Internacional
Discurso de Putin vincula invasão da Ucrânia à 2ª Guerra Mundial
Presidente russo usa celebração do Dia da Vitória para justificar invasão da Ucrânia

Vladimir Putin disse aos soldados russos que eles estão “lutando pela mesma coisa que seus pais e avós fizeram”, ao usar seu discurso do Dia da Vitória para justificar sua invasão da Ucrânia.
Enquanto Putin procurava reunir seu país através da memória da Segunda Guerra Mundial, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, recuou em seu próprio discurso de Kiev. “Não permitiremos que ninguém anexe essa vitória, não permitiremos que ela seja apropriada”, disse.
Os dois discursos marcaram um aniversário observado de perto na Europa Oriental, onde a Rússia usou alegações de que está lutando contra o fascismo para justificar o bombardeio de cidades como Mariupol e Kiev e para lançar a maior campanha militar na Ucrânia desde a década de 1940.
Antes do discurso, autoridades estrangeiras haviam dito que Putin poderia usá-lo para lançar uma mobilização completa das tropas russas ou declarar formalmente guerra à Ucrânia, mas não houve grandes anúncios políticos.
Em vez disso, ele sugeriu que a Rússia foi “forçada” a entrar na guerra pela Otan e prometeu fornecer ajuda às famílias dos soldados que morreram no que o Kremlin está chamando de “operação especial”.
Falando na 77ª celebração anual da derrota da Alemanha nazista, o presidente russo lançou uma defesa de sua guerra na Ucrânia, passando do reconhecimento da “maior geração” da Rússia a uma descrição de como se acreditava que a Ucrânia estava sendo armada pelo Ocidente. para um ataque iminente à Crimeia, península anexada pela Rússia em 2014.
“Os países da Otan não queriam nos ouvir”, disse Putin. “Eles tinham planos diferentes, e nós vimos. Eles estavam planejando uma invasão em nossas terras históricas, incluindo a Crimeia… A Rússia deu uma rejeição preventiva à agressão, foi uma decisão forçada, oportuna e apenas certa.”
Ele também descreveu a guerra como “sagrada”. “A defesa da pátria, quando seu destino estava sendo decidido, sempre foi sagrada”, disse Putin, falando da Segunda Guerra Mundial. “E agora, você está lutando por nosso povo em Donbas. Pela segurança de nossa pátria – a Rússia.”
A Rússia forneceu menos veículos blindados do que nos anos anteriores durante o desfile da Praça Vermelha na segunda-feira e um sobrevoo planejado foi cancelado, ostensivamente devido às condições climáticas.
Putin não mencionou vitórias russas específicas em seu discurso, apesar da especulação de que suas forças estavam engajadas em um esforço de última hora para proteger Mariupol e sua fábrica de Azovstal dos defensores ucranianos restantes até 9 de maio.
Em vez disso, o presidente russo abordou as perdas de tropas na guerra, dizendo que assinou uma nova ordem que daria ajuda educacional aos filhos dos mortos. O Kremlin foi acusado de tentar encobrir perdas. Após o naufrágio do cruzador Moskva no Mar Negro, várias famílias vieram a público com alegações de que os militares russos estavam tentando evitar a confirmação de mortes a bordo do navio.
“A morte de cada um de nossos soldados e oficiais é uma dor para todos nós e uma perda irreparável para parentes e amigos”, disse Putin. “O estado, as regiões, as empresas, os órgãos públicos farão de tudo para cuidar dessas famílias e ajudá-las. Daremos apoio especial aos filhos dos camaradas mortos e feridos. O decreto presidencial sobre isso foi assinado hoje.”
O discurso abafado veio em contraste com o feito por Zelenskiy, que fez um discurso gravado com acompanhamento de piano enquanto caminhava pelo centro de Kiev, passando por barricadas antitanque.
“Esta não é uma guerra de dois exércitos”, disse ele. “Esta é uma guerra de duas visões de mundo. Uma guerra travada por bárbaros… que acreditam que seus mísseis podem destruir nossa filosofia.”
No discurso, Zelenskiy mirou nas alegações russas que a Ucrânia tentou bloquear as comemorações do 9 de maio, um foco da mídia estatal russa antes do feriado.
“Nosso inimigo sonhou que nos recusaríamos a comemorar o 9 de maio e a vitória sobre o nazismo”, disse Zelenskiy. “Para que a palavra ‘desnazificação’ tenha uma chance [de ter sucesso] … No dia da vitória sobre o nazismo estamos lutando por uma nova vitória. O caminho para isso é difícil, mas não temos dúvidas de que vamos vencer.
“E muito em breve haverá dois Dias da Vitória na Ucrânia. E alguns não terão nem um sobrando.”
Internacional
Brics cobra US$ 1,3 trilhão em financiamento climático até a COP30
O entendimento é de que a mobilização de recursos é responsabilidade de países desenvolvidos para com países em desenvolvimento

