Internacional
Mísseis russos atingem fábrica de aeronaves em Lviv
Explosões foram ouvidas por volta das 6h desta sexta (18) na cidade que fica a oeste da Ucrânia e a 80 quilômetros da Polônia

Mísseis russos atingiram uma fábrica de reparos de aeronaves na cidade de Lviv, no oeste da Ucrânia, a 80 quilômetros da fronteira com a Polônia e um refúgio seguro para centenas de milhares de ucranianos deslocados internamente.
Explosões foram ouvidas por volta das 6h desta sexta-feira (18), precedidas pelo som de sirenes de ataque aéreo, quando uma nuvem de fumaça em forma de cogumelo podia ser vista subindo no céu.
O prefeito de Lviv, Andriy Sadovy, disse que o aeroporto civil não foi atingido e que as autoridades estão avaliando a situação e divulgarão atualizações.
Veículos de emergência correram para o local, enquanto os motoristas foram impedidos nos postos de controle, informou a agência de notícias Agence France-Presse.
A força aérea ucraniana disse que a fábrica de reparos de aeronaves foi atingida por mísseis de cruzeiro disparados da direção do Mar Negro e que outros mísseis russos foram derrubados por defesas antiaéreas ucranianas antes de atingir seu alvo.
A usina não estava em operação no momento do ataque e até agora não houve vítimas, disse Sadovy.
Russian missiles hit aviation repair plant in #Lviv, a few miles from city centre. #Ukraine #war #Russia #Invasion #Putin pic.twitter.com/CNsOMQ1Rxw
— Lorenzo Tondo (@lorenzo_tondo) March 18, 2022
Segundo as autoridades, os mísseis – provavelmente armas Kh-555 lançadas de bombardeiros estratégicos pesados – não atingiram diretamente o aeroporto Danylo Halytskyi em Lviv, onde, antes de ser fechado após a invasão, os passageiros podiam voar para mais de 50 destinos internacionais, incluindo Madrid, Londres, Paris, Milão, Veneza, Catânia e Barcelona.
Lviv, um patrimônio mundial da Unesco, permaneceu praticamente intocada pelos bombardeios russos até sexta-feira, embora muitos de seus 700.000 habitantes temiam que um ataque fosse uma questão de tempo.
A cidade foi descrita como a alma da Ucrânia e um símbolo do nacionalismo ucraniano. Seus cidadãos estavam entre os mais fortes defensores da separação do país da União Soviética.
Desde que a invasão russa começou, Lviv rapidamente se transformou em uma cidade de guarnição. É o centro do movimento nacionalista do país e, com seu aeroporto civil e aeródromo militar, os moradores sabiam que a cidade estaria na mira da Rússia.
Durante o avanço das tropas russas em Kiev, embaixadas estrangeiras foram transferidas para Lviv, com a cidade se tornando a nova capital diplomática da Ucrânia e centro da resposta ocidental.
Aqui, milhares de pessoas deslocadas em busca de abrigo chegam todos os dias à estação ferroviária de cidades do leste arrasadas por ataques aéreos. Há pelo menos 200.000 deslocados internos em Lviv, levando a capacidade da cidade ao limite.
Internacional
Brics cobra US$ 1,3 trilhão em financiamento climático até a COP30
O entendimento é de que a mobilização de recursos é responsabilidade de países desenvolvidos para com países em desenvolvimento

