Segurança
Caravana Bahia Sem Fogo passa por São Desidério, no oeste baiano
A atividade destaca o papel dos bombeiros e brigadistas no combate aos incêndios florestais

A Caravana Bahia Sem Fogo esteve, nesta quarta-feira (02/04), no município de São Desidério, dando continuidade às ações de prevenção e combate aos incêndios florestais na região Oeste da Bahia. Durante as atividades, a iniciativa reforçou a importância da atuação dos brigadistas voluntários, bombeiros civis e militares no enfrentamento das queimadas.
Os bombeiros e brigadistas estão na linha de frente do combate ao fogo, desde os primeiros focos até os incêndios de grande proporção. A tenente Maiara, comandante da 1ª Companhia do Corpo de Bombeiros Militar em Barreiras, destacou o trabalho contínuo da corporação para minimizar os impactos das queimadas.
“Nós trabalhamos o ano inteiro, já se preparando para os incêndios florestais, que se intensificam no segundo semestre na região Oeste. O primeiro passo é a prevenção, por meio de palestras e capacitações como as que estamos promovendo aqui na Caravana. Além disso, temos formações específicas para bombeiros militares e especialistas em combate a incêndios florestais. Hoje, nosso maior desafio é o efetivo. Mesmo com a mobilização de bombeiros de toda a Bahia, ainda não conseguimos atender todas as ocorrências. Por isso, contamos com o apoio dos brigadistas, auxiliando na formação deles para que atuem de forma qualificada”, explicou.
Davi Araújo, chefe de esquadrão da brigada Pronto Emprego de Barreiras, que faz parte do Prevfogo, programa ligado ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), ressaltou a experiência dos brigadistas na região e os desafios enfrentados durante os combates ao fogo.
“Atuamos tanto na Bahia quanto em outras regiões do país onde somos solicitados. Aqui no Oeste, além do combate direto ao fogo, fazemos rondas preventivas e recuperamos áreas degradadas. Por sermos da região, conhecemos a topografia e conseguimos nos deslocar com rapidez. Temos pontos estratégicos de monitoramento, como o mirante na Serra da Bandeira, que nos permite identificar focos de incêndio e agir rapidamente para minimizar os impactos”, afirmou.
Educação e sensibilização
Além das reuniões com gestores municipais e da roda de conversa com alunos da Escola Municipal Marcelo Cirílo, a Caravana promoveu uma palestra no Colégio Maria Edith Rhoden, no distrito de Roda Velha. A atividade buscou conscientizar os estudantes sobre os impactos das queimadas e a importância da prevenção.
A coordenadora pedagógica Denize Fantin destacou a relevância da iniciativa para complementar o trabalho realizado em sala de aula.
“Esse momento é fundamental para reforçar o que já discutimos com os alunos. A interação com bombeiros, brigadistas e técnicos da Caravana torna o aprendizado mais concreto. Nossa região é cercada por fazendas, e o uso do fogo para limpeza de áreas ainda é uma realidade, apesar de ser ilegal. As crianças sabem disso, mas ações como essa de hoje ajudam a consolidar esse conhecimento e incentivam a mudança de comportamento”, avaliou.
Próximas ações
Nesta quinta-feira (3), a Caravana segue para o município de Angical, onde dará continuidade às atividades educativas e preventivas.
A Caravana Bahia Sem Fogo integra o Programa Bahia Sem Fogo, coordenado pela Secretaria do Meio Ambiente (Sema) e desenvolvido em parceria com o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), o Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBMBA), a Superintendência de Proteção e Defesa Civil (Sudec), a Companhia de Polícia de Proteção Ambiental (COPPA), o Prevfogo/Ibama e as Secretarias de Educação, Segurança Pública e Saúde.
Denúncias de queimadas ilegais podem ser feitas pelo telefone 0800 071 1400 ou pelo e-mail denuncias@inema.ba.gov.br. Em caso de incêndios, a recomendação é acionar o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193.
