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Nacional

Jornalistas da Folha divulgam carta aberta à direção do jornal

O manifesto é um desagravo a uma série de artigos que têm sido publicados no periódico com conteúdos racistas

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Jornalistas da Folha divulgaram uma carta aberta à direção do próprio jornal como desagravo a uma série de artigos que têm sido publicados no
Foto: Reprodução

Jornalistas da Folha divulgaram uma carta aberta à direção do próprio jornal como desagravo a uma série de artigos que têm sido publicados no periódico com conteúdos racistas. “Nós, jornalistas da Folha aqui subscritos, vimos por meio desta carta expressar nossa preocupação com a publicação recorrente de conteúdos racistas nas páginas do jornal”, inicia o manifesto.

Na carta, destacam o artigo que motivou essa manifestação foi “Racismos de negros contra brancos ganha força com identitarismo”, do Poeta, romancista e antropólogo Antonio Risério, publicado no domingo (16) no caderno Ilustríssima e que esse não foi um caso isolado. “Em mais de uma ocasião recente, a Folha publicou artigos de opinião ou colunas que, amparados em falácias e distorções, negam ou relativizam o caráter estrutural do racismo na sociedade brasileira. Esses textos incendeiam de imediato as redes sociais, entrando para a lista de mais lidos no site. A seguir, réplicas e tréplicas surgem, multiplicando a audiência”. E ainda citam os colunistas Leandro Narloch e Demétrio Magnoli como autores que sem nessa mesma linha.

Ainda na carta questionam se outros temas como Holocausto, ditadura ou movimento antivacina não ganham espaço no jornal, porque essa prática não é a mesma com relação ao racismo no Brasil. “A Folha não costuma publicar conteúdos que relativizam o Holocausto, nem dá voz a apologistas da ditadura, terraplanistas e representantes do movimento antivacina. Por que, então, a prática seria outra quando o tema é o racismo no Brasil?”

Leia a carta aberta na íntegra
19 de janeiro de 2022
Carta aberta de jornalistas da Folha à direção do jornal

Caros membros da Secretaria de Redação e do Conselho Editorial da Folha,

Nós, jornalistas da Folha aqui subscritos, vimos por meio desta carta expressar nossa preocupação com a publicação recorrente de conteúdos racistas nas páginas do jornal. Sabemos ser incomum que jornalistas se manifestem sobre decisões editoriais da chefia, mas, se o fazemos neste momento, é por entender que o tema tenha repercussões importantes para funcionários e leitores do jornal e no intuito de contribuir para uma Folha mais plural.

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O episódio a motivar esta carta foi a publicação de artigo de opinião intitulado “Racismo de negros contra brancos ganha força com identitarismo” (Ilustrada Ilustríssima, 16/1), em que Antonio Risério identifica supostos excessos das lutas identitárias, que estariam levando a racismo reverso. Para além de reafirmarmos a obviedade de que racismo reverso não existe, não pretendemos aqui rebater o que afirma o autor – pessoas mais qualificadas do que nós no tema já o fizeram, dentro e fora do jornal. No entanto, manifestamos nosso descontentamento com o padrão que vem se repetindo nos últimos meses.

Em mais de uma ocasião recente, a Folha publicou artigos de opinião ou colunas que, amparados em falácias e distorções, negam ou relativizam o caráter estrutural do racismo na sociedade brasileira. Esses textos incendeiam de imediato as redes sociais, entrando para a lista de mais lidos no site. A seguir, réplicas e tréplicas surgem, multiplicando a audiência. A controvérsia então se estanca e morre, até que um novo episódio semelhante surja.

Antes do artigo em questão, colunas de Leandro Narloch e Demétrio Magnoli cumpriram esse papel.

Acreditamos que esse padrão seja nocivo. O racismo é um fato concreto da realidade brasileira, e a Folha contribui para a sua manutenção ao dar espaço e credibilidade a discursos que minimizam sua importância. Dessa forma, vai na contramão de esforços importantes para enfrentar o racismo institucional dentro do próprio jornal, como o programa de treinamento exclusivo para negros.

Reconhecemos o pluralismo que está na base dos princípios editoriais da Folha e a defesa que nela se faz da liberdade de expressão. No entanto estes não se dissociam de outros valores que o jornalismo deve defender, como a verdade e o respeito à dignidade humana. A Folha não costuma publicar conteúdos que relativizam o Holocausto, nem dá voz a apologistas da ditadura, terraplanistas e representantes do movimento antivacina. Por que, então, a prática seria outra quando o tema é o racismo no Brasil?

