Educação
Leonardo Campos reflete a importância da pesquisa
Entrevista concedida ao jornalista Emerson Miranda em um dos encontros do Descomplicando Conteúdo da UNIFTC


Leonardo Campos
Professor Leonardo, vivemos num contexto de desvalorização da pesquisa científica. Em seu ponto de vista, há um exercício cidadão no ato investigativo em questão?
Pesquisar é exercer a cidadania. Uso bastante o exemplo do filme Erin Brockovich: Uma Mulher de Talento, para refletir sobre o assunto. A personagem, inspirada numa pessoa que realmente vivenciou toda a história da narrativa, saiu de uma realidade caótica como mãe solitária, com três filhos e sem perspectiva, caindo de paraquedas numa situação que sequer esperava ganhar proporções tão grandes. Ao chegar no ambiente de trabalho que lhe foi ofertado pelo advogado de um caso judicial em que esteve envolvida, demonstrou faro de investigação ao vasculhar criticamente os documentos de um arquivo. Na pesquisa, mudou a sua vida e a existência das pessoas que tinham alguma conexão com a história daqueles documentos. O mesmo ocorreu quando desenvolvi um projeto sobre pesquisa no Ensino Médio numa escola particular do subúrbio de Salvador. Os estudantes do 3º ano passaram as quatro unidades do ano letivo envolvidas num tema selecionado desde a primeira semana de aula, num processo que os preparou para a entrada na vida acadêmica no ano seguinte. O interessante é que cada um teve como exercer a cidadania escolhendo os temas que lhe eram relevantes: o preconceito contra garotas no futebol, o assédio nos transportes coletivos, o atendimento das unidades hospitalares públicas do bairro, dentre outros. Foi uma iniciativa engrandecedora e única para todos, inclusive para os professores e gestores, mesmo com todas as burocracias e impasses da instituição.
Uma de suas críticas ao sistema educacional é a maneira como os jovens aprendem a pesquisar, desde a fase escolar. A investigação mais organizada deve começar no Ensino Médio, para melhor preparar os estudantes na vida acadêmica?
Não podemos dizer que são todos os casos, mas geralmente o que temos é a solicitação de pesquisas que não problematizam, sabe? O professor pede que estudante pesquise determinado tema e com isso, o jovem vai para a internet, copia um amontoado de informações e não processa sequer o que leu. Isso não é de agora. Em minha época, por exemplo, fazíamos pesquisa na biblioteca com as famosas enciclopédias, anotávamos o que era solicitado, produzíamos uma capa, na folha de papel pautado ou ofício e pronto. Dava para aprender durante o processo? Sim, mas no geral, era uma prática de baixo nível crítico. E isso ainda acontece muito nos dias atuais. Quando o estudante chega na vida acadêmica, fica facilmente irritado por saber que precisará ler bastante sobre um tema para desenvolver o mínimo raciocínio para compor um referencial teórico de projeto, por isso tanta dificuldade, mitos e obstáculos no momento que é preciso compor um trabalho conclusivo de curso, artigo, ensaio, dentre outros.
Para quem vai começar os esboços do TCC: quais são os principais pontos necessários para um projeto de pesquisa assertivo?
Ler bastante e sondar o que já se tem publicado sobre o assunto. Buscar um diferencial e trazer algo de relevância possa ajudar a tornar a pesquisa peculiar e transformar a empreitada num trabalho de referência para os próximos interessados no assunto. Com isso mapeado, o pesquisar precisa estabelecer um problema coeso e coerente, uma justificativa assertiva, traçar os objetivos, isto é, o que é geral e os específicos, compreender os processos metodológicos necessários para estabelecimento dos resultados, organizar o orçamento e o cronograma detalhadamente, observar os textos que serão a base para o referencial teórico, investir numa revisão geral de regras da ABNT e gramaticais, além de delinear bem os elementos pré-textuais, tais como resumo, capa, folha de rosto, palavras-chave e sumário. Há outras peculiaridades, mas vejo os pontos mencionados como os essenciais.
E o estudante que se encontra diante do processo de pesquisa, pode escolher mais de uma modalidade?
