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Margareth Dalcolmo é a Personalidade 2020 do Prêmio Faz Diferença

A pesquisadora da Fiocruz, de 66 anos, se tornou uma voz de esclarecimento sobre a Covid-19 para a população

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A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) informou nesta terça-feira (8) que a pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) Margareth Dalcolmo foi redesignada membro do Expert Committee on the Selection and Use of Essential Medicines, da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Foto: Divulgação

A médica pneumologista e pesquisadora da Fiocruz Margareth Maria Pretti Dalcolmo, de 66 anos, foi escolhida como Personalidade 2020 pelo Prêmio Faz Diferença. A colunista do Globo e coordenadora de estudos importantes na área, desenvolveu um entendimento sobre a Covid-19 e se tornou uma voz de esclarecimento para a população, através da mídia.

“Para nós, naquele momento, a Covid-19 parecia ser mais uma virose respiratória que iria aparecer e desaparecer, como foram outras coronaviroses anteriores, a SARS-1 e a MERS”, conta. “O que deixou claro para nós que não iria ser assim foi a entrada da doença na Europa, no fim de janeiro, quando começaram a aparecer os casos na Itália, morrendo muita gente.”

Dalcolmo já tinha participado de comitês de preparação para outras epidemias e era cientista de renome em tuberculose. Por isso, foi chamada para compor o grupo de especialistas que daria suporte ao ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. Trabalhou ali com Júlio Croda, então diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis, seu colega e amigo de longa data.

“Os primeiros pacientes que eu tratei tinham ido a desfiles de escola de samba, e logo ficou claro que a gente estava lidando com uma doença de grande capacidade de transmissão”, conta. “Rapidamente, aprendemos que a Covid-19 era uma doença sistêmica, e vimos que alguns dos pacientes morreram no inicio da epidemia não só por pneumonia, mas por doença trombótica.

Quando percebeu que o coronavírus era capaz de provocar dano neural e, sobretudo, nos vasos sanguíneos, Dalcolmo e outros colegas influenciaram a comunidade médica brasileira a mudar o protocolo de tratamento da doença. A nova abordagem era mais atenta para danos em outros sistemas vitais dos pacientes, e introduziu o uso de corticoides para conter problemas vasculares.

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Com a demissão do ministro Mandetta, o grupo de cientistas se viu impedido de aconselhar a nova gestão da pasta. Dalcolmo buscou contribuir para políticas públicas na resposta à pandemia então no Estado do Rio. Na ausência de uma campanha federal para educação pública sobre Covid-19, a médica colaborou com jornalistas para fazer o público entender a importância de medidas como o distanciamento social, o uso de máscaras e a busca pela vacina.

Apesar da rotina de pesquisa e clínica, Dalcolmo só deixou de colaborar em alguns dias de maio, devido a contaminação com a Covid-19. Após testar negativo, voltou às entrevistas e à rotina clínica de atender de oito a dez pacientes por dia.

Como tinha sido contaminada antes, não pôde participar como voluntária dos testes da vacina no segundo semestre de 2020, e só veio a receber o imunizante em janeiro deste ano. A Fiocruz lhe concedeu a honra de ser a primeira profissional de saúde a receber a vacina de Oxford.

Hoje, junto com Croda, que deixou o ministério, a pesquisadora conduz os últimos estágios da pesquisa que avalia a influência da vacina BCG na imunidade de Covid-19. O infectologista também é seu parceiro no estudo clínico de fase 3 do antiviral molnupiravir.

“Durante toda a pandemia, Margareth foi incansável” conta Croda. “O trabalho dela de traduzir o que a ciência recomenda para o combate à pandemia foi importantíssimo num momento difícil que vivemos, com um vácuo deixado pelo Ministério da Saúde, que não se comunica adequadamente com a população.”

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“Margareth é a embaixadora da ciência no Brasil”diz o infectologista Marcus Lacerda, da Fiocruz Amazonas. “Ela suaviza temas polêmicos e é dura na hora de enfrentar a desinformação, sempre com diplomacia e solidez. Consegue falar sobre a incerteza com certeza. Foi um bálsamo durante um período tão sofrido.”

Jurados

Alan Gripp (diretor de Redação do GLOBO); Ancelmo Gois, Lauro Jardim, Merval Pereira, Míriam Leitão (colunistas); e Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira (presidente da Firjan).

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Izana Sacramento – guardiã da tradição saveirista

Desde a infância, a jovem teve uma relação íntima com o mar e com as embarcações tradicionais da região, especialmente os saveiros de vela de içar

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Foto: Pedro Bocca

Izana Sacramento, jovem de 22 anos, nasceu e cresceu em Jaguaripe, no Recôncavo Baiano. Desde a infância, teve uma relação íntima com o mar e com as embarcações tradicionais da região, especialmente os saveiros de vela de içar. Encantava-se ao vê-los bordejando pelo Rio Jaguaripe, cenário que moldou sua identidade cultural. Sua ligação com essa tradição é também familiar: seu tio, Jailton, é mestre e proprietário do saveiro “É da Vida”.