Segurança
FPI identifica violações ambientais e trabalhistas em Bom Jesus da Lapa
A força-tarefa vistoriou áreas de agricultura irrigada e pecuária, priorizando locais com riscos ambientais e situações de vulnerabilidade no campo

Uma operação da Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) revelou sérias irregularidades ambientais e trabalhistas em propriedades rurais de Bom Jesus da Lapa, no oeste da Bahia. A força-tarefa — que mobiliza órgãos estaduais e federais — vistoriou, nesta quarta-feira (28), áreas de agricultura irrigada e pecuária, priorizando locais com riscos ambientais e situações de vulnerabilidade no campo.
As equipes do Inema, Ministério Público do Trabalho (MPT), CREA-BA e Adab constataram um cenário alarmante: trabalhadores em condições precárias, lidando com agrotóxicos sem proteção adequada, enquanto o meio ambiente enfrenta desmatamento irregular e ausência de controle hídrico.
Rotina invisível no campo
Ainda antes do amanhecer, o caminho para o trabalho já começou. Às sete da manhã, homens e mulheres estão a pleno vapor sob um sol quente. O boné surrado é a única proteção contra o calor. Botas são fornecidas pelos empregadores, mas faltam luvas, óculos e roupas apropriadas. Mesmo assim, eles seguem — o sustento das famílias não espera.
Neste contexto, o MPT colheu depoimentos e identificou uma série de infrações: transporte de trabalhadores em caçambas de trator por motoristas não habilitados, ausência de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) como perneiras e chapéus, inexistência de registro de ponto no local, alojamentos precários e falta de documentação básica. Um retrato de negligência sistemática.
Meio ambiente sob pressão
No campo ambiental, a situação também é crítica. O Inema identificou propriedades com outorgas de uso da água vencidas, sistemas de irrigação sem controle e ausência de hidrômetros. Em uma delas, uma nascente perene estava desprotegida, e áreas de preservação permanente (APPs) haviam sido ocupadas de forma irregular, com licenças indevidamente emitidas por prefeituras, que não têm competência legal para realizar.
A supressão de vegetação nativa sem autorização permanece recorrente. “Há uma visão equivocada de que o direito à terra permite desmatar”, alerta o fiscal do Inema, Geraldo Onofre. Os impactos encontrados ultrapassam os limites das propriedades e comprometem rios como o São Francisco e o Corrente, afetando a biodiversidade e o equilíbrio do ciclo hidrológico.
Segundo o CREA-BA, a ausência de responsáveis técnicos foi um dos problemas mais frequentes. A equipe encontrou falhas graves: equipamentos contaminados, uso inadequado de defensivos agrícolas, ausência de receituário agronômico e falta de assistência técnica. Muitos produtores também não apresentaram o LTCAT (Laudo Técnico das Condições Ambientais do Trabalho), documento obrigatório para a segurança no campo.
A Adab confirmou o cenário: uso de produtos vencidos, embalagens abertas misturadas a produtos novos e receituários indicando aplicação em culturas inexistentes nas propriedades. “Essa prática oferece risco direto ao trabalhador, ao meio ambiente e ao consumidor final”, frisou a engenheira agrônoma Sueli Brito Haddad.
Segundo o coordenador de campo da FPI, Valdinei de Souza, todas as propriedades fiscalizadas foram autuadas e notificadas, recebendo orientações técnicas e prazos para regularização. Caso não cumpram as determinações, poderão sofrer penalidades como multas.
Cooperação para transformar
Criada em 2002, a FPI do São Francisco promove ações conjuntas entre instituições públicas e civis em defesa do meio ambiente e da legalidade no campo. Com caráter preventivo e repressivo, a força-tarefa busca transformar realidades — promovendo um campo mais justo para quem trabalha e mais seguro para quem consome.
A 51ª edição reúne 45 instituições, entre elas Inema, MPT, Adab, CREA-BA, Ibama, Polícia Federal, Sesab, universidades e diversos órgãos técnicos. Também participam: Agência Peixe Vivo (APV), AGENDHA, AGERSA, Animallia, ANM, CBHSF, Corpo de Bombeiros Militar (CBM-BA), CERB, CIPPA, CRT-BA, CRMV-BA, CRQ, DIVISA-SESAB, Fundação José Silveira (FJS), FBCA, FUNASA-MS, GERMEN, Instituto HORI, IPHAN, Marinha do Brasil, Ministérios da Saúde (MS) e do Meio Ambiente (MMA), MP-BA, MPF, Polícia Civil, Polícia Militar da Bahia, Seagri, Sefaz, Sepromi, Bahiater/SDR, SIHS, SINTEC-BA, SSP, SUDEC, Uneb, UFBA e UFRB.
