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A Nuvem (2021)

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Professor Leonardo Campos

Toda criatura da natureza possui a sua função biológica, por isso, baratas, aranhas e gafanhotos, por mais medonhos que sejam em seus aspectos visuais, ocupam lugar dentro dos mecanismos das cadeias que engendram a vida em nosso planeta. No caso do horror ecológico A Nuvem, os gafanhotos representam a ameaça para os personagens que terão de lidar com a fúria destes insetos historicamente associados a voracidade, destruição, desordem e desequilíbrio, bichos biblicamente mencionados como pragas responsáveis por calamidades expressivas. Há, no entanto, ao longo do desenvolvimento da narrativa dirigida por Just Philippot, elementos mais monstruosos que os insetos de pernas posteriores longas e fortes, próprias para os seus amplos saltos: os seres humanos, figuras dotadas de muita ganância, motivação que transforma a busca pela sobrevivência dos personagens numa alegoria para a nossa relação com o mundo que habitamos, usufruímos e muito abaixo do esperado, conservamos.

Na trama escrita por Jerome Genevray e Franck Victor, Virginie (Suliane Brahim) é uma mãe que cuida sozinha dos filhos Gaston (Raphael Romand) e Laura (Marie Narbonne). Ela precisa lidar com questões econômicas tensas, dentre outros conflitos envolvendo, em especial, a rebeldia e insatisfação constante da filha mais velha. Crise com os vizinhos e estresse ao ter que pagar as principais despesas estão na lista dos problemas que encabeçam a sua listagem cotidiana de desafios. Para conseguir se manter, ela atua numa fazenda e cria gafanhotos para a produção de farinha, além de comercializá-los aos interessados em alimentação com boa dose de proteína. Os problemas começam depois que um acidente doméstico envolvendo um corte considerável em seu braço fará os insetos apresentarem um gosto peculiar por sangue.

Com isso, cada vez mais, num efeito que comparo ao proposto por Clive Baker em Hellraiser, os bichos ficam ariscos e precisam de sangue. Tudo começa com pequenas doses e num espiral de intensidade crescente, passa a se tornar uma obrigação diária na dinâmica da procriação, afinal, quanto mais os insetos se reproduzem, satisfeitos com a fonte de alimento fornecida pela dona, maior é o fluxo de caixa. E, com isso, é possível que não haja escapatória para uma cabra de estimação, tampouco o cachorrinho da família. Bobear, será que Virginie descambará para os sacrifícios humanos, tamanho o retorno do investimento? Ao leitor, não entrego nada mais. É preciso ver para crer. Em seus 100 minutos, mais longo que o necessário para o estabelecimento e resolução dos conflitos dramáticos, a equipe de realizadores desenvolve uma trama dentro dos esquemas tradicionais do subgênero horror ecológico, mas diferente da maioria dos filmes deste segmento, há foco na dinâmica psicológica dos personagens e nas alegorias com o mal estar contemporâneo acerca da relação entre seres humanos, efeitos climáticos e outras celeumas da natureza que, em alguns casos, revolta-se contra as nossas ações destrutivas.

Antes de ser lançado na plataforma Netflix, A Nuvem correu alguns festivais e lançamentos em outros serviços de streaming e geralmente foi bem recebido pelo público e crítica. Alguns apontamentos diziam que os produtores fizeram com os gafanhotos o que Alfred Hitchcock fez com os pássaros no clássico que também integra o esquema narrativo do subgênero em questão. As impressões, coerentes e nada exageradas, expõe o que de fato há na estrutura dramática do filme, isto é, os bichos a ocupar um lugar ameaçador, mas representativo do comportamento humano, alegorizado por meio da bravura dos seres da natureza selvagem. Ademais, diferente do que geralmente se espera em produções do tipo, os insetos não escapam do viveiro e saem, como num slasher, matando as pessoas e deixando uma trilha de cadáveres e sangue. Há, sim, mortes e alguma histeria, mas a narrativa se mantém um tanto comedida e apesar de não ser sutil nos momentos de maior tensão, trafega por uma via mais psicológica e com menor nível de tensão física, algo que a torna interessante, mas um pouquinho letárgica.

