Clássicos da Sétima Arte
Bahia ampliará investimentos para a população LGBTQIAPN+
O anúncio do Governo do Estado foi realizado durante a abertura das atividades 2025 do “Ocupa CPDD”
Com um investimento bianual estimado em R$ 6,3 milhões, o maior da história da Bahia em políticas públicas para a população LGBTQIAPN+, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), deu início nesta quinta-feira (23), às atividades de 2025 do Centro de Proteção e Defesa dos Direitos LGBT (CPDD/LGBT), no Casarão da Diversidade, em Salvador.
A ação, conhecida como “Ocupa CPDD”, teve uma programação gratuita durante todo o dia, o qual incluiu apresentações culturais com performance artística de Beca Baroni e Haus Of Bushido, acolhimento psicossocial, encaminhamento para solicitação de benefícios sociais, orientação pedagógica (Enem/Encceja) e retificação de prenome e gênero.
A proposta foi promover uma verdadeira ocupação do espaço por pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, público assistido pelo projeto, uma mostra das ações previstas para o biênio sob a vigência do Termo de Colaboração firmado entre a SJDH e o Grupo de Apoio à Prevenção à Aids da Bahia (Gapa Bahia).
“O CPDD é um equipamento público, com funcionamento desde 2018, que atende pessoas LGBT vítimas de violência e/ou precisam de orientação sobre os seus direitos. Acabamos de anunciar que o Gapa passa a gerir o espaço, uma organização importante da sociedade civil que é nossa parceira na realização dessa iniciativa; além disso, comemoramos a ampliação, não só da equipe, mas dos recursos, que tivemos um incremento de 142% do valor investido nessa política pública do Governo do Estado, totalizando R$ 6,3 milhões”, afirmou o secretário da SJDH, Felipe Freitas.
Atendida no CPDD há três anos, a estudante universitária e mulher trans, Maria Estrela Felipa de Souza, 26, foi em busca hoje, de atendimento jurídico. “Vim fazer uma escuta com o serviço social referente aos meus documentos. Mudei de nome, relatei ao banco, mas continuam enviando correspondências em meu nome antigo. Tive dúvidas de como notificar a agência e agora estou sendo orientada. Gosto muito do atendimento daqui porque é o nosso público que nos escuta e acolhe. Já passei por psicóloga e outras equipes. Aqui me reconheço como sou e posso ter acesso às ações de cidadania”, explicou.
Mais sobre o CPDD
O CPDD LGBT articula ações de prevenção às ameaças e violações dos direitos das pessoas em situação de risco e vulnerabilidade social, oferecendo atendimento especializado com foco na promoção de direitos e combate às violências contra a população LGBTQIAPN+. O seu funcionamento está vinculado ao Plano Plurianual 2024-2027, e dialoga com a missão institucional da SJDH de defender a dignidade da pessoa humana através de políticas públicas de acesso à justiça e de promoção e proteção dos Direitos Humanos.
Entre os atendimentos oferecidos estão acolhimento psicossocial, encaminhamento para solicitação de benefícios sociais, orientação pedagógica e cursos preparatórios para a Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) e para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para pessoas trans, retificação de prenome e gênero, apoio e fomento de empreendimentos de pessoas LGBTQIA+ e acolhimento de atividades culturais ou grupos de cultura LGBTQIA+ no Casarão da Diversidade.
“Esse espaço é uma porta aberta para todas as pessoas da Bahia, que estejam aqui, que sofrem violência. Temos uma equipe multiprofissional que vai acolhê-las e encaminhá-las a partir dessa denúncia. Atividades culturais e artísticas também acontecem no espaço, para que elas possam também experimentar um lado não violento e a produção da cidadania”, comentou a coordenadora-geral do CPDD e diretora da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) Keyla Simpson.
O centro funciona no Casarão da Diversidade, localizado na Rua do Tijolo nº 8, Pelourinho, de segunda à sexta-feira, das 9h às 17h, por demanda espontânea. A partir de abril, o CPDD terá outra unidade, em uma cidade do interior do Estado, que será anunciada pela SJDH em março. O telefone de atendimento é o 71 3321-4576/ 71 99606-5505 (WhatsApp).
