Política
Bahia investe R$ 20,2 bi com recursos próprios e mantém dívida sob controle, aponta Sefaz
Maior parte dos recursos para obras e ações vem do Tesouro estadual; relação dívida/receita recua para 33%, bem abaixo do limite legal
Com um investimento recorde de R$ 20,2 bilhões desde janeiro de 2023, o Estado da Bahia recebeu, no mesmo período, R$ 5,4 bilhões em recursos provenientes de operações de crédito, o equivalente a cerca de 26% do total. A maior parte dos desembolsos com investimentos teve origem, portanto, em recursos próprios do caixa estadual, de acordo com levantamento realizado pela Secretaria da Fazenda (Sefaz-Ba).
Ao todo, já foram efetivamente contratadas pela atual gestão 18 operações de crédito, que somam R$ 9,01 bilhões. Descontados os recursos já liberados pelas instituições financeiras conforme o cronograma previamente definido em cada contrato, faltam ingressar nos cofres públicos cerca de R$ 3,7 bilhões relativos a essas operações, ainda segundo a Sefaz-Ba.
Voltados exclusivamente para a realização de novos investimentos ou para a reestruturação da própria dívida do Estado, os empréstimos contratados pelo governo baiano precisam cumprir um minucioso processo até que se inicie a liberação dos recursos, desde a aprovação pela Assembleia Legislativa, passando pela obtenção do aval do Tesouro Nacional, até os trâmites finais junto às instituições financeiras.
“Uma coisa é o governo encaminhar os pedidos para a Assembleia Legislativa e obter a autorização para emprestar. Outra é o tempo de ingresso dos recursos, que leva um período para acontecer”, observa o secretário estadual da Fazenda, Manoel Vitório. “Quando o governador anuncia que já investiu R$ 20 bilhões, a maior parte veio do Tesouro estadual, e isto evidencia a solidez das contas do Estado da Bahia”, ressalta.
Ele enfatiza, por outro lado, a importância da contratação de empréstimos para dar sustentação ao programa de investimentos do Estado. Os novos empréstimos, afirma, “têm como objetivo reforçar a pauta de obras e ações estruturantes em áreas estratégicas, como saúde, segurança, educação e infraestrutura, com resultados que incluem melhor qualidade de vida, mais estímulo à economia, mais empregos e renda e maior capacidade para atração de novos investimentos privados”.
Equilíbrio fiscal e dívida sob controle
O volume expressivo de investimentos públicos vem sendo viabilizado graças ao equilíbrio das contas, que resulta não só na destinação de recursos próprios para obras e ações em todo o território baiano, como também na capacidade conquistada pelo Estado para obter novas operações de crédito com o aval do Tesouro Nacional, sem comprometer o endividamento.
Com histórico de bom pagador, o governo baiano viu este indicador permanecer em baixo patamar e até melhorar o seu perfil em 2025: a relação entre a dívida e a receita recuou de 37% para 33% desde o final do ano passado. A projeção do fisco estadual é de que, mesmo com os novos empréstimos, o endividamento seguirá em trajetória de queda nos próximos dez anos.
A redução é ainda mais expressiva se considerada a trajetória da dívida pública nas últimas décadas. Em 2002, a relação entre dívida e receita chegou a 182%, mais de cinco vezes acima da proporção atual e o maior patamar desde então. “Houve um decréscimo considerável nesta proporção a partir de 2010, por conta do bem-sucedido processo de gestão das contas estaduais pelas recentes administrações, resultando em melhoria significativa do perfil da dívida do Estado”, afirma o secretário Manoel Vitório.
O atual nível de endividamento coloca a Bahia em posição segura de acordo com os parâmetros estabelecidos em resolução do Senado Federal, que fixam em 200% o limite máximo para a proporção entre as dívidas dos estados e suas respectivas receitas.
