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Internacional

EUA são acusados ​​de hipocrisia por apoiar sanções contra a Rússia, e não contra Israel

Críticos comparam ações militares israelenses de territórios palestinos com a invasão russa da Ucrânia

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O presidente dos Estados Unidos (EUA), Joe Biden anunciou, em pronunciamento nesta sexta-feira (11), novas sanções econômicas à Rússia.
Foto: Deutsche Press/Agentur GmbH

Os Estados Unidos (EUA) e alguns de seus aliados europeus estão enfrentando acusações de usar dois pesos e duas medidas por apoiar sanções e investigações internacionais de crimes de guerra contra a Rússia por sua invasão da Ucrânia, enquanto o mesmo tratamento não é dado quando se trata das ações militares israelenses nos territórios palestinos ocupados.

Mas grupos pró-Israel nos EUA rejeitaram as alegações acusando os críticos de explorar o sofrimento ucraniano para traçar falsos paralelos.

No mês passado, a Anistia Internacional pediu que a Organização das Nações Unidas (ONU) imponha sanções direcionadas contra Israel depois de se juntar a outros grupos de direitos humanos ao acusá-lo de violar a lei internacional ao praticar uma forma de apartheid e cometer um crime contra a humanidade em sua “dominação” dos palestinos.

Autoridades palestinas e relatores especiais da ONU nos territórios ocupados também pressionaram por sanções sobre a ocupação israelense de terras na Cisjordânia, o bloqueio de Gaza e o assassinato em larga escala de civis palestinos. Enquanto pressionam por ação contra a Rússia, no entanto, os EUA e outros governos resistiram a medidas semelhantes contra Israel.

Na terça-feira, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse ao conselho de direitos humanos da ONU que deve enviar uma “mensagem resoluta” a Vladimir Putin para impedir uma invasão que destruiu escolas, hospitais e prédios residenciais e matou centenas de civis.

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“Esses são os abusos de direitos humanos que este conselho foi criado para impedir. Se não pudermos nos reunir agora, quando nos encontraremos?”, disse ele.

No mesmo discurso, Blinken fez questão de chamar as investigações em curso do conselho de direitos humanos da ONU sobre as ações israelenses nos territórios ocupados “uma mancha na credibilidade do conselho” e pediu que elas fossem interrompidas. As investigações consideraram Israel responsável por persistentes “violações do direito à vida” e outros crimes.

Sarah Leah Whitson, ex-diretora da divisão do Oriente Médio da Human Rights Watch, disse que há paralelos claros entre as violações russas e israelenses da lei internacional, incluindo o cometimento de crimes de guerra.

“Vemos que não apenas o governo dos EUA, mas as empresas dos EUA estão se submetendo a sancionar e boicotar qualquer coisa que tenha associação com o governo russo”, disse ela. “Compare isso com exatamente o oposto quando se trata de sancionar Israel por suas violações do direito internacional a ponto de os estados americanos aprovarem leis para punir os americanos, a menos que prometam nunca boicotar Israel. Está muito claro que os motivos para resistir às sanções contra Israel, ou mesmo o cumprimento da lei internacional, são puramente políticos”.

Lara Friedman, presidente da Fundação para a Paz no Oriente Médio, comparou o apoio americano às sanções contra a Rússia com as tentativas do Congresso de proibir boicotes nos EUA a Israel ou seus assentamentos nos territórios palestinos.

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James Zogby, presidente do Arab American Institute em Washington, comparou o retrato de ucranianos jogando coquetéis molotov como heróis defensores de seu território a palestinos caracterizados como terroristas ou militantes por resistirem à ocupação e ao confisco de terras por Israel.

Os EUA não estão sozinhos ao enfrentar acusações de hipocrisia. O Reino Unido e o Canadá lideraram pedidos para que o tribunal penal internacional investigue os crimes de guerra russos na Ucrânia. No ano passado, os dois países disseram que o TPI deveria desistir de uma investigação sobre Israel, em parte porque a Palestina não é um país soberano, embora seja reconhecida como um estado pela ONU.

Na Grã-Bretanha, a parlamentar trabalhista Julie Elliott disse ao parlamento que havia um padrão duplo quando se trata de defender os palestinos.

