Internacional
EUA são acusados de hipocrisia por apoiar sanções contra a Rússia, e não contra Israel
Críticos comparam ações militares israelenses de territórios palestinos com a invasão russa da Ucrânia

Os Estados Unidos (EUA) e alguns de seus aliados europeus estão enfrentando acusações de usar dois pesos e duas medidas por apoiar sanções e investigações internacionais de crimes de guerra contra a Rússia por sua invasão da Ucrânia, enquanto o mesmo tratamento não é dado quando se trata das ações militares israelenses nos territórios palestinos ocupados.
Mas grupos pró-Israel nos EUA rejeitaram as alegações acusando os críticos de explorar o sofrimento ucraniano para traçar falsos paralelos.
No mês passado, a Anistia Internacional pediu que a Organização das Nações Unidas (ONU) imponha sanções direcionadas contra Israel depois de se juntar a outros grupos de direitos humanos ao acusá-lo de violar a lei internacional ao praticar uma forma de apartheid e cometer um crime contra a humanidade em sua “dominação” dos palestinos.
Autoridades palestinas e relatores especiais da ONU nos territórios ocupados também pressionaram por sanções sobre a ocupação israelense de terras na Cisjordânia, o bloqueio de Gaza e o assassinato em larga escala de civis palestinos. Enquanto pressionam por ação contra a Rússia, no entanto, os EUA e outros governos resistiram a medidas semelhantes contra Israel.
Na terça-feira, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse ao conselho de direitos humanos da ONU que deve enviar uma “mensagem resoluta” a Vladimir Putin para impedir uma invasão que destruiu escolas, hospitais e prédios residenciais e matou centenas de civis.
“Esses são os abusos de direitos humanos que este conselho foi criado para impedir. Se não pudermos nos reunir agora, quando nos encontraremos?”, disse ele.
No mesmo discurso, Blinken fez questão de chamar as investigações em curso do conselho de direitos humanos da ONU sobre as ações israelenses nos territórios ocupados “uma mancha na credibilidade do conselho” e pediu que elas fossem interrompidas. As investigações consideraram Israel responsável por persistentes “violações do direito à vida” e outros crimes.
Sarah Leah Whitson, ex-diretora da divisão do Oriente Médio da Human Rights Watch, disse que há paralelos claros entre as violações russas e israelenses da lei internacional, incluindo o cometimento de crimes de guerra.
“Vemos que não apenas o governo dos EUA, mas as empresas dos EUA estão se submetendo a sancionar e boicotar qualquer coisa que tenha associação com o governo russo”, disse ela. “Compare isso com exatamente o oposto quando se trata de sancionar Israel por suas violações do direito internacional a ponto de os estados americanos aprovarem leis para punir os americanos, a menos que prometam nunca boicotar Israel. Está muito claro que os motivos para resistir às sanções contra Israel, ou mesmo o cumprimento da lei internacional, são puramente políticos”.
Lara Friedman, presidente da Fundação para a Paz no Oriente Médio, comparou o apoio americano às sanções contra a Rússia com as tentativas do Congresso de proibir boicotes nos EUA a Israel ou seus assentamentos nos territórios palestinos.
James Zogby, presidente do Arab American Institute em Washington, comparou o retrato de ucranianos jogando coquetéis molotov como heróis defensores de seu território a palestinos caracterizados como terroristas ou militantes por resistirem à ocupação e ao confisco de terras por Israel.
Os EUA não estão sozinhos ao enfrentar acusações de hipocrisia. O Reino Unido e o Canadá lideraram pedidos para que o tribunal penal internacional investigue os crimes de guerra russos na Ucrânia. No ano passado, os dois países disseram que o TPI deveria desistir de uma investigação sobre Israel, em parte porque a Palestina não é um país soberano, embora seja reconhecida como um estado pela ONU.