Segurança
Polícia Civil destrói 1.200 armas de fogo ilegais
A ação ocorreu durante lançamento de operação para eliminar 30 toneladas de armamentos até o fim do ano

Cerca de 1.200 armas de fogo, entre fuzis, submetralhadoras, pistolas, revólveres e espingardas artesanais, foram destruídas na manhã desta quinta-feira (29), marcando o início da Operação Silêncio das Armas. A ação, coordenada pela Polícia Civil da Bahia, foi realizada na base da Coordenação de Operações e Recursos Especiais (Core), em Salvador, e prevê, até o fim do ano, a eliminação de mais de 30 toneladas de armamentos apreendidos em diferentes regiões do estado.
As armas destruídas estavam vinculadas a inquéritos policiais e foram apreendidas ao longo dos últimos três anos, em Salvador, na Região Metropolitana e em cidades do interior. A eliminação foi autorizada judicialmente e realizada por meio de um rolo compressor.
Para o secretário da segurança pública, Marcelo Werner, esta primeira etapa tem importância prática e simbólica. “Mostra a quantidade de armamentos que temos conseguido apreender no estado. Apenas este ano, já registramos um aumento de mais de 20% em relação ao mesmo período do ano passado, incluindo armas de alto poder de fogo, como as que foram destruídas hoje”, afirmou. Werner ressaltou também o crescimento das ações integradas das forças de segurança: “Temos ampliado o número de operações tanto na capital quanto no interior. Hoje mesmo realizamos uma operação em Salvador e em outros municípios baianos”.
Ainda o segundo o secretário, a eliminação dos armamentos passa a ser feita de forma permanente. “Vamos acelerar esse processo após a perícia e a autorização judicial. Armas ilegais são instrumentos de mortes violentas, e nosso trabalho é retirá-las das ruas em um combate incessante à violência e às facções do nosso estado”.
O delegado-geral da Polícia Civil (PC), André Viana, reforçou o compromisso da corporação com a continuidade da destruição dos materiais apreendidos. “São armas que não vão mais tirar a vida de ninguém. Essa operação representa uma política de saneamento das unidades policiais, que inclui não apenas armamentos, mas também drogas e veículos. Além de prevenir a violência, isso melhora o ambiente de trabalho dos nossos policiais”, afirmou.
Viana explicou que os armamentos destruídos hoje foram apreendidos em diferentes circunstâncias e que muitos chegaram à Bahia por rotas ilegais vindas de outras regiões do Brasil, especialmente do Sudeste e de áreas de fronteira internacional em estados vizinhos. “Essas armas chegaram aqui para matar. Nosso papel é eliminá-las de forma definitiva. E a população pode se perguntar por que não reutilizá-las, mas temos uma política de equipar nossos policiais com armamentos modernos e padronizados, usados pelas melhores forças do mundo”, completou.
Coordenador da Fiscalização de Produtos Controlados da PC, Arthur Gallas explicou que esta primeira etapa também serve como teste logístico para as fases seguintes da operação. São armas que estavam nas delegacias, vinculadas a crimes, e que agora são retiradas definitivamente de circulação. O maior volume ainda é de revólveres e pistolas, armas comuns em diversos delitos. Mas também destruímos fuzis que, se vendidos no mercado ilegal, podem chegar a R$ 80 mil”, destacou.
Ele afirmou que o uso de armamento de maior letalidade por criminosos tem crescido. “Infelizmente, temos visto um aumento no uso de fuzis e submetralhadoras por facções criminosas. Por isso, a polícia também está se equipando. No próximo mês, vamos receber mais fuzis calibre 7.62, e até o fim do ano, mais unidades serão entregues para reforçar o poder de fogo das forças policiais da Bahia”, concluiu.
