Saúde
Com a pandemia, número de transplantes de rim caiu
A Covid-19 impactou a realização de transplantes no Brasil. Em 2021, o índice ficou 26% abaixo da taxa anterior à doença

A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) alerta que a pandemia de Covid-19 impactou a realização de transplantes no Brasil. Em 2021, o índice de transplante renal de 22,4 pmp (número de transplantes por milhão de pessoas) ficou 26% abaixo da taxa anterior à pandemia. Para incentivar a doação de rim e esclarecer os procedimentos, a entidade médica lançou nessa semana a campanha “SBU pela doação de órgãos”.
Quando os rins param de funcionar, o paciente deve se submeter a sessões de hemodiálise, cuja periodicidade pode variar de duas a sete vezes por semana, dependendo do caso do paciente. Cada sessão pode durar de três a cinco horas.
De acordo com a SBU, para uma melhor qualidade de vida, o transplante renal pode ser indicado em muitos casos. A insuficiência renal pode ocorrer devido a problemas como diabetes, pressão alta, inflamação nos vasos que filtram o sangue, doença renal policística, doença autoimune e obstrução do trato urinário, entre outros.
Segundo o presidente da SBU, Alfredo Canalini, a campanha foi criada devido à necessidade de conscientizar a população sobre a doação de órgãos, principalmente no que diz respeito a doadores falecidos.
“Especificamente nós, urologistas, sabemos a importância tanto do diagnóstico precoce da doença renal, com a dosagem de creatinina no sangue e o exame de urina, como do atendimento da demanda dos renais crônicos na fila de espera para um transplante renal”, disse.
De acordo com dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), houve diminuição no número de doações de órgãos e de transplantes devido à pandemia. Segundo a ABTO, 15.640 pacientes ingressaram na lista de espera por um rim em 2021, dos quais 3.009 faleceram.
“Isso ocorreu principalmente pelo aumento na contraindicação ao transplante na época, pois não se sabia da potencialidade de transmissão do vírus”, afirmou o coordenador do Departamento de Transplante Renal da SBU, John Edney dos Santos.
Transplante renal
O transplante renal é indicado para pacientes com diagnóstico de insuficiência renal crônica, principalmente aqueles em diálise.
“No Rio de Janeiro, temos em torno de 13 mil pacientes em diálise e 1.500 na fila de transplante. No Brasil, há algo em torno de 150 mil em diálise e somente 20% deles na fila. E, por lei, todo paciente em diálise tem que ser informado sobre a possibilidade da realização do transplante”, disse Canalini.
Morador da capital paulista, o autônomo Zelandio dos Santos Araújo, de 37 anos, fez transplante de rim há sete anos. Ele tem glomerulosclerose segmentar e focal familiar, doença que provoca insuficiência renal.
Essa síndrome também afetou duas irmãs de Araújo. Uma delas perdeu a função renal e acabou morrendo e a outra ainda faz diálise e está à espera de um transplante de rim.
Araújo conta que começou o tratamento medicamentoso em 2001. “Essa doença vai reduzindo a função renal silenciosamente. Muita gente tem essa doença e não sabe. O sintoma dessa doença é se a urina começa a espumar muito porque está perdendo proteína pela urina”.
Em 2009, ele teve falência renal e começou a fazer diálise três vezes por semana. “Foi muito difícil me adaptar, mas acabei ficando seis anos na hemodiálise”.
No ano de 2015, Araújo recebeu um rim de doador falecido. “O transplante foi muito bem-sucedido. Com o transplante, ganhei uma nova qualidade de vida. Eu ficava refém. Hoje tenho uma vida normal, consigo praticar atividade física”.
Como doar?
Para que o transplante renal seja realizado, é necessário verificar por meio de exames a compatibilidade entre doador e receptor para que haja menos chances de rejeição. É preciso ter mais de 18 anos e estar em boas condições de saúde.
A doação pode ser feita por doadores vivos ou falecidos. No caso de doadores vivos, é mais comum entre parentes consanguíneos de até quarto grau e cônjuges. Caso o doador não seja um parente próximo, é necessária autorização de um juiz. É possível viver bem com apenas um rim. Nas primeiras 24 horas após a cirurgia, o doador pode sentir dores, que passam com medicação. No dia seguinte, o doador pode começar a caminhar e após cerca de uma semana são retirados os pontos. A alta geralmente é concedida três dias após a cirurgia.
