Literatura
Auto da Barca do Inferno, Humanismo e Reflexões Contemporâneas


Professor Leonardo Campos
Resgate de valores clássicos. Olhar de modo mais racional para o mundo. Ampliação na vida das cidades, com intensificação do comércio e maior interação entre as pessoas de diferentes segmentos da sociedade. O ser humano, em constante evolução, inicia um processo de libertação do poder centralizador da Igreja, tornando-se uma figura social com mentalidade voltada aos prazeres mais humanos. Mudanças socioeconômicas significativas transformaram a mentalidade e delinearam o tom humanista do século XIII e das gerações vindouras. Nesta época, Gil Vicente e suas peças trouxeram um tom moralizante e humorado para a produção literária de uma época que também ficou conhecida pelos temas e estruturas da poesia palaciana, pelas crônicas de Fernão Lopes sobre a história de Portugal e, saindo do contexto da língua portuguesa, pela obra-prima de Dante Alighieri, Divina Comédia, um clássico literário de grandes proporções, influenciado e influenciador, ou talvez melhor, ressonante, na cultura posterior, tema de nossa segunda reflexão sobre Humanismo, mais adiante.
O movimento que surgiu na Itália no final da Idade Média, tendo alcançado maturidade no Renascimento Cultural, teve mudança de perspectiva na ideia do poder de Deus, com maior foco na valorização do ser humano. Foi uma fase de afastamento do teocentrismo medieval, momento que promoveu o interesse pela visão antropocêntrica da cultura greco-latina. Era uma época de olhar mais humanista para a religião, com o forte desejo de compreender e explicar as coisas do mundo, da vida, da morte, dentre outros tópicos temáticos de nossa existência. A riqueza começou a ser obtida por meio do comércio, não mais pela terra, uma prática que se tornaria menos desejável, algo feudal que agora não atendia mais aos anseios das relações comerciais que ganhavam novos rumos. Assim, o burgo deu movimento para o surgimento e emancipação da burguesia. O nome dado à muralha edificada em torno das vilas e cidades, elemento arquitetônico que visava proteger seus moradores, passou a designar a própria cidade, fortificada, vocábulo que serviu de mola propulsora para o termo burguesia, referência aos homens livres que se dedicavam ao comércio e desfrutavam de uma situação econômica confortável, grupo que adiante, se tornaria “mecenas das artes”. A burguesia surge. E se estabelece. Devidamente fincada.
A burguesia necessitava de formação cultural mais sólida, para ajudar a administrar as riquezas que eram acumuladas. Os soberanos e a igreja, antes dominantes, reconhecem a necessidade de vinculação e fazem investimentos financeiros consideráveis. É uma época onde o que é considerado velho e o novo coexistem, numa tensão evidenciada na produção artística e cultural. Por meio do discurso científico, a humanidade começa a buscar respostas para determinados fenômenos da nossa existência, sem ter necessariamente que explicar tudo pelo divino. Salvaguardadas as devidas proporções, podemos associar o momento com o nosso, uma espécie de retorno ao cabo de guerra dos pensamentos retrógrados que ganham uma assustadora força, e o pensamento científico, pautado em pesquisas, análises e desenvolvimento do pensamento crítico. Que fique claro aos leitores: não se prega a inexistência de algo divino, mas busca-se, nesta breve alegoria entre épocas, compreender que não é preciso chamar Deus para explicar tudo.
Os mesmos agentes do discurso trovadorescos estão na concepção do pensamento humanista, indivíduos que transitam pelas cortes e palácios, tendo como função principal, promover a diversão e o prazer dos aristocratas. O público ainda é a nobreza, mesmo que a ascensão da burguesia estabeleça mudanças nestas restrições. Gutemberg, conhecido por ser o criador da imprensa, divulga a sua invenção que permite maior circulação do que é escrito e publicado. O soneto, recorrente elemento da linguagem poética na teoria da literatura, torna-se uma forma fixa, estrutura conhecida por traçar a sua análise que indaga e explica mais racionalmente, os sentimentos humanos. Em nosso texto sobre a Divina Comédia, de Dante Alighieri, falaremos um pouco mais sobre particularidades políticas e sociais do período, em textos que se complementam, combinado? Agora, explanarei um pouco sobre Gil Vicente, autor que centraliza a reflexão em questão, características suplementadas no tópico seguinte, tópico sobre o Auto da Barca do Inferno.
