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Lula Oliveira, Pra Você!

Com mais de 20 anos de carreira no mundo do cinema, o cineasta Lula Oliveira conta para o Bahia Pra Você sobre sua vida, inspirações e os maiores sonhos que pretende realizar

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Em tempos de escuridão, haja luz, câmera e ação. Após duas semanas relembrando o São João com figuras como a cantora de forró Jeanne Lima e o mestre Adelmário Coelho, chegou a vez de entrar no mundo da sétima arte, o cinema. E desta vez, o Bahia Pra Você bateu um papo com Lula Oliveira. O soteropolitano de corpo e alma, cineasta de paixão e escritor de coração.
Lula Oliveira, pra você!
Entrevista Exclusiva | Carla Melo

Em tempos de escuridão, haja luz, câmera e ação. Após duas semanas relembrando o São João com figuras como a cantora de forró Jeanne Lima e o mestre Adelmário Coelho, chegou a vez de entrar no mundo da sétima arte, o cinema. E desta vez, o Bahia Pra Você bateu um papo com Lula Oliveira. O soteropolitano de corpo e alma, cineasta de paixão e escritor de coração.

Formado em comunicação pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), o cineasta Lula Oliveira, de 49 anos, já chegou ao mundo com a sensação de pertencimento a Salvador. Passou pelos bairros da Saúde, 2 de julho, Rio Vermelho, Stiep e Imbuí, onde passou a maior parte da sua infância e adolescência.

Imagem das filmagens do filme “A Matriarca”. Foto: Gabriela Ito

“Minha história está muito imbricada com a vida em Salvador. Eu tenho uma relação de muito pertencimento, e é aqui o lugar realmente onde eu consigo viver de uma forma mais feliz. Já morei em Brasília, já morei em Luanda, já saí bastante da cidade para percorrer outros caminhos, mas é aqui que eu me sinto em casa, literalmente em casa, e é por onde eu vivo com uma felicidade muito grande em respirar o ar da cidade de Salvador.”

Ao longo de mais de 20 anos de carreira no mundo cinematográfico, Lula carrega grandes produções nas costas. O cineasta produziu e participou de curtas e longa-metragens em parcerias artísticas com diversos diretores de referência como os cineastas Pola Ribeiro, Edgar Navarro, José Araripe e Lázaro Faria.

Ele foi roteirista e diretor de três filmes de ficção, sendo o primeiro filme trabalhado no campo da direção, “Horizonte Vertical”, um curta-metragem filmado no início dos anos 2000, tendo no elenco os atores Jackson Costa e Nadja Turenko. “Sou muito grato pela experiência que vivi com estes dois atores” 

Imagem das filmagens do filme “A Matriarca”. Foto: Gabriela Ito

“Um outro filme que eu também tenho destaque por dentro deste processo, o curta metragem “Na Terra do Sol”, filmado em 2005, em Canudos, retratando a Guerra de Canudos a partir de uma inspiração do livro “Os Sertões”, de Euclides da Cunha, que eu também trabalhei com atores incríveis, como Carlos Petrovich, Psit Mota, Rose Lima, Agnaldo Lopes e pessoas da região de Bendegó e Canudos, que foram importantes para compor o elenco.

“A Matriarca é o meu primeiro longa de ficção, e nesse ínterim dos três filmes dos quais tenho relação direta com o processo de direção na ficção, eu realizei muitos documentários ao longo desta minha carreira, destacando um que eu tenho maior orgulho de ter feito sobre os Zambiapunga, que é uma manifestação folclórica e cultural da região do Baixo Sul e entre outros documentários, vídeos experimentais do final da década de 90. Além disso, trabalhei com outras obras de cineastas na Bahia, como assistente de direção, que participei de filmes como “Eu Me Lembro”, “Jardim das Folhas Sagradas”, “Cidade das Mulheres”. Também fui professor de cinema neste período e fiz muitas oficinas de cinema pelo interior da Bahia”

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Filmagem do documentário Zambiapunga. Foto: Divulgação

A fonte de inspiração do Lula é muito peculiar. Para ele, basta observar. Mas não é qualquer observação. É simplesmente ter o poder de observar além.

