Saúde e Bem-Estar
Coronavírus: A Origem
O documentário propõe resoluções e problematiza o comportamento do ser humano diante da necessidade de medidas restritivas


Professor Leonardo Campos
Produzido entre fevereiro e março da pandemia que revolucionou as relações humanas em 2020 e ainda se alastra por 2021, Coronavírus: A Origem é um documentário com momentos interessantes, tomado por seu tom didático e visualmente atraente nas explicações acerca do vírus da Covid-19, sequenciado e explorado exaustivamente por várias frentes de trabalho científico, mas ainda um enigma em sua manifestação e legado para aqueles que o tiveram no corpo e conseguiram sobreviver. Os momentos não interessantes ficam por conta da trilha sonora excessivamente sensacionalista, típica do jornalismo perpetuador da cultura do medo na contemporaneidade, um problema que não desfaz a qualidade reflexiva do material, mas se coloca como um equívoco estético voltado para causar ainda mais angústia em quem o consome, seja por diletantismo ou para conhecer um pouco mais desse vírus enigmático e assustador.
Logo na abertura, um drone cobre a cidade de Wuhan, na China. Um local conhecido por sua ampla movimentação é apresentado por meio de cenas com ruas vazias, editadas em paralelo aos vídeos amadores colhidos pela internet, todos voltados ao processo de apresentação do caos em torno da pandemia da Covid-19, registrada como tendo partido em dezembro de 2019 no país e se espalhado pelo mundo numa escala global de horror microbiológico. Outros famosos pontos do planeta são apresentados nestes momentos preambulares, numa produção de 45 minutos adornada por uma textura percussiva sensacionalista, mas notável em seu cuidado na edição e justaposição dos depoimentos de cientistas, políticos, vítimas do vírus, dentre outros. Ao expor a importância da ciência no combate ao panorama desolador do coronavírus, o documentário parte de um mercado de peixe, local de comercialização de animais silvestres que tem conexão com todos os primeiros casos. A produção versa sobre doenças zoonóticas, comenta a busca dos vírus por novos hospedeiros, expõe as suas colocações por meio de gráficos elucidativos e propõe uma série de hipóteses. Seria o pangolim o animal responsável pela transmissão? Os morcegos? Uma serpente? Um depoimento indica que animal está no grupo dos mamíferos.
O primeiro caso internacional, segundo os depoimentos, ocorreu na Tailândia. Antes do lockdown em Wuhan, no entanto, o vírus já tinha se espalhado para fora das fronteiras chinesas. Era um problema de ordem internacional, pronto para estabelecer o caos. Restaurantes e bares foram fechados, o futuro do trabalho se tornou o presente das nossas relações profissionais, tendo o home office como opção para sobrevivência de alguns meios de produção que ainda conseguem se manter, em detrimento de outras áreas que se destinam ao fim, ou então, mutaram-se diante do processo. Em seu curto tempo, mas amplo delineamento de informações, Coronavírus: A Origem reforça que os assintomáticos são um dos grandes perigos, expõe que até mesmo os profissionais de saúde, diante de todos os cuidados, não estão fora de perigo, traça um panorama de mortandade envolvendo jovens na casa dos 30 anos, preocupante por ser essa faixa etária um dos grandes grupos responsáveis pelo desenvolvimento da economia mundial, além de debater questões sobre a imunização de rebanho e explicar que mesmo diante de tantos mortos, a taxa de contaminados sobreviventes ainda é maior que a contagem de mortos.
Sob a direção de Maya Dukes, Coronavírus: A Origem é, além de uma explanação didática sobre a pandemia, um documentário bastante interessante no quesito semiótica, pois informa, mas não deixa de ser atraente em seus gráficos e demais efeitos visuais. Assinados por Ky Moodie, o setor transforma em imagens pedagogicamente funcionais, conteúdos complexos do campo científico. É uma produção bem-sucedida neste aspecto, pois permite que a população aprenda sobre o vírus sem a complexidade de discursos herméticos, próprios e exclusivos para o debate entre cientistas. Produzido pela diretora, em parceria com Sam Taylor, o documentário é narrado por Georgina Sutcliffe, também responsável por manter a atmosfera envolvente, face ao tema tão inquietante. Ainda incipiente em questões relacionadas aos avanços e novas descobertas, o filme é uma narrativa introdutória, para ser complementada por outros discursos legitimados mais recentes, afinal, o coronavírus ainda é uma esfinge para a sociedade, manifestação microbiológica que deixará o campo da ciência em constante estudo por eras.
