Após dois dias de intensa mobilização, a Bahia encerrou, neste domingo (14), sua participação no maior mutirão nacional de cirurgias do Sistema Único de Saúde (SUS), realizado pelo Programa Agora Tem Especialistas, do Ministério da Saúde. A iniciativa, articulada pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), envolveu a rede pública e filantrópica e resultou em mais de mil cirurgias e 2,5 mil procedimentos, contribuindo para reduzir a demanda reprimida.

A secretária da Saúde, Roberta Santana, acompanhou os atendimentos no Hospital Dom Pedro de Alcântara, da Santa Casa de Misericórdia de Feira de Santana, uma das dez unidades filantrópicas que aderiram à ação. Entre os beneficiados estava Raimunda Santos de Jesus, que aguardava há sete meses pela cirurgia. “Estou feliz. Agora vou ter mais qualidade de vida”, comemorou.

Roberta destacou a importância da integração entre os entes federativos e instituições. “Esse mutirão é fruto de um grande esforço coletivo. A parceria entre Governo Federal, Governo do Estado, municípios e unidades filantrópicas fortalece o SUS e garante mais acesso e dignidade para quem espera por uma cirurgia”, afirmou.

Segundo Tácio Bezerra, superintendente da Santa Casa, foram realizadas cirurgias de alta e média complexidade, como histerectomia, tireoidectomia e prostatectomia. “Essa ação impacta positivamente na vida das pessoas, não só de Feira de Santana, mas de toda a região”, ressaltou.

Atendimento descentralizado

Na Bahia, o mutirão envolveu 12 unidades, entre Santas Casas e hospitais universitários, com atendimentos em Feira de Santana, Jequié, Catu, Salvador, Campo Formoso, Ubaitaba, Itapetinga, Cruz das Almas e Ruy Barbosa, garantindo alcance a diferentes regiões.

Esforço nacional

Em todo o país, a iniciativa reuniu Santas Casas, hospitais universitários da Rede Ebserh e unidades federais, totalizando 11,5 mil cirurgias dentro de um conjunto de 61,6 mil procedimentos realizados.

O Governo do Estado de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), inaugurou nesta quarta-feira, 10, o Hospital do Câncer de Sergipe Governador Marcelo Déda Chagas. Sonhada há mais de uma década pela população, a nova unidade marca um avanço histórico para a Rede de Atenção Oncológica do estado, ampliando a capacidade de atendimento e reforçando o cuidado integral aos pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 

“O que a gente faz em vida ecoa pela eternidade, e aqui a gente está ecoando pela eternidade a memória de Marcelo Déda Chagas (ex-governador de Sergipe). Estamos falando de R$ 10 milhões, além do apoio para manter um hospital de 230 leitos e R$ 170 milhões de investimento. Esse hospital é um sonho de um povo; Déda sonhou, muita gente ajudou a realizar: Jackson Barreto, Belivaldo, Amorim, a bancada federal. Quando chegamos, ele tinha 9%, e em três anos entregamos 100% concluído”, afirmou o governador do Estado, Fábio Mitidieri.   

Pacientes oncológicos prestigiaram a inauguração e, com emoção nos olhos, comemoraram a chegada da nova unidade, considerada umas das mais modernas do Nordeste. “É uma emoção muito grande estar aqui. Quando descobrimos o câncer e não temos plano de saúde, já nos preocupamos com o tratamento. Esse hospital é uma conquista para quem passa por essa doença”, afirmou a assistente social Adriana Hora, 46 anos, que está em fase de remissão de um câncer no intestino.

Já para a aposentada Edilma Santos, 55, que faz tratamento quimioterápico desde 2017, a entrega do Hospital do Câncer de Sergipe (HCS) é a concretização de um sonho coletivo. Emocionada, Edilma discursou na solenidade de inauguração e descreveu o sentimento de estar presente neste momento histórico: “Estou me segurando para não chorar. Esse hospital é um sonho maravilhoso. Ele nos traz esperança, aconchego, tudo o que um paciente oncológico precisa. Meu coração está palpitando porque hoje é um dia muito importante”. 