De acordo com a Sefaz-Ba, a dívida baiana está muito abaixo daquela registrada pelos estados mais ricos do país, que são também os mais endividados. Conforme dados do Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (Siconfi), do Tesouro Nacional, a dívida do Rio de Janeiro, por exemplo, terminou o segundo quadrimestre equivalendo a 202% da receita. A do Rio Grande do Sul ficou em 176%, a de Minas Gerais em 150% e a de São Paulo em 121%.
“O perfil de endividamento da Bahia está sob controle principalmente devido ao rigoroso cumprimento das parcelas de amortização da dívida pelo Estado”, explica Vitório. Ele lembra que a dívida atual resulta não apenas de operações de crédito recentes, mas de compromissos assumidos pelo Estado ao longo de sucessivos governos.
Política
Municípios baianos recebem R$ 134,7 milhões para fechar contas de 2025
Repasse inclui cota do ICMS e antecipação do Fundeb, atendendo solicitação da UPB ao governador Jerônimo Rodrigues
Os 417 municípios baianos receberam nesta segunda-feira (29) um reforço de R$ 134,7 milhões do Governo do Estado para ajudar no fechamento das contas de 2025. O montante inclui a cota das prefeituras no ICMS arrecadado entre os dias 22 e 26 de dezembro e a antecipação do Fundeb referente ao mesmo período, que normalmente seria repassado apenas em janeiro. A antecipação foi solicitada pela União dos Municípios da Bahia (UPB) ao governador Jerônimo Rodrigues.
Segundo a Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz-Ba), a antecipação do Fundeb somou R$ 26,9 milhões, incluindo parcelas relativas ao ICMS. Já o repasse do ICMS foi de R$ 107,8 milhões. A arrecadação correspondente aos últimos dias de dezembro será transferida na sexta-feira (2).
O governador Jerônimo Rodrigues destacou a parceria com os prefeitos e a importância da medida para garantir a continuidade dos serviços municipais. “Apoiar as prefeituras é essencial para assegurar que cada baiano e baiana tenha acesso aos serviços públicos”, afirmou.
De acordo com o secretário da Fazenda, Manoel Vitório, o Estado manteve a arrecadação em 2025 no mesmo patamar do ano anterior, com pequeno crescimento real, apesar do cenário econômico desafiador. “Isso permitiu preservar o nível de transferências e atender à solicitação da UPB”, disse.
Política
Bahia registra menor índice de fome grave em três anos
Programa Bahia Sem Fome reduz insegurança alimentar em mais de 11% em 2025, com investimentos que ultrapassam R$ 1,8 bilhão no ano
As políticas de enfrentamento à insegurança alimentar e nutricional, coordenadas pelo Governo do Estado, resultaram na menor taxa de pessoas em situação de fome grave na Bahia dos últimos três anos. Nesta terça-feira (30), foi apresentado o balanço de 2025 pelo Programa Bahia Sem Fome, que aponta para uma redução de 11,6% na insegurança alimentar grave no estado. Somente em 2025, cerca de R$ 1,8 bilhão foi investido em ações como distribuição de alimentos, cozinhas comunitárias, alimentação escolar e outras iniciativas junto às gestões municipais.
Segundo o coordenador do programa, Tiago Pereira, em 2023, quando a iniciativa estadual iniciou ações emergenciais para retirar o Brasil do Mapa da Fome, em parceria com o Governo Federal, a Bahia tinha 1,9 milhão de pessoas em insegurança alimentar grave. Com levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que aponta para 760 mil pessoas em situação similar este ano, a Bahia apresenta uma redução de 60% em relação a 2023. O investimento no programa até agora já totaliza R$ 5,2 bilhões.
“Isso significa recursos para a alimentação escolar, para cozinhas comunitárias e solidárias, para a assistência com cestas básicas, para o acesso à água, para a inclusão produtiva, já que a agricultura familiar é de suma importância nesta agenda de combate à fome. É um conjunto de ações estratégicas que ajudam, de fato, a fortalecer o sistema de segurança alimentar em cada canto da Bahia”, enfatizou o coordenador.