Em seu desenvolvimento, apesar de ter sido concebido há um ano, isto é, num período que já foi repensado pelos especialistas, Coronavírus: A Origem propõe resoluções e problematiza o comportamento do ser humano diante da necessidade de medidas restritivas, bem como debate, como se já adivinhasse, a crise da vacina, algo que se trouxermos para refletir no contexto brasileiro, ganha contornos mais significativos. Com previsões, perguntas com respostas e outras levantadas para questionamento do próprio espectador, o documentário pede engajamento da humanidade, haja vista o surgimento de novas pandemias no futuro, caso não mudemos determinados comportamentos, tais como o consumo de animais silvestres, dentre outros apontamentos feitos pelos depoentes da produção. Ao debater que no campo da ciência, os estudos devem acontecer nem que seja para errar e acertar, o documentário reflete constantemente a importância da ciência no desenvolvimento de uma sociedade. É o tipo de material para conferir sem receio, numa proposta ideal para sair da alienação e compreender que essa ameaça invisível chega cada vez mais forte em suas ondas assustadoras, manifestação do campo da microbiologia que em sua pequenez, demonstrou a força avassaladora de um gigante.
Leonardo Campos é Graduado e Mestre em Letras pela UFBA.
Crítico de Cinema, pesquisador, docente da UNIFTC e do Colégio Augusto Comte.
Autor da Trilogia do Tempo Crítico, livros publicados entre 2015 e 2018,
focados em leitura e análise da mídia: “Madonna Múltipla”,
“Como e Por Que Sou Crítico de Cinema” e “Êxodos – Travessias Críticas”.
Saúde e Bem-Estar
Sexo no carnaval: por que o desejo por locais públicos aumenta?
Pesquisa do Sexlog mostra a preferência dos brasileiros por aventuras ousadas durante a folia, mas cuidados são essenciais

O Carnaval no Brasil é sinônimo de folia, liberdade e desejos à flor da pele. Para muitos casais, a celebração é também o momento perfeito para explorar fantasias sexuais, incluindo uma das mais populares: o sexo na praia. De acordo com pesquisas recentes do Sexlog, maior rede social adulta do Brasil, com mais de 22 milhões de cadastros, a prática é um desejo recorrente entre brasileiros.
Para aprofundar o assunto, a plataforma convidou a psicóloga e especialista em sexualidade Renata Lanza para analisar os riscos, cuidados e aspectos psicológicos envolvidos.
Popularidade e desejo pelo sexo em locais públicos
Segundo levantamentos do Sexlog, locais públicos aparecem entre os favoritos dos casais para experiências sexuais fora do convencional. Além da excitação gerada pelo risco de serem descobertos, o ambiente paradisíaco das praias contribui para esse desejo. “Fantasias que envolvem sexo em público estão entre as campeãs de acordo com pesquisas. O risco de serem vistos, o cenário paradisíaco, tudo isso pode ser bem excitante para algumas pessoas”, explica Renata Lanza.
Mayumi Sato, CMO do Sexlog, comenta sobre a recorrência dessa fantasia: “A ideia de se entregar ao momento, sem amarras, é algo que instiga muita gente. Mas é preciso considerar as consequências dessa escolha e tomar precauções para evitar problemas.”
Riscos e Cuidados
Apesar de excitante, a prática exige cautela. Sexo em locais públicos pode ser enquadrado no artigo 233 do Código Penal Brasileiro, que prevê pena de três meses a um ano de detenção ou multa para quem for flagrado cometendo atos obscenos. Além do risco legal, a exposição pode resultar em constrangimentos e até registros não consentidos por terceiros. “Não queremos que um momento de tesão vire um grande problema”, alerta Renata.
Do ponto de vista da saúde, há riscos consideráveis. O contato com a areia pode causar irritações, infecções e reações alérgicas. “A areia pode trazer fungos, bactérias e até machucar a pele. Dependendo da fricção, pode entrar em orifícios como canal vaginal, ânus e boca, causando desconforto e infecções”, esclarece a especialista.
O sexo na água do mar também não está livre de perigos. Além de remover a lubrificação natural do corpo, aumentando o atrito e o desconforto, a água salgada pode causar irritações e carregar agentes infecciosos. “A água do mar nem sempre é limpa e pode transmitir doenças”, alerta Renata.
