Internacional
Número de pessoas mortas no aeroporto de Cabul passa de 180
As estimativas revisadas tornaram o ataque de quinta um dos mais mortíferos desde a invasão liderada pelos EUA

O número relatado de vítimas fora do aeroporto de Cabul aumentou acentuadamente na sexta-feira, com autoridades de saúde locais dizendo que cerca de 180 pessoas foram mortas e pelo menos 200 ficaram feridas. No entanto, menos de um dia após o ataque, as multidões na sexta-feira procuraram mais uma vez chegar ao aeroporto, seu desespero para fugir do Taleban misturado com a dor com a enorme escala da violência.
A estimativa das autoridades de saúde sobre o número de vítimas de bombardeios, que não inclui os 13 militares americanos mortos e 15 feridos, foi confirmada por entrevistas com funcionários do hospital. Os funcionários do hospital, que pediram anonimato porque o Taleban lhes disse para não falarem com a mídia, disseram que alguns dos civis mortos eram afegãos americanos, com cidadania norte-americana.
As estimativas revisadas tornaram o ataque de quinta-feira um dos mais mortíferos em quase duas décadas desde a invasão liderada pelos EUA. As autoridades americanas acreditam que “outro ataque terrorista em Cabul é provável”, disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, na tarde de sexta-feira. “A ameaça é contínua e ativa. Nossas tropas ainda estão em perigo”.
No aeroporto e nas ruas, os militares dos EUA e do Taleban tentaram exercer toda a autoridade que puderam. Militantes com rifles Kalashnikov mantiveram as multidões longe dos portões de entrada do aeroporto, guardando postos de controle com caminhões e pelo menos um Humvee estacionado nas estradas. Os militares americanos retomaram os voos de evacuação, e a Casa Branca disse na sexta-feira que 12.500 pessoas foram evacuadas do Afeganistão nas 24 horas anteriores, apesar dos ataques.
As multidões que esperavam, muitas em pé ao lado dos ônibus com malas ao lado, somavam-se às centenas, não aos milhares dos dias anteriores. Estima-se que centenas de milhares de pessoas permanecem no país desesperadas para escapar do domínio do Taleban no Afeganistão, mas muito poucos pareciam estar chegando aos portões do aeroporto na sexta-feira.
O aeroporto em si parecia estar em grande parte, senão totalmente, fechado. Nos portões sul e leste do aeroporto, os guardas do Taleban disseram a um repórter que ninguém tinha permissão para chegar perto do aeroporto e que todos os portões de entrada estavam fechados. Cerca de 5.400 pessoas permaneceram lá dentro esperando a evacuação, disse o Pentágono na sexta-feira.
Explosões
As cenas terríveis na quinta-feira, quando crianças estavam entre os mortos na multidão, ilustraram o perigo intenso para aqueles que enfrentam uma jornada de alto risco até o aeroporto.
Na sexta-feira, os militares dos EUA revisaram seu relato sobre o que aconteceu no aeroporto um dia antes, com o major-general William Taylor do Estado-Maior Conjunto dizendo: “Não acreditamos que tenha ocorrido uma segunda explosão no Hotel Baron ou próximo a ele, que foi um homem-bomba”. Mas muitas testemunhas relataram ter ouvido duas explosões.
Com quatro dias restantes até o prazo final de 31 de agosto para a retirada dos Estados Unidos, uma data que o presidente Biden disse que pretende manter apesar da pressão doméstica e internacional para estender as operações de evacuação, os afegãos estão lutando para encontrar uma saída do país.
Internacional
Brics cobra US$ 1,3 trilhão em financiamento climático até a COP30
O entendimento é de que a mobilização de recursos é responsabilidade de países desenvolvidos para com países em desenvolvimento

