Internacional
Onda de calor provoca incêndos na Europa
Autoridades de defesa civil combatem incêndios que forçaram a evacuação de milhares de pessoas em todo o continente

Bombeiros em Portugal, Espanha, França, Grécia e Marrocos estão lutando contra incêndios florestais em dezenas de milhares de hectares, enquanto a onda de calor desta semana continua trazendo temperaturas extremas e causando centenas de mortes no sudoeste da Europa.
A segunda onda de calor do verão – com temperaturas chegando a 47OC (116F) em Portugal e 45OC na Espanha – desencadeou incêndios florestais que forçaram a evacuação de milhares de pessoas.
Em Portugal , o instituto meteorológico prevê temperaturas de até 42OC sem trégua até a próxima semana. As autoridades de defesa civil, no entanto, aproveitaram uma ligeira queda nas temperaturas após um recorde de julho de 47OC na quinta-feira para tentar apagar um grande incêndio remanescente no norte do país.
“O risco de incêndios continua muito alto”, disse o chefe da defesa civil, André Fernandes, embora relatos da mídia tenham dito que o número de incêndios ativos no continente caiu para 11 em relação aos 20 anteriores.
“Este é um fim de semana de extrema vigilância”, acrescentou após uma semana em que duas pessoas foram mortas e mais de 60 ficaram feridas, e até 15.000 hectares de floresta e mato incinerados.
Em Portugal, um total de 39.550 hectares (98.000 acres) foi devastado por incêndios florestais desde o início do ano até meados de junho, mais do triplo da área no mesmo período do ano passado, dados do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas mostrou.
O governo de Lisboa deve decidir no domingo se prorroga um estado de contingência de uma semana. O Ministério da Saúde de Portugal disse que 238 pessoas morreram como resultado da onda de calor de 7 a 13 de julho, a maioria delas idosas com doenças subjacentes.
Na Espanha, a agência meteorológica estadual manteve vários níveis de alerta em todo o país, chamando atenção para temperaturas de até 44OC em algumas regiões.
Dezenas de incêndios florestais ocorreram neste sábado em diferentes partes do país, desde o sul escaldante até a Galícia, no extremo noroeste, onde as chamas devastaram 3.500 hectares, disse o governo regional galego.
Um incêndio no sul fez com que as autoridades isolassem por mais de 12 horas um trecho de uma importante rodovia que liga Madri à capital portuguesa, Lisboa, antes da reabertura da estrada.
Os incêndios queimaram milhares de hectares na região de Extremadura, no sudoeste da Espanha, enquanto um incêndio perto da cidade de Málaga, no sul, forçou a evacuação preventiva de mais de 3.000 pessoas, disseram serviços de resgate.
Um varredor de rua de 60 anos morreu após sofrer uma insolação enquanto trabalhava em Madri na tarde de sexta-feira, levando a prefeitura a anunciar horários de trabalho flexíveis para que os funcionários municipais possam evitar os períodos mais quentes do dia.
Os números do instituto de saúde pública Carlos III da Espanha mostram que houve 360 mortes atribuíveis ao calor entre o último domingo e sexta-feira. Só na sexta-feira, 123 pessoas morreram.
Bombeiros da cidade costeira de Arcachon, na região sudoeste de Gironde, na França, lutavam para controlar dois incêndios florestais que destruíram mais de 10.000 hectares (24.700 acres) esta semana.
“É um trabalho hercúleo”, disse o tenente-coronel Olivier Chavatte, do serviço de bombeiros e resgate, que tem 1.200 bombeiros e cinco aviões em ação.
Desde terça-feira, mais de 14.000 pessoas na França – residentes e turistas – foram forçadas a fugir, e sete abrigos de emergência foram criados para receber os evacuados.
A Météo-France prevê temperaturas de até 41OC em partes do sul da França no domingo, bem como até 35OC no noroeste, com novos recordes de calor esperados na segunda-feira.
No sábado, a França colocou mais 22 departamentos, principalmente na costa atlântica, em alerta laranja alto, elevando o total para 38.