Antes de mais nada…
Para aqueles que desejam realizar a fantasia sem tantos perigos, algumas precauções podem ser adotadas:
Converse sobre essa fantasia com seu par na praia, mas que tal deixar a coisa esquentar e finalizar na segurança de um quarto de motel?
Que tal ouvir contos eróticos com sua parceria e deixar a imaginação contagiá-los antes de partir pra ação?
Se o desejo é falar mais alto, escolha uma praia mais deserta e horários de menor movimento.
Optar por posições de pé para minimizar o contato com areia e água.
Ter atenção às marés, ventos fortes e pedras escorregadias.
Avistou crianças e famílias mesmo que longe? É hora de baixar a temperatura e voltar para casa!
Preservativos e lubrificantes: quais os mais indicados?
O uso de preservativo continua sendo essencial, mas há riscos. “Na água, o preservativo pode escorregar ou romper sem que o casal perceba. Ainda assim, é melhor usá-lo do que correr riscos”, pontua Renata. Para lubrificação, a recomendação é optar pelos lubrificantes à base de silicone, que não saem com a água tão facilmente quanto os de base aquosa.
Alternativas seguras para realizar a fantasia
Para quem deseja viver essa experiência sem infringir a lei ou correr riscos desnecessários, há alternativas. “Uma praia privativa é a opção mais segura, pois evita exposição e problemas legais. Outra ideia interessante é um quarto de hotel com vista para o mar, garantindo conforto e privacidade”, sugere Renata.
Mayumi Sato reforça: “A excitação pelo proibido é compreensível, mas ninguém quer estragar um momento de prazer com uma situação desconfortável ou perigosa. Se a ideia é inovar, que seja com segurança!”
Sobre o Sexlog
Com mais de 22 milhões de usuários, o Sexlog é a maior rede social de sexo e swing do Brasil. A plataforma oferece um espaço seguro para a troca de mensagens, encontros e divulgação de eventos, conectando casais e solteiros que desejam explorar sua sexualidade de maneira livre e consensual.
Saúde e Bem-Estar
Falta de higiene é a principal preocupação dos brasileiros na Hora H
Estudos apontam que a higiene íntima adequada é essencial não só para a saúde física, mas também para a saúde emocional durante o sexo

Uma pesquisa realizada com usuários do aplicativo Ysos revelou quais receios dominam a mente das pessoas na hora H. Entre todas as apreensões levantadas — que vão desde falhas de desempenho até contrair uma IST — o medo que mais se destacou foi a falta de higiene do contatinho.
A Higiene em primeiro lugar
De acordo com a pesquisa, 100% dos entrevistados admitiram ter algum nível de receio de que sua parceria não seja higiênica, e 42,9% afirmaram sentir “muito medo” disso. Essa preocupação, no entanto, é bem válida, pois a falta de higiene pode gerar desconforto, repulsa e até riscos de saúde, como infecções.
De acordo com a sexóloga Tamara Zanotelli, estudos apontam que a higiene íntima adequada é essencial não só para a saúde física, mas também para a saúde emocional durante o sexo. “Sentir-se limpo e confiar na higiene da parceria é um pré-requisito importante para uma experiência prazerosa e sem preocupações. O temor da falta de asseio pode ser um reflexo do aumento da conscientização sobre autocuidado e da popularização de discursos ligados ao bem-estar sexual”, diz.
Medos relacionados a performance e desempenho
A pesquisa também revelou que falhar na performance, especialmente no contexto de ejaculação precoce ou de não satisfazer a parceria, é uma preocupação relevante. 78,6% dos participantes demonstraram algum medo de deixar sua parceria insatisfeita, o que sugere que as expectativas em torno do prazer alheio continuam a pesar sobre as relações sexuais.
Eduardo* foi um dos entrevistados durante a pesquisa. Ele revelou que brochar ou ser vítima de desprezo ou chacota por parte do parceiro são alguns dos seus piores medos na Hora H. “Algumas vezes, durante o sexo, não consegui manter a ereção. Nas primeiras vezes foi bastante deprimente, mesmo que a outra pessoa dissesse que estava tudo bem”.
Curiosamente, 50% dos entrevistados não temem que a parceria goze rápido demais. Para Mayumi Sato, CMO do aplicativo, isso pode indicar uma mudança na forma como o prazer é negociado nas relações. “Enxergamos a hipótese de que o prazer do outro está se tornando mais central e os egoístas estão se extinguindo”, afirma.
