Saúde
Com redução de medidas, especialistas temem terceira onda
O Brasil soma apenas nos quatro primeiros meses de 2021 mais óbitos pela doença do que o registrado ao longo de todo o ano passado

O alcance da marca de 400 mil mortes por Covid-19 no Brasil, registrada na última quinta-feira (29), projeta um cenário cada vez mais difícil de ser combatido, apesar das quedas no número de casos, mortes e internações. Com o afrouxamento das medidas de restrição, a situação fica cada vez mais próxima de uma dramática e inevitável terceira onda.
Especialistas, cientistas e pesquisadores descartam a possibilidade de otimismo frente a números em que o Brasil soma apenas nos quatro primeiros meses de 2021 mais óbitos pela doença do que o registrado ao longo de todo o ano passado.
“[Os números] devem cair um pouco ainda, e depois ocorrerá uma nova subida. A questão é qual será a magnitude desta subida. Ninguém imaginou, por exemplo, que essa segunda subida fosse tão acentuada como foi [este ano o país já registrou mais mortes por Covid-19 do que em 2020]. Se as coisas continuarem como estão, em julho já existe uma possibilidade de terceira onda”, diz o médico epidemiologista Paulo Lotufo.
As medidas restritivas promovidas pelos estados e municípios, entre março e abril foram responsáveis pela redução no número de casos e mortes no país, entretanto, dados como a taxa de ocupação dos leitos de UTI são usados como indicadores para a reaabertura do comércio e outras atividades.
“Se a medida está dando certo é preciso continuar com ela por algum tempo para que se tenha uma margem de segurança. Os governos veem uma leve queda na ocupação dos hospitais e começam a liberar de novo as atividades, isso é desesperador”, revela Rafael Lopes Paixão da Silva, membro do Observatório Covid-19 BR.
Outra preocupação está com a chegada do Dia das Mães, no próximo domingo (9), que deve intensificar a circulação de pessoas nas ruas e reuniões familiares para comemorar a data. Juntamente com isso, a aproximação de temperaturas mais frias que aumenta a tendência de ficarmos mais perto uns dos outros em locais fechados.
Epidemiologistas e cientistas consideram que é cedo demais para reabrir as atividades e que programas amplos de testagem, isolamento de casos positivos e rastreamento de contatos bem como uma vigilância genômica para flagrar o surgimento de novas variantes em sua origem, antes que elas se espalhem são ações essenciais para bloquear a disseminação do vírus.
Cenário poderia ser outro
A falta de coordenação nacional para conter a pandemia, a posição do presidente Jair Bolsonaro contrária ao uso de máscaras e a prática do distanciamento, além da defesa de uso de medicamentos ineficazes favorecem os alarmantes dados de mortes no país.
O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) reflete o recorde de mortes por Covid ao desprezo das autoridades brasileiras a gravidade da pandemia e a invocação de “um falso dilema entre saúde e economia”.
A virada de 2020 para 2021 também fez intensificar a situação. “As eleições municipais, realizadas em novembro, influenciaram na retomada da primeira onda. A partir dali, houve um crescimento importante que não parou de evoluir”, avalia a epidemiologista Jesem Orellana, da FioCruz Amazônia.
Vacinação
Segundo matéria do site da Secretaria da Saúdo da Bahia, um levantamento feito com base nos dados notificados no sistema Sivep-Gripe, até o dia 24, apontou que 99,9% dos cerca de 2,2 milhões de vacinados contra a Covid-19 não contraíram a doença após a imunização ou, se infectados, não precisaram de hospitalização por conta da doença.
São dados que mostram que a vacinação ampla e as medidas de distanciamento diminuem significativamente o número de casos e de internações. Em janeiro deste ano, a Pfizer emitiu um comunicado informando que encaminhou três propostas ao governo brasileiro para uma possível aquisição de 70 milhões de doses de sua vacina. A primeira proposta, segundo a empresa, foi encaminhada em 15 de agosto de 2020 e considerava um quantitativo para entrega a partir de dezembro do ano passado.