Na Grã-Bretanha, a parlamentar trabalhista Julie Elliott disse ao parlamento que havia um padrão duplo quando se trata de defender os palestinos.
“Os palestinos esperam que falemos e ajamos nos mesmos termos. Sancionamos a Rússia sobre a Crimeia, e agora devemos impor mais sanções, com as quais concordo plenamente, mas os palestinos perguntam por que não fazemos nada para acabar com a ocupação de Israel”, disse ela.
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Os críticos também acusaram os órgãos internacionais do futebol de políticas contraditórias.
A Uefa multou o Celtic, time da Premier League escocesa, depois que seus torcedores hastearam bandeiras palestinas em jogos internacionais, dizendo que eram símbolos políticos. As bandeiras ucranianas foram amplamente hasteadas em partidas recentes com a aprovação das autoridades do futebol.
Os partidários de Israel reagiram negando que haja qualquer paralelo.
Jonathan Greenblatt, executivo-chefe da Liga Antidifamação, um proeminente grupo pró-Israel com sede em Nova York, disse que o conflito israelo-palestino é “uma disputa por território por dois povos que têm reivindicações e conexões históricas”.
“Comparar essa complexidade com o uso bruto da força da Rússia contra a nação soberana e pacífica da Ucrânia é deturpar intencionalmente o conflito israelo-palestino e é profundamente insensível à crise humanitária e de segurança que os ucranianos enfrentam hoje”, tuitou.
O Jerusalém Post também descartou o que chamou de “tentativa dissimulada de ligar a Ucrânia aos palestinos”.
“Infelizmente, alguns só verão que os russos são o lado muito mais forte nesta guerra, que Israel é o lado muito mais forte quando luta contra o Hamas em Gaza e, reflexivamente, apenas simpatizam com o oprimido, o lado mais fraco”, disse.
“A fraqueza, no entanto, não confere automaticamente a virtude. No conflito ucraniano-russo, acontece que a Ucrânia é tanto a parte prejudicada quanto a mais fraca. Mas esse não é o caso dos palestinos”.
Internacional
Trump toma posse com discurso protecionista e de combate à imigração ilegal
O presidente dos EUA reafirmou a intenção de retomar o Canal do Panamá reiterou que o Golfo do México passará a se chamar Golfo da América

Por cerca de 30 minutos, Donald Trump fez nesta segunda-feira (20) seu primeiro discurso como novo presidente dos Estados Unidos. Ele reafirmou a intenção de retomar o Canal do Panamá e de combater a imigração ilegal no país, em especial a partir da fronteira com o México. O Golfo do México, reiterou Trump, passará a se chamar Golfo da América.
O presidente afirmou que declarará emergência nacional de energia, de forma a retomar, em larga escala, a produção de fontes não sustentáveis, em especial petróleo e gás, para garantir as reservas estratégicas do país, bem como a disponibilização de energia para as indústrias norte-americanas. E prometeu também revogar obrigações de cunho ambientalista em favor de veículos elétricos, de forma a manter o compromisso com as montadoras de veículos com motores à combustão.
Trump voltou a afirmar que, para proteger os trabalhadores americanos, pretende tributar produtos com origem em outros países. Reiterou alguns de seus posicionamentos contrários à chamada ideologia de gênero, dizendo que “há apenas dois gêneros: o masculino e o feminino”, e que porá “fim à política de tentar fazer engenharia social da raça e do gênero, promovendo uma sociedade que será baseada no mérito, sem enxergar a cor”.
Imigração ilegal
“Toda entrada ilegal será imediatamente impedida, e iniciaremos processo de devolução de milhões de imigrantes ilegais a seus países de origem. Restabeleceremos a política do ‘fique no México’ e porei em prática a lei de prender e deportar. Tropas serão enviadas para o sul para dificultar a entrada em nosso país. Além disso, vou designar os cartéis [de drogas] como organizações terroristas internacionais”, discursou o presidente, que, pela segunda vez, assume a Casa Branca.
