By Iza
Quem matou a ética?
O país se pergunta há décadas quem matou Odete Roitman. Talvez seja hora de nos perguntarmos se ainda dá tempo de reescrever um novo final

Por: Iza França @sou_izafranca
No remake de Vale Tudo, o mistério sobre quem matou Odete Roitman volta a prender o país diante da tela. Mas a pergunta que ecoa fora da ficção talvez seja outra: quem matou a ética?
A novela é um retrato atemporal de uma sociedade disposta a negociar valores em nome do sucesso e o que mudou desde 1988? Mudamos o cenário, o figurino, as hashtags. Mas a trama permanece, ainda confundimos esperteza com inteligência, influência com credibilidade e imagem com essência.
Nas empresas, o roteiro se repete. Há quem vista o discurso da integridade como um personagem, enquanto, nos bastidores, age conforme a conveniência. Há quem terceirize a moral, quem silencie diante de erros, quem normalize pequenas corrupções e condutas disfarçadas de “jeitinho” brasileiro que vez e outra mostra sua cara.
O assassinato simbólico da ética acontece todos os dias, discretamente, nas escolhas que fazemos e nas omissões que sustentamos. A diferença é que, na vida real, não há vilão isolado. O crime é coletivo.
Quando uma marca mente, alguém escreveu o texto. Quando uma liderança disfarça o abuso de “estilo”, alguém aceitou o enredo. Quando o propósito é só campanha, alguém apertou o play.
O país se pergunta há décadas quem matou Odete Roitman. Talvez seja hora de nos perguntarmos quem matou a ética e se ainda dá tempo de reescrever um novo final.
Iza França é jornalista, relações públicas e gestora de comunicação com mais de 20 anos de experiência em comunicação corporativa, atuou em grandes empresas e liderou agências que atendem marcas de diferentes setores. Hoje, compartilha reflexões sobre reputação, liderança feminina, carreira e gestão e o propósito e o papel humano da comunicação no mundo digital. @sou_izafranca
By Iza
Estratégia não é agenda
A diferença entre gestão e liderança está justamente aí: o gestor administra o tempo, o líder define o rumo

Por: Iza França @sou_izafranca
Empresas confundem estratégia com agenda. Líderes confundem movimento com resultado. E, assim, passamos dias inteiros cumprindo tarefas que nos afastam do que realmente importa: pensar o futuro.
Fazemos reuniões para planejar reuniões. Entregamos relatórios que ninguém lê. Corremos atrás de métricas que não mudam a vida de ninguém. A rotina devora o propósito.
Mas estratégia é sobre direção, não sobre ocupação. É sobre clareza, não velocidade. Quem passa o dia inteiro “resolvendo” dificilmente tem tempo para construir.
A diferença entre gestão e liderança está justamente aí: o gestor administra o tempo, o líder define o rumo.
Talvez seja hora de limpar as agendas e voltar a pensar. De trocar a urgência pela intenção. Porque planejar não é preencher espaço — é abrir caminho.
Iza França é jornalista, relações públicas e gestora de comunicação com mais de 20 anos de experiência em comunicação corporativa. Atuou em grandes empresas e liderou agências que atendem marcas de diferentes setores. Hoje, compartilha reflexões sobre reputação, liderança feminina, carreira e gestão, além do propósito e do papel humano da comunicação no mundo digital. @sou_izafranca
By Iza
O gestor cansado de motivar
O problema é que esquecemos que motivação não se terceiriza — ela nasce do propósito, não da cobrança

Por: Iza França @sou_izafranca
Durante anos, o discurso corporativo repetiu que líderes devem inspirar, engajar, acolher, desenvolver, resolver e ainda performar. Mas, em silêncio, muitos deles adoeceram tentando ser tudo isso ao mesmo tempo.
Há uma epidemia de gestores exaustos, esgotados por tentar motivar equipes que perderam o brilho em meio à pressão e à sobrecarga. O problema é que esquecemos que motivação não se terceiriza — ela nasce do propósito, não da cobrança.
O líder não é um curador de ânimos nem o animador de uma empresa cansada. Ele é, antes de tudo, um ser humano com suas próprias vulnerabilidades, que também precisa ser ouvido, apoiado e reconhecido.
Chegou a hora de reumanizar a liderança. De lembrar que quem inspira também precisa respirar.
Porque não há cultura saudável em empresas que exaurem seus líderes enquanto cobram deles inspiração.
Iza França é jornalista, relações públicas e gestora de comunicação com mais de 20 anos de experiência em comunicação corporativa. Atuou em grandes empresas e liderou agências que atendem marcas de diferentes setores. Hoje, compartilha reflexões sobre reputação, liderança feminina, carreira e gestão, além do propósito e do papel humano da comunicação no mundo digital. @sou_izafranca
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O preço da produtividade
Entre entregas e metas, a sociedade aprendeu a medir valor pelo volume de tarefas, e não pela qualidade de presença

Por: Iza França @sou_izafranca
Vivemos em uma época em que o desempenho virou identidade. Já não dizemos “estou bem”, dizemos “estou produtiva”. O verbo produzir substituiu o verbo existir, e o tempo livre se tornou sinônimo de culpa.
A pressa virou virtude. O descanso, desconfiança. A pausa, preguiça. Entre entregas e metas, a sociedade aprendeu a medir valor pelo volume de tarefas, e não pela qualidade de presença.
O curioso é que, quanto mais produzimos, menos nos sentimos realizados. Trabalhamos sem parar, mas a sensação é de escassez constante. Corremos o tempo todo, mas não sabemos exatamente para onde. O excesso de produtividade nos tornou exaustos, não eficientes.
A produtividade que valia como propósito se transformou em anestesia. Um jeito de não encarar o vazio que sobra quando o fazer não preenche mais o ser.
Talvez o verdadeiro sucesso esteja em reaprender a parar. Em desacelerar sem culpa. Em entender que uma mente sobrecarregada não cria, apenas repete.
Produtividade é importante. Mas humanidade é essencial.
Iza França é jornalista, relações públicas e gestora de comunicação com mais de 20 anos de experiência em comunicação corporativa. Atuou em grandes empresas e liderou agências que atendem marcas de diferentes setores. Hoje, compartilha reflexões sobre reputação, liderança feminina, carreira e gestão, além do propósito e do papel humano da comunicação no mundo digital. @sou_izafranca
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