Internacional
Itália confisca iates e mansões de oligarcas russos
Acredita-se que bilionários russos tenham comprado várias vilas em locais aprazíveis na Itália, nos últimos 20 anos

A polícia italiana apreendeu casas e iates no valor de pelo menos 140 milhões de euros (R$ 774,2 milhões) de quatro russos de alto nível que foram colocados em uma lista de sanções da União Europeia (UE) após a invasão da Ucrânia pela Rússia, segundo informaram autoridades no sábado.
Uma fonte da polícia disse que uma mansão do empresário bilionário Alisher Usmanov, na Sardenha, e uma mansão no Lago Como, de propriedade do apresentador de TV estatal russo Vladimir Soloviev, foram apreendidas.
Além disso, fontes confirmaram que iates pertencentes ao homem mais rico da Rússia, Alexei Mordashov, e Gennady Timchenko, que tem laços estreitos com o presidente russo, Vladimir Putin, foram apreendidos durante a noite em portos do norte da Itália.
Acredita-se que os oligarcas russos tenham comprado várias vilas em locais aprazíveis na Itália, nos últimos 20 anos, e que mais ativos devem ser apreendidos nos próximos dias, à medida que os estados ocidentais implementam sanções para tentar forçar a Rússia a se retirar da Ucrânia.
Os bancos italianos foram instruídos pela divisão de inteligência financeira do Banco da Itália na sexta-feira (4) a informar com urgência sobre todas as medidas tomadas para congelar os ativos de pessoas e entidades incluídas na lista da UE.
Usmanov, um magnata de metais e telecomunicações nascido no Uzbequistão, é bem conhecido na Itália por possuir várias propriedades na Sardenha, enquanto a mídia italiana diz que Mordashov possuía uma vila no valor de 66 milhões de euros (R$ 364,98 milhões) na mesma ilha.
Levando em conta os ativos de toda a sua família, a revista Forbes estimou que Mordashov tinha um patrimônio líquido estimado em US$ 29,1 bilhões (R$ 147,2 bilhões) antes das sanções.
Seu iate de 65 metros, o “Lady M”, tinha um preço de 65 milhões de euros e foi apreendido no porto noroeste de Imperia, enquanto o navio de Timchenko, Lena, que vale 50 milhões de euros, foi apreendido nas proximidades de Sanremo, disse uma fonte judicial.
Timchenko fez fortuna no comércio de petróleo e foi descrito por Putin como um de seus associados mais próximos.
Soloviev teria reclamado na televisão russa quando descobriu no mês passado que corria o risco de perder sua vila italiana.
“De repente alguém decide que este jornalista está agora na lista de sanções. E imediatamente afeta o seu imóvel. Espere um minuto. Mas você nos disse que a Europa tem direitos de propriedade sagrados”, disse ele ao Daily Beast.
Enquanto a UE agiu rapidamente contra indivíduos vistos como próximos do governo russo, a Grã-Bretanha agiu mais lentamente.
No entanto, Boris Johnson foi citado como tendo dito no sábado que emendas à legislação de crimes econômicos da Grã-Bretanha seriam apresentadas ao parlamento na próxima segunda-feira (7) para ajudar o governo a agir com mais velocidade.
Internacional
Brics cobra US$ 1,3 trilhão em financiamento climático até a COP30
O entendimento é de que a mobilização de recursos é responsabilidade de países desenvolvidos para com países em desenvolvimento