Os países do Brics publicaram nesta segunda-feira (7) uma declaração conjunta em que cobram os países mais ricos a ampliarem a participação nas metas de financiamento climático. A iniciativa de captação de recursos, chamada Mapa do Caminho de Baku a Belém US$ 1,3 trilhão, destaca a importância de se chegar a esse valor até a COP30, em novembro.
“Expressamos séria preocupação com as lacunas de ambição e implementação nos esforços de mitigação dos países desenvolvidos no período anterior a 2020. Instamos esses países a suprir com urgência tais lacunas, a revisar e fortalecer as metas para 2030 em suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) e a alcançar emissões líquidas zero de GEE [gases do efeito estufa] significativamente antes de 2050, preferencialmente até 2030, e emissões líquidas negativas imediatamente após”, diz um dos trechos do documento.
A defesa do multilateralismo foi uma das principais bandeiras do grupo, reunido na Cúpula de Líderes, no Rio de Janeiro. Nesse sentido, o Brics reforça o papel da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) e o Acordo de Paris como principal canal de cooperação internacional para enfrentar a mudança do clima.
O entendimento é de que a mobilização de recursos é responsabilidade de países desenvolvidos para com países em desenvolvimento. O grupo reconhece que há interesses comuns globais, mas capacidades e responsabilidades diferenciadas entre os países.
O texto aponta a existência de capital global suficiente para lidar com os desafios climáticos, mas que estão alocados de maneira desigual. Além disso, enfatiza que o financiamento dos países mais ricos deve se basear na transferência direta e não em contrapartidas que piorem a situação econômica dos beneficiados.
“Enfatizamos que o financiamento para adaptação deve ser primariamente concessional, baseado em doações e acessível às comunidades locais, não devendo aumentar substancialmente o endividamento das economias em desenvolvimento”, ressalta o documento.
Os recursos públicos providos por países desenvolvidos teriam como destino as entidades operacionais do Mecanismo Financeiro da UNFCCC, incluindo o Fundo Verde para o Clima (GCF), o Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), o Fundo de Adaptação, o Fundo de Resposta a Perdas e Danos (FRLD), o Fundo para Países Menos Desenvolvidos e o Fundo Especial para Mudança do Clima.
Além do envolvimento de capital público, são defendidos investimentos privados no financiamento climático, de forma a proporcionar também o uso de financiamento misto.
“Destacamos que o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), proposta para lançamento na COP30, tem potencial de ser um instrumento promissor de finanças mistas, capaz de gerar fluxos de financiamento previsíveis e de longo prazo para a conservação de florestas em pé”, diz a declaração.
Mercado de carbono
Outros destaques da declaração foram a defesa dos dispositivos sobre mercado de carbono, vistos como forma de catalisar o engajamento do setor privado. O Brics se compromete a trocar experiências e atuar em cooperação para promover iniciativas na área.
Em outro trecho do documento, é mencionado o apoio ao planejamento nacional que fundamenta as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), vistas como “principal veículo para comunicar os esforços de nossos países no enfrentamento à mudança do clima”.
Há ainda espaço para condenação e rejeição às medidas protecionistas unilaterais, tidas como punitivas e discriminatórias, que usam como pretexto as preocupações ambientais. São citados como exemplo, mecanismos unilaterais e discriminatórios de ajuste de carbono nas fronteiras (CBAMs), requisitos de diligência prévia com efeitos negativos sobre os esforços globais para deter e reverter o desmatamento, impostos e outras medidas.
Internacional
Líderes chegam para a reunião de Cúpula do Brics
A 17ª reunião de cúpula do grupo acontece neste domingo (6), no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM)

Os chefes de governo e representantes dos países que integram o Brics começaram a chegar, pouco antes das 9h30 deste domingo (6), no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM), para a 17ª reunião de cúpula do grupo. Depois do anfitrião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o primeiro líder a chegar foi o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Aragchi.
Até as 10h10, já haviam chegado também o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi; o primeiro-ministro egípcio, Mostafa Madbouly; o príncipe dos Emirados Árabes Unidos, Khalid Bin Mohamed Bin Zayed Al-Nahyan; o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa; e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov.
O Brics tem, como membros permanentes, Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Irã, Indonésia, Egito, Etiópia e Emirados Árabes. Além disso, há dez nações parceiras: Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda, Uzbequistão e Vietnã.
Neste domingo e na segunda-feira (7), os líderes conversarão e farão discursos em sessões especiais. A primeira sessão, pela manhã, tratará de paz, segurança e reforma da governança global.
Estão previstas uma declaração conjunta dos líderes da cúpula e outras três declarações temáticas: sobre inteligência artificial, financiamento climático e doenças socialmente determinadas.
Internacional
Morre Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai
Ele enfrentava um câncer de esôfago e estava recolhido em seu sítio, nos arredores de Montevidéu

Morreu nesta terça-feira (13), no Uruguai, o ex-guerrilheiro, ex-presidente e ícone da esquerda latino-americana José Alberto “Pepe” Mujica Cordano, aos 89 anos. Mujica enfrentava um câncer de esôfago e estava recolhido em seu sítio, nos arredores de Montevidéu, onde cultivava flores e hortaliças.
Conhecido como “presidente mais pobre do mundo” por seu estilo de vida simples, por dirigir um fusca dos anos 1970, doar parte do salário para projetos sociais e pelas reflexões políticas com forte teor filosófico, Mujica presidiu o Uruguai de 2010 a 2015.
Defensor da integração dos países latino-americanos e caribenhos, Pepe se tornou referência da esquerda do continente durante uma época em que representantes da esquerda e centro-esquerda assumiram diversos governos da região, como Venezuela, Argentina, Equador, Bolívia e Brasil.
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