Ciência
Jovens cientistas desenvolvem carrapaticida à base de planta medicinal
Projeto sustentável utiliza extrato de folhas de nim para combater carrapatos, uma alternativa natural aos produtos tradicionais
Os carrapatos são uma ameaça comum à saúde animal, podendo causar desconfortos e doenças graves como a babesiose, que afeta cães, e a febre maculosa, que também pode atingir humanos. Em busca de uma solução sustentável para combater esse problema, os estudantes do Colégio Estadual de Malhada de Pedras, Greice Ellen Nascimento e Mirela da Silva, sob orientação da professora Kamilla Dias Paes e coorientação de Karla Mariana Teixeira, desenvolveram um carrapaticida natural à base de extratos da planta nim.
A jovem cientista Mirela da Silva destaca que a equipe explorou as propriedades da planta para desenvolver uma solução eficaz contra carrapatos. “O nim foi escolhido devido ao seu potencial natural para combater carrapatos, à sua segurança em relação aos produtos químicos convencionais e à ausência de registros de intoxicação humana. Ele também reduz a fecundidade e a atividade reprodutiva dos carrapatos, sendo uma alternativa eficiente e sustentável”.
Segundo Mirela, o sabão foi produzido a partir do extrato de folhas de nim, que foram maceradas e armazenadas por um período até atingir o ponto ideal. Após a preparação, o extrato foi combinado com sabonete líquido neutro, resultando no carrapaticida. “O nim é uma solução natural, segura, acessível e eficaz no controle dos parasitas, eliminando-os sem os riscos associados aos produtos químicos”, afirma.
O grupo de pesquisa, com apoio da Secretaria da Educação (SEC) e colaboração do professor Darlan Reis, realizou testes in vitro, que, de acordo Mirela, apresentaram resultados positivos. “Após 24 horas de exposição ao sabão, os carrapatos do grupo tratado estavam mortos, enquanto, no grupo controle, exposto apenas à água, os carrapatos permaneceram vivos. Isso demonstra a eficácia do nosso carrapaticida. Para os próximos passos, vamos testar diretamente nos cachorros e extrair o óleo do fruto de nim para aprimorar o sabão”, diz.
Bahia Faz Ciência
A Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) estreou no Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico, 8 de julho de 2019, uma série de reportagens sobre como pesquisadores e cientistas baianos desenvolvem trabalhos em ciência, tecnologia e inovação de forma a contribuir com a melhoria de vida da população em temas importantes como saúde, educação, segurança, dentre outros. As matérias são divulgadas semanalmente, sempre às segundas-feiras, para a mídia baiana, e estão disponíveis no site e redes sociais da Secretaria. Se você conhece algum assunto que poderia virar pauta deste projeto, as recomendações podem ser feitas através do e-mail ascom@secti.ba.gov.br.
Ciência
Ciência na Mesa 4 prorroga inscrições até 22 de outubro
Cada proposta pode receber até R$ 600 mil, com previsão de execução em até 24 meses, além de recursos para ações de avaliação, divulgação científica e realização de eventos
O prazo de inscrições para a quarta edição do edital Ciência na Mesa foi prorrogado. Pesquisadores mestres ou doutores, vinculados a Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação (ICTs) da Bahia, agora têm até o dia 22 de outubro de 2025 para submeter suas propostas no site www.fapesb.ba.gov.br.
A iniciativa vai destinar mais de R$ 6,3 milhões a projetos que combinem ciência, inovação e comunicação para combater a insegurança alimentar. Cada proposta pode receber até R$ 600 mil, com previsão de execução em até 24 meses, além de recursos para ações de avaliação, divulgação científica e realização de eventos.
O edital incentiva soluções criativas e acessíveis, como podcasts, vídeos, jogos, cartilhas, oficinas, aplicativos, peças teatrais e exposições de cordel, e reconhece a comunicação como elemento estratégico para fortalecer a agricultura familiar, promover segurança alimentar, justiça climática e impulsionar a transição agroecológica.
O Ciência na Mesa 4 é coordenado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) e a Casa Civil.
