante deprimente, mesmo que a outra pessoa dissesse que estava tudo bem”.
Curiosamente, 50% dos entrevistados não temem que a parceria goze rápido demais. Para Mayumi Sato, CMO do aplicativo, isso pode indicar uma mudança na forma como o prazer é negociado nas relações. “Enxergamos a hipótese de que o prazer do outro está se tornando mais central e os egoístas estão se extinguindo”, afirma.
ISTs e quebra de confiança
O medo de contrair uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) também está entre os mais expressivos. 92,7% dos participantes afirmaram ter receio de se expor a uma IST, sendo 57,1% com muito medo. “Esse dado é um reflexo direto da importância da educação sexual e da conscientização sobre práticas seguras, como o uso da camisinha”, diz Mayumi.
Por outro lado, a prática do stealthing (retirada da camisinha sem consentimento) é um medo crescente: 71,4% dos entrevistados revelaram receio de que o contatinho retire o preservativo durante a relação, com 50% sentindo muito medo. Isso reflete como questões de confiança e consentimento estão cada vez mais em pauta no campo das relações sexuais.
Limites e Intimidade: Quando o Medo é de Rir ou Gemer Demais
Alguns receios mais inusitados também aparecem nos dados. Enquanto 50% dos entrevistados não temem que a parceria dê gemidos altos demais durante o sexo, metade também não se importa em ter uma crise de riso no meio da relação. Essa leveza pode indicar uma maior aceitação dos momentos imperfeitos e humanizados do sexo, com menos pressão pela “performance ideal”.
Entretanto, o silêncio durante o sexo ainda desperta desconforto: 71,4% das pessoas demonstraram medo de que a parceria fique muda. A comunicação durante o ato é uma forma importante de conectar-se emocionalmente e, por isso, o silêncio pode ser percebido como um sinal de falta de interesse ou conexão.
Sexo anal e medo de passar vergonha
O sexo anal também é um campo que desperta inseguranças, especialmente ligadas à possibilidade de sujar a parceria, conhecido como “passar cheque”. 57,2% dos entrevistados temem sujar alguém, e 64,3% sentem mais medo de serem sujados. Esses dados mostram que, além do desconforto físico, o receio de constrangimentos ainda pesa bastante nesse tipo de prática.
Sobre o Ysos
O Ysos é um aplicativo que permite os amantes do sexo liberal a encontrar o terceiro elemento para um ménage a trois . Lançado em 2018 pelo Sexlog, maior rede social adulta do país, a plataforma está disponível para Android e iOS e pode ser baixada na Play Store e na App Store.
Saúde e Bem-Estar
Ligadas por Fios 2023 é lançada no Shopping da Bahia
A campanha estimula a doação de mechas de cabelo para confecção de perucas para mulheres em tratamento contra o câncer
![através da Superintendência de Prevenção à Violência lançou, na manhã desta segunda-feira (2), a campanha 'Ligadas por Fios'.](https://bahiapravoce.com.br/wp-content/uploads/2023/10/2-1.webp)
Chegou a hora de doar autoestima para as mulheres em tratamento contra o câncer e lembrar os cuidados e a prevenção da doença. A Secretaria da Segurança Pública, através da Superintendência de Prevenção à Violência lançou, na manhã desta segunda-feira (2), a campanha ‘Ligadas por Fios’.
A iniciativa, que visa a arrecadação de mechas de cabelo para confecção de perucas para mulheres em tratamento contra o câncer, chega à quarta edição. O lançamento contou com a participação do subsecretário da SSP, Marcel Oliveira, da secretaria de Políticas para as Mulheres, Elisângela Araújo, da superintendente da Sprev, TC Denice Santiago, e das madrinhas da campanha, entre elas a primeira-dama do estado, Tatiana Veloso, Adriana Rangel, e a diretora do Departamento de Polícia Técnica, Ana Cecília Bandeira.
Nos stands montados ao longo do mês no centro de compras, além de conhecer o trabalho do Instituto Amor em Mechas, parceiro da campanha e entidade sem fins lucrativos responsável pela confecção das perucas, interessados em doar podem fazer a retirada da mecha e depositar na urna. Ações de cuidado feminino também estão disponíveis no local.
“É um orgulho para a SSP participar de uma campanha tão solidária, além de alertar sobre a necessidade de autocuidado e do diagnóstico precoce para a completa cura da doença”, afirmou o subsecretário, que aproveitou para convidar as baianas a conhecerem o trabalho realizado pela Sprev há quatro anos na coleta de mechas.
Quem optar por levar a doação já cortada, que deve ter o mínimo de 15 centímetros de comprimento, urnas também estarão disponíveis nas sedes das quatro Forças de Segurança, além do Centro de Operações e Inteligência e prédio administrativo da SSP.
Após a confecção das perucas, mulheres em tratamento e que não têm condições de custear são selecionadas para receber os itens de forma gratuita, junto a outros acessórios que compõem o kit do amor, contendo também lenços, bijuterias, turbantes entre outras peças.
