SIGA NOSSAS REDES SOCIAIS
Anúncios

Internacional

Primeiro navio de grãos deixa porto da Ucrânia

Ataque ao porto de Odessa colocou em dúvida o acordo negociado pela Turquia e pela ONU para evitar a fome

Publicado

em

Um navio que transportava grãos ucranianos deixou o porto de Odessa na manhã de segunda-feira (1º) com destino ao Líbano,
Foto: Reprodução/Twitter

Um navio que transportava grãos ucranianos deixou o porto de Odessa na manhã de segunda-feira (1º) com destino ao Líbano, o primeiro desde o início da invasão russa, segundo o ministério de infraestrutura da Ucrânia.

O navio Razoni, com bandeira de Serra Leoa, transportando 26.000 toneladas de milho, finalmente partiu após semanas de negociações entre a Ucrânia e a Rússia, lideradas pela Turquia e pelas Nações Unidas. A Rússia vem bloqueando os portos da Ucrânia desde o início da guerra, alimentando uma escassez mundial de grãos que levou a ONU a alertar sobre uma iminente catástrofe da fome.

“A Ucrânia, junto com nossos parceiros, deu mais um passo hoje na prevenção da fome no mundo”, disse Oleksandr Kubrakov, ministro de infraestrutura da Ucrânia, na segunda-feira. Kubrakov enfatizou que a Ucrânia fez “tudo” para restaurar os portos e que o levantamento do bloqueio daria à economia ucraniana US$ 1 bilhão em receita cambial.

O Ministério da Defesa da Turquia disse que mais navios seguiriam.

A Ucrânia é um dos maiores produtores de grãos do mundo. Cerca de 20 milhões de toneladas de grãos estão presos na Ucrânia esperando para serem exportados. O bloqueio provocou uma escassez mundial de cereais e aumento de preços, o que levou alguns países dependentes da importação de cereais, nomeadamente no Médio Oriente e África, à fome.

ANÚNCIO
Anúncios

Kubrakov disse que 16 navios carregados ficaram presos nos portos da Ucrânia desde o início da invasão russa, e as autoridades planejam que os portos recuperem a capacidade total de transporte nas próximas semanas.

Mas o mundo está observando para ver se a Rússia cumpre sua parte no acordo, após um ataque ao porto de Odessa há uma semana.

A Rússia concordou em permitir que navios de grãos deixassem a Ucrânia e não os atacariam em um acordo assinado em 22 de julho em Istambul. Mas menos de 24 horas depois, a veracidade do acordo foi posta em dúvida quando as forças russas atacaram o porto de Odessa.

Quando questionada pelo ministro da Defesa da Turquia, a Rússia inicialmente negou estar envolvida no ataque. Mas no dia seguinte divulgou um comunicado dizendo que havia atingido um navio ucraniano que transportava armas ocidentais que estava no porto. As autoridades da Ucrânia rejeitaram a explicação da Rússia.

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan, disse que queria evitar “qualquer ação que vá contra o espírito do acordo”, acrescentando que a falha na implementação do acordo seria “desvantajosa para todos nós”.

ANÚNCIO
Anúncios

Os EUA disseram que a Rússia havia minado a credibilidade de seus compromissos e, pouco depois, disse que estava trabalhando em um plano B para exportar mais grãos da Ucrânia usando seus rios e ferrovias.

Desde o bloqueio, a Ucrânia conseguiu exportar mais de 4 milhões de toneladas de grãos pelo rio Danúbio e suas ferrovias, mas muito trabalho é necessário para atingir os níveis de exportação de antes da guerra de 6 a 8 milhões de toneladas por mês, dizem especialistas.

Especialistas do setor disseram que encontrar seguradoras e equipes prontas para assumir o risco será um grande obstáculo para as exportações agora e no futuro.

Na sexta-feira, a seguradora do Lloyd’s de Londres, Ascot, e a corretora Marsh anunciaram que lançaram carga marítima e seguro de guerra para grãos e produtos alimentícios que saem dos portos do Mar Negro.

A embaixadora britânica na Ucrânia, Melinda Simmons, disse que, embora o Reino Unido não esteja envolvido no acordo, ajudou a garantir o seguro comercial para os navios de fornecedores em Londres. O anúncio de Ascot sinalizou que houve progresso.

ANÚNCIO
Anúncios

Simmons disse que o ataque ao porto preocupou as seguradoras, mas elas não devem ser dissuadidas. “O principal é não ter medo das táticas da Rússia porque é isso que elas são – táticas para impedir que isso aconteça”, disse ela.

Internacional

Brics cobra US$ 1,3 trilhão em financiamento climático até a COP30

O entendimento é de que a mobilização de recursos é responsabilidade de países desenvolvidos para com países em desenvolvimento

Publicado

em

Os países do Brics publicaram nesta segunda-feira (7) uma declaração conjunta em que cobram os países mais ricos a ampliarem a
Foto: Reprodução Instagram/ 📸 @ricardostuckert

Os países do Brics publicaram nesta segunda-feira (7) uma declaração conjunta em que cobram os países mais ricos a ampliarem a participação nas metas de financiamento climático. A iniciativa de captação de recursos, chamada Mapa do Caminho de Baku a Belém US$ 1,3 trilhão, destaca a importância de se chegar a esse valor até a COP30, em novembro. 

“Expressamos séria preocupação com as lacunas de ambição e implementação nos esforços de mitigação dos países desenvolvidos no período anterior a 2020. Instamos esses países a suprir com urgência tais lacunas, a revisar e fortalecer as metas para 2030 em suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) e a alcançar emissões líquidas zero de GEE [gases do efeito estufa] significativamente antes de 2050, preferencialmente até 2030, e emissões líquidas negativas imediatamente após”, diz um dos trechos do documento. 