Para entender Gil Vicente, precisamos ir para uma de suas maiores referências, o dramaturgo romano Plauto. “Rindo, corrige-se os costumes”. Essa é uma das expressões mais famosas do “mentor” do português, excerto que funciona bem como traço elucidativo para compreendermos o tom moralizante e humorado das peças que enalteciam virtudes e criticavam comportamentos condenáveis. Nobres, plebeus, ricos e pobres, sem distinção, eram parte do tecido reflexivo do autor, costurado em diversas produções encenadas no Paço Real, local que adquire importância por ser o centro de movimentação da cultura para a época, materiais dramáticos que criticavam exploradores da população, como o fidalgo, o sapateiro e o agiota do “Auto da Barca”. Pensado pela crítica e história literária como estimulador do comportamento virtuoso, Gil Vicente ridicularizava comportamentos com intuito de estabelecer a sua análise crítica dos costumes. Na zona profana e religiosa, escreveu os “autos pastoris”; na Trilogia das Barcas, os seus “autos de moralidade”, versou sobre os temas mencionados antes e melhor explicados em nosso próximo tópico, um mergulho mais adensado no Auto da Barca do Inferno, um de seus textos mais conhecidos e retomados na atualidade, em especial, no ensino de literatura na formação básica.
Gil Vicente e seu Auto da Barca do Inferno
Na famosa peça de Gil Vicente, temos uma amostra da sociedade lisboeta do século XVI, com abordagem temática que alcança o contemporâneo, haja vista tópicos que parecem nunca se esgotar: avareza, cobiça, inveja, falta de caráter, falso moralismo, dentre tantos outros. Através de uma linguagem que investe bastante na comicidade e na caricatura, Auto da Barca do Inferno, do dramaturgo situado no período que a história literária denominou de Humanismo, faz uma análise ácida dos costumes, ponto alto da produção cultural de sua época, provavelmente apresentada nos salões áulicos ou pátios externos de castelos e igrejas.
Representada pela primeira vez por volta de 1530, Auto da Barca do Inferno é parte integrante de uma trilogia de Gil Vicente, composta também por Auto da Barca do Purgatório e Auto da Barca da Glória. Com referência a Caronte, figura mitológica que transportava as almas mortas pelo mar até o seu destino final, a produção não se divide nos clássicos atos e cenas, tendo seu ponto de partida em um porto imaginário, local onde se encontram duas barcas, a Barca do Inferno e a Barca da Glória, a primeira comandada pelo Diabo e a segunda por um Anjo. Sem desfecho específico e com abertura para numerosas interpretações e continuidades, sem o clímax comum aos textos dramatúrgicos. Com a busca às indagações do homem acerca do destino imposto diante da morte, neste cenário, cada personagem discute com os tripulantes das barcas, tendo em mira, identificar os seus respectivos destinos.
Num esquema bem construído de sátira social, temos um painel de figuras que representam a sociedade da época e o que se considera maus costumes: o Fidalgo, personagem que aparece com um manto e criado que o transporta numa luxuosa poltrona de espaldas, elemento que remetem a sua tirania e presunção. Por conta da sua arrogância, é condenado pela vida adornada por pecados, tal como o Onzeneiro, personagem que surge em cena com uma enorme bolsa que representando o apego ao dinheiro, e, por sua vez, a ganância e a usura. Condenado ao fogo do inferno, ele fica perplexo quando descobre que o seu dinheiro acumulado durante a vida terrena não será levado para a fase pós-morte. O Corregedor e Procurador, representantes da magistratura, trazem consigo livros e processos. Na regra, deveriam ser exemplos de bom comportamento, mas são julgados por serem imorais, manipuladores de propina e prejudicam a justiça humana, o que os leva a condenação. O Judeu, por rejeitar a fé cristã, é muito odiado por todos, sendo julgado por não seguir os mandamentos da fé cristã. No Reinado de D. Manuel, houve perseguição aos judeus, por isso, os especialistas consideram o personagem como um dos mais emblemáticos em termos de representação histórica.
O Sapateiro representa a classe dos comerciários, tendo como destaque a sua faceta interesseira e exploradora. Desonesto, ludibria o povo e é condenado ao tentar enganar o Diabo. Brisida, conhecida por realizar pequenos furtos, além de ser prostituta, ganhou muito na vida, sendo julgada por ser considerada devassa e dona de uma vida pregressa, bem como alcoviteira e traiçoeira. O Frade representa o clero, mas nem por isso é salvo. Ele traz consigo uma moça, uma espada e um escudo. Por ter realizado as suas rezas, acredita estar livre da condenação, mas por não ser suficiente, é convidado a uma luta de esgrima com o Diabo, perde a partida e vai direto para a Barca do Inferno. O Parvo é um dos poucos que se salva. Com atos de humildade durante toda a sua vida, representa a sinceridade, característica que lhe permite ser salvo diante de tantos outros corruptos e corruptíveis. O Enforcado é uma grande surpresa, pois chega achando que será salvo, quando na verdade é condenado, assim como os demais pecadores.
