Cidade
Famílias realizam vistoria nas futuras moradias nos Alagados
As visitas estão sendo realizadas por grupos de 12 famílias em cada turno do dia, pela manhã e pela tarde

Para 174 famílias que moravam em palafitas, nos Alagados, tem início, a partir desta quinta-feira (23), mais uma etapa para a concretização do sonho da casa própria. Os futuros moradores iniciaram a vistoria dos imóveis, junto com a equipe técnica de Engenharia e do Social da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder).
Neste momento é feita a checagem das ligações elétricas e hidráulicas, piso, esquadrias, revestimentos, entre outros itens, antes da entrega das unidades habitacionais. Como forma de evitar aglomeração, devido à pandemia da Covid-19, a vistoria está sendo realizada por grupos de 12 famílias em cada turno do dia, pela manhã e pela tarde.
Em agosto, foi definido, por meio de um sorteio ao vivo pelo Canal do Youtube da Conder, em qual apartamento cada morador passará a residir, entre as unidades habitacionais, distribuídas em 29 prédios, construídos, em Massaranduba. Os idosos tiveram prioridade aos apartamentos localizados no térreo do conjunto habitacional. Com a definição das unidades, cada família terá um endereço, necessário para a solicitação da ligação de água e energia elétrica individuais.
Sonho
Estão sendo investidos cerca de R$ 11 milhões para dar mais qualidade de vida e moradia digna às famílias que habitavam nas palafitas de Alagados – que já foi considerada a maior favela da América do Sul. Para a técnica de enfermagem Maria Mônica Mendes dos Santos, que por mais de uma década morou num barraco de madeira na região da maré, foi difícil esconder a emoção ao entrar no apartamento, no primeiro andar do Bloco 18 do empreendimento.
“É a concretização de um sonho. Depois de passar por tantas dificuldades, carregando água no balde, atravessando a ponte da maré várias vezes, até conseguir quem nos fornecesse a água. Estou muito feliz de estar aqui hoje. Só quem conviveu sem nenhuma condição numa palafita, sabe a importância de uma moradia digna”, declarou.
“Os novos moradores estão sendo beneficiados também com melhorias em infraestrutura, como drenagem e redes de água e esgoto, que integram as ações de urbanização integrada”, explica o gestor da Diretoria de Habitação e Urbanização Integrada da (Dihab) da Conder, responsável pela elaboração do projeto e execução da obra, o engenheiro Maurício Mathias.
As unidades de 43m² possuem dois dormitórios, sala, cozinha, banheiro e área de serviço. A área externa terá caminhos de acesso com piso intertravado, bancos de concreto, abrigo para resíduos sólidos, estacionamento e área de lazer. Ao chegar ao empreendimento, a atendente de call center, Adriana França, observava também toda a área externa do bloco. “Já fui eleita síndica do Bloco 18”, revelou antes de vistoriar o apartamento no segundo andar, em que vai passar a morar.
Segundo Adriana França, os moradores do Bloco 18 criaram um grupo no aplicativo de mensagem instantânea para organizar a rotina do empreendimento. “Vamos nos organizar, estabelecer regras para manter o condomínio como estamos recebendo. Está tudo muito lindo”, comemora, ressaltando o trabalho que foi desenvolvido em paralelo à obra pela equipe do Social: “Todos nós estamos vivendo a realização de um sonho, mas também recebemos orientação, através dos cursos oferecidos pela Conder, como o de administração de condomínio”. É uma iniciativa que nos prepara para a nova realidade daqui para frente”, explica.
Apoio
As obras de urbanização integrada da Conder, voltadas para comunidades carentes, estão atreladas aos projetos sociais, por meio do Projeto Integrado de Desenvolvimento Sócio Ambiental (PIDSA). Inicialmente, é feito um diagnóstico social para depois ser desenvolvido um trabalho com a comunidade. Foram realizadas diversas ações, tais como oficinas e cursos voltados para a geração de emprego e renda, educação ambiental, autoestima, e oferta de serviços diretos para promoção da saúde com apoio de instituições parceiras, entre outros.