Leonardo Campos é Graduado e Mestre em Letras pela UFBA.
Crítico de Cinema, pesquisador, docente da UNIFTC e do Colégio Augusto Comte.
Autor da Trilogia do Tempo Crítico, livros publicados entre 2015 e 2018,
focados em leitura e análise da mídia: “Madonna Múltipla”,
“Como e Por Que Sou Crítico de Cinema” e “Êxodos – Travessias Críticas”.

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Netflix anuncia regras para compartilhamento de senha

Ainda não há informação de quando essas regras começarão a valer para o Brasil

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A Netflix anunciou nesta terça-feira (23) que vai cobrar um adicional para usuários que compartilham suas senhas da plataforma com outras p

A plataforma de streaming Netflix, anunciou novas regras para compartilhamento de senhas entre os seus assinantes. As medidas começaram a ser implementadas na quarta-feira (8) no Canadá, Nova Zelândia, Portugal e Espanha. Ainda não há informação de quando essas regras começarão a valer para o Brasil.

Segundo a plataforma, a conta somente poderá ser usada em uma única residência. Será preciso configurar a “localização principal” na plataforma para que assinantes que morem juntos possam usar a mesma conta.

Para quem divide a conta mas moram em residências diferentes, haverá opção de transferir o perfil para uma nova conta, com o histórico, recomendações e a lista de conteúdos preservados.

A Netflix terá uma nova seção para “gerir acessos e dispositivos”, em que o assinante poderá controlar quem tem acesso à sua conta Netflix. A plataforma afirma que os assinantes poderão continuar usando a conta em celulares e dispositivos pessoais.

A plataforma também vai oferecer a opção de compra de um “assinante adicional” —em Portugal, o preço é de € 3,99, ou R$ 22, em que podem ser adicionadas até duas contas para pessoas que vivem fora da residência principal.

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Morre Stephen Greif, ator de ‘The Crown’, aos 78 anos

Greif começou a carreira nos anos 60, quando chegou ao sucesso nos palcos e nas telas

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Morreu nesta segunda-feira (26) o ator de The Crown, Stephen Greif, aos 78 anos. Um representante do artista confirmou a informação. A causa  
Foto: Divulgação

Morreu nesta segunda-feira (26) o ator de The Crown, Stephen Greif, aos 78 anos. Um representante do artista confirmou a informação. A causa da morte não foi divulgada.

Ele deu vida ao presidente da Câmara dos Comuns, Sir Bernard Weatherill, na quarta temporada da série e também se destacou em outras séries como “The Bill” e “Blake’s 7”.

Greif começou a carreira nos anos 60, quando chegou ao sucesso nos palcos e nas telas, recebendo diversos prêmios, como o Olivier, em 1979, por viver Biff em ‘Death of a Salesman’ do National Theatre.

O ator também se destacava pela voz. Fez trabalhos como narrador em vários games (como “Total War”, “Shadows: Awakening” e “Greedfall”) e em produções da TV (“Elliot da Terra”, “Doctor Who”).

Fonte: G1

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Netflix passará a cobrar pelo compartilhamento de senha

O primeiro país a ser implantada a ação vai ser os Estados Unidos e deve chegar nas demais regiões em seguida

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A Netflix anunciou nesta terça-feira (23) que vai cobrar um adicional para usuários que compartilham suas senhas da plataforma com outras p

A Netflix anunciou que vai cobrar uma taxa para o compartilhamento de senha dos usuários no início de 2023. O primeiro país a ser implantada a ação vai ser os Estados Unidos e deve chegar nas demais regiões em seguida. As informações são do The Wall Street Journal.

No início da transição, a empresa enviará mensagens para quem usa senhas alheias sugerindo que essas pessoas paguem por isso. Mais de 100 milhões de pessoas utilizam os serviços da Netflix com contas de terceiros.

A Netflix atingiu 2,4 milhões de assinantes no terceiro trimestre de 2022. A informação é do próprio streaming, que lidera desde seu lançamento, em 1997, como a plataforma favorita dos internautas. Atualmente, mais de 100 milhões de pessoas têm acesso ao catálogo da Netflix com contas de terceiros.

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