Pode. São numerosas as modalidades de pesquisa e tentarei resumir de maneira panorâmica, ok? Na pesquisa básica, o investigador tem como objetivo, a geração de conhecimentos novos sem aplicação prevista. No caso da aplicada, objetiva gerar conhecimentos para aplicações práticas direcionadas ao processo de solução para problemas específicos. A quantitativa é a modalidade que considera tudo quantificável, o que supõe a necessidade de traduzir opiniões e números em informações para classificação e análise. A qualitativa considera que existe uma relação entre o mundo e o sujeito pesquisador que não pode ser traduzida em números. A empreitada descritiva coloca o pesquisador para analisar os seus dados indutivamente. Na modalidade exploratória, temos por objetivo o levantamento bibliográfico, análise de exemplos e entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o “problema” pesquisado, tendo em vista a maior familiaridade com o tal “problema”. A pesquisa documental não recebe nenhum tratamento analítico, apenas levantamento, o estudo de caso envolve a reflexão profunda para amplo conhecimento do tema tratado, a explicativa objetiva identificar os fatores que determinam certos fenômenos, explicando o “porquê” das coisas, assumindo características das pesquisas experimentais e “ex-post facto”, isto é, quando o experimento é realizado depois dos fatos. Importante observar que geralmente dividimos os tipos de pesquisa do ponto de vista de sua natureza, da forma de abordagem do problema, dos objetivos e também do ponto de vista dos procedimentos técnicos. É um mundo de possibilidades, expostas nos manuais que deixarei de indicação para você divulgar aos leitores, combinado?
Não adianta compreender a teoria sobre o método de pesquisa e não aplicar adequadamente as regras no momento da escrita, na estruturação. Muito valiosa a sua dica sobre a conexão entre capítulos e seções.
O que o estudante precisa assimilar é a incoerência de uma colcha de retalhos. Muitas vezes, fazem referências soltas, aleatórias, apenas para constar no trabalho, mas o texto em si não dialoga com aquilo que é selecionado. As seções parecem blocos colados de coisas diferentes que não se conectam. Tem gente que até lê muita coisa, mas não sabe fazer associações e aproveitar o manancial teórico que possui para enriquecer o trabalho. Quem se entrega ao trabalho de pesquisa não pode ser preguiçoso ou omisso com sua responsabilidade. É preciso gestão do tempo para pesquisar. Analisar tudo e criar conexões num movimento gradativo, onde as coisas são reveladas parcialmente até a chegada dos resultados.
Um dos destaques do encontro foi ressaltar a importância da apresentação, mas também falar de ética, em especial, a parte de fornecer presentes para a banca. É algo geral discutido no âmbito acadêmico ou parte de suas experiências como orientador de projetos?
É algo discutido por muitos envolvidos no mundo acadêmico e parte da experiência como orientador há alguns anos. Muitos estudantes se sentem inseguros em suas apresentações e gostam de criar uma boa impressão para a banca, envolvendo-os de presentes como se com essa atitude, pudessem suprir os defeitos do trabalho ou, no caso de quem tem ótimos materiais para expor, assegurar que a sua apresentação com nervosismo será desculpada com presentes e mimos para os avaliadores. Alguns fazem sem intenção, outros agem de má fé mesmo. Por isso, sempre oriento os estudantes a presentearem apenas após o desfecho. E não deixar nada à vista para evitar constrangimentos. Vejo isso como corrupção, entende? Num outro nível quando comparado ao que se pensa sobre o assunto em política, mas é uma maneira de tentar comprar o outro para evitar reprovação.
Música, literatura, cinema. Ao longo da aula, há fundamentação teórica, mas também um painel de recursos de linguagem para a sensibilização dos estudantes. A ludicidade foi uma estratégia de manutenção da atenção e do interesse dos envolvidos?