Em Massaranduba, foi montado um Escritório de Campo, onde a comunidade beneficiada tinha atendimento regular. Além disso, foi criada também uma comissão de bairro, formada por moradores e líderes comunitários. “Esse é um dos destaques do PIDSA. As famílias cadastradas realizam visitas periódicas às obras que estão sendo executadas e também aproveitavam os encontros e as atividades desenvolvidas pelas equipes do Social e de Engenharia da Conder para tirar dúvidas sobre o novo empreendimento e a rotina que os aguarda após a entrega da nova moradia”, explica Graziane Amorim, coordenadora da equipe do Social da Dihab/Conder.
Entre o conjunto de ações realizadas pela equipe do Social está também o acompanhamento das famílias na etapa pós ocupação. Uma forma de dar sustentabilidade ao empreendimento para que as famílias estabeleçam relações harmônicas entre elas, com o meio ambiente e com o próprio patrimônio para que o direito à habitação seja realizado na sua forma mais plena.
Cidade
Baixa do Fiscal recebe obras de macrodrenagem para reduzir alagamentos
Intervenção conta com recursos do Novo PAC e vai beneficiar Rua Nilo Peçanha e o bairro do Uruguai

Toda vez que chove em Salvador, a comunidade da Baixa do Fiscal sofre com alagamentos, prejuízos e insegurança. Para enfrentar esse problema histórico e levar mais tranquilidade à população, o governador Jerônimo Rodrigues, acompanhado do ministro da Casa Civil, Rui Costa, autorizou nesta segunda-feira (21) o início das obras de macrodrenagem do Canal Nilo Peçanha, no âmbito do Novo PAC. Com investimento de cerca de R$ 55 milhões, a intervenção vai beneficiar diretamente áreas como a Rua Nilo Peçanha e o bairro do Uruguai, frequentemente afetados por enchentes.
“Tem dia que a gente escuta a chuva batendo no telhado e já perde o sono. Não é só por medo da água entrar, é pela lembrança do que já se perdeu. Geladeira, cama, documento… Isso vai dando um cansaço. A gente quer viver com mais sossego”, conta a dona de casa Neli Souza, moradora da região há 18 anos.
As obras vão abranger o trecho entre a Enseada dos Tainheiros, na região do Alagados III, até as proximidades da Feira do Curtume, na Calçada, passando pela travessia da Avenida Afrânio Peixoto. O objetivo é ampliar a capacidade de escoamento das águas pluviais, reduzir os pontos críticos de alagamento e melhorar a qualidade de vida dos moradores da Cidade Baixa.
“O sofrimento dessa comunidade é antigo, a gente conhece as perdas que essas famílias enfrentam sempre que chove forte. Não podemos mais adiar soluções. Estamos autorizando essa obra para proteger vidas, preservar moradias e garantir dignidade. Essa é uma ação estruturante que se soma às demais intervenções urbanas em Salvador, olhando com atenção para quem mais precisa”, afirmou Jerônimo Rodrigues.
O ministro Rui Costa também ressaltou a importância da iniciativa. “Hoje o dia está chovendo, mais do que nunca a gente vê a necessidade dessas encostas e obras também de macrodrenagem. Essas regiões sempre alagam, a comunidade sempre sofria, perdendo os seus objetos, correndo risco. Portanto, essas obras que já estão em andamento e outras que irão iniciar aqui na Nilo Peçanha vão garantir o fim dos alagamentos e a proteção das encostas e da vida das pessoas.”
Cidade
Obras do VLT avançam e Governo do Estado autoriza novas etapas
O projeto segue em ritmo acelerado e entra em uma nova fase com o aditivo contratual do Lote 1, entre a Calçada e o Comércio

As obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) seguem em ritmo acelerado e entram agora em uma nova fase. Nesta segunda-feira (21), o governador Jerônimo Rodrigues, acompanhado do ministro da Casa Civil, Rui Costa, assinou duas autorizações fundamentais para o avanço do projeto: o aditivo contratual do Lote 1, que compreende o trecho entre Calçada e Comércio, e o lançamento do edital de Sinalização e Telecomunicações dos Lotes 1, 2 e 3.