Os países do Brics publicaram nesta segunda-feira (7) uma declaração conjunta em que cobram os países mais ricos a ampliarem a participação nas metas de financiamento climático. A iniciativa de captação de recursos, chamada Mapa do Caminho de Baku a Belém US$ 1,3 trilhão, destaca a importância de se chegar a esse valor até a COP30, em novembro.
“Expressamos séria preocupação com as lacunas de ambição e implementação nos esforços de mitigação dos países desenvolvidos no período anterior a 2020. Instamos esses países a suprir com urgência tais lacunas, a revisar e fortalecer as metas para 2030 em suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) e a alcançar emissões líquidas zero de GEE [gases do efeito estufa] significativamente antes de 2050, preferencialmente até 2030, e emissões líquidas negativas imediatamente após”, diz um dos trechos do documento.
A defesa do multilateralismo foi uma das principais bandeiras do grupo, reunido na Cúpula de Líderes, no Rio de Janeiro. Nesse sentido, o Brics reforça o papel da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) e o Acordo de Paris como principal canal de cooperação internacional para enfrentar a mudança do clima.
O entendimento é de que a mobilização de recursos é responsabilidade de países desenvolvidos para com países em desenvolvimento. O grupo reconhece que há interesses comuns globais, mas capacidades e responsabilidades diferenciadas entre os países.
O texto aponta a existência de capital global suficiente para lidar com os desafios climáticos, mas que estão alocados de maneira desigual. Além disso, enfatiza que o financiamento dos países mais ricos deve se basear na transferência direta e não em contrapartidas que piorem a situação econômica dos beneficiados.
“Enfatizamos que o financiamento para adaptação deve ser primariamente concessional, baseado em doações e acessível às comunidades locais, não devendo aumentar substancialmente o endividamento das economias em desenvolvimento”, ressalta o documento.
Os recursos públicos providos por países desenvolvidos teriam como destino as entidades operacionais do Mecanismo Financeiro da UNFCCC, incluindo o Fundo Verde para o Clima (GCF), o Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), o Fundo de Adaptação, o Fundo de Resposta a Perdas e Danos (FRLD), o Fundo para Países Menos Desenvolvidos e o Fundo Especial para Mudança do Clima.
Além do envolvimento de capital público, são defendidos investimentos privados no financiamento climático, de forma a proporcionar também o uso de financiamento misto.
“Destacamos que o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), proposta para lançamento na COP30, tem potencial de ser um instrumento promissor de finanças mistas, capaz de gerar fluxos de financiamento previsíveis e de longo prazo para a conservação de florestas em pé”, diz a declaração.
Mercado de carbono
Outros destaques da declaração foram a defesa dos dispositivos sobre mercado de carbono, vistos como forma de catalisar o engajamento do setor privado. O Brics se compromete a trocar experiências e atuar em cooperação para promover iniciativas na área.
Em outro trecho do documento, é mencionado o apoio ao planejamento nacional que fundamenta as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), vistas como “principal veículo para comunicar os esforços de nossos países no enfrentamento à mudança do clima”.
Há ainda espaço para condenação e rejeição às medidas protecionistas unilaterais, tidas como punitivas e discriminatórias, que usam como pretexto as preocupações ambientais. São citados como exemplo, mecanismos unilaterais e discriminatórios de ajuste de carbono nas fronteiras (CBAMs), requisitos de diligência prévia com efeitos negativos sobre os esforços globais para deter e reverter o desmatamento, impostos e outras medidas.
Internacional
Líderes chegam para a reunião de Cúpula do Brics
A 17ª reunião de cúpula do grupo acontece neste domingo (6), no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM)

Os chefes de governo e representantes dos países que integram o Brics começaram a chegar, pouco antes das 9h30 deste domingo (6), no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM), para a 17ª reunião de cúpula do grupo. Depois do anfitrião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o primeiro líder a chegar foi o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Aragchi.
Até as 10h10, já haviam chegado também o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi; o primeiro-ministro egípcio, Mostafa Madbouly; o príncipe dos Emirados Árabes Unidos, Khalid Bin Mohamed Bin Zayed Al-Nahyan; o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa; e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov.
O Brics tem, como membros permanentes, Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Irã, Indonésia, Egito, Etiópia e Emirados Árabes. Além disso, há dez nações parceiras: Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda, Uzbequistão e Vietnã.
Neste domingo e na segunda-feira (7), os líderes conversarão e farão discursos em sessões especiais. A primeira sessão, pela manhã, tratará de paz, segurança e reforma da governança global.
Estão previstas uma declaração conjunta dos líderes da cúpula e outras três declarações temáticas: sobre inteligência artificial, financiamento climático e doenças socialmente determinadas.
Internacional
Morre Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai
Ele enfrentava um câncer de esôfago e estava recolhido em seu sítio, nos arredores de Montevidéu

Morreu nesta terça-feira (13), no Uruguai, o ex-guerrilheiro, ex-presidente e ícone da esquerda latino-americana José Alberto “Pepe” Mujica Cordano, aos 89 anos. Mujica enfrentava um câncer de esôfago e estava recolhido em seu sítio, nos arredores de Montevidéu, onde cultivava flores e hortaliças.
Conhecido como “presidente mais pobre do mundo” por seu estilo de vida simples, por dirigir um fusca dos anos 1970, doar parte do salário para projetos sociais e pelas reflexões políticas com forte teor filosófico, Mujica presidiu o Uruguai de 2010 a 2015.
Defensor da integração dos países latino-americanos e caribenhos, Pepe se tornou referência da esquerda do continente durante uma época em que representantes da esquerda e centro-esquerda assumiram diversos governos da região, como Venezuela, Argentina, Equador, Bolívia e Brasil.