“A minha inspiração vem do poder de observação que nós temos da realidade que nos cerca, que estamos inseridos. A literatura também é uma fonte de inspiração muito grande, mas principalmente a relação com o povo, com a rua, com as pessoas, com as conversas que construímos no dia a dia. Essa observação tem uma característica muito específica quando se trata do pensar o cinema porque são fatos do cotidiano, são histórias que ouvimos das pessoas. Isso me inspira muito: poder enxergar as pessoas além do que vê em suas expressões, no seu estado físico”

Imagem das filmagens do filme “A Matriarca”. Foto: Gabriela Ito

Com a chegada da pandemia, e consequentemente o recolhimento das atividades presenciais, Lula disse que enfrentou o período pandêmico com bastante resignação, diante de uma situação que não havia como mudar, por isso precisou se ressignificar. 

“A pandemia foi um período de muito medo, quando a gente está diante de uma doença, de um vírus, que assombrou o mundo, nós vivemos o primeiro sentimento de insegurança e medo muito grande porque não sabíamos como lidar com este inimigo invisível. O setor cultural, como todos os setores, foi impactado gravemente. A cultura teve um agravante diante disso tudo, porque já é um setor que, mesmo sem pandemia, já vive uma situação de muita fragilidade, de muitos desafios de sua atividade poder se realizar e na pandemia isso ficou muito mais complexo e complicado pois o artista trabalha na rua, os filmes são feitos na rua e nós não podíamos trabalhar durante esse período.”

Apesar das dificuldades existentes para a produção durante a pandemia, o cineasta conseguiu produzir obras tanto no mundo do cinema, quanto na literatura, como o livro “A Estrelinha Fujona”, uma história que nasceu há 20 anos de “uma relação de gostar de contar história, sem formalidades que a escrita geralmente tem”. A história, que era contada para a sua filha Clara Lua quando ainda era bebê, hoje pode alcançar a imaginação de outras crianças.

“Eu consegui escrever um livro infantil chamado “A Estrelinha Fujona”, que foi um livro lançado pelo selo Ouricinho, da editora Pinaúna, que entendeu o movimento do livro e a gente conseguiu através da Lei Aldir Blanc recursos para financiar a edição. Eu também realizei ao longo da pandemia um filme chamado “Clausura”, mais um filme que eu realizei de casa, com o celular com a presença de um parceiro, com todos os cuidados que eram necessários. Para não “pirar a cabeça”, a gente resolveu construir esse filme, que tem uma visibilidade razoável dentro da dimensão de festivais que percorreu, como o Festival de Cinema Brasileiro, em Los Angeles.”

Quando perguntado sobre os sonhos que já realizou, Lula é incisivo: “Viver de cinema, já é de uma forma, a realização de um sonho”. Apesar dos percalços existentes no setor cultural, o cineasta acredita que isso só alimenta o desejo de continuar. 

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“Com todas as dificuldades que fazem parte da nossa realidade, mas são dificuldades desafiadoras que me fazem acreditar muito no que eu faço e a desejar fazer muito mais dentro da área cinematográfica e do audiovisual brasileiro. Meu maior sonho agora é finalizar o filme “A Matriarca” com a qualidade técnica de alto nível de finalização no som e na imagem, e que a história possa chegar nas pessoas de uma forma que traga reflexões e que contribua para uma construção de uma ideia do que se trata o filme sobre a família. Acho que o sonho é terminar aquilo que você começa.”

Imagem das filmagens do filme “A Matriarca”. Foto: Gabriela Ito

Além dos sonhos que circundam o Lula no cinema, há alguns guardados para a literatura. O lançamento do livro “A Estrelinha Fujona” deu um “gás” para o que Lula acredita ser “uma potência literária que de alguma forma adormecia em mim”.

“Eu hoje também sonho com projetos dentro da literatura. Eu tenho vontade de escrever um outro livro infantil que já está aqui manuscrito. Tenho vontade também de escrever um livro sobre política cinematográfica, que está aqui, no campo das ideias. O que se abrir para mim, no campo da literatura é algo que, dentro do possível, eu vou procurar investir.”

Se por um lado Lula vislumbra a cultura cinematográfica como vigorosa, pulsante e extremamente criativa, através de uma “capacidade criativa e de construção de histórias cinematográficas muito potente”, que representa a diversidade cultural do país, por outro, demonstra o lado nocivo que o cinema brasileiro enfrenta.