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Se textos como o de Antonio Risério atraem audiência no curto prazo, sua consequência seguinte é minar a credibilidade, que é, e deve ser, o pilar máximo de um jornal como a Folha. Por esses motivos, convidamos a uma reflexão e uma reavaliação sobre a forma como o racismo tem sido abordado na Folha. Acreditamos que buscar audiência às expensas da população negra seja incompatível com estar a serviço da democracia.

Assinam esta carta:

  1. Adriana Mattos
  2. Adriano Vizoni
  3. Alfredo Henrique
  4. Aline Mazzo
  5. Amanda Lemos
  6. Amon Borges
  7. Ana Bottallo
  8. Ana Luiza Albuquerque
  9. Andre Marcondes
  10. Andressa Motter
  11. Anelise Gonçalves
  12. Angela Boldrini
  13. Angela Pinho
  14. Anna Virginia Balloussier
  15. Artur Rodrigues
  16. Bárbara Blum
  17. Beatriz Izumino
  18. Bianka Vieira
  19. Bruna Borges
  20. Bruno B. Soraggi
  21. Bruno Benevides
  22. Bruno Molinero
  23. Bruno Rodrigues
  24. Camila Gambirasio
  25. Carolina Daffara
  26. Carolina Linhares
  27. Carolina Moraes
  28. Catarina Ferreira
  29. Catarina Pignato
  30. Clauber Larre
  31. Clayton Castelani
  32. Cristiane Gercina
  33. Cristiano Martins
  34. Cristina Camargo
  35. Cristina Sano
  36. Dani Avelar
  37. Dani Braga
  38. Daniel E. de Castro
  39. Daniel Mariani
  40. Daniel Mobilia
  41. Daniela Arcanjo
  42. Danielle Brant
  43. Danilo Verpa
  44. David Lucena
  45. Débora Melo
  46. Diana Yukari
  47. Eduardo Marini
  48. Eduardo Moura
  49. Emannuel Gonçalves Gomes
  50. Fábio Pupo
  51. Fernanda Brigatti
  52. Fernanda Giulietti
  53. Fernanda Mena
  54. Fernanda Perrin
  55. Flávia Faria
  56. Flávia Mantovani
  57. Gabriel Cabral
  58. Gabriela Bonin
  59. Géssica Brandino
  60. Giovanna Stael
  61. Giuliana de Toledo
  62. Giuliana Miranda
  63. Guilherme Botacini
  64. Guilherme Garcia
  65. Guilherme Seto
  66. Gustavo Fioratti
  67. Gustavo Queirolo
  68. Havolene Valinhos
  69. Heloísa Lisboa
  70. Henrique Santana
  71. Irapuan Campos
  72. Isabela Palhares
  73. Isabella Menon
  74. Jairo Malta
  75. Jéssica Maes
  76. João Gabriel
  77. João Gabriel Telles
  78. João Pedro Pitombo
  79. João Perassolo
  80. José Marques
  81. Julia Chaib
  82. Karime Xavier
  83. Karina Matias
  84. Kleber Bonjoan
  85. Laíssa Barros
  86. Laura Lewer
  87. Leonardo Diegues
  88. Leonardo Sanchez
  89. Lucas Alonso
  90. Lucas Brêda
  91. Luís Curro
  92. Luiz Antonio Del Tedesco
  93. Maicon Silva
  94. Manoella Smith
  95. Marcelo Azevedo
  96. Marcelo Rocha
  97. Marciana de Barros
  98. Maria Ap. Alves da Silva
  99. Mariana Agunzi
  100. Mariana Arrudas
  101. Mariana Goulart
  102. Mariana Zylberkan
  103. Marília Miragaia
  104. Marina Consiglio
  105. Marina Lourenço
  106. Marlene Bergamo
  107. Mateus Bandeira Vargas
  108. Matheus Moreira
  109. Matheus Rocha
  110. Matheus Teixeira
  111. Mathilde Missioneiro
  112. Maurício Meireles
  113. Mayara Paixão
  114. Melina Cardoso
  115. Mônica Bento
  116. Naná DeLuca
  117. Natália Cancian
  118. Natália Silva
  119. Nathalia Durval
  120. Nicollas Witzel
  121. Otavio Valle
  122. Paola Ferreira Rosa
  123. Patricia Pamplona
  124. Paula Soprana
  125. Paulo Batistella
  126. Paulo Saldaña
  127. Pedro Ladeira
  128. Pedro Lovisi
  129. Phillippe Watanabe
  130. Priscila Camazano
  131. Ranier Bragon
  132. Raphael Hernandes
  133. Raquel Lopes
  134. Rebeca Oliveira
  135. Regiane Soares
  136. Renan Marra
  137. Renata Galf
  138. Renato Machado
  139. Ricardo Balthazar
  140. Rivaldo Gomes
  141. Rodrigo Sartori
  142. Ronny Santos
  143. Rubens Alencar
  144. Salvador Nogueira
  145. Samuel Fernandes
  146. Sílvia Haidar
  147. Silvia Rodrigues
  148. Tatiana Harada
  149. Tayguara Ribeiro
  150. Thea Severino
  151. Thiago Amâncio
  152. Thiago Bethônico
  153. Tiago Ribas
  154. Victor Lacombe
  155. Victoria Azevedo
  156. Victoria Damasceno
  157. Vitor Moreno
  158. Vitória Macedo
  159. Walter Porto
  160. Washington Luiz
  161. Wesley Faraó Klimpel
  162. William Barros
  163. William Cardoso
  164. Zanone Fraissat