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Salário mínimo passa a valer R$1.518 em 2025
O reajuste está de acordo com a nova regra aprovada pelo Congresso Nacional que condiciona a atualização aos limites do novo arcabouço fiscal
O Brasil tem desde esta quarta-feira (1º de janeiro) um novo valor de R$ 1.518 para o salário mínimo, o que representa aumento de R$ 106 em relação a 2024 (R$ 1.412). Segundo o governo federal, o novo valor incorpora a reposição de 4,84% da inflação de 12 meses apurada em novembro do ano passado (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) e mais 2,5% de ganho real.
O reajuste está de acordo com a nova regra aprovada pelo Congresso Nacional que condiciona a atualização do salário mínimo aos limites definidos pelo novo arcabouço fiscal. Por essa nova norma – válida entre 2025 e 2030 – o salário mínimo terá ganho real de 0,6% a 2,5%.
Segundo o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), pela regra anterior o reajuste deveria ser a reposição da inflação mais 3,2% (variação do Produto Interno Bruto em 2023).
O reajuste menor vai afetar a remuneração de 59 milhões de pessoas que têm o rendimento ligado ao valor do salário mínimo, como empregados formais, trabalhadores domésticos, empregadores, trabalhadores por conta própria e beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Impacto direto
O valor do mínimo tem impacto direto em despesas do governo federal como os pagamentos das pessoas aposentadas ou pensionistas, cerca de 19 milhões; de quem tem direito ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), mais de 4,7 milhões; dos trabalhadores com carteira dispensados do serviço, cerca de 7,35 milhões que acionaram o seguro-desemprego (dado de julho de 2024); e os trabalhadores que têm direito ao abono salarial (PIS-Pasep), cerca de 240 mil pessoas no ano passado.
A empresa Tendências Consultoria, de São Paulo, estima que a nova política de reajuste de salário mínimo vai gerar R$ 110 bilhões de economia dos gastos públicos até 2030, sendo que R$ 2 bilhões são previstos em 2025.
Entre 2003 e 2017, o salário mínimo teve 77% de ganho real (acima da inflação). Essa política de reajuste ficou interrompida entre 2018 e 2022. O salário mínimo no Brasil foi criado em 1936, durante o governo do ex-presidente Getúlio Vargas.
Fonte: Agência Brasil
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Pânico VI: de Woodsboro para Nova Iorque
O crítico de cinema Leonardo Campos traz suas impressões sobre o novo filme da franquia Ghostface
Ghostface está de volta, desta vez, bastante diferente dos padrões realizados anteriormente na franquia. Em críticas, geralmente nos embasamos para reflexão com uma abordagem contextual da produção, para depois, analisa os seus pormenores e estabelecer uma tese. Aqui, farei um percurso inverso. Pânico 6, caro leitor, não é nem de longe um filme indigno. Ao contrário, possui direção firme, roteiro amarrado, painel considerável de referências visuais e sonoras, elenco empenhado, no entanto, é o menos empolgante de todos os episódios envolvendo o assassino mascarado em suas investidas sanguinárias metalinguísticas. Sem Sidney Prescott, a final girl interpretada por Neve Campbell, o sexto filme da franquia não possui o mesmo charme de seus antecessores, tampouco consegue se justificar como um filme realmente necessário para uma saga slasher que, desde sempre, podia se gabar de entregar ao público, narrativas que mesclavam entretenimento e reflexão contemporânea.