“Nós temos um cenário devastador diante de políticas que não conseguiram se firmar dentro da gestão desse governo que aí está, consolidando uma construção que vinha sendo desenvolvida ao longo das gestões do governo Lula e depois do governo Dilma, que construíam uma política vigorante de incentivo, de fomento, descentralizado, ou seja, onde todas as regiões tinham uma capacidade, uma oportunidade de realizar projetos através das políticas implementadas pela Agência Nacional de Cinemas (Ancine). Então esse cenário que outrora trazia uma produção pulsante, crescente e vigorante que ganhava cada vez mais espaço no mercado cinematográfico, está vivendo uma fase muito preocupante, diante de uma incredulidade do governo, da importância que a cultura, como um todo, tem para o desenvolvimento de uma nação, e particularmente o cinema teve um impacto muito negativo do fomento dessa produção.”

Imagem das filmagens do filme “A Matriarca”. Foto: Gabriela Ito

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Morre Iraci Simões, esposa do ex-Deputado Eujácio Simões

O sepultamento será realizado neste sábado (23), às 15h, na capela D, do Cemitério Jardim da Saudade

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Iraci Figueiredo Simões, matriarca da Família Simões, nasceu em Poções-BA em 1929. Durante sua infância, sua família migrou para
Foto: Arquivo pessoal

Iraci Figueiredo Simões, matriarca da Família Simões, nasceu em Poções-BA em 1929. Durante sua infância, sua família migrou para Itororó-BA onde, aos 16 anos, se casou com Eujácio Simões Viana, falecido em 2007.  

Uma mulher ativa e à frente do seu tempo, sempre teve como paixão a criação do Gado Zebu, com destaque a raça Nelore PO (Puro de Origem).  

Em 1955, tendo como palco a Fazenda Estrela do Oriente, em Palmares, distrito de Itapetinga-BA, Dona Iraci e Sr. Eujácio, iniciaram, de forma pioneira, a criação o Nelore PO, trazendo, até os tempos atuais, uma das melhores criações da raça no Brasil. 

Sempre foi uma esposa e mãe dedicada, participou ativamente da vida pública de seu esposo, que foi eleito primeiro prefeito de Itororó, onde exerceu com muita dedicação seu papel de primeira-dama.  

Em 1963 seu esposo Eujácio foi eleito Deputado Estadual e a família se mudou para Salvador, onde Dona Iraci passou a acolher vários conterrâneos em sua residência para tratamento de saúde, cuidando de todos com muito afeto e acompanhando-os incansavelmente nos serviços de saúde. 

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Além do apoio no tratamento de saúde de seus conterrâneos, Dona Iraci acolheu, por vários anos, em sua casa, amigos, parentes e outras pessoas da comunidade Itororoense, que vinham para Salvador em busca de uma educação de nível superior. 

“Ao longo dos seus 94 anos, Dona Iraci foi um verdadeiro exemplo de trabalho, simplicidade, humildade e calor humano”, destaca sua filha Erbene. 

Iraci deixa quatro filhos: Euracy, Eujácio Filho (in memoriam), Erbene e Emerson, doze netos e treze bisnetos. 

O sepultamento será realizado neste sábado (23), às 15h, na capela D, do Cemitério Jardim da Saudade. 

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Melly revela chegada de novo disco; confira a entrevista exclusiva

Focada nas possibilidades do Ritmo & Bahia, a cantora se inspira em grandes gêneros da música preta baiana como o Rnb, NeoSoul e Afrobeat

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Ela ganhou o coração de Salcity. E não só da cidade, mas do Brasil inteiro. Desde os seis anos a música já corria nas veias de Melly. Depois que a cantora e compositora soteropolitana ganhou o primeiro violão da avó, não foi muito difícil conquistar a admiração do público. Aos 17 anos começou a produzir; comprou os próprios equipamentos e lançou as próprias músicas de forma independente: “O resto aconteceu”
Foto: Divulgação
Entrevista Exclusiva | Carla Melo

Ela ganhou o coração de Salcity. E não só da cidade, mas do Brasil inteiro. Desde os seis anos a música já corria nas veias de Melly. Depois que a cantora e compositora soteropolitana ganhou o primeiro violão da avó, não foi muito difícil conquistar a admiração do público. Aos 17 anos começou a produzir; comprou os próprios equipamentos e lançou as próprias músicas de forma independente: “O resto aconteceu”

Hoje com mais de 20k de seguidores nas redes sociais e “Ceder” como o seu mais novo single, Melly abre o coração e fala sobre a sua vida e carreira como artista baiana. Focada nas possibilidades do Ritmo & Bahia, a cantora se inspira em grandes gêneros da música preta baiana como o Rnb, NeoSoul e Afrobeat.