Além da demora na aquisição de vacinas contra Covid-19, o presidente da República insiste em criticar e até boicotar as medidas de distanciamento adotadas pelos governadores e prefeitos.
Apesar da vacinação proporcionar menor demanda por atendimento hospitalar, é preciso continuar evitando a circulação e a consequente circulação do vírus a fim de impedir que novas e mais contagiosas variantes apareçam, como a P.1, identificada inicialmente em Manaus. Novas cepas podem, em tese, escapar da imunidade proporcionada pelas vacinas.
Outros países
No ranking de mortes, os Estados Unidos aparecem em 1º lugar, 590,019 e o Brasil em 2º lugar com 403,781, e em terceiro, o México (216,447), segundo dados divulgados em tempo real pelo site Worldometer. Em quarto lugar no número de mortes, a Índia vem enfrentando uma imensa crise sanitária e funerária. Foram 402,110 infectados e 3.522 mortes em 24 horas.
Além de encontrar um cenário onde hospitais estão sem remédios, oxigênio e leitos, os crematórios e cemitérios não conseguem lidar com a quantidade de corpos. A segunda onda saiu de controle após o governo indiano ter falado em “fase final da pandemia” e ter flexibilizado as medidas de restrição, liberando comícios, festivais religiosos e até partidas de críquete com estádios lotados.
Saúde
Policlínica de Narandiba recebe Hemóvel para doação de sangue
A Hemoba também convida trabalhadores, pacientes e a comunidade a realizarem o cadastro como possíveis doadores de medula óssea

Nos dias 24 e 25 de julho (quinta e sexta-feira), a Policlínica de Narandiba, unidade da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) gerida pela Fundação Estatal Saúde da Família (FESF-SUS), será ponto de encontro para um gesto que salva vidas. O Hemóvel da Fundação Hemoba estaciona na unidade para mais uma edição da campanha “FESF na Veia”, convidando trabalhadores, pacientes e a comunidade a doarem sangue e realizarem o cadastro como possíveis doadores de medula óssea.
A ação acontece em um momento delicado: de acordo com a Hemoba, os estoques de sangue estão baixos para seis tipos sanguíneos, devido ao aumento das solicitações hospitalares e à redução no número de doadores.
“Na última edição, realizada em fevereiro, tivemos uma mobilização emocionante. O Hemóvel passou pelas Policlínicas de Narandiba e Escada e conseguimos reunir 208 voluntários, além de cadastrar 17 possíveis doadores de medula óssea, ajudando a salvar inúmeras vidas. Temos certeza de que, desta vez, não será diferente”, afirma Lizandra Amim, diretora-geral da FESF-SUS.
Aline Dórea, coordenadora de coleta da Hemoba, reforça a importância do ato. “Uma única doação pode salvar até quatro vidas. Todos os dias recebemos solicitações de transfusão para pacientes de todas as idades e com diferentes necessidades. Quem pode doar, ajuda diretamente quem precisa. Nos dias 24 e 25, o ônibus da Hemoba estará na Policlínica de Narandiba, e esta é uma excelente oportunidade para moradores e trabalhadores da região fazerem sua contribuição e, quem sabe, se tornarem doadores frequentes”, destaca.
Quem pode doar
Podem doar pessoas entre 16 e 69 anos (menores de 18 anos precisam de autorização dos responsáveis), que pesem mais de 50 kg, estejam em boas condições de saúde e apresentem documento oficial com foto. No dia da doação, é importante não estar em jejum; evitar bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores; não fumar por pelo menos 2 horas antes da doação; ter dormido, no mínimo, 6 horas na noite anterior.
Serviço
- O quê: Hemóvel na Policlínica de Narandiba
- Quando: 24 e 25 de julho (quinta e sexta-feira)
- Horário: 8h às 17h
Saúde
Lacen/BA reforça rede laboratorial com equipamentos para diagnóstico Covid e tuberculose
A aquisição do sistema GeneXpert foi viabilizada com investimento de R$ 869 mil, por meio de recursos do Novo PAC

Com o objetivo de fortalecer a vigilância em saúde e garantir respostas mais ágeis aos eventos de saúde pública, o Laboratório Central de Saúde Pública Professor Gonçalo Moniz (Lacen/BA) ampliou a capacidade diagnóstica da Rede Estadual de Saúde Pública (RELSP) com a aquisição de cinco equipamentos de teste molecular rápido (TRM).