Trump acrescentou que vai retomar uma legislação de 1708 sobre imigrantes, pela qual seu governo poderá utilizar todas as forças de segurança pública para “eliminar gangues” que praticam crimes em cidades e bairros norte-americanos. “Como comandante chefe, não há responsabilidade maior do que defender nosso país de ameaças e invasões. Farei isso em um nível nunca antes visto em nosso país”, disse ele, ao afirmar que, em breve, alterará o nome do Golfo do México para Golfo da América.
Poderosa e respeitada
O novo presidente disse que fará os Estados Unidos retornarem a seu lugar como a nação mais poderosa e respeitada do mundo. “Teremos a maior força armada que o mundo já viu”, afirmou.
Tump lembrou que o Canal do Panamá foi uma obra americana cedida àquele país, ao custo de 38 mil vidas perdidas durante sua construção. “Depois disso, fomos tratados de forma cruel, após oferecermos esse presente que jamais deveria ser dado. O espírito desse presente foi totalmente violado, com sobretaxas aos navios americanos. Não fomos tratados de forma justa, sobretudo pela China, que opera o canal. Por isso, vamos tomá-lo de volta”, prometeu.
“Minha mensagem hoje é de que é hora, mais uma vez, de agirmos com coragem, vigor e com a vitalidade das maiores nações da história”, complementou.
Energia
Trump anunciou que, ainda nesta segunda-feira, vai declarar emergência nacional da energia, com o objetivo de diminuir preços e ajudar setores industriais do país, além de recompor as reservas estratégicas de petróleo.
“Seremos mais uma vez um país industrial, com maior quantidade de petróleo e gás do que qualquer outro país. Diminuiremos os preços e preencheremos novamente nossas reservas estratégicas. E exportaremos nossa energia. Seremos novamente uma nação rica com o ouro negro que está sob nossos pés”, disse.
“E vamos pôr fim a acordos verdes. Vamos revogar as obrigações sobre veículos elétricos, salvando nossa indústria automotiva e mantendo compromisso com nossas montadoras”, acrescentou.
O presidente prometeu fazer, em breve, uma reforma do sistema de comércio “para proteger os trabalhadores e as famílias americanas. Por isso, em vez de tributar nossos cidadãos, estabeleceremos tarifas para outros países.”
Era de ouro
“A era de ouro dos Estados Unidos começa agora. Daqui em diante, nosso país florescerá e será respeitado. Seremos invejados por todo mundo, e não permitiremos que ninguém tire vantagem da gente. Colocarei a América em primeiro lugar”, afirmou.
Segundo Trump, os EUA enfrentam uma crise de confiança “após um establishment corrupto e radical, onde os pilares foram rompidos, dificultando o enfrentamento de crises simples”, em referência a problemas como o incêndio que assolou Los Angeles. Criticou também o sistema de saúde que não atuou de forma satisfatória em situações de desastre e o sistema de educação “que faz nossos alunos odiarem nosso país”.
“Mas tudo mudará rapidamente a partir de hoje”, afirmou Trump. “Minha vida foi salva para tornar a América grande novamente”, acrescentou, ao lembrar o atentado de que foi vítima durante a campanha eleitoral.
No discurso de posse, Donald Trump também reiterou a defesa da liberdade de expressão, algo que, segundo ele, foi colocado em risco pelo governo anterior.
Internacional
Rebecca Cheptegei, atleta olímpica, morre após ser incendiada pelo parceiro
A maratonista morreu em um hospital queniano após sofrer queimaduras em 80% do corpo
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A atleta olímpica ugandense Rebecca Cheptegei morreu em um hospital queniano após sofrer queimaduras em 80% do corpo após um ataque de seu parceiro no domingo.
Cheptegei, de 33 anos, estava recebendo tratamento no Moi Teaching and Referral Hospital, na cidade de Eldoret. Um porta-voz, Owen Menach, confirmou sua morte na quinta-feira.