Utilizo muito charges e tirinhas, além de poemas e música. Não são os elementos centrais, mas são oportunos veículos de sensibilização, afinal, os manuais de metodologia científica e a ilustração com outras pesquisas, boas e ruins, ainda se destacam como material básico para o embasamento de quem precisa e quer desenvolver um bom projeto. Gosto muito do poema Mestre, de Maria Luísa Silveira Teles, encontrado enquanto lia um manual para organizar as aulas de uma das turmas de Metodologia da Pesquisa, ministrada em um dos cursos de pós-graduação da UNIFTC há alguns anos. Tem também a canção Os Argonautas, de Caetano Veloso, conhecida pelo belíssimo verso “navegar é preciso”, ótima para refletir sobre a postura e a necessidade da pesquisa no desenvolvimento das sociedades por meio da busca pelo conhecimento através da investigação. Uma das possibilidades interpretativas desta música, aplicada ao contexto em questão, é a ousadia de se navegar no “oceano” da pesquisa. E têm os filmes também, narrativas importantes para o processo de sensibilização do pesquisador.
E já que estamos falando de cinema e educação, conta para os nossos leitores sobre o projeto em livro, uma seleção de filmes que sensibilizam a compreensão da pratica da pesquisa.
É um projeto que realizado desde 2017 e atualmente, está entre os possíveis direcionamentos da minha pesquisa para o doutorado. Filmes não ensinam a pesquisar, não é essa a proposta, mas utilizo narrativas cinematográficas e televisivas para engajar, sensibilizar os estudantes no desenvolvimento de uma pesquisa. Já mencionei Erin Brockovich, que é o filme de abertura deste projeto, uma história para se discutir objetivos, justificativa, erros e acertos em procedimentos metodológicos, pontos que podem ser vistos em filmes que discutem hipótese e problema, tais como Fim dos Tempos, de M. Night Shyamalan, ou a ética na pesquisa, presente em Do Fundo do Mar, uma produção que não imagino as pessoas pensando didaticamente, mas é um filme de aventura sobre tubarões modificados geneticamente para a fabricação de uma enzima que pode curar uma enfermidade e salvar a vida de muitos seres humanos, algo que requer um preço ético muito alto. Histeria, O Óleo de Lorenzo, Kinsey: Vamos Falar Sobre Sexo, para falar sobre bibliografia, procedimentos de pesquisa, juntamente com as possibilidades de uma hipótese e seus métodos em O Nome da Rosa. Ah, a importância de compreensão do poder do conhecimento em A Guerra do Fogo e outras discussões em Clube de Compras Dallas, Quase Deuses, Mãos Talentosas, além das estratégias de manipulação dos dados investigativos em séries e filmes policiais. Tem também a construção de hipóteses em dramas médicos.
Realizar uma pesquisa também requer inteligência emocional, ao menos foi uma das coisas que pude aprender enquanto assistia ao curso. E o celular, que deveria ser um aliado, parece que se tornou um antagonista do processo?
É o nosso Dilema das Redes, como expõe bem o documentário disponível na Netflix. As pessoas transformaram a tecnologia que deveria ser de grande apoio numa maldição. Ao assistir a apresentação, você deve ter percebido a tirinha que usei para reflexão, lembra? Pois bem, quando a pesquisa é em celular ou computador, as pessoas se desorganizam, envolvidas com redes sociais, conversas dispersivas em whatsapp, dentre outras coisas que as fazem se bifurcar e se perder pelo trabalho. É preciso muita postura e adequação. Sempre indico usar música instrumental para estudar e escrever, um apoio grandioso para a concentração. Outra coisa é ter um diário de bordo com o passo a passo do trabalho, anotando sempre tudo que leu e fazendo conexões. Mapas mentais são os meus recursos prediletos para organização da pesquisa.
Outro detalhe importante, professor, foi observar o seu destaque minucioso aos elementos prévios de um projeto e dos trabalhos conclusivos e artigos, em especial, as palavras-chave.
Os elementos pré-textuais são importantes porque mapeiam o trabalho. Quem escreve deve pensar que seu material será lido, não engavetado, como de fato ocorre com muitas produções. Tem os avaliadores e acredito que o ideal é produzir para ser referência aos próximos interessados no assunto. Por isso, um bom resumo é importantíssimo na condução da pesquisa. Outra coisa é o uso de palavras-chave, também conhecidas por unitermos ou descritores, elementos que situam o trabalho em fontes de busca, seja em programas de biblioteca ou na internet. Se houver omissões ou excessos, com certeza o trabalho se tornará nublado na indexação, e, consequentemente, será mais complicado de ser encontrado para apreciação. Um caminho é criar termos que utilizaríamos se fossemos procurar algo semelhante ao nosso trabalho. A dica é utilizar terminologias conectadas com as ideias centrais de sua pesquisa.