Para receber o órgão de um doador falecido, o paciente deve estar inscrito no Cadastro Técnico Único do Ministério da Saúde. O cadastramento é feito pela equipe médica de transplante responsável pelo atendimento.
A distribuição de órgãos doados é controlada pelo Sistema Nacional de Transplante do Ministério da Saúde e pelas Centrais Estaduais de Transplantes.
A equipe que realiza o transplante renal é multidisciplinar. Participam do procedimento o nefrologista, urologista, cirurgião vascular, cirurgião geral e anestesista. Outros especialistas de suporte, como intensivista e radiologista, também podem ser chamados.
Quem quiser que seus órgãos sejam doados após a morte, deve avisar a família para que ela possa autorizar o procedimento médico de retirada.
Saúde
Postos de testagem de ISTs realizam mais de 60 mil testes durante período junino
As mais de 15 mil pessoas que estiveram nos postos puderam fazer exames de detecção de HIV, sífilis e hepatites B e C

Com a testagem para Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) ofertada em 14 munícipios baianos durante os festejos juninos, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) consolidou a iniciativa como parte do conjunto das diretrizes para a eliminação da Aids e transmissão do HIV como problema de saúde pública, assim como a sífilis e hepatites B e C dentro do Programa Brasil Saudável. Ao longo do mês de junho foram realizados mais de 60 mil exames, triplicando o quantitativo de testes realizados em 2024.
As mais de 15 mil pessoas que estiveram nos postos montados pela Sesab em Alagoinhas, Amargosa, Brumado, Cachoeira, Camaçari, Cruz das Almas, Ibicuí, Irecê, Itaberaba, Itabuna, Jequié, Salvador, Santo Antônio de Jesus e Senhor do Bonfim, puderam fazer exames de detecção de HIV, sífilis e hepatites B e C.
Dos 60.185 testes, 38 foram reagentes para HIV, 581 para sífilis, 13 para hepatite B e outros 22 para hepatite C. Ofertado nas próprias unidades, o medicamento para tratamento da sífilis foi disponibilizado para 211 pessoas que fizeram essa opção. A coordenadora de Doenças e Agravos Transmissíveis da Sesab, Eleuzina Falcão, destaca ainda que o trabalho de orientação não é feito somente para quem teve o resultado positivo. “Os que tiveram alguma IST detectada foram orientados e encaminhados para um serviço de saúde para ter o tratamento. Os que o resultado foi negativo, tiveram orientações de como se manter nesta condição”, ressaltou.
A iniciativa da Sesab, que fez parte do pacote de medidas do Governo do Estado para o São João 2025, que contou com investimento superior a R$ 13 milhões em ações de saúde, teve boa aprovação do público. Em Itabuna, durante o Itapedro, Karine Senefonte foi uma das que aproveitou a ação para fazer os testes. “É uma oportunidade que temos durante a festa. A gente acaba deixando pra depois o cuidado com a saúde, mas tendo esse serviço dentro da festa facilita muito a prevenção”, contou. Opinião também compartilhada pela assistente administrativa Josineia Oliveira, que esteve no posto montado em Camaçari, nos dias do Camaforró. “Não podia perder essa chance de fazer os exames”, disse.
A secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, destaca a importância da ação. “Quando testamos as pessoas e detectamos ISTs, estamos antecipando o cuidado a elas e interrompendo ciclos virais que podem causar problemas de saúde em outras pessoas mais à frente. O investimento é no cuidado e também na prevenção”, afirma.
Projeto piloto
Neste São João, no estande do Parque de Exposições, em Salvador, foi realizado o piloto da oferta da profilaxia pós-exposição (PeP), para reduzir o risco de infecções após exposição e a profilaxia pré-exposição (PrEP), para prevenção a possíveis contatos com HIV. “O piloto apresentou resultados positivos. Acreditamos que a partir desse projeto teremos elementos para indicar a expansão da estratégia nesses eventos”, afirmou Eleuzina Falcão.