Formada integralmente em escolas públicas, Izana concluiu o Ensino Médio em 2020. Durante sua trajetória escolar, participou de projetos sociais como o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), que contribuíram para sua formação cidadã e artística. Aos 13 anos, ingressou na oficina de modelismo naval do mestre saveirista Bira Portugal, onde foi a única menina a permanecer entre os alunos. Lá, aprendeu a manusear ferramentas, operar maquinários e construir réplicas de embarcações, desenvolvendo habilidades técnicas e sensibilidade artística.

Fotos do vídeo: Emerson Ishikawa

Após um período afastada da oficina, Izana realizou um estágio de seis meses no cartório de registro de imóveis, títulos e documentos de sua cidade. Ao final da experiência, retornou à oficina e passou a participar de atividades práticas no saveiro construído por Bira, onde aprendeu a governar a embarcação, envergar velas, dar nós e manejar escotas — conhecimentos fundamentais para a navegação tradicional.

Sua paixão pelos saveiros transformou-se em missão: preservar essa tradição histórica e fortalecer a cultura marítima da Baía de Todos-os-Santos. Atualmente, restam menos de 25 saveiros em atividade, de um universo que já ultrapassou mil embarcações. Izana sonha em construir e manter um saveiro próprio, apesar dos desafios como a escassez de madeira, a falta de mão de obra especializada e os altos custos de manutenção.

Em 2023, participou da reforma do centenário saveiro “Sombra da Lua”, ao lado do engenheiro Pedro Bocca, atuando no levantamento e cadastro das peças. A experiência foi marcante e ampliou sua rede de contatos, aproximando-a de figuras importantes como o historiador Chico Senna e o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE/BA), Inaldo Araújo. Através do grupo “Amigos do Sombra da Lua”, formou laços que fortalecem sua trajetória até hoje.

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Nos últimos anos, Izana vem estruturando sua própria oficina em casa, adquirindo ferramentas e maquinários, e aperfeiçoando continuamente seu trabalho. Suas réplicas de saveiros já chegaram a estados como São Paulo e Alagoas, e até a países como Irlanda e Itália, levando a arte e a cultura do Recôncavo Baiano para além das fronteiras nacionais.

Com orgulho e determinação, Izana Sacramento segue firme em sua missão de manter viva a tradição dos saveiros de vela de içar — um legado que resiste ao tempo e às adversidades, e que continua a navegar pelas águas da memória e da identidade cultural brasileira.

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Morre Iraci Simões, esposa do ex-Deputado Eujácio Simões

O sepultamento será realizado neste sábado (23), às 15h, na capela D, do Cemitério Jardim da Saudade

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Iraci Figueiredo Simões, matriarca da Família Simões, nasceu em Poções-BA em 1929. Durante sua infância, sua família migrou para
Foto: Arquivo pessoal

Iraci Figueiredo Simões, matriarca da Família Simões, nasceu em Poções-BA em 1929. Durante sua infância, sua família migrou para Itororó-BA onde, aos 16 anos, se casou com Eujácio Simões Viana, falecido em 2007.  

Uma mulher ativa e à frente do seu tempo, sempre teve como paixão a criação do Gado Zebu, com destaque a raça Nelore PO (Puro de Origem).  

Em 1955, tendo como palco a Fazenda Estrela do Oriente, em Palmares, distrito de Itapetinga-BA, Dona Iraci e Sr. Eujácio, iniciaram, de forma pioneira, a criação o Nelore PO, trazendo, até os tempos atuais, uma das melhores criações da raça no Brasil. 

Sempre foi uma esposa e mãe dedicada, participou ativamente da vida pública de seu esposo, que foi eleito primeiro prefeito de Itororó, onde exerceu com muita dedicação seu papel de primeira-dama.  

Em 1963 seu esposo Eujácio foi eleito Deputado Estadual e a família se mudou para Salvador, onde Dona Iraci passou a acolher vários conterrâneos em sua residência para tratamento de saúde, cuidando de todos com muito afeto e acompanhando-os incansavelmente nos serviços de saúde. 

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Além do apoio no tratamento de saúde de seus conterrâneos, Dona Iraci acolheu, por vários anos, em sua casa, amigos, parentes e outras pessoas da comunidade Itororoense, que vinham para Salvador em busca de uma educação de nível superior. 

“Ao longo dos seus 94 anos, Dona Iraci foi um verdadeiro exemplo de trabalho, simplicidade, humildade e calor humano”, destaca sua filha Erbene. 

Iraci deixa quatro filhos: Euracy, Eujácio Filho (in memoriam), Erbene e Emerson, doze netos e treze bisnetos. 

O sepultamento será realizado neste sábado (23), às 15h, na capela D, do Cemitério Jardim da Saudade. 