Saúde e Bem-Estar
Luiz Antônio fala sobre o profissional de Enfermagem
Confira a entrevista e acompanhe o podcast. Aproveite e deixe seu comentário
![Leonardo Campos, vamos conversar com o profissional de enfermagem Luiz Antônio Araújo dos Santos Filho, técnico em enfermagem formado pelo](https://bahiapravoce.com.br/wp-content/uploads/2021/11/5beb0f0ad807a708345113.jpeg)
![](https://bahiapravoce.com.br/wp-content/uploads/2021/04/LeonardoFotoNova.jpg)
Leonardo Campos
Na edição de hoje da coluna semanal Saúde e bem-estar, conduzida por quem vos escreve, o professor universitário, pesquisador e crítico de cinema Leonardo Campos, vamos conversar com o profissional de enfermagem Luiz Antônio Araújo dos Santos Filho, técnico em enfermagem formado pelo Centro de Formação Técnica Irmã Dulce, jovem que atualmente é membro da equipe de atendimento do Hospital Professor Eládio Lassere, situado em Águas Claras, bairro de Salvador. Confira a entrevista e depois acompanhe o podcast que escrevi e dirigi, narrado pelos jornalistas Emerson Miranda (@emersonmirandatv) e Caio Batista (@caiovbatista), com transcrição e edição de Yasmin Bessa (@yasminbessa). Leia, reflita, compartilhe e deixe os seus comentários, combinado?
Luiz, conta para os nossos leitores um pouco de sua trajetória. Enfermagem foi algo aleatório ou paixão?
Eu comecei com direito, mas não me identifiquei, apesar de colegas sempre dizerem que eu seria um ótimo criminalista. Por outro lado, eu sempre gostei de cuidar das pessoas, de fazer curativo, de verificar sinais vitais. A área da saúde me fascina muito, e hoje estar na minha área me faz querer saber sempre mais, então posso dizer que sim… é paixão.
Como é o seu cotidiano na unidade hospitalar em que trabalha?
Meu cotidiano é maravilhoso. Eu chego no hospital, coloco minha farda, vou fazer a visita dos meus pacientes, vou verificar os sinais vitais – que é verificar temperatura, aferir a pressão, olhar o HGT – que é dar uma olhada na glicemia do paciente para ver se está normal. Dou os meus medicamentos, aí vou dar os meus banhos nos leitos, vou fazer os curativos, e aí depois vai evoluir, né… que é anotar tudo aquilo que realizei e verifiquei no paciente.
Um dia no hospital é… uns dias são tranquilos, outros dias são corridos por conta da nossa cidade que é um pouco violenta, chegam pessoas em situações graves, de vítima de PAF – que é perfuração por arma de fogo – ou acidente de moto, carro, e aí é aquela correria total. Mas quanto mais desafiador, mais gratificante, pois eu tenho a chance de me tornar um profissional melhor. E é isso, eu amo falar sempre.
O que é preciso para ser um bom profissional de enfermagem?
Para ser enfermeiro ou técnico não basta ter amor para ajudar as pessoas, é preciso também ter determinação, estudar muito, saber lidar com pessoas, estar atento, ter o emocional controlado – pois surgem situações inesperadas e extremas – ser firme, ser agradável, ser forte -pois vamos lidar com muito sangue, feridas, secreções – e muita gente não suporta isso. É uma profissão boa com áreas extensas para trabalhar. Como qualquer outro emprego, é preciso foco, determinação, amor. Que você tenha uma linda carreira e seja um ótimo profissional. Então siga em frente, vai lá, busca o seu melhor e venha para cá, junto comigo, trabalhar e ajudar os outros.
O acolhimento adequado é um dos principais pontos de equilíbrio no desenvolvimento do trabalho no cotidiano hospitalar, correto?
O acolhimento é uma postura ética que implica na escuta do paciente em suas queixas, no reconhecimento do seu protagonismo, no processo de saúde e adoecimento. É importante o acolhimento para que aconteça a organização das filas de espera no serviço de saúde, para que aqueles usuários que precisem mais, sejam atendidos com prioridade e não por ordem de chegada, senão assim virará uma bagunça.
Um bom enfermeiro tem que saber lidar com a diversidade…
Sim. Não só os enfermeiros, mas todos. Médicos, fisioterapeutas, professores, advogados, entre outros. Devemos respeitar as diferenças que abrangem religião, orientação sexual…ter mais empatia. As diferenças não estão apenas só no aspecto físico, mas também na forma de como o indivíduo enxerga o mundo, principalmente no hospital onde estamos apenas para salvar vidas, e não julgar ou negar socorro só por não pensarmos ou agirmos da mesma forma.
E para terminarmos, o enfermeiro precisa se impor. Comenta para nosso leitor essa condição do profissional no cotidiano hospitalar.
O profissional de enfermagem precisa se impor, porque dessa questão de que o enfermeiro, culturalmente, é menos que o médico, isso vai muito da postura de cada enfermeiro. De não se impor como profissional, com conhecimento de saber o que está fazendo. Não só os enfermeiros em si, os técnicos também, pois estamos mais próximos aos pacientes no dia a dia e sabemos como eles estão evoluindo. Aí entra a importância de termos que estar sempre preparados, pois o paciente pode rebaixar, pode ter uma parada, e temos que estar sempre preparados, pois muitas vezes o hospital não tem os recursos necessários.
Agora, acompanhe o nosso podcast. Na próxima edição, o nosso convidado retorna para falar mais sobre enfermagem, autocuidado, saúde e bem-estar, dentre outros temas tangenciais, combinado?