Ciência
Estudantes baianas utilizam buriti e hibisco para criar bronzeador sustentável
As jovens cientistas pensaram em criar um produto que valorizasse os ingredientes encontrados no território
O aumento na procura por cosméticos veganos tem chamado atenção do setor em várias partes do mundo. De acordo com dados do IMARC Group, em 2024, o mercado brasileiro alcançou faturamento de 312,12 milhões de dólares, com expectativa de que o valor dobre até 2033. Pensando nesse potencial, as estudantes Alice Mascarenhas, Riana Lima, Rachel Azevedo e Mariana Carvalho, do Colégio Estadual Professor Carlos Valadares, em Santa Bárbara, no semiárido baiano, criaram um bronzeador à base de buriti (Mauritia flexuosa) e hibisco.
Orientadas pela professora Ana Luiza Rezende, as jovens cientistas pensaram em criar um produto que valorizasse os ingredientes encontrados no território e que tivesse propriedades importantes para a pele. “Nosso óleo bronzeador é totalmente natural, à base de recursos regionais, sem aditivos químicos prejudiciais. Pode ser usado como bronzeador ou pós-bronze para regeneração da pele, proporcionando aspecto bronzeado sem exposição solar”, afirmam Alice Mascarenhas e Riana Lima.
A estudante Mariana Carvalho conta o porquê de terem escolhido o buriti para compor o bronzeador, batizado com o nome de Sol Dourado. “A essência de hibisco, extraída artesanalmente com álcool de cereais, confere aroma suave e propriedades antioxidantes”. Já o óleo de buriti, segundo Rachel Azevedo, “apresenta qualidades únicas, como a alta concentração de betacaroteno, tocoferóis e ácidos graxos essenciais como o ácido oleico (ômega-9), linoleico (ômega-6) e palmítico, sendo um potente hidratante e regenerador da pele, além de conferir coloração dourada natural”.
Para Ana Luiza Rezende, que é engenheira de alimentos e mestre em engenharia civil e saneamento ambiental, a educação científica e empreendedora tem potencial transformador. “A inserção de jovens na ciência promove transformações significativas no processo educacional. Uma abordagem que conecta ciência aplicada com realidade de mercado prepara os jovens tanto academicamente quanto profissionalmente para o empreendedorismo científico, formando futuros empreendedores”, diz a professora.
O projeto, que avança nos testes de eficácia e nos ajustes da formulação para garantir maior segurança dermatológica, tem apoio da Secretaria da Educação (Sec), do Lab Maker do Senai Feira de Santana e dos Clubes de Ciências – Semente da Bahia e o Conexões STEAM. O grupo planeja patentear a ideia. “Isso nos permitirá proteger a inovação desenvolvida e garantir que nossa metodologia sustentável seja devidamente reconhecida”, conclui Ana Luiza Rezende, que integra o Clube de Ciências Pinga Saberes.
Bahia Faz Ciência
A Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) estreou no Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico, 8 de julho de 2019, uma série de reportagens sobre como pesquisadores e cientistas baianos desenvolvem trabalhos em ciência, tecnologia e inovação de forma a contribuir com a melhoria de vida da população em temas importantes como saúde, educação, segurança, dentre outros. As matérias são divulgadas semanalmente, sempre às segundas-feiras, para a mídia baiana, e estão disponíveis no site e redes sociais da Secretaria. Se você conhece algum assunto que poderia virar pauta deste projeto, as recomendações podem ser feitas através do e-mail ascom@secti.ba.gov.br.
Ciência
Edital oferece 400 bolsas para coordenadores de Clubes de Ciências
A iniciativa vai selecionar até 400 docentes da rede estadual para coordenar projetos científicos com estudantes da educação básica
Professores da rede estadual de ensino podem se inscrever para o Edital de Concessão de Bolsas a Coordenadores de Clubes de Ciências, no âmbito do programa Bahia Faz Ciência na Escola. O benefício é uma ação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti). A iniciativa vai selecionar até 400 docentes para coordenar projetos científicos com estudantes da educação básica. As inscrições seguem abertas até o dia 8 de agosto, no site da fundação: www.fapesb.ba.gov.br.