Apesar da sufocante sequência de perseguição com a repórter Gale Weathers, personagem forte e firme, desde o ponto de partida de 1996, nós temos por aqui a presença de uma figura ficcional subaproveitada. Kirby (Hayden Panettiere), sobrevivente da chacina de Pânico 4, também está de volta, utilizada de maneira brilhante, mas ainda assim, não consegue creditar para este universo slasher um selo de espetacular. É apenas bom. E, para Pânico, ser apenas bom não é algo que nos acostumamos. Geralmente são ótimos. As irmãs Tara (Jenna Ortega) e Sam (Melissa Barrera) continuam sendo o alvo. Desta vez, a figura mascarada retorna para mais uma saga de vingança, motivada por questões do passado. Metalinguístico, Ghostface investe mais uma vez em suas ligações, interpelando as possíveis vítimas e deixando um rastro de dúvidas para todos os envolvidos. Qual o interesse em reviver Woodsboro?
Esta também é uma questão norteadora em Pânico 6. Depois da revelação dos assassinos do filme anterior, alguém parece muito focado em retaliação. As irmãs, então, precisam lutar mais uma vez pela sobrevivência. Desta vez, em Nova Iorque. E sem o luxo de confiar definitivamente em ninguém. Paqueras, colegas de faculdades, terapeuta, os policiais investigadores das últimas cenas de assassinato: qualquer um pode ser um suspeito em potencial. E esse é o charme que sempre esteve presente na franquia, perspectiva ainda presente, mas como já mencionado anteriormente, elementos que integram um filme bom, mas que não faria diferença para a franquia se não existisse. Basicamente, é o padrão industrial do cinema. Está rendendo? Que novas investidas surjam, algo que pelo lado financeiro se justifica, mas também nos permite entender a necessidade de reapresentação destes personagens clássicos para as novas plateias.
Sobre a trama se situar em Nova Iorque, temos aqui um ponto muito positivo para o filme. Não é a primeira vez que um antagonista slasher sai de sua cidade para cometer atrocidades em outros lugares. Jason, o icônico monstro da franquia Sexta-Feira 13, entrou em 1989 num navio situado perto de Crystal Lake e foi para nas ruas da grande metrópole estadunidense. Ciente de sua abordagem metalinguística, os realizadores referenciam esta passagem logo nos primeiros minutos do filme, com um personagem diante da exibição deste clássico na televisão. Sair de Woodsboro para Nova Iorque, então, permitiu um frescor para a narrativa. Ampliou, ainda, as suas possibilidades narrativas: a direção de fotografia de Brett Jutkiewicz aproveita ao máximo a geografia nova-iorquina e faz uso pontual de cada beco, rua, estação de metrô,
É um setor que também conta com a colaboração do ótimo design de produção de Michele Laliberte, profissional responsável por supervisionar cenários, direção de arte e seus adereços, bem como os figurinos que resgatam a memória dos crimes de Woodsboro. Em linhas gerais, uma narrativa esteticamente envolvente, repleta de referências para o deleite dos fãs. Assistir ao filme numa sala de cinema relativamente vazia, mas apenas com cinéfilos empolgados com cada menção ao universo em questão foi uma experiência mais empolgante que o filme em si. De novo, em repetição, este sempre foi o charme e ponto máximo de Pânico, estratégia que reaparece neste capítulo, uma trama que tira todos da zona de conforto, reforça a irrelevância dos personagens-legado para o slasher contemporâneo, figuras que podem morrer depois de batalharem tanto em circunstâncias anteriores. Em suma, heróis passíveis de eliminação sem piedade. Ainda sobre as questões estéticas, tenho alguns pontos para ressaltar.
Com o design de som supervisionado por Karen Baker Landers, o filme consegue a maestria de potencializar a brutalidade vista em cena. Os assassinatos, cada vez mais sangrentos, expõem a fúria de Ghostface, mais frenético e endiabrado do que nunca. Brian Tyler, no âmbito da trilha sonora, entrega uma textura percussiva eficiente, mesmo que um pouco distante do tom assertivo adotado por Marco Beltrami nos quatro primeiros capítulos da saga, dirigida na época por Wes Craven, cineasta que se estivesse vivo, se orgulharia do legado deixado para as novas gerações de realizadores. Com roteiro de James Vanderbilt e Guy Busick, dupla inspirada nos personagens criados por Kevin Williamson, Pânico 6 traz de volta dos diretores Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett, todos profissionais muito competentes, diante da difícil missão de manter a relevância de uma franquia que acabou de chegar em seu sexto filme e precisa oxigenar propostas para conseguir aderência dos espectadores novos e também dos fãs.
