Internacional
Elon Musk retira oferta de US$44 bilhões para comprar o Twitter
A plataforma disse na sexta-feira que planeja processar Musk para concluir a fusão

Elon Musk retirou sua oferta de US$ 44 bilhões para comprar o Twitter após algumas semanas dramáticas de especulação de que seu acordo para assumir a empresa estava desmoronando.
“O senhor Musk está rescindindo o acordo de fusão porque o Twitter está em violação material de várias disposições desse acordo, parece ter feito representações falsas e enganosas nas quais o senhor Musk se baseou ao firmar o acordo de fusão e provavelmente sofrerá um dano material da empresa com efeito adverso”, escreveram os advogados de Musk no Twitter.
Mas desistir do acordo não será simples. De acordo com o acordo de aquisição de 95 páginas arquivado na Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, Musk terá que provar que o Twitter violou o acordo original ou corre o risco de ser processado por uma taxa de separação de US$ 1 bilhão.
O Twitter disse na sexta-feira (8) que planeja processar Musk para concluir a fusão de US$ 44 bilhões e que estava “confiante” de que prevaleceria.
“O conselho do Twitter está comprometido em fechar a transação no preço e nos termos acordados com Musk e planeja buscar ações legais para fazer cumprir o acordo de fusão”, disse Bret Taylor, presidente do conselho do Twitter.
O provável desenrolar da aquisição foi apenas a mais recente reviravolta em uma saga entre o empresário bilionário e uma das plataformas de mídia social mais influentes, e pode pressagiar uma batalha legal titânica pela frente.
O CEO da Tesla e o homem mais rico do mundo chegaram a um acordo para comprar o Twitter em 25 de abril, com Musk oferecendo a compra de todas as ações da empresa por US$ 54,20 cada.
Mas as coisas azedaram quando Musk e seus advogados acusaram o Twitter de reter informações sobre o número de contas de “spam” na plataforma. Esta semana, a empresa revelou que estava suspendendo mais de 1 milhão de contas de spam por dia.
No arquivamento de sexta-feira, os advogados de Musk escreveram que o Twitter não havia fornecido informações sobre seu “processo de auditoria da inclusão de spam e contas falsas”, apesar de repetidos pedidos.
“O Twitter falhou ou se recusou a fornecer esta informação. Às vezes, o Twitter ignorou os pedidos de Musk, às vezes os rejeitou por razões que parecem injustificadas e às vezes alegou cumprir ao fornecer informações incompletas ou inutilizáveis a Musk”, dizia a carta.
Musk também disse que a informação é fundamental para o desempenho financeiro e comercial do Twitter e é necessária para concluir a fusão.
A empresa disse estar “confiante de que prevaleceremos no tribunal da chancelaria de Delaware”, o tribunal onde qualquer confronto legal ocorreria.
Musk declarou sua oferta de aquisição em 14 de abril , e o conselho do Twitter concordou depois que Musk confirmou um pacote de financiamento para o acordo que incluía US$ 21 bilhões de seu próprio dinheiro.
Com o acordo, Musk assumiria o controle de uma rede de mídia social com mais de 200 milhões de usuários. Um usuário ávido, mas crítico da plataforma, ele prometeu promover várias reformas, incluindo relaxar suas restrições de conteúdo, livrar a plataforma de contas falsas e automatizadas e se afastar de seu modelo de receita baseado em publicidade.
Musk anunciou em 13 de maio que o acordo estava “em espera” enquanto aguardava detalhes que apoiassem a afirmação do Twitter de que menos de 5% de seus usuários eram spam ou contas falsas. Ele afirmou que o número era de 20% e disse que o Twitter precisaria mostrar a prova do número mais baixo para que a compra fosse concluída.
Internacional
Brics cobra US$ 1,3 trilhão em financiamento climático até a COP30
O entendimento é de que a mobilização de recursos é responsabilidade de países desenvolvidos para com países em desenvolvimento