ISTs e quebra de confiança
O medo de contrair uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) também está entre os mais expressivos. 92,7% dos participantes afirmaram ter receio de se expor a uma IST, sendo 57,1% com muito medo. “Esse dado é um reflexo direto da importância da educação sexual e da conscientização sobre práticas seguras, como o uso da camisinha”, diz Mayumi.
Por outro lado, a prática do stealthing (retirada da camisinha sem consentimento) é um medo crescente: 71,4% dos entrevistados revelaram receio de que o contatinho retire o preservativo durante a relação, com 50% sentindo muito medo. Isso reflete como questões de confiança e consentimento estão cada vez mais em pauta no campo das relações sexuais.
Limites e Intimidade: Quando o Medo é de Rir ou Gemer Demais
Alguns receios mais inusitados também aparecem nos dados. Enquanto 50% dos entrevistados não temem que a parceria dê gemidos altos demais durante o sexo, metade também não se importa em ter uma crise de riso no meio da relação. Essa leveza pode indicar uma maior aceitação dos momentos imperfeitos e humanizados do sexo, com menos pressão pela “performance ideal”.
Entretanto, o silêncio durante o sexo ainda desperta desconforto: 71,4% das pessoas demonstraram medo de que a parceria fique muda. A comunicação durante o ato é uma forma importante de conectar-se emocionalmente e, por isso, o silêncio pode ser percebido como um sinal de falta de interesse ou conexão.
Sexo anal e medo de passar vergonha
O sexo anal também é um campo que desperta inseguranças, especialmente ligadas à possibilidade de sujar a parceria, conhecido como “passar cheque”. 57,2% dos entrevistados temem sujar alguém, e 64,3% sentem mais medo de serem sujados. Esses dados mostram que, além do desconforto físico, o receio de constrangimentos ainda pesa bastante nesse tipo de prática.
Sobre o Ysos
O Ysos é um aplicativo que permite os amantes do sexo liberal a encontrar o terceiro elemento para um ménage a trois . Lançado em 2018 pelo Sexlog, maior rede social adulta do país, a plataforma está disponível para Android e iOS e pode ser baixada na Play Store e na App Store.
Saúde e Bem-Estar
Ligadas por Fios 2023 é lançada no Shopping da Bahia
A campanha estimula a doação de mechas de cabelo para confecção de perucas para mulheres em tratamento contra o câncer

Chegou a hora de doar autoestima para as mulheres em tratamento contra o câncer e lembrar os cuidados e a prevenção da doença. A Secretaria da Segurança Pública, através da Superintendência de Prevenção à Violência lançou, na manhã desta segunda-feira (2), a campanha ‘Ligadas por Fios’.
A iniciativa, que visa a arrecadação de mechas de cabelo para confecção de perucas para mulheres em tratamento contra o câncer, chega à quarta edição. O lançamento contou com a participação do subsecretário da SSP, Marcel Oliveira, da secretaria de Políticas para as Mulheres, Elisângela Araújo, da superintendente da Sprev, TC Denice Santiago, e das madrinhas da campanha, entre elas a primeira-dama do estado, Tatiana Veloso, Adriana Rangel, e a diretora do Departamento de Polícia Técnica, Ana Cecília Bandeira.
Nos stands montados ao longo do mês no centro de compras, além de conhecer o trabalho do Instituto Amor em Mechas, parceiro da campanha e entidade sem fins lucrativos responsável pela confecção das perucas, interessados em doar podem fazer a retirada da mecha e depositar na urna. Ações de cuidado feminino também estão disponíveis no local.
“É um orgulho para a SSP participar de uma campanha tão solidária, além de alertar sobre a necessidade de autocuidado e do diagnóstico precoce para a completa cura da doença”, afirmou o subsecretário, que aproveitou para convidar as baianas a conhecerem o trabalho realizado pela Sprev há quatro anos na coleta de mechas.
Quem optar por levar a doação já cortada, que deve ter o mínimo de 15 centímetros de comprimento, urnas também estarão disponíveis nas sedes das quatro Forças de Segurança, além do Centro de Operações e Inteligência e prédio administrativo da SSP.
Após a confecção das perucas, mulheres em tratamento e que não têm condições de custear são selecionadas para receber os itens de forma gratuita, junto a outros acessórios que compõem o kit do amor, contendo também lenços, bijuterias, turbantes entre outras peças.