Em seus 123 minutos, longos, mas que acreditem, não são sentidos com pesar por quem assiste com determinação e interesse, a narrativa traz mais uma vez a voz assustadora de Roger L. Jackson como Ghostface, bem como os irmãos Chad (Mason Gooding) e Mindy (Jasmin Savoy-Brown), sobreviventes do massacre do antecessor, além de adicionar o Detetive Bailey (Dermot Mulroney) e o terapeuta Dr. Christopher Stone (Henry Czar), figuras ficcionais que acrescentam bons novos olhares para a franquia que dialoga também com os desdobramentos do trauma, conectando-se com o legado deste universo para justificar os crimes realizados por quem está por detrás das icônicas máscaras. Sim, Pânico 6 traz mais de um assassino, objetos de todos os filmes anteriores, reviravoltas orgânicas e apesar de encerrar com um ciclo bem amarrado, aparentemente não se cansará por aqui. É provável que tenhamos continuação.
Leonardo Campos é Graduado e Mestre em Letras pela UFBA.
Crítico de Cinema, pesquisador, docente da UNIFTC e do Colégio Augusto Comte.
Autor da Trilogia do Tempo Crítico, livros publicados entre 2015 e 2018,
focados em leitura e análise da mídia: “Madonna Múltipla”,
“Como e Por Que Sou Crítico de Cinema” e “Êxodos – Travessias Críticas”.
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Halloween Ends
Para aqueles que esperam um filme no modelo tradicional esta sequência pode ser uma gigantesca decepção. Saiba porquê
A saga de Michael Myers e Laurie Strode, finalmente, encontrou o seu encerramento. Para aqueles que esperam um filme no modelo tradicional e na linha dos antecessores, Halloween Ends pode ser uma gigantesca decepção. Eu mesmo, como fã da franquia e crítico de cinema, me encontrei com dificuldades para aceitar determinadas escolhas estabelecidas no fim desta jornada. No final das contas, depois de pensar muito, devo dizer que o filme não é aquilo que eu queria que fosse, ou esperava, conforme o trailer e a sinopse, mas ao passo que a narrativa chegou ao final, confesso que a coragem dos realizadores em apostar numa abordagem tão insana, mas viável, deu ao material o devido valor para uma franquia que renasceu dignamente diante desta nova trilogia, dirigida por David Gordon Green e produzida pela Blumhouse. Aqui, temos Michael Myers, Laurie Strode, cenas de assassinato, mas uma perspectiva filosófica para refletir sobre o mal em nossa sociedade, dispositivo que pode ser desintegrado quando encarnado num determinado ser, mas impossível de ser aniquilado para sempre, podendo ganhar outras formas e se transformando, aproximando esta nova empreitada com uma espécie de reciclagem, salvaguardadas as devidas proporções, de Sexta-Feira 13 Parte 5: Um Novo Começo, afinal, será apenas o antagonista mascarado o responsável pelos males em Haddonfield? O espectador perceberá, estupefato, novas formas de se encarar o mal.
Sendo uma franquia que atravessou tantos momentos desgastantes, confesso que achei bastante complicado acreditar que a saga de Michael Myers e Laurie Strode poderia se tornar, mais uma vez, uma trama de relevância. Com exceção do primeiro filme e do retorno de Jamie Lee Curtis em Halloween H20: Vinte Anos Depois, sequência que esperava, fosse a inspiração para os momentos de embate físico entre o antagonista e a protagonista, o embate entre os personagens em outras incursões ficou bastante abaixo da média. Assim, a Blumhouse comprovou, portanto, que os dois perfis dramáticos tinham chances de retornar, caso o cineasta, os roteiristas e os demais caminhos de produção fossem devidamente estruturados. Foi o pontapé para o nascimento de uma nova trilogia dentro de uma extensa franquia que atualmente está em seu 13º filme. Na trama de 2018, tivemos o #metoo e as relações conflituosas numa contemporaneidade minada pela misoginia, situação que se desdobrou em Halloween Kills, produção anárquica que reflete o impacto do efeito manada em Haddonfield, alegoria para qualquer lugar do mundo hoje. Agora, quatro anos após o misterioso sumiço de Michael Myers, a histeria está de volta na cidade. Laurie Strode vive momentos mais amenos, fez terapia, se reintegrou, apesar de transmitir insegurança diante da onipresença da Forma e dos seus traumas, desaguados ao escrever um livro de memórias, tendo ainda que atravessar o luto pela perda da filha.
