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Cultura

Exposição “Òná Írín: Caminho de Ferro” encanta visitantes no Muncab

A mostra celebra a luta antirracista e a valorização da cultura afrodiaspórica, destacando a força e a beleza da joalheria afrobrasileira

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A exposição "Òná Ìrín: Caminho de Ferro", assinada pela artista visual baiana Nádia Taquary, tem atraído o público desde o último sábado (30)
Foto: Jefferson Peixoto/Secom PMS

A exposição “Òná Ìrín: Caminho de Ferro”, assinada pela artista visual baiana Nádia Taquary, tem atraído o público desde o último sábado (30) ao Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (Muncab), no Centro Histórico de Salvador. A mostra tem recebido elogios dos visitantes, que se encantam com a beleza da instalação, com a forma como as obras estão expostas e com o diálogo entre as peças, a iluminação e os recursos audiovisuais.

A exposição “Òná Ìrín: Caminho de Ferro” celebra a luta antirracista e a valorização da cultura afrodiaspórica, destacando a força e a beleza da joalheria afrobrasileira, os caminhos para a resistência e a ancestralidade. Como explica Cíntia Maria, diretora do Muncab, a exposição é um convite às pessoas a imergir no universo da ancestralidade.

“A partir dos diversos espelhos e trilhos da exposição e na face das esculturas, Nádia convida o público a se olhar e a se ver através das suas obras. Então, é um convite às pessoas a refletirem sobre os caminhos de resistência trilhados pelas mulheres negras aqui no Brasil em prol da liberdade”, afirmou.

Segundo ela, a recepção tem sido incrível. “Muitas pessoas se emocionam, porque cada obra desperta em cada pessoa uma sensação. Alguns visitantes se arrepiam. Tem sido muito gratificante ver a receptividade do público. Agora mesmo acabou de chegar um grupo e o tempo inteiro temos tido essa rotina”, contou.

Beleza

Fotógrafo paulista, Cadu Vassoler destacou o encantamento da mostra. “Achei muito bela, com um acervo muito bonito e interessante, a forma com que as obras foram expostas. No geral, a exposição é imersiva. A artista consegue nos trazer para o ambiente dela e para tudo que ela transformou. A integração do áudio com as obras, os mesmos áudios que ela utiliza para fazer esse trabalho, é o que mais me chama atenção e acaba me imergindo, juntamente com a relação de espelhos, que leva os visitantes a entrar nesse universo”, relatou.

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Cientista e pesquisador do candomblé, Eduardo Bonini disse que a mostra dá acesso a outras perspectivas de composição da história brasileira. “É muito importante o diálogo que ela faz com a exposição Raízes, pois mostra a circularidade daquilo que a gente precisa recuperar na contemporaneidade para entender o passado. A trajetória, inclusive da artista, que começa buscando os balangandãs das escravizadas como contrapartida de ganho, de alforria. Olha no que tudo se tornou, olha esse caminho todo que ela constrói. É a história do Brasil”, opinou.

Morando atualmente em Recife (PE), o engenheiro e professor Miguel Barreto gostou bastante da exposição. “Há 20 anos eu não moro em Salvador. No passado não víamos exposições com esse recorte afro na cidade. Achei muito interessante, diferente e muito bonito, assim como gostei muito também da transformação do Centro Histórico”, declarou.

Caminhos de ferro

Em tradução livre do iorubá, o termo “Òná Ìrín” significa “caminho de ferro” e faz referência às rotas de liberdade e resistência que persistiram ao longo da história. Com curadoria assinada por Marcelo Campos, Amanda Bonan e Ayrson Heráclito, a mostra conta com uma média de 16 obras, incluindo esculturas, instalações e videoinstalações que celebram o poder criador das mulheres e a transformação do ferro em símbolo de resistência e empoderamento feminino, integrando arte e espiritualidade em um convite à reflexão.