Os países do Brics publicaram nesta segunda-feira (7) uma declaração conjunta em que cobram os países mais ricos a ampliarem a participação nas metas de financiamento climático. A iniciativa de captação de recursos, chamada Mapa do Caminho de Baku a Belém US$ 1,3 trilhão, destaca a importância de se chegar a esse valor até a COP30, em novembro.
“Expressamos séria preocupação com as lacunas de ambição e implementação nos esforços de mitigação dos países desenvolvidos no período anterior a 2020. Instamos esses países a suprir com urgência tais lacunas, a revisar e fortalecer as metas para 2030 em suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) e a alcançar emissões líquidas zero de GEE [gases do efeito estufa] significativamente antes de 2050, preferencialmente até 2030, e emissões líquidas negativas imediatamente após”, diz um dos trechos do documento.
A defesa do multilateralismo foi uma das principais bandeiras do grupo, reunido na Cúpula de Líderes, no Rio de Janeiro. Nesse sentido, o Brics reforça o papel da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) e o Acordo de Paris como principal canal de cooperação internacional para enfrentar a mudança do clima.
O entendimento é de que a mobilização de recursos é responsabilidade de países desenvolvidos para com países em desenvolvimento. O grupo reconhece que há interesses comuns globais, mas capacidades e responsabilidades diferenciadas entre os países.
O texto aponta a existência de capital global suficiente para lidar com os desafios climáticos, mas que estão alocados de maneira desigual. Além disso, enfatiza que o financiamento dos países mais ricos deve se basear na transferência direta e não em contrapartidas que piorem a situação econômica dos beneficiados.
“Enfatizamos que o financiamento para adaptação deve ser primariamente concessional, baseado em doações e acessível às comunidades locais, não devendo aumentar substancialmente o endividamento das economias em desenvolvimento”, ressalta o documento.
Os recursos públicos providos por países desenvolvidos teriam como destino as entidades operacionais do Mecanismo Financeiro da UNFCCC, incluindo o Fundo Verde para o Clima (GCF), o Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), o Fundo de Adaptação, o Fundo de Resposta a Perdas e Danos (FRLD), o Fundo para Países Menos Desenvolvidos e o Fundo Especial para Mudança do Clima.
Além do envolvimento de capital público, são defendidos investimentos privados no financiamento climático, de forma a proporcionar também o uso de financiamento misto.
“Destacamos que o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), proposta para lançamento na COP30, tem potencial de ser um instrumento promissor de finanças mistas, capaz de gerar fluxos de financiamento previsíveis e de longo prazo para a conservação de florestas em pé”, diz a declaração.
Mercado de carbono
Outros destaques da declaração foram a defesa dos dispositivos sobre mercado de carbono, vistos como forma de catalisar o engajamento do setor privado. O Brics se compromete a trocar experiências e atuar em cooperação para promover iniciativas na área.
Em outro trecho do documento, é mencionado o apoio ao planejamento nacional que fundamenta as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), vistas como “principal veículo para comunicar os esforços de nossos países no enfrentamento à mudança do clima”.
Há ainda espaço para condenação e rejeição às medidas protecionistas unilaterais, tidas como punitivas e discriminatórias, que usam como pretexto as preocupações ambientais. São citados como exemplo, mecanismos unilaterais e discriminatórios de ajuste de carbono nas fronteiras (CBAMs), requisitos de diligência prévia com efeitos negativos sobre os esforços globais para deter e reverter o desmatamento, impostos e outras medidas.
Internacional
Líderes chegam para a reunião de Cúpula do Brics
A 17ª reunião de cúpula do grupo acontece neste domingo (6), no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM)

Os chefes de governo e representantes dos países que integram o Brics começaram a chegar, pouco antes das 9h30 deste domingo (6), no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM), para a 17ª reunião de cúpula do grupo. Depois do anfitrião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o primeiro líder a chegar foi o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Aragchi.
Até as 10h10, já haviam chegado também o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi; o primeiro-ministro egípcio, Mostafa Madbouly; o príncipe dos Emirados Árabes Unidos, Khalid Bin Mohamed Bin Zayed Al-Nahyan; o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa; e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov.
O Brics tem, como membros permanentes, Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Irã, Indonésia, Egito, Etiópia e Emirados Árabes. Além disso, há dez nações parceiras: Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda, Uzbequistão e Vietnã.
Neste domingo e na segunda-feira (7), os líderes conversarão e farão discursos em sessões especiais. A primeira sessão, pela manhã, tratará de paz, segurança e reforma da governança global.
Estão previstas uma declaração conjunta dos líderes da cúpula e outras três declarações temáticas: sobre inteligência artificial, financiamento climático e doenças socialmente determinadas.
Internacional
Morre Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai
Ele enfrentava um câncer de esôfago e estava recolhido em seu sítio, nos arredores de Montevidéu

Morreu nesta terça-feira (13), no Uruguai, o ex-guerrilheiro, ex-presidente e ícone da esquerda latino-americana José Alberto “Pepe” Mujica Cordano, aos 89 anos. Mujica enfrentava um câncer de esôfago e estava recolhido em seu sítio, nos arredores de Montevidéu, onde cultivava flores e hortaliças.
Conhecido como “presidente mais pobre do mundo” por seu estilo de vida simples, por dirigir um fusca dos anos 1970, doar parte do salário para projetos sociais e pelas reflexões políticas com forte teor filosófico, Mujica presidiu o Uruguai de 2010 a 2015.
Defensor da integração dos países latino-americanos e caribenhos, Pepe se tornou referência da esquerda do continente durante uma época em que representantes da esquerda e centro-esquerda assumiram diversos governos da região, como Venezuela, Argentina, Equador, Bolívia e Brasil.