Ação integrada
De acordo com Eleuzina Falcão, esta não é uma ação isolada. Ela aponta que ampliar e qualificar a oferta de diagnóstico e estratégias de vinculação relacionadas ao HIV e à Aids em todo o território priorizando as populações em situação de maior vulnerabilidade é um dos objetivos das Diretrizes para a Eliminação da Aids e da Transmissão do HIV como Problemas de Saúde Pública na Bahia.
“Reforça-se a importância de políticas públicas integradas, que combinem promoção de direitos básicos e cidadania, ações de prevenção, diagnóstico precoce, tratamento e redução das iniquidades sociais, do estigma e da discriminação para o alcance das metas estabelecidas”, pontua.
Saúde
Sesab leva testagem e prevenção de ISTs para o Itapedro
No primeiro dia da festa, nesta quinta-feira (26), 244 pessoas buscaram atendimento no posto

Quem acredita que as festas juninas acabaram, não levou em conta a comemoração do São Pedro, que em Itabuna está sendo feita com uma grande festa, a Itapedro. No local do evento, a Arena Zé Cachoeira, no Banco Raso, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) montou um posto de testagem de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) onde quem está curtindo os shows e também os trabalhadores podem fazer testes de detecção de HIV, sífilis e hepatites B e C. O serviço funciona de 15h até às 3h do dia seguinte.
No primeiro dia do Itapedro, nesta quinta-feira (26), 244 pessoas buscaram atendimento no posto. Uma delas foi Juliana de Oliveira. Moradora de Itabuna, ela conta que viu o posto e aproveitou para realizar o teste. “Mesmo sendo uma festa, a gente tem que aproveitar para cuidar da saúde”, afirmou.
Dos 934 exames realizados, dez foram positivos, sendo nove reagentes para sífilis e um para hepatite C. Duas pessoas optaram por iniciar o tratamento para sífilis na próprio posto, onde é ofertado o medicamento que trata a infecção.
Para realizar os testes, basta apresentar um documento oficial com foto. O resultado fica pronto em até 20 minutos.
Saúde
Sesab garante atendimento a vítimas de queimaduras
Do dia 18 até este domingo (22), houve o registro de 29 vítimas encaminhadas para unidades estaduais

O esquema especial montado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) tem garantido o atendimento a vítimas de queimaduras por fogos no período de São João. Do dia 18 até este domingo (22), houve o registro de 29 vítimas encaminhadas para unidades estaduais por conta de acidentes com estes artefatos. Deste total, 15 foram relacionados à explosão de bomba, 9 a queimaduras diversas e 5 a queimaduras com espadas.
O maior volume de atendimento foi no Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador, com 21 casos. Os outros atendimentos foram registrados no Hospital Regional de Santo Antônio de Jesus (5), Hospital Geral Prado Valadares (2), em Jequié, e Hospital do Oeste (1), em Barreiras.
A prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) também é uma das iniciativas dentro das ações montadas pelo Governo do Estado na área da Saúde para o São João. Mais de 10 mil pessoas já fizeram exames para detecção de HIV, Sífilis e hepatites B e C nos postos de testagem montados em Alagoinhas, Amargosa, Cachoeira, Camaçari, Cruz das Almas, Ibicuí, Irecê, Itaberaba, Jequié, Salvador, Santo Antônio de Jesus e Senhor do Bonfim.
Dos 40 mil testes feitos, 457 foram positivos, sendo 27 reagentes pra HIV, 9 para Hepatite B, 16 para Hepatite C, e 405 para Sífilis. Dos que tiveram diagnóstico de sífilis, 134 optaram por iniciar o tratamento nos próprios postos, onde o medicamento para o tratamento da infecção está sendo disponibilizado.
A secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, que esteve no posto de testagem montado em Amargosa neste domingo (22), destaca que a operação São João 2025 representa uma ampliação substancial da atuação da Sesab em relação ao ano anterior, quando apenas sete municípios receberam estandes de testagem. “A saúde pública deve ser presença concreta nos territórios, principalmente onde há grandes aglomerações e celebrações populares. Esse esforço preventivo e assistencial salva vidas, reduz riscos e fortalece o SUS na ponta”, afirma Roberta Santana.
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