Os mediadores dos destinos dos personagens funcionam como juízes das almas, e, através dos alegóricos personagens em cena, analisam o comportamento humano pelas vias dos atos pecaminosos cometidos durante a vida terrena. O Diabo surge como o mal, o lado infernal, ruim das coisas, contraponto do Anjo, personagem do bem, representante de coisas celestes, o lado bom da vida após a morte. Hoje, pode parecer clichê, pois temos uma extensa produção cultural que secular que ainda investe neste tipo de estratégia arquétipo narrativo, o que não é ruim, mas, tal como outras obras literárias, cabe ao leitor o exercício diacrônico, tendo em vista compreender alguns mecanismos de suas respectivas épocas.
Como não podia deixar de ser, o Diabo é um personagem que se destaca, pois é zombeteiro, cheio de ironia e maledicente, faz uso da argumentação para penetrar no mais íntimo recanto da consciência humana, revelando a faceta de cada um. Considerado como um auto de moralidade, a produção visava
analisar e críticas os costumes, o comportamento dos indivíduos que no final das contas, tinham uma finalidade didática. Dentro de um esquema que carnavalizava o teatro, Gil Vicente trazia a ambivalência do riso, pois nela há a negação e a afirmação, numa mistura de cultura de cunho literário, adornos eruditos e traços artesanais.
O criador deste júri das profundezas tem, tal como Shakespeare, Camões, Virgílio e outros renomados ícones do painel literário mundial, uma biografia marcada pela nebulosidade. Há incongruência, mas de fato não se pode negar a existência do dramaturgo e poeta que de acordo com o período de atuação, trafegou por uma época de novidades, com a profusão das Grandes Navegações, do expansionismo marítimo e da circulação de poderosos pelos eventos de Lisboa. Viveu entre os poderosos, mas com um “pé” no popular, conseguiu estabelecer uma tradição de erudição que lhe permitiu fugir dos cânones renascentistas que pediam ações, tempo, espaço e exigências dramatúrgicas extremamente rigorosas, sendo considerado, como nas palavras de Lênia Márcia Mongelli, professora titular de Literatura Portuguesa da USP, “o mago das entrelinhas e da sutileza”.
Testemunha ocular do fim da Idade Média, das estratégias tipográficas de Gutemberg, da presença da Inquisição e do estabelecimento do Humanismo e do Renascimento, Gil Vicente é considerado o responsável por estabelecer o teatro português, pois anteriormente o que se tinha era material de caráter religioso ou profano, com elementos rudimentares e dispersos, embrionários do que viria a ter o acabamento estético e a multiplicidade de estruturas dramáticas, como é possível observar em Auto da Barca do Inferno. O autor recebeu influências do teatro espanhol de Juan Del Encina, Lucas Fernández e Bartolomé de Torres Naharro.
Há uma pintura quase contemporânea ao texto de Gil Vicente, parte integrante do Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, que contêm as mesmas críticas sociais presentes no material literário. Tal como o Auto da Barca do Inferno, a pintura nos leva às reflexões sobre o momento cultural e religioso que vivia o povo daquele período. A produção também dialoga com Os Diálogos dos Mortos, de Luciano Samósata, pois em determinado momento de ambas as obras, fala-se da recusa de determinados elementos que podem significar distinção social na vida terrena, mas que no julgamento final, não fará nem um pouco de sentido.
Demônio, O Auto da Barca do produtor M. Night Shyamalan
A reflexão em torno do filme Demônio, relacionado com os debates sobre trânsito, surgiu enquanto preparava uma aula sobre Humanismo, período da história literária que abarca clássicos importantes para a nossa formação cultural, tais como Divina Comédia, do italiano Dante Alighieri, e Auto da Barca do Inferno, texto dramático do português Gil Vicente. Como professor de Literatura, sempre busco o relacionamento entre o âmbito das Letras e as outras linguagens. Na ocasião, percebi o quão Demônio nos permite ampliar os debates sobre trânsito, luto e prevenção de desastres. Na trama, como devidamente descrito no próximo tópico, um dos envolvidos é o responsável por um sinistro de trânsito no passado, trauma que não marcou apenas a sua vida para sempre, mas também deixou vítimas fatais e familiares sobreviventes enlutados. E para piorar, além de ser o catalisador da tragédia por dirigir de maneira dispersa e consumir álcool enquanto conduz, o personagem lamenta, mas foge da cena do crime, deixando um bilhete com um pedido de desculpas.