Estrutura moderna 

O HCS conta com uma estrutura ampla e moderna, composta por 230 leitos. Destes, um total de 135 leitos são para internação hospitalar, distribuídos em 10 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto, 10 leitos de Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica, 13 leitos de isolamento e 102 leitos de enfermaria, destinados a diferentes especialidades, como Oncologia Clínica (incluindo hematologia e cuidados paliativos), Oncologia Cirúrgica e Oncologia Pediátrica. 

O hospital também terá 20 leitos no setor de Pronto-Socorro (Pronto Atendimento), com leitos de estabilização e de observação adultos e pediátricos, e 75 leitos dedicados ao setor de quimioterapia, sendo 60 para adultos, 14 pediátricos e um de isolamento. Somente na quimioterapia houve um aumento de 150% na quantidade de leitos adultos, passando de 24 para 60, na nova unidade. 

“Entregamos a Sergipe um equipamento moderno e preparado para transformar a realidade do atendimento oncológico no nosso estado. O Hospital do Câncer representa um avanço histórico na saúde pública, garantindo conforto e assistência humanizada aos pacientes. Esse é um investimento que salva vidas e reafirma o compromisso do Governo do Estado com o cuidado integral da população”, destacou o secretário de Estado da Saúde, Cláudio Mitidieri. 

Com 26 policlínicas regionais em funcionamento, três novas unidades em construção e outras quatro aprovadas no PAC Seleções 2025, a Bahia avança para se consolidar como referência nacional em resolutividade no atendimento aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). O estado registra tempo médio de espera de 12,5 dias para consultas especializadas, o segundo menor do país e muito abaixo da média nacional de 57 dias, segundo dados do Ministério da Saúde. 

A expansão inclui a entrega das policlínicas de Camaçari, Remanso e Itapetinga, previstas para 2026, e integra a estratégia da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) de descentralizar o atendimento especializado, aproximando os serviços da população e reduzindo deslocamentos para grandes centros urbanos. 

A secretária da Saúde, Roberta Santana, destacou o caráter cooperativo do modelo:

“As policlínicas são resultado de um esforço conjunto entre Governo do Estado, União e municípios. Com o apoio do Governo Federal, por meio do Novo PAC, estamos construindo novas unidades e iniciaremos obras em Ipirá, Seabra, Ibotirama e Feira de Santana. É um investimento de R$ 168 milhões que reforça nosso compromisso em ampliar o acesso à saúde de qualidade.” 

Desde sua implantação, as policlínicas já realizaram mais de 8,7 milhões de atendimentos, oferecendo consultas em diversas especialidades — como cardiologia, ortopedia, endocrinologia e neurologia — e exames de alta complexidade, a exemplo de tomografias e ressonâncias magnéticas. O modelo tem sido essencial para reduzir filas e qualificar a assistência. 

Cobertura estadual e investimentos

As 26 unidades em funcionamento contemplam 416 municípios baianos e estão distribuídas estrategicamente pelo estado, incluindo cidades como Alagoinhas, Barreiras, Feira de Santana, Ilhéus, Itabuna, Juazeiro, Vitória da Conquista e Salvador (Escada e Narandiba).

O Governo do Estado já aplicou mais de R$ 1,4 bilhão em obras, equipamentos e custeio, além de destinar R$ 12,4 milhões para ações intensificadas nos fins de semana. A Bahia também recebeu R$ 100 milhões do Ministério da Saúde para o programa Agora Tem Especialistas, que reforça a oferta de serviços e ajuda a reduzir filas. 

Além da rede de policlínicas, a gestão estadual segue apoiando os municípios com convênios para reforma e ampliação de Unidades Básicas de Saúde (UBS) e entrega de equipamentos, fortalecendo a atenção primária e garantindo serviços de qualidade para toda a população.