As autoridades dos Alpes franceses pediram aos alpinistas com destino ao Mont Blanc, a montanha mais alta da Europa, que adiassem sua viagem devido a repetidas quedas de rochas causadas por “condições climáticas excepcionais” e pela seca.
A ligação veio depois que uma seção da maior geleira alpina da Itália cedeu no início do mês, matando 11 pessoas, em um desastre que autoridades atribuem ao aquecimento climático.
Na Grécia, a defesa civil se apressou para apagar as chamas que assolavam a ilha mediterrânea de Creta, enquanto o Marrocos lutava contra um incêndio florestal nas montanhas do norte que matou pelo menos uma pessoa e forçou a evacuação de mais de 1.000 famílias.
A luta contra as chamas custou a vida de vários funcionários, desde um piloto morto quando seu avião caiu no norte de Portugal até dois que morreram na Grécia quando seu helicóptero caiu no mar.
Os incêndios foram alimentados por temperaturas extremas que os especialistas atribuem à crise climática. A Croácia e a Hungria também tiveram incêndios florestais esta semana, assim como o estado norte-americano da Califórnia.
Os ministros do governo do Reino Unido realizaram uma reunião de emergência do Cobra no sábado, depois que a agência meteorológica emitiu um primeiro alerta “vermelho” para calor extremo, alertando que há um “risco de vida”.
O Met Office disse que as temperaturas no sul da Inglaterra podem exceder 40OC na segunda ou terça-feira pela primeira vez, levando algumas escolas a dizer que permanecerão fechadas na próxima semana.
O prefeito de Londres, Sadiq Khan, aconselhou os londrinos a usar o transporte público apenas se “absolutamente necessário”. Os operadores ferroviários nacionais também alertaram os passageiros para evitar viagens.
Quatro pessoas que estavam ajudando os bombeiros a combater um incêndio florestal no estado norte- americano do Novo México morreram na noite de sábado quando o helicóptero do departamento do xerife em que viajavam caiu.
Internacional
Brics cobra US$ 1,3 trilhão em financiamento climático até a COP30
O entendimento é de que a mobilização de recursos é responsabilidade de países desenvolvidos para com países em desenvolvimento

Os países do Brics publicaram nesta segunda-feira (7) uma declaração conjunta em que cobram os países mais ricos a ampliarem a participação nas metas de financiamento climático. A iniciativa de captação de recursos, chamada Mapa do Caminho de Baku a Belém US$ 1,3 trilhão, destaca a importância de se chegar a esse valor até a COP30, em novembro.
“Expressamos séria preocupação com as lacunas de ambição e implementação nos esforços de mitigação dos países desenvolvidos no período anterior a 2020. Instamos esses países a suprir com urgência tais lacunas, a revisar e fortalecer as metas para 2030 em suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) e a alcançar emissões líquidas zero de GEE [gases do efeito estufa] significativamente antes de 2050, preferencialmente até 2030, e emissões líquidas negativas imediatamente após”, diz um dos trechos do documento.
A defesa do multilateralismo foi uma das principais bandeiras do grupo, reunido na Cúpula de Líderes, no Rio de Janeiro. Nesse sentido, o Brics reforça o papel da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) e o Acordo de Paris como principal canal de cooperação internacional para enfrentar a mudança do clima.
O entendimento é de que a mobilização de recursos é responsabilidade de países desenvolvidos para com países em desenvolvimento. O grupo reconhece que há interesses comuns globais, mas capacidades e responsabilidades diferenciadas entre os países.
O texto aponta a existência de capital global suficiente para lidar com os desafios climáticos, mas que estão alocados de maneira desigual. Além disso, enfatiza que o financiamento dos países mais ricos deve se basear na transferência direta e não em contrapartidas que piorem a situação econômica dos beneficiados.
“Enfatizamos que o financiamento para adaptação deve ser primariamente concessional, baseado em doações e acessível às comunidades locais, não devendo aumentar substancialmente o endividamento das economias em desenvolvimento”, ressalta o documento.