Entrevista concedida ao jornalista Emerson Miranda na ocasião de um dos encontros do Descomplicando Conteúdo da UNIFTC, realizado ao longo do semestre 2021.2.
O complemento da entrevista está disponível no podcast, produzido pelo próprio Leonardo Campos, em parceria com o Bahia pra você. Narração e roteiro de Caio Batista e Emerson Miranda. Acompanhe, tire as suas dúvidas sobre o assunto e compartilhe, combinado?
Educação
Estado monitora ações na educação e planeja próximo trimestre
Os educadores avaliaram projetos em andamento nas escolas e a recepção dos estudantes ao ensino integral

Gestores dos 27 Núcleos Territoriais de Educação (NTE), diretores e superintendentes da Secretaria da Educação do Estado (SEC) estiveram com o governador Jerônimo Rodrigues, nesta segunda-feira (2), na sede da pasta, em Salvador, para planejamento pedagógico do próximo trimestre nos colégios da rede estadual. Os educadores avaliaram projetos em andamento nas escolas e a recepção dos estudantes ao ensino integral.
“Pelo menos três ou quatro vezes no ano, tenho encontrado os núcleos para poder monitorar, acompanhar mais de perto as nossas ações, os impactos na rede e os resultados. Hoje, aqui, ouvindo nossos territórios e as ações feitas, a gente observou o que precisa ser aperfeiçoado para garantir indicadores ainda melhores para a Bahia”, pontuou o governador Jerônimo Rodrigues.
Durante a reunião, os gestores apresentaram iniciativas e boas práticas das suas unidades escolares e discutiram a adoção de medidas para alcançar os indicadores desejados pela pasta até o final de 2025. Segundo a secretária da Educação, Rowenna Brito, “é preciso uma gestão forte, que acompanha de perto, que faz formação com os professores a partir das fragilidades dos estudantes, para a gente poder avançar ainda mais, qualificando o resultado, o que o estudante aprende de fato”, explicou a titular da pasta.
Para Mônica Carmo, do Núcleo Territorial Bacia do Rio Corrente, o planejamento junto à SEC é uma das estratégias que mais dá resultado. “O planejamento, o cuidado que o Estado tem tido com a educação, de sentar com a gente uma manhã inteira para avaliar cada pauta e para melhorar a aprendizagem dos estudantes, é o que faz a educação da Bahia se destacar a cada ano”.
Educação
Nova escola em tempo integral transforma ensino em Barra da Estiva
Unidade na região da Chapada Diamantina oferece teatro, biblioteca, laboratórios e agrega educação profissional e inclusão

Espaços que incentivam a ciência, a sustentabilidade, o esporte e a cultura agora fazem parte da rotina de mais de mil estudantes em Barra da Estiva, na Chapada Diamantina. Inaugurada oficialmente neste sábado (31), a nova sede do Colégio Estadual de Tempo Integral Professora Ana Lúcia Aguiar Viana oferece estrutura moderna com teatro, biblioteca, restaurante estudantil, quadra e campo society, e já inspira alunos a sonharem com o futuro profissional em áreas como biologia e biomedicina. O investimento do Governo do Estado na obra ultrapassa os R$ 27 milhões.
“A gente passou a ter vários incentivos de projetos. Um dos que vamos inscrever na Feira de Ciências esse ano, é de reciclagem de tecidos. Mas também temos um projeto de fabricação de papel com reuso, para redução de custos da escola com papelaria e do meio ambiente, com o descarte. Eu creio que a ciência é uma forma de tornar o futuro melhor”, contou a estudante Marcelly Dias, aluna do 3° ano, que tem pensado em biologia como carreira profissional quando terminar o ensino médio.
Durante a agenda oficial do governador no município, Jerônimo Rodrigues visitou as instalações da escola e os projetos dos estudantes e comentou o potencial das novas estruturas para a educação dos jovens de Barra da Estiva.