As bolsas são voltadas a professores responsáveis por criar e desenvolver Clubes de Ciências nas escolas dos 27 territórios de identidade da Bahia. Com duração de até 24 meses, a proposta busca fortalecer o ensino de ciências, incentivar o protagonismo estudantil e aproximar os alunos da cultura científica. “Queremos que os estudantes enxerguem a ciência como parte do seu cotidiano e como uma possibilidade real de futuro, inclusive com impacto direto no território onde vivem”, explica chefe de gabinete da Secti, Marcius Gomes.
A distribuição contempla diferentes modalidades de ensino: 160 bolsas para escolas de tempo integral, 120 para unidades com educação profissional e tecnológica e outras 120 para escolas com ensino fundamental (2º ciclo) e/ou médio em tempo parcial. Ao menos 70% das vagas serão destinadas a professoras. A ação conta com investimento de R$ 8 milhões. A proposta também prevê a implantação da Trilha da Inovação, metodologia adaptada do Parque Tecnológico da Bahia que será levada para dentro das escolas. A trilha envolve etapas como cultura de patente, incubação de ideias e aceleração de projetos, com apoio de parceiros como Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Serviço Social da Indústria (Sesi).
Uma mudança importante neste edital é que os professores que já acompanham seus estudantes em projetos científicos poderão acumular bolsas. Isso significa que eles podem receber a bolsa da Fapesb para coordenar o Clube de Ciência, mesmo se já recebem bolsas de outros programas federais. Essa medida amplia as oportunidades e incentiva ainda mais o envolvimento dos docentes na formação científica dos estudantes.
Experiências que transformam
Na prática, as bolsas viabilizam projetos que despertam a curiosidade e o pensamento científico entre os jovens. No Colégio Central, em Salvador, por exemplo, funciona um desses clubes, onde estudantes se envolvem em diversas atividades. Guilherme Fraga, do 2º ano do ensino médio, desenvolve um projeto sobre saúde mental e os efeitos do uso do celular nas habilidades neurocognitivas. O trabalho, que integra a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), já foi apresentado em outros estados e países. “É uma extensão da nossa escola, um espaço de convivência, aprendizado em diferentes áreas e acolhimento. Aqui se pratica ciência e se compartilha conhecimento por todo o estado e o país”, resume o estudante.
O espaço também mudou a rotina de Ana Beatriz de Paula, do 2º ano. O projeto dela está relacionado à anemia falciforme, que tem alta incidência na Bahia devido à população ser predominantemente negra. A futura médica considera que o local é um facilitador do conhecimento. “A gente cria muitos projetos e desenvolve muitas áreas de conhecimento, não só científico, como matemática, física, biologia, mas de um modo geral mesmo. É um espaço de oportunidade para os estudantes. A gente entende a ciência não só de um olhar chato, mas sim de uma forma divertida, legal de se estudar e de se fazer”, comentou.
A professora Fernanda Brito, que coordena o Clube de Ciências do Colégio Central, ressalta que a iniciativa oportuniza que os estudantes aprofundem o conhecimento em áreas específicas que eles gostariam de estudar. “Os Clubes de Ciência conseguem reunir alunos que têm interesse em fazer a diferença, trabalhar com temas que têm interesse, aprofundar o estudo que eles têm na sala regular. Eles vêm para o contraturno da escola para poder ampliar o conhecimento naquilo que desejam trabalhar”, disse.
Ela conta que, atualmente, quase 50 discentes, nos dois turnos, participam da ação. Para Fernanda, o edital representa uma conquista importante para o fortalecimento do papel docente nas práticas de pesquisa. “Essa é uma iniciativa pioneira na Bahia. Não tivemos nenhuma política tão abrangente, que pudesse colaborar com o professor. Nós precisamos aderir, porque é um passo importante para que outras políticas públicas ocorram. Não podemos deixar passar essa oportunidade”, convocou.
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