Ela mora com a sua neta Alysson (Andi Matichack), todas tentando retomar as suas vidas depois de tantas tragédias. A sensação de paz nesta cidade amedrontada pela violência excessiva de um passado recente agora encontrou o seu novo bicho-papão: Corey Cunningham (Rohan Campbell), jovem acusado de ser o assassino de uma criança que tomava conta, acontecimento que sacode a cidade e reforça que a aparente tranquilidade era só momentânea. Na ausência do monstro mascarado, o jovem Corey agora é o psicopata da cidade, alguém que precisa lidar com os dedos apontados e com a falta de sensibilidade das pessoas que não compreendem ter sido um infeliz acidente a tal morte da criança que marcou para sempre a sua vida. Ele é o personagem que mais passa por transformações no filme, sempre observado por Laurie Strode, figura ficcional que guarda para si a sensação do possível retorno de seu nêmesis, sensação que demonstra não ser apenas instantes de loucura, mas a comprovação de sua sensibilidade ao longo dos 111 minutos de Halloween Ends, slasher que nos apresenta o impiedoso Michael Myers de volta, sem a força total que esperamos, pois agora a violência não parte apenas do bicho-papão, mas do mal que parece ter se tornado contagioso nesta cidade demarcada por tragédias.
Sob a direção de David Gordon Green e roteiro escrito por Danny McBride, Paul Brad Logan e Chris Bernier, com a colaboração do diretor, o texto dramático dosa os diálogos mais reflexivos com momentos de muita tensão, erroneamente deixados para a segunda parte, algo que compromete o ritmo do filme em algumas passagens. Ademais, estão de volta: Lindsey Wallace (Kyle Richards) e o xerife Barker (Omar Dorsey), em pequenas participações, o detetive Frank Hawks (Will Patton), mais significativo em cena, dentre outros. Esteticamente, Halloween Ends não fica devendo nada aos antecessores: Richard A. Wright nos entrega um design de produção eficiente, com cenários e direção de arte que estão repletos de referências aos momentos mais icônicos da franquia, registrados pela direção de fotografia de Michael Simmonds, também muito eficiente ao emular planos e enquadramentos não apenas do universo criado por David Gordon Green, mas também do clássico de 1978. Além da força em cena de Jamie Lee Curtis, temos também o empenho de sua dublê, Ashley Rae Trisler, assertiva nas passagens de embate físico com a assustadora figura de Michael Myers, interpretado devidamente em seu tom silencioso por James Jude Courtney, monstro que representa a encarnação do mal, alegoria do bicho-papão para nos fazer refletir que determinados horrores de nossa sociedade ainda se mantém firmes em nosso cotidiano, numa sina que nos deixa constantemente em alerta, afinal, como apontado por Laurie Strode, o mal pode até se desintegrar quando encarnado em algo, mas nunca acaba e apenas muda de forma, como os leitores poderão contemplar neste filme que é um dos momentos mais curiosos da franquia, estruturado para uma recepção que será ame ou odeie.
Leonardo Campos é Graduado e Mestre em Letras pela UFBA.
Crítico de Cinema, pesquisador, docente da UNIFTC e do Colégio Augusto Comte.
Autor da Trilogia do Tempo Crítico, livros publicados entre 2015 e 2018,
focados em leitura e análise da mídia: “Madonna Múltipla”,
“Como e Por Que Sou Crítico de Cinema” e “Êxodos – Travessias Críticas”.
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