“Eu era secretário da Educação quando estive aqui para a gente olhar o terreno, ver as negociações, e hoje eu volto como governador para inaugurar. Esse é um espaço para aprender, alcançar o segundo grau, estudar para entrar na universidade, mas também é para os estudantes terem lazer nas férias, alimentação de qualidade, usar esse teatro para exibir um filme, um espetáculo”, disse o chefe do Executivo sobre a proposta de escolas baianas quem têm teatro e espaços de lazer.
A nova unidade recebeu os estudantes dos colégios estaduais Nercy Antônio Duarte e Getúlio Vargas. Os antigos prédios foram cedidos para o Município. Ao todo, 1.082 alunos irão estudar os próximos anos do ensino integral, Educação de Jovens e Adultos (EJA) e Educação Profissional, na unidade de ensino inaugurada. Para os estudantes da formação profissional em Agricultura e Administração, a escola oferece estrutura para a capacitação em estufas e viveiros e sala de informática.
Segundo a secretária da Educação, Rowenna Brito, a nova escola vai ampliar a jornada e introduzir novas práticas pedagógicas no ciclo escolar dos estudantes regulares e do EJA. Além de dar apoio ao ensino de estudantes com deficiência, com o suporte de uma sala de Atendimento Especializado Educacional (AEE).
“Tudo para a gente dar mais dignidade para os nossos estudantes, mais qualidade na educação do estado da Bahia. E nessa unidade os nossos estudantes produzem ciência, têm muitos projetos. A gente sabe da importância desse equipamento para o desenvolvimento do município, do território, o impacto na vida dos estudantes e da população”, avaliou Rowenna.
Outras entregas
Além do colégio, Jerônimo inaugurou o novo Pelotão da Polícia Militar de Barra da Estiva, voltada ao reforço do policiamento ostensivo e à celeridade no atendimento às ocorrências. A medida é parte das ações da Secretaria da Segurança Pública (SSP) e teve aporte de R$ 1,5 milhão para obra física, mobiliários e equipamentos.
A programação contou, ainda, com a entrega da pavimentação asfáltica dos acessos à BA-142, como parte do programa “Bahia em Movimento”. Com um investimento de mais de R$ 2,9 milhões, a intervenção contempla uma extensão total de 3,8 quilômetros, contribuindo para a melhoria da mobilidade e da infraestrutura viária na região. A iniciativa reforça o compromisso do Governo do Estado com o desenvolvimento regional e o escoamento da produção local.
Educação
Conder realiza obras de construção, modernização e ampliação de 31 escolas em Salvador
A atuação na capital baiana integra a segunda etapa do Construir para Educar, que contará com um total de R$ 1,5 bilhão

O Governo do Estado, por meio da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), está promovendo a maior requalificação da rede estadual de ensino já realizada na capital baiana. Com um investimento superior a R$ 380 milhões, 31 unidades escolares em Salvador estão passando por obras de ampliação, modernização e reforma, incluindo a construção de uma nova escola no modelo de tempo integral. As intervenções fazem parte do programa “Construir para Educar”, que busca garantir melhores condições de infraestrutura, acessibilidade e ensino-aprendizagem para estudantes, professores e toda a comunidade escolar.
A atuação em Salvador integra a segunda etapa do Construir para Educar, que contará com um total de R$ 1,5 bilhão em investimentos em todo o estado. “Esses investimentos refletem o compromisso do governador Jerônimo Rodrigues com a valorização da educação pública e com a transformação do ambiente escolar em espaços mais acolhedores, seguros e preparados para os desafios de uma educação integral. Essas intervenções reforçam a política estadual de educação e caminham em sintonia com o objetivo de oferecer mais oportunidades e dignidade aos jovens baianos”, destaca o presidente da Conder, José Trindade.
A maioria das escolas contempladas possui entre 30 e 50 anos de existência e passará a contar com infraestrutura de alto padrão, adequada à educação em tempo integral. As obras incluem implantação de restaurante estudantil, teatros escolares, laboratórios, reforma e construção de novas quadras poliesportivas cobertas ou ginásios, além da climatização e modernização dos ambientes educacionais. O objetivo é transformar o ambiente educacional em um espaço completo e acolhedor, contribuindo para a permanência e o desempenho dos estudantes.