“Os palestinos esperam que falemos e ajamos nos mesmos termos. Sancionamos a Rússia sobre a Crimeia, e agora devemos impor mais sanções, com as quais concordo plenamente, mas os palestinos perguntam por que não fazemos nada para acabar com a ocupação de Israel”, disse ela.

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Os críticos também acusaram os órgãos internacionais do futebol de políticas contraditórias.

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A Uefa multou o Celtic, time da Premier League escocesa, depois que seus torcedores hastearam bandeiras palestinas em jogos internacionais, dizendo que eram símbolos políticos. As bandeiras ucranianas foram amplamente hasteadas em partidas recentes com a aprovação das autoridades do futebol.

Os partidários de Israel reagiram negando que haja qualquer paralelo.

Jonathan Greenblatt, executivo-chefe da Liga Antidifamação, um proeminente grupo pró-Israel com sede em Nova York, disse que o conflito israelo-palestino é “uma disputa por território por dois povos que têm reivindicações e conexões históricas”.

“Comparar essa complexidade com o uso bruto da força da Rússia contra a nação soberana e pacífica da Ucrânia é deturpar intencionalmente o conflito israelo-palestino e é profundamente insensível à crise humanitária e de segurança que os ucranianos enfrentam hoje”, tuitou.

O Jerusalém Post também descartou o que chamou de “tentativa dissimulada de ligar a Ucrânia aos palestinos”.

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“Infelizmente, alguns só verão que os russos são o lado muito mais forte nesta guerra, que Israel é o lado muito mais forte quando luta contra o Hamas em Gaza e, reflexivamente, apenas simpatizam com o oprimido, o lado mais fraco”, disse.

“A fraqueza, no entanto, não confere automaticamente a virtude. No conflito ucraniano-russo, acontece que a Ucrânia é tanto a parte prejudicada quanto a mais fraca. Mas esse não é o caso dos palestinos”.

Internacional

Brics cobra US$ 1,3 trilhão em financiamento climático até a COP30

O entendimento é de que a mobilização de recursos é responsabilidade de países desenvolvidos para com países em desenvolvimento

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Os países do Brics publicaram nesta segunda-feira (7) uma declaração conjunta em que cobram os países mais ricos a ampliarem a
Foto: Reprodução Instagram/ 📸 @ricardostuckert

Os países do Brics publicaram nesta segunda-feira (7) uma declaração conjunta em que cobram os países mais ricos a ampliarem a participação nas metas de financiamento climático. A iniciativa de captação de recursos, chamada Mapa do Caminho de Baku a Belém US$ 1,3 trilhão, destaca a importância de se chegar a esse valor até a COP30, em novembro. 

“Expressamos séria preocupação com as lacunas de ambição e implementação nos esforços de mitigação dos países desenvolvidos no período anterior a 2020. Instamos esses países a suprir com urgência tais lacunas, a revisar e fortalecer as metas para 2030 em suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) e a alcançar emissões líquidas zero de GEE [gases do efeito estufa] significativamente antes de 2050, preferencialmente até 2030, e emissões líquidas negativas imediatamente após”, diz um dos trechos do documento. 

A defesa do multilateralismo foi uma das principais bandeiras do grupo, reunido na Cúpula de Líderes, no Rio de Janeiro. Nesse sentido, o Brics reforça o papel da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) e o Acordo de Paris como principal canal de cooperação internacional para enfrentar a mudança do clima. 

O entendimento é de que a mobilização de recursos é responsabilidade de países desenvolvidos para com países em desenvolvimento. O grupo reconhece que há interesses comuns globais, mas capacidades e responsabilidades diferenciadas entre os países. 

O texto aponta a existência de capital global suficiente para lidar com os desafios climáticos, mas que estão alocados de maneira desigual. Além disso, enfatiza que o financiamento dos países mais ricos deve se basear na transferência direta e não em contrapartidas que piorem a situação econômica dos beneficiados. 

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“Enfatizamos que o financiamento para adaptação deve ser primariamente concessional, baseado em doações e acessível às comunidades locais, não devendo aumentar substancialmente o endividamento das economias em desenvolvimento”, ressalta o documento. 