“A exposição acontece também dentro de uma instalação, que são os trilhos, em referência ao orixá Ogun, que é o orixá do caminho e da forja do ferro e a exu. Mas, o ponto forte dessa exposição são as joias de crioula, que Nádia Taquary traz de maneira hiperdimensionada. Além da função adornativa, as joias de crioula eram uma maneira de as escravizadas comprarem a sua liberdade” lembrou o curador do Muncab, Jil Soares.

Visitação

A exposição “Òná Ìrín: Caminho de Ferro” ficará disponível no terceiro pavimento do Muncab até o dia 23 de março de 2025. Quem for ao equipamento cultural terá a oportunidade de explorar além dessa mostra, a exposição “Raízes: Começo, Meio e Começo”, disponível no primeiro pavimento até 9 de março de 2025.

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O Muncab está situado na Rua das Vassouras, 25, no Centro Histórico da capital baiana. As visitas estão disponíveis de terça a domingo, das 10h às 17h, com acesso permitido até as 16h30. Os ingressos custam R$20 (inteira) e R$10 (meia), com opções de pagamento via cartões de débito e crédito, Pix e boleto bancário. Às quartas-feiras e domingos, a entrada é gratuita.

Têm direito à meia-entrada estudantes, idosos e residentes de Salvador, mediante apresentação de um comprovante de residência. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (71) 3017-6722 ou no site do Muncab (www.museuafrobrasileiro.com.br).

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Cultura

Casa do Benin apresenta “70 Anos Neguinho do Samba – Trajetória e Legado”

A mostra gratuita traz um conjunto de registros fotográficos sensíveis e históricos do criador do samba reggae 

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Legado”, que acontece de 07 de junho a 05 de julho, na Casa do Benin – Espaço Tatassomba, no Pelourinho, em Salvador.
Fotos: Margarida Neide

Um dos nomes mais potentes da música afro-brasileira, mestre Neguinho do Samba será homenageado com a exposição “70 Anos Neguinho do Samba – Trajetória e Legado”, que acontece de 07 de junho a 05 de julho, na Casa do Benin – Espaço Tatassomba, no Pelourinho, em Salvador. A mostra é gratuita e pode ser visitada de terça a sexta, das 10h às 17h, e aos sábados, das 9h às 16h. 

Com curadoria de Anderson do Samba, filho do mestre, a exposição apresenta um conjunto de registros fotográficos sensíveis e históricos, desde momentos emblemáticos até cenas do cotidiano, revelando a profundidade e a extensão da influência de Neguinho do Samba. Criador do samba reggae, ritmo que ressignificou o território do Centro Histórico e ecoou pelo mundo, ele foi responsável por transformar a música em um poderoso instrumento de afirmação cultural e resistência. 

A abertura oficial da exposição acontece no dia 07 de junho, a partir das 16h, com uma apresentação especial dos filhos do mestre, Anderson do Samba e Nitorê Akadã, em uma performance que homenageia não apenas a memória de seu pai, mas também a força cultural do Pelourinho, berço do samba reggae. 

Pela primeira vez, a cidade de Salvador presta homenagem a Neguinho do Samba no mês de seu nascimento, resgatando sua importância histórica como um patrimônio vivo afro-brasileiro. A mostra destaca não só sua trajetória artística, mas também a relevância social de sua criação, que ultrapassou fronteiras e consolidou-se como símbolo de resistência negra. 

“A valorização de importantes nomes na construção da identidade brasileira, fazendo com que essas pessoas não caiam no esquecimento e no anonimato, é uma maneira de colaborar para que a história cultural brasileira seja preservada e perpetuada através das gerações”, afirma Renata Campos, produtora executiva da exposição. 

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SERVIÇO
  • Exposição “70 Anos Neguinho do Samba – Trajetória e Legado” 
    Casa do Benin – Espaço Tatassomba (Pelourinho, Salvador)
    De 07 de junho a 05 de julho de 2025
    Terça a sexta, das 10h às 17h | Sábados, das 9h às 16h
    Entrada gratuita
    Abertura: 07 de junho, às 16h, com apresentação de Anderson do Samba e Nitorê Akadã 
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Cultura

TVE transmite ao vivo São João Sinônico da Osba com Geraldo Azevedo

A apresentação conta também com a participação do sanfoneiro e arranjador Marcelo Caldi

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A TVE transmite ao vivo neste sábado (7), às 19h, a edição 2025 do São João Sinfônico, direto da Concha Acústica do
Foto: Caio Lirio

A TVE transmite ao vivo neste sábado (7), às 19h, a edição 2025 do São João Sinfônico, direto da Concha Acústica do Teatro Castro Alves, em Salvador. O evento, promovido pela Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA), terá como convidado especial o cantor e compositor Geraldo Azevedo, que celebra 80 anos em 2025. 