Experimente trocar o elevador contemporâneo pela barca do Auto escrito por Gil Vicente no período histórico que convencionamos chamar de Humanismo. A lógica é a mesma, isto é, tal como na peça do português, temos no filme produzido por M. Night Shyamalan, um grupo de pessoas pecadoras que são julgadas pelo administrador do mitológico “inferno”: o diabo, ser que aqui não veste Prada, tampouco é acompanhado por um competente advogado, faz a festa infernal dentro de um elevador num luxuoso edifício empresarial na Filadélfia. Parte integrante das Crônicas da Noite, projeto de Shyamalan em seu momento preambular quando lançado em 2010, Demônio nos apresenta uma narrativa organizada em torno de personagens que são penalizados dentro do esquema “crime e castigo” de nossa sociedade. Focada numa história da mitologia sul-americana, a produção deflagra a passagem da entidade sobrenatural em nosso plano, focada na busca por almas de indivíduos condenados. Ao professor, o questionamento: como utilizar em sala de aula?
Conforme a classificação indicativa, Demônio é um filme para maiores de 16 anos. Como o Humanismo é um tema geralmente trabalhado no Primeiro Ano do Ensino Médio, saiba preparar a exibição comentada adequadamente, para evitar desconfortos com coordenadores, gestores e demais indivíduos envolvidos no processo educacional, pessoas que em determinadas ocasiões, precisarão de maiores esclarecimentos para entender como e por que o filme funciona além do entretenimento, numa jornada educacional. Sabemos que muitas vezes a sociedade distingue o que é exclusivamente entretenimento e o que é aprendizagem, quando na verdade, podemos trabalhar de maneira associada com as duas coisas. A diversão também pode ser ensino. O ensino também pode ser diletante e reflexivo. Assim, com toda certeza, formaremos pessoas mais leitoras, interessadas em cultura e cidadãs ao problematizar coerentemente tudo que consomem. Caso não queira trabalhar o filme todo, indique-o para conferir em casa, num serviço de streaming. É mais desejável que se passe na sala, com acompanhamento de um texto norteador e estudo dirigido.
O debate, saiba, não pode faltar em hipótese alguma, pois corre-se o risco de deixar a reflexão deslocada em relação ao ponto de vista literário. Caso a discussão seja empreendida no último ano do Ensino Médio, como revisão dos períodos anteriores, o filme pode ser trabalhado com menor intensidade no que concerne os cuidados com o público espectador, haja vista a classificação indicativa devidamente permitida por lei. Ademais, para os interessados em trabalhar com ética, cidadania, relacionamentos humanos, dentre outros componentes curriculares do Ensino Superior, Demônio é uma excelente opção de reflexão. Basta o docente fazer as associações, criar um estudo dirigido e nortear os debates com textos teóricos. Fundamentada, a incursão pode seguir um caminho bem interessante. O filme, por sinal, é parte da Trilogia do Semáforo, publicação que assino com Mirian Bastos, gerente de Educação para o Trânsito, da Transalvador, também coordenadora do comitê Vida no Trânsito. Especificamente com esse filme, discutimos as incorreções do personagem que assume a direção do carro consumindo álcool e após ser responsável por um acidente, foge com medo das consequências e deixa os feridos para trás, sem o devido socorro, situações que infringem os artigos 165, 304 e 305 do Código de Trânsito Brasileiro. As oportunidades para se discutir Humanismo com o filme são muitas. Aproveite-as.
Leonardo Campos é Graduado e Mestre em Letras pela UFBA.
Crítico de Cinema, pesquisador, docente da UNIFTC e do Colégio Augusto Comte.
Autor da Trilogia do Tempo Crítico, livros publicados entre 2015 e 2018,
focados em leitura e análise da mídia: “Madonna Múltipla”,
“Como e Por Que Sou Crítico de Cinema” e “Êxodos – Travessias Críticas”.

Literatura
FLIPF traz renomados autores e tem recorde de público
Durante os quatro dias, cerca de 6 mil pessoas

A terceira edição da Feira Literária Internacional da Praia do Forte (FLIPF) surpreendeu até mesmo a organização do evento pela quantidade de público que passou pelo Castelo Garcia D’ávila e Espaço Baleia Jubarte, em Praia do Forte. Durante os quatro dias, cerca de 6 mil pessoas, sendo que deste número, em torno de 2000 estudantes de escolas públicas e particulares, marcaram presença, conforme os cálculos da organização.