“Todo esse universo sempre foi despretensioso pra mim, compor e cantar eram minha válvula de escape, e com o tempo, passei a me profissionalizar, mas nada foi extremamente pensado, música passou a ser uma ambição, um sonho a realizar”, desabafa a cantora.

Melly fechou grandes parcerias com artistas brasileiros como Saulo Fernandes, com o single “Então Volta”. Além disso participou de projetos com Lazzo, Tatau, Luedji Luna, Larissa Luz, Nara Couto. O sonho da cantora não para por aí.

“Espero ter o privilégio de estar perto de muitos outros que admiro, que foram e são referência, como Gil, Djavan, Caetano, Gal. Todas as minhas experiências trocadas com pessoas que me influenciaram musicalmente foram, igual e demasiadamente, incríveis”, revela Melly.

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É fato que o número de mulheres na música tem crescido muito, e as mulheres baianas não ficam para trás. A figura feminina está cada vez mais presente no pagodão, no pagotrap, no trap e em outros gêneros e sub-gêneros musicais que ‘fecham’ a Bahia. A artista vê a importância que a conquista das mulheres tem para abrir novas possibilidades no cenário musical.

“Muitas vieram antes de mim pra que fosse possível e pensável tentar executar o que faço hoje, e muitas virão a frente. Hoje percebo a importância de ter visto alguém fenotipicamente parecida comigo realizar algo que eu gostaria, um dia, de também fazer. E por isso tento ao máximo também expor minha verdade, nem que seja pra atingir e representar uma parte pequena do processo, uma parcela das ouvintes, uma partezinha de mulheres motivadas a seguir na arte”, explica Melly.

O primeiro show

Melly lembra perfeitamente da sensação de subir ao palco pela primeira vez. É essa mesma sensação que ela tenta manter em todas as suas apresentações.

“Fui convidada pra fazer meu primeiro show autoral em um festival evangélico, e no final, apesar de tudo, foi incrível. Por mais que a proposta do evento não combinasse, mesmo sem ninguém no público, só família e amigos, foi um início, e eu me senti bem.”

“Até porque, perduravelmente, tem que ser muito mais pelo prazer em executar do que pelo mecanicismo do trabalho, e se depender de mim, vai continuar sendo.”, continua.

​Recentemente a cantora lançou seu mais novo single “Ceder”, uma composição com ritmo mais suave, mas que ainda traz a paixão que está presente nas letras das suas músicas. Melly ainda anuncia que podem vir mais canções com a mesma pegada.

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““Ceder” foi um lançamento, particularmente, arriscado. Fora da minha zona de conforto, só voz e violão, formato que nunca cheguei a lançar, – apesar de todas as minhas composições se iniciarem assim – essa música não fazia sentido sem esse sentimento intimista, e fico feliz que tenha atingido o público nesse lugar! A todos os que se identificaram, mandaram mensagem, sentiram de alguma forma, isso me incentiva a continuar”, fala Melly.

Recente a artista iniciou os seus primeiros shows em vários cantos do Brasil. E diz quais são os planos a partir de agora.

“Fiz recentemente os meus primeiros shows fora da Bahia, um em Belo Horizonte, outro em São Paulo, e as duas experiências foram incríveis! Não imaginava que meu trabalho estivesse chegando dessa forma em outros estados. Quero tocar novamente por lá, e pela primeira vez em muitos outros lugares”

Eita, vem álbum novo por aí?

Tudo o que a Melly pode dizer por agora é que sairá um novo disco. Mas quem conhece sabe que será sucesso total. A cantora também anunciou novos projetos, que também não pode revelar por agora, mas garante que “os próximos capítulos vão ser legais!!”

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Alexandre Guedes, Pra Você!