A aquisição do sistema GeneXpert, na última semana, foi viabilizada com investimento de R$ 869 mil, por meio de recursos do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal, que tem como foco a renovação do parque tecnológico dos laboratórios centrais de saúde pública do país.
“Com a instalação destes equipamentos na RELSP, exames como teste molecular rápido para diagnóstico laboratorial da COVID-19 e tuberculose serão descentralizados, oportunizando respostas rápidas da vigilância laboratorial, bem como as intervenções médicas com tempestividade”, avalia a coordenadora dos Laboratórios de Vigilância Epidemiológica do Lacen/BA, Felicidade Mota Pereira.
Na Bahia, os novos equipamentos serão instalados nos laboratórios municipais de referência regional de Brumado, Ibotirama, Guanambi e Paulo Afonso, além da unidade central do Lacen, em Salvador.
“A chegada desses novos equipamentos representa um avanço importante na nossa capacidade de resposta, principalmente em regiões mais distantes da capital. Estamos garantindo que os baianos tenham acesso a diagnósticos precisos e rápidos, independentemente de onde vivam, o que reforça o nosso compromisso com a regionalização da saúde”, destaca a secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana.
Saúde
Avós ativos desafiam estereótipos e priorizam longevidade
Novo perfil de idosos inclui cuidados preventivos e busca por qualidade de vida para envelhecer com autonomia

No mês em que se comemora o Dia dos Avós, celebrado em 26 de julho, um movimento silencioso ganha cada vez mais força no Brasil: o dos avós que não se limitam à cadeira de balanço. Eles estão nas academias, nos grupos de dança, em viagens, nas universidades e, também, nos consultórios médicos, em busca de longevidade com qualidade de vida.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o país conta hoje com mais de 36 milhões de pessoas com 60 anos ou mais — e a projeção é de que esse número dobre nas próximas três décadas. Paralelamente, cresce o interesse dessa parcela da população por hábitos saudáveis e pela prevenção de doenças.
“O envelhecimento ativo deixou de ser uma tendência para se tornar uma necessidade. Os avós de hoje desejam manter sua autonomia, não apenas para cuidar dos netos, mas para continuar vivendo plenamente”, afirma o geriatra Rafael Marques Calazans, médico da Rede Mater Dei.
Os pilares desse novo envelhecer envolvem alimentação balanceada, estímulo cognitivo, prática regular de exercícios físicos adaptados e cuidado constante com a saúde mental. “Atividades como dança, musculação leve e caminhadas são altamente recomendadas, sempre com acompanhamento médico. Também é essencial manter o cérebro ativo com leituras, jogos e convívio social”, orienta Calazans.
O especialista reforça, porém, que não basta adotar práticas pontuais. “O acompanhamento médico regular, com foco na prevenção, é indispensável. Doenças como diabetes, hipertensão e osteoporose precisam ser monitoradas de perto para que o envelhecimento seja, de fato, saudável”, alerta.
Esse novo perfil de avós também movimenta a economia. Segundo levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), idosos já representam cerca de 20% dos consumidores em setores como turismo, lazer, cultura e bem-estar. Agências de viagens especializadas, academias com treinos específicos e cursos de tecnologia para a terceira idade ganham cada vez mais adeptos, ampliando o conceito de envelhecimento ativo.
Além do impacto econômico, há uma mudança cultural em curso. “Os idosos de hoje não querem apenas viver mais, querem viver com propósito. Muitos retomam projetos antigos, fazem trabalho voluntário ou voltam a estudar. Isso contribui não apenas para a saúde física e mental, mas também para um envelhecimento com sentido e pertencimento social”, conclui o geriatra do Hospital Mater Dei Salvador, Rafael Marques Calazans.
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