Os recursos públicos providos por países desenvolvidos teriam como destino as entidades operacionais do Mecanismo Financeiro da UNFCCC, incluindo o Fundo Verde para o Clima (GCF), o Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), o Fundo de Adaptação, o Fundo de Resposta a Perdas e Danos (FRLD), o Fundo para Países Menos Desenvolvidos e o Fundo Especial para Mudança do Clima. 

Além do envolvimento de capital público, são defendidos investimentos privados no financiamento climático, de forma a proporcionar também o uso de financiamento misto. 

“Destacamos que o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), proposta para lançamento na COP30, tem potencial de ser um instrumento promissor de finanças mistas, capaz de gerar fluxos de financiamento previsíveis e de longo prazo para a conservação de florestas em pé”, diz a declaração. 

Mercado de carbono 

Outros destaques da declaração foram a defesa dos dispositivos sobre mercado de carbono, vistos como forma de catalisar o engajamento do setor privado. O Brics se compromete a trocar experiências e atuar em cooperação para promover iniciativas na área. 

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Em outro trecho do documento, é mencionado o apoio ao planejamento nacional que fundamenta as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), vistas como “principal veículo para comunicar os esforços de nossos países no enfrentamento à mudança do clima”. 

Há ainda espaço para condenação e rejeição às medidas protecionistas unilaterais, tidas como punitivas e discriminatórias, que usam como pretexto as preocupações ambientais. São citados como exemplo, mecanismos unilaterais e discriminatórios de ajuste de carbono nas fronteiras (CBAMs), requisitos de diligência prévia com efeitos negativos sobre os esforços globais para deter e reverter o desmatamento, impostos e outras medidas. 

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Internacional

Líderes chegam para a reunião de Cúpula do Brics

A 17ª reunião de cúpula do grupo acontece neste domingo (6), no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM)

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Os chefes de governo e representantes dos países que integram o Brics começaram a chegar, pouco antes das 9h30 deste domingo
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Os chefes de governo e representantes dos países que integram o Brics começaram a chegar, pouco antes das 9h30 deste domingo (6), no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM), para a 17ª reunião de cúpula do grupo. Depois do anfitrião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o primeiro líder a chegar foi o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Aragchi.

Até as 10h10, já haviam chegado também o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi; o primeiro-ministro egípcio, Mostafa Madbouly; o príncipe dos Emirados Árabes Unidos, Khalid Bin Mohamed Bin Zayed Al-Nahyan; o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa; e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov.

O Brics tem, como membros permanentes, Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Irã, Indonésia, Egito, Etiópia e Emirados Árabes. Além disso, há dez nações parceiras: Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda, Uzbequistão e Vietnã.

Neste domingo e na segunda-feira (7), os líderes conversarão e farão discursos em sessões especiais. A primeira sessão, pela manhã, tratará de paz, segurança e reforma da governança global.

Estão previstas uma declaração conjunta dos líderes da cúpula e outras três declarações temáticas: sobre inteligência artificial, financiamento climático e doenças socialmente determinadas.

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Internacional

Morre Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai

Ele enfrentava um câncer de esôfago e estava recolhido em seu sítio, nos arredores de Montevidéu

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Morreu nesta terça-feira (13), no Uruguai, o ex-guerrilheiro, ex-presidente e ícone da esquerda latino-americana José Alberto “Pepe” Mujica
Foto: Secretaria de Comunicação do Uruguai

Morreu nesta terça-feira (13), no Uruguai, o ex-guerrilheiro, ex-presidente e ícone da esquerda latino-americana José Alberto “Pepe” Mujica Cordano, aos 89 anos. Mujica enfrentava um câncer de esôfago e estava recolhido em seu sítio, nos arredores de Montevidéu, onde cultivava flores e hortaliças. 

Conhecido como “presidente mais pobre do mundo” por seu estilo de vida simples, por dirigir um fusca dos anos 1970, doar parte do salário para projetos sociais e pelas reflexões políticas com forte teor filosófico, Mujica presidiu o Uruguai de 2010 a 2015. 

Defensor da integração dos países latino-americanos e caribenhos, Pepe se tornou referência da esquerda do continente durante uma época em que representantes da esquerda e centro-esquerda assumiram diversos governos da região, como Venezuela, Argentina, Equador, Bolívia e Brasil. 

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