Os países do Brics publicaram nesta segunda-feira (7) uma declaração conjunta em que cobram os países mais ricos a ampliarem a participação nas metas de financiamento climático. A iniciativa de captação de recursos, chamada Mapa do Caminho de Baku a Belém US$ 1,3 trilhão, destaca a importância de se chegar a esse valor até a COP30, em novembro.
“Expressamos séria preocupação com as lacunas de ambição e implementação nos esforços de mitigação dos países desenvolvidos no período anterior a 2020. Instamos esses países a suprir com urgência tais lacunas, a revisar e fortalecer as metas para 2030 em suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) e a alcançar emissões líquidas zero de GEE [gases do efeito estufa] significativamente antes de 2050, preferencialmente até 2030, e emissões líquidas negativas imediatamente após”, diz um dos trechos do documento.
A defesa do multilateralismo foi uma das principais bandeiras do grupo, reunido na Cúpula de Líderes, no Rio de Janeiro. Nesse sentido, o Brics reforça o papel da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) e o Acordo de Paris como principal canal de cooperação internacional para enfrentar a mudança do clima.
O entendimento é de que a mobilização de recursos é responsabilidade de países desenvolvidos para com países em desenvolvimento. O grupo reconhece que há interesses comuns globais, mas capacidades e responsabilidades diferenciadas entre os países.
O texto aponta a existência de capital global suficiente para lidar com os desafios climáticos, mas que estão alocados de maneira desigual. Além disso, enfatiza que o financiamento dos países mais ricos deve se basear na transferência direta e não em contrapartidas que piorem a situação econômica dos beneficiados.
“Enfatizamos que o financiamento para adaptação deve ser primariamente concessional, baseado em doações e acessível às comunidades locais, não devendo aumentar substancialmente o endividamento das economias em desenvolvimento”, ressalta o documento.
Os recursos públicos providos por países desenvolvidos teriam como destino as entidades operacionais do Mecanismo Financeiro da UNFCCC, incluindo o Fundo Verde para o Clima (GCF), o Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), o Fundo de Adaptação, o Fundo de Resposta a Perdas e Danos (FRLD), o Fundo para Países Menos Desenvolvidos e o Fundo Especial para Mudança do Clima.
Além do envolvimento de capital público, são defendidos investimentos privados no financiamento climático, de forma a proporcionar também o uso de financiamento misto.
“Destacamos que o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), proposta para lançamento na COP30, tem potencial de ser um instrumento promissor de finanças mistas, capaz de gerar fluxos de financiamento previsíveis e de longo prazo para a conservação de florestas em pé”, diz a declaração.
Mercado de carbono
Outros destaques da declaração foram a defesa dos dispositivos sobre mercado de carbono, vistos como forma de catalisar o engajamento do setor privado. O Brics se compromete a trocar experiências e atuar em cooperação para promover iniciativas na área.
Em outro trecho do documento, é mencionado o apoio ao planejamento nacional que fundamenta as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), vistas como “principal veículo para comunicar os esforços de nossos países no enfrentamento à mudança do clima”.
Há ainda espaço para condenação e rejeição às medidas protecionistas unilaterais, tidas como punitivas e discriminatórias, que usam como pretexto as preocupações ambientais. São citados como exemplo, mecanismos unilaterais e discriminatórios de ajuste de carbono nas fronteiras (CBAMs), requisitos de diligência prévia com efeitos negativos sobre os esforços globais para deter e reverter o desmatamento, impostos e outras medidas.
Internacional
Líderes chegam para a reunião de Cúpula do Brics
A 17ª reunião de cúpula do grupo acontece neste domingo (6), no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM)

Os chefes de governo e representantes dos países que integram o Brics começaram a chegar, pouco antes das 9h30 deste domingo (6), no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM), para a 17ª reunião de cúpula do grupo. Depois do anfitrião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o primeiro líder a chegar foi o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Aragchi.
Até as 10h10, já haviam chegado também o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi; o primeiro-ministro egípcio, Mostafa Madbouly; o príncipe dos Emirados Árabes Unidos, Khalid Bin Mohamed Bin Zayed Al-Nahyan; o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa; e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov.
O Brics tem, como membros permanentes, Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Irã, Indonésia, Egito, Etiópia e Emirados Árabes. Além disso, há dez nações parceiras: Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda, Uzbequistão e Vietnã.
Neste domingo e na segunda-feira (7), os líderes conversarão e farão discursos em sessões especiais. A primeira sessão, pela manhã, tratará de paz, segurança e reforma da governança global.
Estão previstas uma declaração conjunta dos líderes da cúpula e outras três declarações temáticas: sobre inteligência artificial, financiamento climático e doenças socialmente determinadas.
Internacional
Morre Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai
Ele enfrentava um câncer de esôfago e estava recolhido em seu sítio, nos arredores de Montevidéu

Morreu nesta terça-feira (13), no Uruguai, o ex-guerrilheiro, ex-presidente e ícone da esquerda latino-americana José Alberto “Pepe” Mujica Cordano, aos 89 anos. Mujica enfrentava um câncer de esôfago e estava recolhido em seu sítio, nos arredores de Montevidéu, onde cultivava flores e hortaliças.
Conhecido como “presidente mais pobre do mundo” por seu estilo de vida simples, por dirigir um fusca dos anos 1970, doar parte do salário para projetos sociais e pelas reflexões políticas com forte teor filosófico, Mujica presidiu o Uruguai de 2010 a 2015.
Defensor da integração dos países latino-americanos e caribenhos, Pepe se tornou referência da esquerda do continente durante uma época em que representantes da esquerda e centro-esquerda assumiram diversos governos da região, como Venezuela, Argentina, Equador, Bolívia e Brasil.
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