Os recursos públicos providos por países desenvolvidos teriam como destino as entidades operacionais do Mecanismo Financeiro da UNFCCC, incluindo o Fundo Verde para o Clima (GCF), o Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), o Fundo de Adaptação, o Fundo de Resposta a Perdas e Danos (FRLD), o Fundo para Países Menos Desenvolvidos e o Fundo Especial para Mudança do Clima.
Além do envolvimento de capital público, são defendidos investimentos privados no financiamento climático, de forma a proporcionar também o uso de financiamento misto.
“Destacamos que o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), proposta para lançamento na COP30, tem potencial de ser um instrumento promissor de finanças mistas, capaz de gerar fluxos de financiamento previsíveis e de longo prazo para a conservação de florestas em pé”, diz a declaração.
Mercado de carbono
Outros destaques da declaração foram a defesa dos dispositivos sobre mercado de carbono, vistos como forma de catalisar o engajamento do setor privado. O Brics se compromete a trocar experiências e atuar em cooperação para promover iniciativas na área.
Em outro trecho do documento, é mencionado o apoio ao planejamento nacional que fundamenta as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), vistas como “principal veículo para comunicar os esforços de nossos países no enfrentamento à mudança do clima”.
Há ainda espaço para condenação e rejeição às medidas protecionistas unilaterais, tidas como punitivas e discriminatórias, que usam como pretexto as preocupações ambientais. São citados como exemplo, mecanismos unilaterais e discriminatórios de ajuste de carbono nas fronteiras (CBAMs), requisitos de diligência prévia com efeitos negativos sobre os esforços globais para deter e reverter o desmatamento, impostos e outras medidas.
Internacional
Líderes chegam para a reunião de Cúpula do Brics
A 17ª reunião de cúpula do grupo acontece neste domingo (6), no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM)

Os chefes de governo e representantes dos países que integram o Brics começaram a chegar, pouco antes das 9h30 deste domingo (6), no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM), para a 17ª reunião de cúpula do grupo. Depois do anfitrião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o primeiro líder a chegar foi o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Aragchi.
Até as 10h10, já haviam chegado também o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi; o primeiro-ministro egípcio, Mostafa Madbouly; o príncipe dos Emirados Árabes Unidos, Khalid Bin Mohamed Bin Zayed Al-Nahyan; o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa; e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov.
O Brics tem, como membros permanentes, Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Irã, Indonésia, Egito, Etiópia e Emirados Árabes. Além disso, há dez nações parceiras: Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda, Uzbequistão e Vietnã.
Neste domingo e na segunda-feira (7), os líderes conversarão e farão discursos em sessões especiais. A primeira sessão, pela manhã, tratará de paz, segurança e reforma da governança global.
Estão previstas uma declaração conjunta dos líderes da cúpula e outras três declarações temáticas: sobre inteligência artificial, financiamento climático e doenças socialmente determinadas.
Internacional
Morre Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai
Ele enfrentava um câncer de esôfago e estava recolhido em seu sítio, nos arredores de Montevidéu

Morreu nesta terça-feira (13), no Uruguai, o ex-guerrilheiro, ex-presidente e ícone da esquerda latino-americana José Alberto “Pepe” Mujica Cordano, aos 89 anos. Mujica enfrentava um câncer de esôfago e estava recolhido em seu sítio, nos arredores de Montevidéu, onde cultivava flores e hortaliças.
Conhecido como “presidente mais pobre do mundo” por seu estilo de vida simples, por dirigir um fusca dos anos 1970, doar parte do salário para projetos sociais e pelas reflexões políticas com forte teor filosófico, Mujica presidiu o Uruguai de 2010 a 2015.
Defensor da integração dos países latino-americanos e caribenhos, Pepe se tornou referência da esquerda do continente durante uma época em que representantes da esquerda e centro-esquerda assumiram diversos governos da região, como Venezuela, Argentina, Equador, Bolívia e Brasil.
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