O comandante da polícia do Condado de Trans-Nzoia, Jeremiah ole Kosiom, disse na segunda-feira que o parceiro de Cheptegei, Dickson Ndiema, comprou um recipiente de gasolina, despejou sobre ela e ateou fogo. “O casal foi ouvido brigando do lado de fora de sua casa. Durante a altercação, o namorado foi visto derramando um líquido na mulher antes de queimá-la”, disse Kosiom ao jornal Standard no Quênia. “O suspeito também foi pego pelo fogo e sofreu queimaduras graves.” Ndiema estava sendo tratada no mesmo hospital que Cheptegei.
Os pais de Rebecca Cheptegei disseram que sua filha comprou terras em Trans-Nzoia para ficar perto dos muitos centros de treinamento atlético do país. Um relatório arquivado pelo chefe de polícia local afirma que o casal foi ouvido brigando pelo terreno onde a casa foi construída antes do incêndio começar.
No mês passado, Cheptegei terminou em 44º lugar na maratona nas Olimpíadas de Paris e ficou em 14º no campeonato mundial do ano passado em Budapeste. Em 2022, ela venceu a corrida de montanha no World Mountain and Trail Running Championships na Tailândia.
Internacional
Biden retira candidatura à reeleição para a presidência dos EUA
O presidente adiantou seu apoio na indicação da sua vice, Kamala Harris, para enfrentar Trump

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou neste domingo (21) que desistirá de concorrer à reeleição. Em uma postagem na rede social X (antigo Twitter), Biden afirmou acreditar que, apesar de sua intenção de tentar um novo mandato, é do interesse do Partido Democrata e do país a retirada da sua candidatura. Em seguida, disse que se concentrará no seu trabalho como presidente até o final de seu mandato, em janeiro de 2025.
“Foi a maior honra da minha vida servir como seu presidente. E, embora tenha sido minha intenção buscar a reeleição, acredito que seja do melhor interesse do meu partido e do país que eu me afaste e me concentre apenas no cumprimento de meus deveres como presidente pelo restante do meu mandato”, escreveu Biden em uma carta publicada na rede social.
Ainda na carta postada neste domingo (21), ele informou que se pronunciará à nação no final desta semana, dando mais detalhes sobre sua decisão. No entanto, em outra postagem no X, o presidente adiantou seu apoio na indicação da vice-presidente, Kamala Harris, para enfrentar o republicano Donald Trump.
“Minha primeira decisão como candidato do partido em 2020 foi escolher Kamala Harris como minha vice-presidente. E foi a melhor decisão que tomei. Hoje quero oferecer todo o meu apoio e endosso para que Kamala seja a indicada do nosso partido este ano”.
O anúncio de Biden segue-se a uma onda de pressão pública e privada de parlamentares democratas e membros do partido para que ele desistisse da corrida após desempenho fraco em um debate televisivo no mês passado contra o rival republicano Donald Trump.
Na carta de hoje, Biden disse que os Estados Unidos tiveram grande progresso nos últimos três anos e meio, citando a expansão do acesso a serviços de saúde, legislação sobre armas e a indicação da primeira mulher negra para a Suprema Corte.
Em típico discurso de fim de mandato, o presidente ainda destacou o fortalecimento da democracia e das relações do seu país com outras nações. “Os Estados Unidos nunca estiveram tão bem-posicionados para liderar como estamos hoje. Sei que nada disso poderia ter sido feito sem o povo americano. Juntos superamos uma pandemia e a pior crise econômica desde a Grande Depressão.
Protegemos e preservamos nossa democracia e revitalizamos e fortalecemos nossas alianças em todo o mundo”.
Donald Trump
O candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, disse à CNN neste domingo que acha que será mais fácil derrotar a vice-presidente, Kamala Harris, nas eleições de novembro do que seria derrotar Joe Biden.
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