Confira o bate-papo com um dos compositores e cantores mais reconhecidos de Salvador

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O Bahia Pra Você conversa com um dos compositores e cantores mais reconhecidos de Salvador. Nascido em Candeal Pequeno, Salvador (BA), Alexandre Guedes é isso e muito mais. Atualmente a frente da Banda Mutumbá, o cantor e percussionista começou pelo samba de família, que aos domingos batia seus batuques de terreiro e quintais.
Fotos: Uanderson Brittes /Divulgação

O Bahia Pra Você conversa com um dos compositores e cantores mais reconhecidos de Salvador. Nascido em Candeal Pequeno, Salvador (BA), Alexandre Guedes é isso e muito mais. Atualmente a frente da Banda Motumbá, o cantor e percussionista começou pelo samba de família, que aos domingos batia seus batuques de terreiro e quintais.

“Isso gerou em mim uma curiosidade em tocar. Venho deste celeiro do samba familiar. Me fez tomar gosto pela música, arte e cultura. Assim iniciei minha trajetória”, diz Guedes.

Confira o bate papo completo:

Bahia Pra Você: Uma carreira de mais de 20 anos exige esforços e muita perseverança. Em todos esses anos, quais foram as maiores surpresas que a vida artística já te proporcionou?

Alexandre Guedes: Com mais de 20 anos de carreira, a gente, até aqui, criamos belas histórias e isso exige esforço, determinação, perseverança e, sobretudo, foco. Nada na vida é fácil. Então sempre mantivemos a cabeça erguida na direção do maior objetivo que é ter, como hoje, nosso trabalho reconhecido. A cada trabalho desenvolvido, existe 100% de envolvimento para que chegue 100% ao nosso público.

Tive, durante minha caminhada, gratas surpresas que dividiram palco como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Ivete, Brown que são expoentes da nossa música. Inclusive fui membro da Timbalada e acompanhei Carlinhos na turnê do disco “Omelete Man”, além de Marisa Monte, onde compus o corpo de músicos do CD “Memórias, Crônicas e Declaração de Amor”.

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BPV: Quais foram os lugares que mais te marcaram durante sua trajetória? Pode nos contar o porquê?

AG: Meu QG, Salvador, Bahia. Nós dançamos ao acordar. Somos inspiradores e isso me marca muito. Temos a maior festa de rua do planeta, não tem nem como comparar! Rsrsrs

O Rio de Janeiro também sempre especial, Sergipe, onde fiz meu primeiro show fora de Salvador. E, internacionalmente me marcou muito uma viagem à Argentina, quando fomos gravar o Programa da Xuxa. Inesquecível. Mas, já passei pelo México, Europa e EUA.

BPV: De onde surgiu o desejo de se lançar na música?

AG: Desde menino. Vem de berço. Muito samba em casa. Rsrsrs a base é o samba!

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BPV: Como se deu a sua entrada na banda Motumbá?

AG: A Motumbá é criação minha. Depois que sai da Baianada, projeto com Xexéu e Wesley, entrei em processo criativo e buscava uma sonoridade afro-caribenha. Quando senti, juntei som e nome, e hoje estamos aí. O Bororó é nosso hino, que me gerou o prêmio de banda revelação do Carnaval de 2007. Motumbá significa bênção!

BPV: Você foi um dos idealizadores da Timbalada. Como foi a experiência de passar por uma das bandas de samba-reggae mais queridas da Bahia?

AG: Colaborei desde o início. É minha voz na faixa clássica “Canto Pro Mar”. Antes da Timbalada, eu fui do grupo “Vai Quem Vem”, que ensaiava no porão da casa de D. Madalena, mãe de Brown. A Timbalada é para além do samba-reggae.  Foi um belo trabalho e me deu base para chegar onde cheguei.

BPV: E hoje à frente do Motumbá você foi responsável por grandes sucessos. São quantas composições? Tem a sua favorita? Conta o porquê.

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AG: Há 18 anos à frente do Motumbá, tive várias faixas gravadas. Mas, não sei ao certo o número de faixas. Bororó é nosso hino, mas nem sempre o hino é nosso favorito. Posso destacar “Raza pro Mar”, “Odoyá” e “Força de um Anjo Bom”, que são de arrepiar.

BPV: Dominar o público com um som tão envolvente deve ser um sentimento muito tocante. É sempre uma sensação diferente quando você sobe no palco?