“Estamos ampliando o VLT da Calçada até o Comércio, com mais seis estações, garantindo acesso facilitado a pontos como a Feira de São Joaquim, o Moinho, o Instituto do Cacau e o Porto, além de melhorar o deslocamento até o Bonfim e o Subúrbio. Também vamos licitar obras de iluminação, sinalização e instalação de câmeras ao longo do trajeto, integrando o sistema à segurança pública e à gestão de serviços da prefeitura”, afirmou o governador.
O ministro Rui Costa destacou o impacto transformador da obra. “O VLT vai mudar a mobilidade da cidade, interligando os bairros da região portuária e dando dignidade ao povo que hoje enfrenta dificuldade para se deslocar. Vai ter um transporte público moderno, rápido, seguro e com preço acessível, permitindo que as pessoas se desloquem com conforto e mais qualidade de vida”, ressaltou.
Nildeneia Ferreira, que trabalha como cuidadora de idosos, conta que a obra do VLT já está transformando a vida das famílias que vivem no entorno. Ela mesma, que morava em uma área em condições precárias, foi realocada para uma moradia temporária e atualmente está com o aluguel custeado pelo Governo do Estado. “A gente vivia numa situação muito difícil, era tudo muito ruim. Agora, mesmo ainda na fase da obra, já dá pra ver a diferença. Fui realocada com minha família e estamos morando com mais dignidade. A comunidade toda tá vendo essa mudança acontecer.”
Novos investimentos e tecnologias
A ampliação do contrato do Lote 1 envolve o trecho entre Calçada e Comércio, área estratégica por integrar o VLT a ônibus, metrô e transporte marítimo. O investimento de R$ 113 milhões será destinado principalmente a obras de drenagem entre a Calçada e o Terminal Turístico, passando pelo Ferry-Boat e o Hospital da Marinha. Já o novo edital trata da implantação dos sistemas de sinalização, telecomunicações e controle de trens nos três lotes do VLT. Com investimento previsto de R$ 446 milhões, os recursos virão do Orçamento Geral da União com contrapartida estadual.
Entre as tecnologias previstas estão Wi-Fi gratuito em 35 pontos, catracas com sistema de bilhetagem automática, fibra óptica exclusiva para integrar o VLT ao metrô, câmeras de vigilância com inteligência artificial e painéis digitais com informações em tempo real. Todo o sistema poderá ser operado remotamente, garantindo mais eficiência, segurança e conforto aos usuários.
Estrutura
O VLT de Salvador, coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur) e executado pela Companhia de Transportes do Estado da Bahia (CTB), terá 36 quilômetros de trilhos, 34 paradas e previsão de atender cerca de 100 mil passageiros por dia, com investimento total estimado em R$ 5 bilhões. As obras estão divididas em três trechos simultâneos: o Trecho 1, da Ilha de São João à Estação Calçada (16,7 km), sob responsabilidade do Consórcio Expresso Mobilidade Salvador; o Trecho 2, de Paripe a Águas Claras (9,2 km), executado pelo Consórcio VLT Lote 2; e o Trecho 3, de Águas Claras a Piatã (10,5 km), com integração ao metrô no Bairro da Paz, a cargo do Consórcio Bahia Atlântico.
Cidade
Maior arte vertical de Salvador está no coração da cidade
O mega-mural está situado no Edifício Oxaefuru, na Rua São Raymundo, entre o Orixás Center e a Avenida Sete de Setembro

A 4ª edição do Projeto Movimento Urbano de Arte Livre (Projeto MURAL) trouxe para o coração de Salvador a maior arte vertical já realizada na cidade. O mega-mural produzido por Yacunã Tuxá está situado no Edifício Oxaefuru, na Rua São Raymundo, entre o Orixás Center e a Avenida Sete de Setembro. Com 52 metros de altura, a obra marca de forma imponente a paisagem da capital e reforça a presença dos povos originários no espaço urbano.