Retornando à presencialidade após dois anos, devido à pandemia, a 3ª FLIPF trouxe 126 atrações entre escritores, escritoras, contadores de histórias, atrações culturais, ninho, Vila Gastronômica e Feira de artesanato. Com a curadoria da jornalista e escritora Joselia Aguiar, o evento gratuito teve como tema Bahia Moderna, e celebrou o encontro de gerações, como Itamar Vieira e Antônio Torres.
Com uma programação diversificada, baianos e turistas disputaram bastante as dez mesas literárias. Discussões sobre vínculos afetivos em tempo de incertezas, literatura e ativismo, saberes locais e produção de arte e cultura, como questões da vida urbana e da interação com a natureza, narrativas que saem dos livros e chegam às novas mídias. Foram alguns dos diversos temas oferecidos pela organização.
As atrações agradaram em cheio ao público presente, assim como aos escritores que estavam lisonjeados em participar do evento em Praia do Forte. Segundo, Denizia Kawany Fulkaxó, participante da mesa Entre o céu e a terra, no Castelo, contação de história e conversa com autor), “O evento foi maravilhoso, impecável à altura dos melhores eventos nacionais e internacionais aos quais temos participado, deixando o gostinho de “quero mais”” .
O projeto teve patrocínio do Hiperideal e do Estado da Bahia, por meio do Programa Estadual de Incentivo ao Patrocínio Cultural (Fazcultura), Bahiatursa e Bahiagás, com a realização da Trevo Produções e da Gabiroba Cultural. Contou também com o apoio da Fundação Garcia D’Ávila, Projeto Baleia Jubarte, Prefeitura de Mata de São João e da Turisforte.

Hoje temos mais um podcast da série Literatura e Cultura, com o professor Leonardo Campos. O tema da vez é o Parnasianismo, uma corrente literária que se opôs ao Romantismo, combatendo o exagero dos sentimentos, buscando a arte pela arte, sem cunho social. Confira e não deixe de compartilhar, combinado?
Literatura
Elisa Lucinda lança livro na Casa do Benin neste sábado (30)
A autora espera receber, com uma grande festa, os soteropolitanos que acompanham seu trabalho

A Casa do Benin vai sediar, neste sábado (30), o lançamento do livro “Quem me leva para passear”, da atriz e escritora Elisa Lucinda. O evento está previsto para às 17h e conta com o apoio da Fundação Gregório de Mattos (FGM). A programação de lançamento da obra prevê a leitura de trechos por convidados como Rita Batista, Fabricio Boliveira, Aldri Assunção, Geovana Pires, Marcia Lima, Glenda Nicácio e Thais Dumet.
Lucinda explicou que escolheu a capital baiana para ser uma das cidades a receber o lançamento do livro pela relação de afetividade com a terra e por ter leitores ávidos aqui. “Salvador é uma praça importantíssima na minha vida e eu tenho um público muito grande aí. A cidade sempre consumiu minha arte e o artista quer ser compreendido. É isso que eu tenho em Salvador, a compreensão da minha arte, brincadeira, humor e críticas”, afirmou.
Elisa Lucinda, que também é jornalista, tem diversas obras publicadas a exemplo de Vozes Guardadas (2016), A Menina Transparente (2010), Contos de Vista (2004), Parem de Falar Mal da Rotina (2011) e O Livro do Avesso (2020), que é onde a personagem da nova obra, Edite, aparece pela primeira vez nas histórias da autora. “Quem me leva para passear” está sendo publicado pela Editora Malê, que visa a valorização da literatura negra.
Ela explicou que a obra pretende provocar reflexões profundas através de pensamentos da personagem Edite. Por isso o livro pode começar a ser lido fora de ordem, já que cada pensamento é externado individualmente. “O livro chama para que a mulher se posicione, assuma seu desejo, beleza, independência. A Edite é independente, faz o que quer. Através do pensamento dela atinge lugares muito íntimos”, contou.
A expectativa da autora é que ela possa receber com uma grande festa os soteropolitanos que acompanham seu trabalho. “É um livro que eu espero que as pessoas recebam como um exercício de liberdade. As pessoas estão com muito medo de serem julgadas, criticadas, de discordar. E discordar não quer dizer que seja uma briga nem ser inimigos – é apenas uma posição diferente”, finalizou.
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