Sob a regência do maestro Carlos Prazeres e direção de Manno Góes, o concerto reúne clássicos do forró e sucessos da carreira de Geraldo Azevedo, como ‘Dia Branco’, ‘Moça Bonita’ e ‘Dona da Minha Cabeça’, em arranjos sinfônicos especiais. A apresentação conta também com a participação do sanfoneiro e arranjador Marcelo Caldi, presente em todas as edições do projeto, que chega este ano à sua 9ª edição. 

Serviço: 
  • São João Sinfônico da Osba com Geraldo Azevedo ao vivo na TVE 
  • Quando: Sábado (7), às 19h 
  • Onde: TVE e www.tve.ba.gov.br 
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Agricultura

Agricultura familiar marca presença na Naturaltech e Bio Brazil Fair 2025

A Bahia participará entre os dias 11 e 14 de junho das maiores feiras de produtos naturais e orgânicos da América Latina 

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alimentos produzidos de forma sustentável. Com o conceito “Agricultura Familiar da Bahia: Saudável por Natureza”, a participação
Foto: Karoline Meira

Com sabores únicos, inovação e sustentabilidade, o rural baiano marca presença na Naturaltech e Bio Brazil Fair 2025, as maiores feiras de produtos naturais e orgânicos da América Latina. Entre os dias 11 e 14 de junho, no Distrito Anhembi, em São Paulo, o público poderá conhecer, provar e se encantar com a diversidade de alimentos produzidos de forma sustentável. Com o conceito “Agricultura Familiar da Bahia: Saudável por Natureza”, a participação baiana reúne 31 empreendimentos, entre cooperativas, associações e redes agroecológicas, que apresentarão produtos com alto valor agregado, identidade territorial, certificação orgânica e responsabilidade socioambiental. 

A iniciativa é realizada pelo Governo do Estado da Bahia, por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR). A ação integra a política pública de fortalecimento da agricultura familiar, com foco em acesso a mercados e promoção comercial de produtos sustentáveis e diferenciados. 

No estande da Agricultura Familiar da Bahia, na Naturaltech, o público poderá conhecer e degustar uma explosão de sabores únicos e de origem vindos diretamente do interior baiano: iogurtes de frutas nativas (licuri, umbu, pinha, maracujá e café), flocão e creme de milho não transgênico, pastas de castanha de caju, frutas desidratadas, mel, cafés especiais e chocolates artesanais produzidos no sistema cabruca, técnica que respeita a Mata Atlântica e valoriza o saber tradicional. 

Já o estande Orgânicos da Bahia, na Bio Brazil Fair, contará com a presença de 16 empreendimentos da Rede Povos da Mata, primeira rede brasileira com sistema participativo de certificação reconhecido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). Serão apresentadas geleias de frutas nativas, extrato de tomate temperado, temperos naturais, chocolates orgânicos, nibs de cacau, barras de frutas, manteiga de cacau e cachaças artesanais, todos cultivados com práticas que preservam a biodiversidade e promovem justiça social no campo. 

A Naturaltech e a Bio Brazil Fair são os principais eventos do setor na América Latina. Na última edição, reuniram mais de 57 mil visitantes e 760 expositores, consolidando-se como plataformas estratégicas para negócios, visibilidade institucional e relacionamento com o mercado nacional e internacional. 

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Todos os produtos expostos pelas cooperativas baianas também podem ser adquiridos em todo o país por meio do mercado virtual da agricultura familiar www.mercaf.com.br, com entrega pelos Correios. 

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