O MURAL é realizado pela Prefeitura de Salvador, por meio da Fundação Gregório de Mattos (FGM), e foi contemplado pela Lei de Incentivo Municipal Viva Cultura com o objetivo de democratizar o acesso à arte, revitalizar espaços urbanos e valorizar artistas visuais locais e nacionais. Para o presidente da FGM, Fernando Guerreiro, apoiar iniciativas como o Projeto Mural, que unem arte, memória e representatividade, é reafirmar o compromisso da fundação com a valorização cultural e a democratização do acesso à arte.
“Ver uma mulher indígena como Yacunã Tuxá ocupar com sua criação a maior empena artística de Salvador é reafirmar nosso compromisso com a valorização das culturas originárias e com a arte pública como instrumento de transformação social e pertencimento. Essa obra entra para a história da cidade, não apenas pela sua dimensão, mas pela potência simbólica que carrega”, destacou.
Empena é o nome dado à lateral cega de um prédio, uma parede sem janelas, geralmente alta, reta e visível à longa distância. Para a empena artística, Yacunã Tuxá disse ter trazido elementos que constroem visualmente a ideia de força, afeto e continuidade. “Ao centro, a mulher indígena com brincos de olhos de Guaraná tem a cabeça coberta por folhas e no peito um grafismo do meu Povo Tuxá que grafa a nossa presença nas ilhas do Rio São Francisco. Esse mesmo grafismo aparece duplicado ao fundo de toda obra”, explica a indígena.
“A mulher mãe com a criança de colo constrói a ideia de afeto e continuidade. A casa que carrega na cabeça é para simbolizar algo simples para nós: quando migramos, caminhamos, nos movemos – levamos a nossa casa conosco. Para nós indígenas, a aldeia viva não sai de nós. Salvador teve em sua fundação o nosso sangue e suor, mas hoje essa cidade abarca a nossa presença real e viva, transformadora. Esse mural é a demarcação da nossa presença, dos nossos saberes, jeito de ser comer e beber, da nossa música, da nossa força e cura, da nossa arte e intelectualidade. ‘Somos sementes’ dessa terra”, complementa.
Megamurais
Com o “Somos Sementes”, o projeto MURAL já conta com 21 empenas, a maioria no Comércio. A 4ª edição contempla quatro empenas, duas delas já realizadas: a obra “Somos Sementes” e outra em homenagem à biodiversidade da Amazônia Azul, assinado por Calangoss, nome artístico de Éder Muniz, concluída em fevereiro, próximo ao Doca 1, no Comércio. Outros dois megamurais serão pintados, um em homenagem a Juarez Paraíso, artista baiano com grande importância para a história do muralismo na Bahia, e outro em homenagem aos 80 anos de Raul Seixas
“Realizar um projeto de arte pública com a maior empena artística de Salvador no coração da cidade, próximo à icônica Avenida Sete de Setembro, é um marco histórico e cultural. Mais do que uma intervenção urbana, esse projeto reforça nosso compromisso com a democratização do acesso à arte, tornando-a parte da vida cotidiana da população, sendo também um símbolo de representatividade e valorização das populações originárias nos grandes centros urbanos. Essa obra não será apenas um marco visual, mas um chamado ao diálogo entre passado, presente e futuro, reafirmando Salvador como uma cidade plural”, ressalta a idealizadora e curadora do projeto, Vanessa Vieira.
Chamamento
A 4ª edição do Projeto MURAL está selecionando candidatos interessados em criar um mural temático na fachada de um prédio da cidade. Os interessados podem se inscrever até o próximo domingo (13), Dia Mundial do Rock, através do formulário disponível no site www.projetomural.art.br/. O MURAL é realizado através da Produtora Trevo Produções, com apoio da Fundação Gregório de Mattos (FGM), Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult) e Secretaria Municipal da Fazenda (Sefaz).
Acesse a galeria de fotos: https://comunicacao.salvador.ba.gov.br/4a-edicao-projeto-movimento-urbano-de-arte-livre-projeto-mural/ .