A defesa do multilateralismo foi uma das principais bandeiras do grupo, reunido na Cúpula de Líderes, no Rio de Janeiro. Nesse sentido, o Brics reforça o papel da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) e o Acordo de Paris como principal canal de cooperação internacional para enfrentar a mudança do clima. 

O entendimento é de que a mobilização de recursos é responsabilidade de países desenvolvidos para com países em desenvolvimento. O grupo reconhece que há interesses comuns globais, mas capacidades e responsabilidades diferenciadas entre os países. 

O texto aponta a existência de capital global suficiente para lidar com os desafios climáticos, mas que estão alocados de maneira desigual. Além disso, enfatiza que o financiamento dos países mais ricos deve se basear na transferência direta e não em contrapartidas que piorem a situação econômica dos beneficiados. 

ANÚNCIO
Anúncios

“Enfatizamos que o financiamento para adaptação deve ser primariamente concessional, baseado em doações e acessível às comunidades locais, não devendo aumentar substancialmente o endividamento das economias em desenvolvimento”, ressalta o documento. 

Os recursos públicos providos por países desenvolvidos teriam como destino as entidades operacionais do Mecanismo Financeiro da UNFCCC, incluindo o Fundo Verde para o Clima (GCF), o Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), o Fundo de Adaptação, o Fundo de Resposta a Perdas e Danos (FRLD), o Fundo para Países Menos Desenvolvidos e o Fundo Especial para Mudança do Clima. 

Além do envolvimento de capital público, são defendidos investimentos privados no financiamento climático, de forma a proporcionar também o uso de financiamento misto. 

“Destacamos que o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), proposta para lançamento na COP30, tem potencial de ser um instrumento promissor de finanças mistas, capaz de gerar fluxos de financiamento previsíveis e de longo prazo para a conservação de florestas em pé”, diz a declaração. 

Mercado de carbono 

Outros destaques da declaração foram a defesa dos dispositivos sobre mercado de carbono, vistos como forma de catalisar o engajamento do setor privado. O Brics se compromete a trocar experiências e atuar em cooperação para promover iniciativas na área. 

ANÚNCIO
Anúncios

Em outro trecho do documento, é mencionado o apoio ao planejamento nacional que fundamenta as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), vistas como “principal veículo para comunicar os esforços de nossos países no enfrentamento à mudança do clima”. 

Há ainda espaço para condenação e rejeição às medidas protecionistas unilaterais, tidas como punitivas e discriminatórias, que usam como pretexto as preocupações ambientais. São citados como exemplo, mecanismos unilaterais e discriminatórios de ajuste de carbono nas fronteiras (CBAMs), requisitos de diligência prévia com efeitos negativos sobre os esforços globais para deter e reverter o desmatamento, impostos e outras medidas. 

Continue Lendo

Internacional

Líderes chegam para a reunião de Cúpula do Brics

A 17ª reunião de cúpula do grupo acontece neste domingo (6), no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM)

Publicado

em

Os chefes de governo e representantes dos países que integram o Brics começaram a chegar, pouco antes das 9h30 deste domingo
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Os chefes de governo e representantes dos países que integram o Brics começaram a chegar, pouco antes das 9h30 deste domingo (6), no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM), para a 17ª reunião de cúpula do grupo. Depois do anfitrião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o primeiro líder a chegar foi o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Aragchi.

Até as 10h10, já haviam chegado também o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi; o primeiro-ministro egípcio, Mostafa Madbouly; o príncipe dos Emirados Árabes Unidos, Khalid Bin Mohamed Bin Zayed Al-Nahyan; o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa; e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov.

O Brics tem, como membros permanentes, Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Irã, Indonésia, Egito, Etiópia e Emirados Árabes. Além disso, há dez nações parceiras: Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda, Uzbequistão e Vietnã.

Neste domingo e na segunda-feira (7), os líderes conversarão e farão discursos em sessões especiais. A primeira sessão, pela manhã, tratará de paz, segurança e reforma da governança global.

Estão previstas uma declaração conjunta dos líderes da cúpula e outras três declarações temáticas: sobre inteligência artificial, financiamento climático e doenças socialmente determinadas.

ANÚNCIO
Anúncios
Continue Lendo

Internacional

Morre Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai

Ele enfrentava um câncer de esôfago e estava recolhido em seu sítio, nos arredores de Montevidéu

Publicado

em

Morreu nesta terça-feira (13), no Uruguai, o ex-guerrilheiro, ex-presidente e ícone da esquerda latino-americana José Alberto “Pepe” Mujica
Foto: Secretaria de Comunicação do Uruguai

Morreu nesta terça-feira (13), no Uruguai, o ex-guerrilheiro, ex-presidente e ícone da esquerda latino-americana José Alberto “Pepe” Mujica Cordano, aos 89 anos. Mujica enfrentava um câncer de esôfago e estava recolhido em seu sítio, nos arredores de Montevidéu, onde cultivava flores e hortaliças. 

Conhecido como “presidente mais pobre do mundo” por seu estilo de vida simples, por dirigir um fusca dos anos 1970, doar parte do salário para projetos sociais e pelas reflexões políticas com forte teor filosófico, Mujica presidiu o Uruguai de 2010 a 2015. 

Defensor da integração dos países latino-americanos e caribenhos, Pepe se tornou referência da esquerda do continente durante uma época em que representantes da esquerda e centro-esquerda assumiram diversos governos da região, como Venezuela, Argentina, Equador, Bolívia e Brasil. 

Continue Lendo

Mais Lidas