Meio Ambiente
Lobo-guará retorna à natureza após onze meses de treinamento
Durante esse período no Parque Vida Cerrado, Jurema demonstrou habilidades essenciais para sua sobrevivência

Após onze meses recebendo treinamento intensivo para se adaptar às condições da vida selvagem, a lobo-guará Jurema foi reintroduzida à natureza nesta quarta-feira (03), no município de Barreiras. Durante esse período no Parque Vida Cerrado, Jurema demonstrou habilidades essenciais para sua sobrevivência na natureza, incluindo forrageamento, caça e demarcação de território. O animal foi resgatado ainda filhote, no Oeste baiano, pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema).
Aline Barbosa, bióloga do Inema, explicou sobre o resgate e os procedimentos adotados para o manejo adequado da espécie. Quando recebemos essa demanda em 2021, fizemos o resgate de três filhotes encontrados sem a mãe, em Luiz Eduardo Magalhães. Os animais foram encontrados por funcionários de uma fazenda e foram encaminhados para o Parque Vida Cerrados, que nos contatou para o resgate. Hoje, conseguimos devolver para a natureza um desses filhotes para que ele possa cumprir suas funções ecológicas, como dispersor de sementes nativas, mas também como um controle de pragas, salienta Aline.
Maria Luiza, uma das técnicas que acompanhou o processo de avaliação clínica do animal em Salvador, explica os cuidados que a Jurema recebeu desde que chegou ao Cetas. “Ao receber os animais, foi detectada desidratação, também uma carga alta parasitária e uma anemia relevante que precisava ser tratada. Eles receberam os cuidados necessários para que eles pudessem ser reintroduzidos na natureza. Então eles foram alimentados adequadamente e a partir do momento que eles estavam saudáveis, eles voltaram para o Parque Vida Cerrado, aqui em Barreiras, para dar continuidade a reabilitação”, reforça a técnica do Inema.
Projeto de reabilitação
O projeto de reabilitação e soltura de filhotes órfãos de lobo-guará nos agroecossistemas do oeste da Bahia, iniciado em 2021, conta com o apoio do Governo do Estado da Bahia, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio e do Inema. A ação visa reduzir a perda de espécies devido a impactos humanos e promover o desenvolvimento sustentável na região.
“O projeto envolve diversos parceiros, responsáveis pelos protocolos, como no manejo alimentar, cuidados diários, avaliações, manejo de saúde dos animais e outros aspectos. Essas bases estão sendo construídas para que outras regiões possam desenvolver projetos semelhantes, com conhecimento sobre o que precisa ser monitorado, quais parâmetros considerar e como realizar os cuidados antes e depois da soltura. Essa rede de apoio criada em torno desses animais é fundamental para o sucesso do projeto, explica a coordenadora do Parque Vida Cerrado”, Gabrielle de Rosa.
Rogério Cunha, coordenador do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (CENAP) do ICMBio, representando o ICMBio na ação de soltura em Barreiras, destacou a importância da integração de esforços para o bem-estar de todas as espécies. Ele destacou articulação com os gestores do parque para um protocolo de reabilitação e soltura monitorada de órfãos de lobo e a jurema é o último animal previsto para fechar o protocolo, o que permitirá seu uso amplo.
Após a ação de soltura da lobo-guará, o Parque Vida Cerrado entregou um filhote de Jaguatirica aos cuidados do Cetas. O animal foi resgatado pelo Parque também na região oeste e, assim como a Jurema, ficará um breve período sendo reabilitado em Salvador para, posteriormente, receber o treinamento intensivo de vida selvagem e estar apto a voltar ao seu habitat natural.
Disque Resgate – O Inema realiza ações de educação ambiental voltadas à proteção da fauna no interior do estado e também presta serviços de resgate, reabilitação e soltura de animais silvestres. Para acionar o Disque Resgate, basta entrar em contato pelo Whatsapp (71) 99661-3998.
Meio Ambiente
Sema articula pesquisa para controle da medusa invasora na Ilha de Itaparica
A espécie, considerada exótica invasora, tem se proliferado na região e causado preocupação ambiental

A Secretaria do Meio Ambiente (Sema), em parceria com pesquisadores, articula nesta quinta-feira (24) uma ação com foco no monitoramento e controle da medusa invertida (Cassiopea andromeda) em uma área estuarina da Ilha de Itaparica.