AG: Interagir com o público é um sentimento que não dá para explicar. Mas, é diferente! Cada show um novo frio na barriga. Sobretudo quando você vê aquele calor de resposta. Um clã! Rsrsrs

BPV: Quais parcerias mais inesquecíveis que você já realizou ao longo da carreira?

AG: Olha, já fiz grandes e belas parcerias. Mas, posso destacar os que ultimamente tenho aprendido mais. Embora ainda não tenha gravado música juntos, Seu Mateus Aleluia me toca profundamente e, desde que cantamos juntos no Centro Histórico, eu me transformei. Ele reza, não canta! A lembrança não sai de mim. Há poucos dias, inclusive, enquanto dirigia, ouvia a música dele e, fiz uma ligação de cortesia e aproveitei, claro, para lhe pedir a benção. Seu Mateus é luz!

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BPV: Você também já participou dos discos do baiano Netinho, de Caetano Veloso e Gilberto Gil, e de Sérgio Mendes. Tem alguma participação sua que você acha marcante?

AG: Sim, tive o prazer de ter participado do disco do baiano Netinho, o Tropicália 2 e com Sérgio Mendes. Tive também trabalhos que me marcaram bastante. Destaco o disco de Marisa “Memórias, Crônicas e Declarações de Amor”, álbum que tem a faixa “Amor I Love You”.

Lembro que houve um momento no estúdio que pedi para apagar as luzes e fizemos uma das faixas de olhos fechados. Foi mágico e inesquecível.

BPV: Quais foram os maiores desafios enfrentados desde o início da sua carreira? Que aprendizado você leva deles?

AG: São os mesmos desafios que a gente encontra até hoje. Viver de música é um desafio diário. Pedimos sempre atenção ao nosso canto, nossa arte! O desafio é fazer música. Mas, seguimos firmes. Rsrs

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BPV: Todos nós sofremos com a pandemia que levou, só no Brasil, mais de 660 mil vidas e afetou quase todas as atividades, principalmente o setor cultural. Como foi enfrentar esse período?

AG: O impacto foi bem grave. Perdi amigos, parceiros e colegas. Embora ainda não tenhamos voltado totalmente ao normal, nossa cadeia produtiva está, mesmo na dificuldade, voltando a atuar.

Sou muito inquieto. Girando aqui, produzimos a live “Na Mala”, durante todo período pandêmico e recebemos, com toda segurança, alguns amigos artistas por aqui. Inclusive, tudo está disponível em nossas redes sociais @motumbaoficial. A primeira live, inclusive, foi direto da casa de Vinicius de Moraes, em Itapuã.

Ainda lançamos duas faixas: Gira Mundo e Naná (Vire a Página), disponíveis nas plataformas digitais. Foi triste perder tanta gente amiga, mas, um período de muita produção também. Afinal, isso é o que nos move.

BPV: Sempre estamos querendo mais e isso é o que nos motiva a continuar crescendo, mas com essa sua carreira de sucesso e tanto tempo de estrada quais foram os sonhos realizados e o que ainda falta realizar?

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AG: Às vezes, a criatividade vem do ócio, de nada, às vezes não, precisamos de um momento específico, mas, seja lá como for, Deus toca e a gente busca sempre entregar o melhor. Sonho, eu realizei vários. Mas, me lembro de ter cantado com Jorge Benjor na área verde do Othon, e ter recebido também, meu ídolo maior, Gilberto Gil.

Tocar no rádio e TV foi também um grande sonho realizado. E sigo sonhando e buscando minhas realizações.

BPV: Tem algum projeto especial vindo por aí? Conta para os leitores do Bahia Pra Você!

AG: Sempre temos, mas, como de praxe, a gente arruma a casa e depois lança oficialmente. Mas, certo que voltamos com os ensaios “Gira Mundo” que ferveu o verão da Bahia no último verão 2022.

Outros estão em fase de elaboração. O cenário ainda tá muito confuso. Mas, certamente logo, logo te contaremos mais coisas. Sigam acompanhando o perfil @motumbaroficial.

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Ah, nesta sexta-feira (22) farei participação especial com o grupo Samba de Mistura, no Largo Quincas berro D’água, Pelourinho, a partir das 19:30.

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