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Melly revela chegada de novo disco; confira a entrevista exclusiva

Focada nas possibilidades do Ritmo & Bahia, a cantora se inspira em grandes gêneros da música preta baiana como o Rnb, NeoSoul e Afrobeat

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Ela ganhou o coração de Salcity. E não só da cidade, mas do Brasil inteiro. Desde os seis anos a música já corria nas veias de Melly. Depois que a cantora e compositora soteropolitana ganhou o primeiro violão da avó, não foi muito difícil conquistar a admiração do público. Aos 17 anos começou a produzir; comprou os próprios equipamentos e lançou as próprias músicas de forma independente: “O resto aconteceu”
Foto: Divulgação
Entrevista Exclusiva | Carla Melo

Ela ganhou o coração de Salcity. E não só da cidade, mas do Brasil inteiro. Desde os seis anos a música já corria nas veias de Melly. Depois que a cantora e compositora soteropolitana ganhou o primeiro violão da avó, não foi muito difícil conquistar a admiração do público. Aos 17 anos começou a produzir; comprou os próprios equipamentos e lançou as próprias músicas de forma independente: “O resto aconteceu”

Hoje com mais de 20k de seguidores nas redes sociais e “Ceder” como o seu mais novo single, Melly abre o coração e fala sobre a sua vida e carreira como artista baiana. Focada nas possibilidades do Ritmo & Bahia, a cantora se inspira em grandes gêneros da música preta baiana como o Rnb, NeoSoul e Afrobeat.

“Todo esse universo sempre foi despretensioso pra mim, compor e cantar eram minha válvula de escape, e com o tempo, passei a me profissionalizar, mas nada foi extremamente pensado, música passou a ser uma ambição, um sonho a realizar”, desabafa a cantora.

Melly fechou grandes parcerias com artistas brasileiros como Saulo Fernandes, com o single “Então Volta”. Além disso participou de projetos com Lazzo, Tatau, Luedji Luna, Larissa Luz, Nara Couto. O sonho da cantora não para por aí.

“Espero ter o privilégio de estar perto de muitos outros que admiro, que foram e são referência, como Gil, Djavan, Caetano, Gal. Todas as minhas experiências trocadas com pessoas que me influenciaram musicalmente foram, igual e demasiadamente, incríveis”, revela Melly.

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É fato que o número de mulheres na música tem crescido muito, e as mulheres baianas não ficam para trás. A figura feminina está cada vez mais presente no pagodão, no pagotrap, no trap e em outros gêneros e sub-gêneros musicais que ‘fecham’ a Bahia. A artista vê a importância que a conquista das mulheres tem para abrir novas possibilidades no cenário musical.

“Muitas vieram antes de mim pra que fosse possível e pensável tentar executar o que faço hoje, e muitas virão a frente. Hoje percebo a importância de ter visto alguém fenotipicamente parecida comigo realizar algo que eu gostaria, um dia, de também fazer. E por isso tento ao máximo também expor minha verdade, nem que seja pra atingir e representar uma parte pequena do processo, uma parcela das ouvintes, uma partezinha de mulheres motivadas a seguir na arte”, explica Melly.

O primeiro show

Melly lembra perfeitamente da sensação de subir ao palco pela primeira vez. É essa mesma sensação que ela tenta manter em todas as suas apresentações.

“Fui convidada pra fazer meu primeiro show autoral em um festival evangélico, e no final, apesar de tudo, foi incrível. Por mais que a proposta do evento não combinasse, mesmo sem ninguém no público, só família e amigos, foi um início, e eu me senti bem.”

“Até porque, perduravelmente, tem que ser muito mais pelo prazer em executar do que pelo mecanicismo do trabalho, e se depender de mim, vai continuar sendo.”, continua.

​Recentemente a cantora lançou seu mais novo single “Ceder”, uma composição com ritmo mais suave, mas que ainda traz a paixão que está presente nas letras das suas músicas. Melly ainda anuncia que podem vir mais canções com a mesma pegada.

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““Ceder” foi um lançamento, particularmente, arriscado. Fora da minha zona de conforto, só voz e violão, formato que nunca cheguei a lançar, – apesar de todas as minhas composições se iniciarem assim – essa música não fazia sentido sem esse sentimento intimista, e fico feliz que tenha atingido o público nesse lugar! A todos os que se identificaram, mandaram mensagem, sentiram de alguma forma, isso me incentiva a continuar”, fala Melly.

Recente a artista iniciou os seus primeiros shows em vários cantos do Brasil. E diz quais são os planos a partir de agora.

“Fiz recentemente os meus primeiros shows fora da Bahia, um em Belo Horizonte, outro em São Paulo, e as duas experiências foram incríveis! Não imaginava que meu trabalho estivesse chegando dessa forma em outros estados. Quero tocar novamente por lá, e pela primeira vez em muitos outros lugares”

Eita, vem álbum novo por aí?

Tudo o que a Melly pode dizer por agora é que sairá um novo disco. Mas quem conhece sabe que será sucesso total. A cantora também anunciou novos projetos, que também não pode revelar por agora, mas garante que “os próximos capítulos vão ser legais!!”

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