A espécie, considerada exótica invasora, tem se proliferado na região e causado preocupação ambiental. Estudos apontam que sua reprodução ocorre por meio de pólipos microscópicos, o que dificulta o controle natural da população.
A área afetada é limitada e quase totalmente cercada por terra, o que favorece a adoção de medidas de contenção. A estratégia inclui o desenvolvimento de uma pesquisa científica para acompanhar a dinâmica populacional da medusa, com ações de quantificação, medição e remoção progressiva ao longo de 90 dias.
Com a pesquisa, o intuito da Sema é reduzir a proliferação da espécie e buscar sua erradicação local, por meio de uma solução conjunta entre ciência e gestão ambiental.
Serviço
- O quê: Sema inicia pesquisa para controle da medusa invasora na Ilha de Itaparica
- Quando: 24 de julho de 2025
- Onde: Ilha de Itaparica
- Contato: André Reis (71) 99618-2470
Meio Ambiente
“Cabelinhos” no pneu é sinal de qualidade?
Dunlop desvenda os motivos que levam à remoção dos “cabelinhos”. Essa prática protege tanto o desempenho quanto o meio ambiente

Eles despertam curiosidade e até geram uma falsa sensação de segurança entre consumidores. Os famosos “cabelinhos” presentes nos pneus novos são frequentemente associados à ideia de pneu novo, como um “sinal de garantia” de que o pneu nunca tocou o chão. Porém, essa percepção está equivocada. Na verdade, esses “cabelinhos” são apenas resíduos naturais do processo produtivo e podem gerar impactos negativos quando não removidos adequadamente.
A ciência por trás dos “cabelinhos”
Durante a vulcanização – etapa crucial em que o pneu “verde” ganha forma definitiva sob alta temperatura (cerca de 150°C) e pressão -, o ar preso entre o material e o molde metálico precisa escapar. Para isso, o molde possui pequenos furos de ventilação, tecnicamente chamados de “spews” ou respiros.
Quando o pneu “verde” é pressionado contra o molde quente, uma pequena quantidade da borracha entra nesses microfuros, formando os famosos cabelinhos ao redor da peça. É um processo natural e necessário para a produção convencional de pneus.
Os três problemas dos cabelinhos não removidos
A Dunlop adota a remoção sistemática desses filamentos desde 2013, baseada em evidências técnicas e ambientais que demonstram os benefícios da prática:
1) Controle de qualidade superior: A Dunlop submete 100% de sua produção a testes rigorosos de força radial, força lateral, conicidade e balanceamento dinâmico e estático. Os cabelinhos, com tamanhos e posições irregulares, podem interferir nos sensores de precisão, comprometendo a confiabilidade dos dados.
2) Redução de ruído: Ao entrarem em contato com o asfalto, especialmente em superfícies lisas, os filamentos geram ruídos e pequenas vibrações que podem incomodar os ocupantes do veículo.
3) Impacto ambiental silencioso: Quando não removidos, os cabelinhos se desprendem gradualmente durante o uso normal dos pneus. Essas micropartículas de borracha são arrastadas pela chuva para sistemas de esgoto e, eventualmente, chegam a rios e lagos.
“Para um único pneu, a quantidade liberada pode parecer insignificante”, explica Alex Rodrigues, Gerente de Processos da Dunlop. “Mas quando consideramos os milhões de pneus em circulação no Brasil, essas micropartículas representam uma fonte significativa de micropoluição que pode afetar a vida aquática.”
Ameaça aos ecossistemas aquáticos
As micropartículas de borracha podem ser confundidas com alimento por peixes e outros organismos aquáticos, causando problemas digestivos e comprometendo a cadeia alimentar. Esse tipo de micropoluição tem ganhado atenção crescente da comunidade científica mundial como um dos fatores que contribuem para a degradação de ecossistemas aquáticos.
Economia circular em ação
A responsabilidade da Dunlop não se limita à remoção dos cabelinhos. Todos os filamentos retirados durante o processo produtivo recebem destinação adequada através do coprocessamento, sendo transformados em matéria-prima para outras aplicações industriais:
- Pisos industriais e residenciais: Conferindo maior durabilidade e propriedades antiderrapantes.