E outros 22 jornalistas da Folha

Nacional

Mulheres de Axé de várias regiões do Brasil têm encontro em Salvador 

Reunidas no Instituto Anísio Teixeira (IAT) até este sábado (31), discutem democracia, justiça climática e direitos sociais 

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sábado (30 e 31), durante o V Encontro Nacional de Mulheres de Axé da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (Renafro).
Foto: Adriana Ituassu

Mais de 150 mulheres de axé, lideranças religiosas e guardiãs dos saberes ancestrais estão reunidas no Instituto Anísio Teixeira (IAT), em Salvador, nesta sexta-feira e no sábado (30 e 31), durante o V Encontro Nacional de Mulheres de Axé da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (Renafro). Com o tema “O matriarcado na luta pela democracia, pelos direitos sociais e justiça climática”, o encontro reafirma a força das mulheres que mantêm viva as tradições das religiões de matriz africana e a resistência negra em todo o país. 

O encontro reúne mulheres de axé, como Ialorixás, Ekedis e Iabassês, de 22 estados e do Distrito Federal e é marcado por debates, saudações e homenagens à ancestralidade. Dentre os temas debatidos estão: “O matriarcado na luta pela democracia: mulheres de axé e as mobilizações sócio-políticas”; “Racismo ambiental e os impactos nas comunidades tradicionais de terreiro”; “Terreiro enquanto cozinha solidária permanente: a garantia da segurança alimentar e do cuidado socioassistencial”, e “Enquanto houver racismo religioso no Brasil, não haverá democracia: a luta permanente pelo direito à saúde e à educação de nosso povo”. 

Presente ao evento, a secretária das Mulheres do Estado, Neusa Cadore, destacou o protagonismo feminino nas religiões de matriz africana. “Promover um encontro nacional fortalece o reconhecimento dessas lideranças femininas e suas contribuições à resistência cultural. Essas mulheres enfrentam o racismo religioso e a intolerância. Elas traduzem uma força que passa para as novas gerações e representam o cuidado com a vida, numa sociedade onde as mulheres pretas são as mais invisibilizadas”, enfatizou.  

Pedrina do Rosário, quilombola da comunidade de Jatimane, no município de Nilo Peçanha, no Baixo Sul da Bahia, e representante do Koinonia Presença Ecumênica e Serviço, disse que o momento é para celebrar, refletir e fortalecer a luta coletiva. “Estamos aqui para reafirmar que o matriarcado de axé não é passado. É presente pulsante e futuro possível. É com ele que enfrentamos o racismo ambiental e as desigualdades históricas”, emocionou-se. “Somos as que sempre souberam cuidar da terra, preparar o amalá, varrer o terreiro e não aceitar o silêncio como destino. Vamos seguir ao lado das mulheres de axé, de fortalecer a luta por territórios livres de racismo religioso”. 

De São Paulo, a Ialorixá Cristina D`Osun destacou o papel do encontro no monitoramento das políticas públicas. “Muitas vezes não vemos as políticas para mulheres sendo cumpridas. Mas aqui podemos acompanhar o que já foi feito e levar novas pautas. Não dá para ficar só no terreiro, precisamos ocupar também os espaços políticos. Para nós, lideranças religiosas de matriz africana é fundamental estar à frente desse legado que nos foi deixado desde a diáspora. Não posso parar esse processo. Levo para São Paulo a certeza de que precisamos construir redes como a Renafro, que há 22 anos nos fortalece”. 

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De Brasília, Amanda Taquari participou pela primeira vez do encontro e falou sobre as suas expectativas. “Vim a convite da Mãe Baiana, porque nós, mulheres de Ifá, precisamos ocupar todos os espaços. É essencial conhecer as políticas públicas voltadas para o povo de axé e levar isso para o nosso terreiro”, ressaltou. 