Em 2025, 150 cozinhas comunitárias foram instaladas em 95 municípios baianos, por meio do edital Comida no Prato. Cerca de 120 organizações da sociedade civil estiveram à frente das cozinhas, atuando na rede de distribuição de alimentos a 30 mil pessoas até dezembro. Já a Campanha de Arrecadação e Doação de Alimentos registrou 500 toneladas de alimentos entregues e 150 mil cestas básicas distribuídas para municípios com maior vulnerabilidade ou em situação de emergência por seca ou enchentes.
O ano também foi fechado com mais 93 municípios vinculados ao Sistema Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan), totalizando 189 cidades cadastradas – 40% dos municípios baianos. O sistema amplia o acesso às políticas, que atendem cerca de 5,6 milhões de pessoas em toda a Bahia.
“A dignidade efetiva só se dá a partir do momento em que as famílias têm condições de prover a própria alimentação. O Estado oferece a cesta básica, mas ao mesmo tempo tem se preocupado em dar condições à população em situação de vulnerabilidade, garantindo autonomia para o exercício pleno da cidadania”, reforçou Tiago Pereira. Outras ações foram realizadas pelo governo estadual, por meio da rede de equipamentos integrados de combate à fome, que inclui Mercados Populares, Restaurantes Populares, tecnologias para abastecimento de água, Centros de Referência de Assistência Social e para a População de Rua, Bancos de Leite, Armazéns da Agricultura Familiar e Centros Públicos de Economia Solidária.
Política
Jerônimo rebate críticas da oposição e garante execução de obras anunciadas na Bahia
Governador cita R$ 1,3 bilhão em ordens de serviço já assinadas e promete concluir acessos municipais, ampliar pavimentação e avançar em projetos estratégicos
O governador Jerônimo Rodrigues (PT) respondeu às críticas da oposição sobre obras anunciadas pelo governo estadual e afirmou que todas as promessas serão cumpridas. Em entrevista à Rádio BandNews FM, Jerônimo disse que honra a própria palavra e lamentou a mudança de postura de antigos aliados, como o ex-presidente da Assembleia Legislativa Nelson Leal, classificando esse comportamento como um desserviço à política.
O governador destacou que sua trajetória pessoal, marcada pela origem humilde, reforça o compromisso com entregas concretas. Ao se comparar a lideranças como o presidente Lula e o ex-governador Rui Costa, afirmou ter orgulho de representar o povo baiano e compreender, na prática, o impacto de obras estruturantes, especialmente estradas, no desenvolvimento das comunidades.
Como exemplo, Jerônimo citou ato realizado na Assembleia Legislativa que reuniu assinaturas de licitações e ordens de serviço que somam R$ 1,3 bilhão. Segundo ele, trata-se de obras já autorizadas, e não apenas anúncios. O governador reafirmou ainda o compromisso com intervenções prometidas, como a estrada de Juazeirinho, ressaltando que é necessário prazo técnico para execução, com apoio do presidente Lula e do PAC.
Na área de infraestrutura rodoviária, Jerônimo lembrou os avanços na pavimentação de acessos às sedes municipais, política iniciada no governo Jaques Wagner e ampliada por Rui Costa. Ele garantiu que irá entregar os últimos quatro acessos que ainda faltam e afirmou que a prioridade agora é levar asfalto a povoados, distritos, comunidades quilombolas e aldeias indígenas.
Entre projetos específicos, citou a BA-381, que liga Quijingue a Cansanção, informando que a obra será iniciada por etapas, mesmo sem recursos para o trecho completo. Também anunciou a retomada da estrada entre Monte Santo e Cansanção, paralisada por decisão judicial já revertida.
Jerônimo voltou a cobrar investimentos federais em rodovias que cortam a Bahia, criticou a falta de avanços nas duplicações durante o governo Bolsonaro e elogiou iniciativas do governo Lula, como a duplicação da ponte Petrolina–Juazeiro. O governador reafirmou que irá pressionar pela duplicação das BRs 101, 116 e 324, mencionou a saída da ViaBahia das concessões e reiterou o compromisso com a construção da ponte sobre o Rio Jequitinhonha.
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