Os países do Brics publicaram nesta segunda-feira (7) uma declaração conjunta em que cobram os países mais ricos a ampliarem a participação nas metas de financiamento climático. A iniciativa de captação de recursos, chamada Mapa do Caminho de Baku a Belém US$ 1,3 trilhão, destaca a importância de se chegar a esse valor até a COP30, em novembro.
“Expressamos séria preocupação com as lacunas de ambição e implementação nos esforços de mitigação dos países desenvolvidos no período anterior a 2020. Instamos esses países a suprir com urgência tais lacunas, a revisar e fortalecer as metas para 2030 em suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) e a alcançar emissões líquidas zero de GEE [gases do efeito estufa] significativamente antes de 2050, preferencialmente até 2030, e emissões líquidas negativas imediatamente após”, diz um dos trechos do documento.
A defesa do multilateralismo foi uma das principais bandeiras do grupo, reunido na Cúpula de Líderes, no Rio de Janeiro. Nesse sentido, o Brics reforça o papel da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) e o Acordo de Paris como principal canal de cooperação internacional para enfrentar a mudança do clima.
O entendimento é de que a mobilização de recursos é responsabilidade de países desenvolvidos para com países em desenvolvimento. O grupo reconhece que há interesses comuns globais, mas capacidades e responsabilidades diferenciadas entre os países.
O texto aponta a existência de capital global suficiente para lidar com os desafios climáticos, mas que estão alocados de maneira desigual. Além disso, enfatiza que o financiamento dos países mais ricos deve se basear na transferência direta e não em contrapartidas que piorem a situação econômica dos beneficiados.
“Enfatizamos que o financiamento para adaptação deve ser primariamente concessional, baseado em doações e acessível às comunidades locais, não devendo aumentar substancialmente o endividamento das economias em desenvolvimento”, ressalta o documento.
Os recursos públicos providos por países desenvolvidos teriam como destino as entidades operacionais do Mecanismo Financeiro da UNFCCC, incluindo o Fundo Verde para o Clima (GCF), o Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), o Fundo de Adaptação, o Fundo de Resposta a Perdas e Danos (FRLD), o Fundo para Países Menos Desenvolvidos e o Fundo Especial para Mudança do Clima.
Além do envolvimento de capital público, são defendidos investimentos privados no financiamento climático, de forma a proporcionar também o uso de financiamento misto.
“Destacamos que o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), proposta para lançamento na COP30, tem potencial de ser um instrumento promissor de finanças mistas, capaz de gerar fluxos de financiamento previsíveis e de longo prazo para a conservação de florestas em pé”, diz a declaração.
Mercado de carbono
Outros destaques da declaração foram a defesa dos dispositivos sobre mercado de carbono, vistos como forma de catalisar o engajamento do setor privado. O Brics se compromete a trocar experiências e atuar em cooperação para promover iniciativas na área.
Em outro trecho do documento, é mencionado o apoio ao planejamento nacional que fundamenta as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), vistas como “principal veículo para comunicar os esforços de nossos países no enfrentamento à mudança do clima”.
Há ainda espaço para condenação e rejeição às medidas protecionistas unilaterais, tidas como punitivas e discriminatórias, que usam como pretexto as preocupações ambientais. São citados como exemplo, mecanismos unilaterais e discriminatórios de ajuste de carbono nas fronteiras (CBAMs), requisitos de diligência prévia com efeitos negativos sobre os esforços globais para deter e reverter o desmatamento, impostos e outras medidas.
Internacional
Líderes chegam para a reunião de Cúpula do Brics
A 17ª reunião de cúpula do grupo acontece neste domingo (6), no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM)

Os chefes de governo e representantes dos países que integram o Brics começaram a chegar, pouco antes das 9h30 deste domingo (6), no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM), para a 17ª reunião de cúpula do grupo. Depois do anfitrião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o primeiro líder a chegar foi o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Aragchi.
Até as 10h10, já haviam chegado também o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi; o primeiro-ministro egípcio, Mostafa Madbouly; o príncipe dos Emirados Árabes Unidos, Khalid Bin Mohamed Bin Zayed Al-Nahyan; o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa; e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov.
O Brics tem, como membros permanentes, Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Irã, Indonésia, Egito, Etiópia e Emirados Árabes. Além disso, há dez nações parceiras: Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda, Uzbequistão e Vietnã.
Neste domingo e na segunda-feira (7), os líderes conversarão e farão discursos em sessões especiais. A primeira sessão, pela manhã, tratará de paz, segurança e reforma da governança global.
Estão previstas uma declaração conjunta dos líderes da cúpula e outras três declarações temáticas: sobre inteligência artificial, financiamento climático e doenças socialmente determinadas.
Internacional
Morre Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai
Ele enfrentava um câncer de esôfago e estava recolhido em seu sítio, nos arredores de Montevidéu

Morreu nesta terça-feira (13), no Uruguai, o ex-guerrilheiro, ex-presidente e ícone da esquerda latino-americana José Alberto “Pepe” Mujica Cordano, aos 89 anos. Mujica enfrentava um câncer de esôfago e estava recolhido em seu sítio, nos arredores de Montevidéu, onde cultivava flores e hortaliças.
Conhecido como “presidente mais pobre do mundo” por seu estilo de vida simples, por dirigir um fusca dos anos 1970, doar parte do salário para projetos sociais e pelas reflexões políticas com forte teor filosófico, Mujica presidiu o Uruguai de 2010 a 2015.
Defensor da integração dos países latino-americanos e caribenhos, Pepe se tornou referência da esquerda do continente durante uma época em que representantes da esquerda e centro-esquerda assumiram diversos governos da região, como Venezuela, Argentina, Equador, Bolívia e Brasil.