Entre as intervenções, destaca-se a construção do novo Colégio Estadual Professora Maria Bernadete Brandão, no bairro do Cabula. Um investimento de R$ 21,4 milhões. A unidade contará com 12 salas de aulas climatizadas, laboratórios, biblioteca, restaurante estudantil, vestiário e quadra poliesportiva coberta. Vale destacar também a requalificação completa do Centro Estadual de Educação Profissional Carlos Sant Anna, no Nordeste de Amaralina, com teatro, campo de futebol society, pista de salto, quadra de vôlei, quadra poliesportiva coberta, área de convivência e academia ao ar livre. Já o Colégio Estadual Pedro Paulo Marques e Marques, em São Cristóvão, ganhará um novo bloco de aulas com 24 salas climatizadas e quadra poliesportiva coberta.
As obras estão distribuídas por diversas regiões da cidade, beneficiando bairros como Cabula, Cajazeiras, Fazenda Grande, Federação, Garcia, Itapuã, Lapinha, Liberdade, Mussurunga, Nordeste de Amaralina, Ondina, Paripe, Pernambués, Pituba, Rio Vermelho, San Martins, São Cristóvão, Valéria, entre outros.
Construir para Educar
Na segunda etapa do programa, além de Salvador, o interior do estado será contemplado com R$ 658 milhões em obras e R$ 700 milhões em convênios com prefeituras. Na primeira etapa, foram 79 obras em 44 municípios de 17 Territórios de Identidade, totalizando R$ 1,3 bilhão em investimentos. Com as duas fases, o Construir para Educar soma cerca de R$ 2,8 bilhões para construção, reforma e modernização da infraestrutura educacional em toda a Bahia.
Dentre outras iniciativas, entre 2019 e 2025, o Governo da Bahia já investiu R$ 13,7 bilhões na educação estadual, sendo R$ 8 bilhões em obras e R$ 5 bilhões em programas de apoio a estudantes, como o Programa Estadual de Transporte Escolar (Pete), Bolsa Presença, Mais Estudo, Dignidade Menstrual, Mais Futuro, entre outras ações de assistência estudantil.
Confira a lista das escolas contempladas abaixo
- C.E. Aliomar Baleeiro (Pernambués)
- C.E. Almirante Barroso + C.E. Edson Tenório (Paripe)
- C.E. Carneiro Ribeiro – Classe II (Pero Vaz)
- C.E. de Praia Grande
- C.E. Dinah Gonçalves (Valéria)
- C.E. Duque de Caxias (Liberdade)
- C.E. Edgard Santos (Garcia)
- C.E. Eduardo Bahiana (Fazenda Grande III)
- C.E. Edvaldo Brandão Correia (Cajazeiras IV)
- C.E. Evaristo da Veiga (Ondina)
- C.E. Gen. Dionísio Cerqueira (Santa Cruz)
- C.E. Gov. Roberto Santos (Cabula)
- C.E. Heitor Vila Lobos (Cabula VI)
- C.E. Helena Magalhães (Tancredo Neves)
- C.E. José Augusto Tourinho Dantas (São Cristóvão)
- C.E. Manoel Devoto (Rio Vermelho)
- C.E. Mario Costa Neto (Federação)
- C.E. Nelson Mandela (Periperi)
- C.E. Pedro Calmon (Armação)
- C.E. Prof. Carlos Sant Anna e CEEP (Nordeste de Amaralina)
- C.E. Prof. Nelson Barros (Cajazeiras X)
- C.E. Prof. Nogueira Passos (Pituba)
- C.E. Prof. Pedro Paulo Marques e Marques (São Cristóvão)
- C.E. Professora Maria Bernadete Brandão (Cabula)
- C.E. Raphael Serravalle (Pituba)
- C.E. Rotary (Itapuã)
- C.E.E.P. Luiz Navarro de Brito (Lapinha)
- C.E. Luís Eduardo Magalhães (San Martins)
- C.E.P. Newton Sucupira (Mussurunga)
- C.E.T.I. Barros Barreto (Paripe)
- C.P.M. Dona Leonor Calmon (Cajazeiras)
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