Segurança
Cavalaria da PM celebra 190 anos com uma semana repleta de atividades festivas
Um dos eventos mais aguardados da programação é a Prova do Cavalariano. Esta competição reúne policiais montados e civis

O Esquadrão de Polícia Montada preparou uma semana de programação especial para comemorar os 190 anos da cavalaria da Polícia Militar da Bahia (PMBA). As atividades, que se estendem até sexta-feira (30), não apenas celebram a longa trajetória da unidade, mas também marcam o bicentenário da PMBA e homenageia o legado do general Manuel Luís Osório, patrono da cavalaria do Exército Brasileiro. Estão previstas atividades como corrida, cavalgada, futebol e uma prova de equitação, com obstáculos.
“Aqui a gente desenvolve um evento voltado para o público interno, para os nossos policiais que trabalham duro durante todo o ano, e também para as famílias e público externo”, destacou o major Moreno, comandante do Esquadrão. O major também ressalta que a atuação da cavalaria abrange atividades sociais, participações em eventos cívicos e patrulhamento em áreas de difícil acesso.
Um dos eventos mais aguardados da programação é a Prova do Cavalariano. Esta competição reúne policiais montados e civis em desafios que testam suas habilidades de equitação e manejo, vencendo obstáculos, promovendo um ambiente integrativo e amistoso entre a corporação e a comunidade.
“Para mim é uma honra. Estou aqui desde pequena, cresci na cavalaria. Para mim é uma sensação de alegria porque, além de celebrar o cavalo, porque tudo isso aqui só existe por conta dele, a gente também celebra o momento com nossos amigos e pessoas que me ajudaram a crescer também”, destacou Amanda Matos, que participa como convidada da iniciativa pelo segundo ano consecutivo.
A prova foi acompanhada pelos alunos da Escola Maria Quitéria, no bairro de Itapuã, em Salvador, e da Escola Municipal Jardim Ipitanga, de Lauro de Freitas. Rafael Silva, de 11 anos, estava empolgado assistindo as disputas.
“O que eu mais gostei mesmo foi o espírito de competir, dos cavalos porque, na verdade, eles são animais que se comportam como humanos, que às vezes estão bem, às vezes estão mal. Mas, é tudo empolgante, tudo contagiante, todo mundo feliz”, explicou o Rafael.
Os integrantes do esquadrão compartilham o entusiasmo por participar dessa celebração. O cabo Santana, que está há 22 anos na unidade, expressa sua felicidade: “Muito significante porque mantém os laços. Se não tiver sinergia, se não tiver uma energia positiva circulando, a gente não se mantém em lugar nenhum, e o animal facilita muito isso. Hoje, eu me sinto em casa. Às vezes quando eu estou em casa eu não saio tanto, eu não me relaciono com tantas pessoas quanto eu me relaciono aqui. Na prática, eu não me sinto nem trabalhando, eu faço aquilo que gosto. Isso ocorre comigo e com os demais colegas também”, afirmou.
As comemorações incluem ainda um corridão militar, um torneio de futebol na quarta-feira (28) envolvendo a tropa, ex-integrantes e outras corporações, e um culto inter-religioso na quinta-feira (29) com representantes de diversas crenças. O encerramento será uma cavalgada nas Dunas do Abaeté na sexta-feira (30), com mais de 50 participantes, seguida de um almoço de confraternização.
“É uma emoção muito grande desde o primeiro momento, em que fui nomeado comandante da tropa, há dois anos. Cheguei em 2004 como 1º tenente, passei 11 anos, aprendi um pouco sobre cavalos, me especializei e retornar como comandante, poder contribuir para o bem-estar dos policiais, dos cavalos, que é a razão da nossa existência, é uma realização profissional muito grande e espero que Deus me dê sabedoria para continuar conduzindo e fazendo o melhor para a tropa e para a sociedade baiana”, reforçou o major Moreno.
-
Culturahá 3 dias
Santuário Senhor dos Passos de Feira de Santana será restaurada
-
Agriculturahá 3 dias
Bahia avança na sustentabilidade agropecuária com capacitação do Plano ABC+
-
Papo de Quintahá 2 dias
Uma futura legião de improdutivos?
-
Segurançahá 2 dias
Polícia Civil destrói 1.200 armas de fogo ilegais