- Gramados sintéticos: Proporcionando melhor absorção de impacto.
- Aditivos para asfalto: Melhorando a resistência e durabilidade do pavimento.
- Artefatos de borracha: Diversos produtos que aproveitam as propriedades do material.
“Transformamos o que poderia ser um resíduo ambiental em recursos valiosos para outras indústrias”, destaca Alex. “É um exemplo prático de como a economia circular pode ser aplicada no setor automotivo.”
Qualidade que vai além da borracha
A remoção dos cabelinhos exemplifica a filosofia de qualidade total da Dunlop, que considera cada detalhe do processo produtivo. Enquanto muitos consumidores nem notam essa diferença, a prática resulta em pneus mais silenciosos desde o primeiro uso e com impacto ambiental reduzido.
“Cada detalhe na fabricação dos nossos pneus é pensado para entregar não apenas segurança e conforto, mas também responsabilidade ambiental”, conclui Alex Rodrigues. “Acreditamos que produzir um bom pneu vai muito além da borracha: envolve inovação, sustentabilidade e compromisso com o futuro.”
O verdadeiro sinal de qualidade
Portanto, ao contrário do que muitos acreditam, a presença de cabelinhos não é indicador de qualidade. O verdadeiro sinal de um pneu bem fabricado está na atenção aos detalhes que garantem desempenho superior, conforto acústico e responsabilidade ambiental – características que, muitas vezes, são invisíveis ao consumidor final, mas fazem toda a diferença na experiência de uso e no impacto ao meio ambiente.
Meio Ambiente
Zoo recebe 67 mil visitantes no primeiro mês após reabertura
Só no primeiro domingo, o Parque registrou a impressionante marca de 12.260 pessoas

O Parque Zoobotânico da Bahia, referência na conservação da fauna silvestre e na educação ambiental, recebeu mais de 67 mil visitantes no primeiro mês após a reabertura ao público, ocorrida no dia 3 de junho. Só no primeiro domingo, o Zoo registrou a impressionante marca de 12.260 pessoas, superando o movimento durante a Semana das Crianças de 2023.
A bióloga e gestora técnica do Zoo, Ana Celly Lima, comemorou o sucesso da reabertura. “Os números são surpreendentes. Nós tínhamos uma expectativa de receber um número grande de visitantes, pois havia muita curiosidade em conhecer as novas áreas do parque e revisitar espaços revitalizados, como o aviário, que é muito querido pelo público. Mas nossa expectativa foi superada.”
Entre as novidades que têm encantado os visitantes, está o novo espaço de convivência com uma vista privilegiada. O aviário, um dos equipamentos mais esperados, abriga mais de 200 aves de diferentes espécies, em um recinto de imersão. Nele, os visitantes podem observar o comportamento natural das aves, como voos, banhos, limpeza de penas e outras interações.
Outro destaque é o felinário, totalmente revitalizado. A nova estrutura com pergolado e iluminação reduzida foi pensada para proporcionar mais conforto e melhor visibilidade dos animais dentro da gruta.
Entre os novos espaços, o Parque conta com o Sítio Paleontológico, que exibe uma réplica em tamanho real de um Tiranossauro Rex, com quase 10 metros de altura. Segundo Ana Celly, as crianças adoram o local, que também abriga a ossada de uma baleia-jubarte e uma montagem com os esqueletos de uma orca e de um golfinho. O Parque é um dos poucos zoológicos do Brasil a contar com esse tipo de exibição.
Durante o primeiro mês de reabertura, a equipe de educação ambiental também teve uma atuação intensa. De acordo com Samantha Grimaldi, bióloga do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e responsável pelo setor, diversas instituições foram atendidas. “Atendemos escolas estaduais, municipais, particulares, instituições de ensino superior e grupos familiares. Explicamos sobre o papel do parque, os cuidados com o bem-estar dos animais, a conservação das espécies e a rotina do nosso trabalho. O público tem abraçado com entusiasmo essas atividades”.
O Zoo que está localizado no Alto de Ondina s/nº, no bairro de Ondina, funciona de terça a domingo, das 9h às 17h, e pode ser acessado tanto pela portaria inferior quanto pela superior, facilitando o acesso de quem vem de ônibus ou por aplicativo.