Para Ekedy Sinha, do Ilê Axé Iyá Nassô Oká, o Terreiro da Casa Branca, o encontro também é um chamado à resistência frente ao racismo religioso que atinge diretamente os territórios sagrados de matriz africana. “Este é o quinto encontro. Estamos juntas desde o início dessa estratégia de sobrevivência do povo de axé. A Rede de Saúde é resistência, de resistir a tudo que estamos passando. Continuamos com muita fé e vamos seguir construindo um futuro de dias melhores”, disse. 

Também participaram da abertura do evento, Fábya Reis, secretária estadual de Assistência e Desenvolvimento Social (Seades); Djenane Santos, representante da Secretaria da Educação do Estado (SEC); Fabiana Damásio, da Fiocruz; Mãe Meninazinha de Oxum; e Mãe Neuza de Xangô, madrinha do Grupo de Trabalho Nacional de Mulheres de Axé da Renafro. 

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Nacional

Gael e Helena lideram ranking dos nomes mais registrados na Bahia

Apesar da preferência, os queridinhos dos baianos têm perdido a força comparado ao ano passado

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É tetracampeão! Gael foi o nome masculino mais registrado na Bahia pelo quarto ano consecutivo. Em 2024, foram 1.951 registros, de acordo
Foto: Divulgação

É tetracampeão! Gael foi o nome masculino mais registrado na Bahia pelo quarto ano consecutivo. Em 2024, foram 1.951 registros, de acordo com levantamento divulgado nesta quarta-feira (25) pela Associação dos Registradores Civis das Pessoas Naturais (Arpen-Brasil). O nome feminino mais usado segue sendo Helena, com 1.353 registros neste ano. Apesar da preferência, os queridinhos dos baianos têm perdido a força comparado ao ano passado, quando apresentaram maior frequência: 2.207 e 1.448, para Gael e Helena, respectivamente.

Na sequência feminina vem Maitê, com 1.236 registros. Laura ocupa o terceiro lugar entre os mais escolhidos, com 1.026 repetições.

Quando o assunto é nome composto, Maria Cecília e João Miguel são os destaques do estado. Já na capital baiana, Gael cede o lugar de preferido para o líder Theo, com 303 registros, logo atrás vem Ravi, com 296 e Heitor 279 repetições, ocupando o primeiro, segundo e quarto lugares, respectivamente, aumentando a lista dos preferidos.

As meninas seguem a mesma tendência do ano passado, mantendo Helena (245) em primeiro lugar e logo na sequência, Laura (233). A novidade fica para o terceiro lugar conquistado pelo nome Maitê (217), que desbancou o preferido dos últimos dois anos, Liz (215).

Os nomes que se repetem na Bahia e capital, como explica o presidente da Arpen Bahia, Carlos Magno Alves, são reflexo do cenário nacional.

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“Cada registro faz parte da identidade cultural do local que a pessoa vive, e esse espaço é influenciado pelos costumes e pelas tendências virtuais”, justifica.

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Nacional

INSS divulga calendário de pagamentos para 2025

Para cada categoria, as datas de pagamento serão determinadas pelo número final do cartão. Confira o calendário

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Os cerca de 40 milhões de beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) já podem conferir a data de pagamento
Foto: Marcelo Casal Jr./Agência Brasil

Os cerca de 40 milhões de beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) já podem conferir a data de pagamento das aposentadorias, dos auxílios e das pensões em 2025. A autarquia divulgou o calendário de depósitos para todo o próximo ano.

Os depósitos seguirão a sequência de anos anteriores, com um calendário para quem recebe um salário mínimo e outro para quem ganha mais de um salário. Para cada categoria, as datas de pagamento serão determinadas pelo número final do cartão, sem considerar o dígito verificador (que vem depois do traço).

A aposentadoria, a pensão ou o auxílio de janeiro serão depositados de 27 de janeiro a 7 de fevereiro para quem ganha um salário mínimo. Segurados com renda superior a esse valor receberão de 3 a 7 de fevereiro.

Consulta aos valores

Os segurados do INSS podem consultar o valor a receber do benefício por meio do aplicativo Meu INSS ou pelo site meu.inss.gov.br.

Também é possível verificar por telefone, ligando na central 135. O usuário deve ligar de segunda-feira a sábado das 7h às 22h, informando o número do Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) e confirmando os dados cadastrais.

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Com o reajuste do salário mínimo previsto para 1º de janeiro, o valor reajustado só será pago entre o fim de janeiro e o início de fevereiro.

Confira o calendário de pagamento dos benefícios do INSS em 2025

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