Nacional
Jornalista britânico e indigenista brasileiro estão desaparecidos
Bruno Pereira e Dom Phillips foram vistos pela última vez no fim de semana na região de Javari, no estado do Amazonas

Crescem os temores sobre a segurança de um jornalista britânico e de um especialista indigenista brasileiro que desapareceram em um dos cantos mais remotos da Amazônia poucos dias depois de receber ameaças.
Dom Phillips, colaborador de longa data do Guardian no Brasil, foi visto pela última vez no fim de semana na região de Javari, no estado do Amazonas – uma vasta região de rios e florestas tropicais perto da fronteira com o Peru.
O jornalista estava viajando com Bruno Araújo Pereira, um ex-funcionário do governo encarregado de proteger as tribos isoladas do Brasil, que há muito recebe ameaças de madeireiros e garimpeiros que buscam invadir suas terras.
Phillips, 57, que está trabalhando em um livro sobre meio ambiente com o apoio da Fundação Alicia Patterson, está sediado na cidade brasileira de Salvador e faz reportagens sobre o Brasil há mais de 15 anos para jornais como Guardian, Washington Post, o New York Times e o Financial Times.
Na segunda-feira, líderes indígenas locais deram o alarme depois que os dois homens desapareceram durante uma missão de reportagem na rede de rios ao redor da cidade de Atalaia do Norte, ponto de entrada na reserva Javari.
Em comunicado, o grupo indígena Univaja disse que Phillips e Pereira partiram na semana passada de barco para uma região conhecida como Lago do Jaburu, chegando ao seu destino na noite de sexta-feira.
Por volta das 6h de domingo, depois de dois dias em campo, pensa-se que a dupla teria começado a regressar por via fluvial à Atalaia do Norte. A viagem não deveria ter levado mais de três horas, mas um grupo de busca foi enviado por volta das 14h, depois que eles não chegaram.
“Precisamos de uma missão de busca urgente. Precisamos da polícia, precisamos do exército, precisamos de bombeiros, precisamos de forças de defesa civil. Não temos tempo a perder”, disse Beto Marubo, um importante líder indígena da região que conhece os dois desaparecidos.
Um porta-voz do Guardian News & Media disse: “O Guardian está muito preocupado e busca urgentemente informações sobre o paradeiro e a condição de Phillips. Estamos em contato com a embaixada britânica no Brasil e autoridades locais e nacionais para tentar apurar os fatos o mais rápido possível.”
Phillips se juntou a uma das expedições de Pereira à mesma região em 2018 para relatar as tribos perdidas da Amazônia para o Guardian.
Ele é conhecido por seu amor pela região amazônica e viajou para lá extensivamente para relatar a crise que o meio ambiente do Brasil e suas comunidades indígenas enfrentam.
“Amazônia sua linda”, escreveu o jornalista na semana passada no Instagram ao lado de um vídeo de um barco serpenteando por um dos rios da região.
Policiais federais na capital do Amazonas, Manaus, disseram que estavam cientes dos desaparecimentos e que estavam trabalhando no caso. A Marinha disse que enviou uma tripulação de 10 pessoas ao último local conhecido dos homens, mas um porta-voz do Comando Militar da Amazônia disse que o exército ainda não recebeu ordens de Brasília para participar das buscas. “Fomos informados da ocorrência… e estamos aguardando a ação de um dos ministérios competentes…”
Grupos de busca independentes também estavam sendo organizados por ativistas indígenas e ambientais.
A Human Rights Watch disse estar extremamente preocupada com a situação e pediu às autoridades que coloquem todos os recursos possíveis no esforço de busca para garantir sua segurança.
O ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, tuitou sua preocupação com a dupla. “Phillips me entrevistou para o Guardian em 2017. Espero que sejam encontrados rapidamente e que estejam seguros e bem”, escreveu Lula.
O indigenista Bruno Araújo Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips estão desaparecidos na Amazônia. Estavam na região reportando invasões de terras indígenas. Phillips me entrevistou para o @guardian em 2017. Espero que sejam encontrados logo, que estejam bem e em segurança. pic.twitter.com/nuyJfmyOqr
— Lula (@LulaOficial) June 6, 2022
Marubo disse que a região de Javari, uma vasta extensão de selva que abriga mais de 20 grupos indígenas, ficou cada vez mais tensa e perigosa nos últimos anos – principalmente após o assassinato em 2019 de um funcionário de proteção indígena chamado Maxciel Pereira dos Santos.
“Sob o governo Bolsonaro a pressão aumentou ainda mais porque os invasores se sentiram empoderados e se tornaram mais agressivos”, acrescentou Marubo, que disse que “gangues sistematicamente organizadas” de garimpeiros e caçadores ilegais estavam “saqueando” as florestas e rios da região impunemente.
“São verdadeiras gangues e são muito violentos”, disse o líder indígena.
Parentes de Phillips no Reino Unido instaram o Brasil a agir.
“Imploramos às autoridades brasileiras que enviem a Guarda Nacional, a Polícia Federal e todos os poderes à sua disposição para encontrar nosso querido Dom”, tuitou Paul Sherwood, parceiro da irmã do jornalista.
“Ele ama o Brasil e dedicou sua carreira à cobertura da floresta amazônica. Entendemos que o tempo é essencial, então, por favor, encontre nosso Dom o mais rápido possível.”
Nacional
Mulheres de Axé de várias regiões do Brasil têm encontro em Salvador
Reunidas no Instituto Anísio Teixeira (IAT) até este sábado (31), discutem democracia, justiça climática e direitos sociais

Mais de 150 mulheres de axé, lideranças religiosas e guardiãs dos saberes ancestrais estão reunidas no Instituto Anísio Teixeira (IAT), em Salvador, nesta sexta-feira e no sábado (30 e 31), durante o V Encontro Nacional de Mulheres de Axé da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (Renafro). Com o tema “O matriarcado na luta pela democracia, pelos direitos sociais e justiça climática”, o encontro reafirma a força das mulheres que mantêm viva as tradições das religiões de matriz africana e a resistência negra em todo o país.
O encontro reúne mulheres de axé, como Ialorixás, Ekedis e Iabassês, de 22 estados e do Distrito Federal e é marcado por debates, saudações e homenagens à ancestralidade. Dentre os temas debatidos estão: “O matriarcado na luta pela democracia: mulheres de axé e as mobilizações sócio-políticas”; “Racismo ambiental e os impactos nas comunidades tradicionais de terreiro”; “Terreiro enquanto cozinha solidária permanente: a garantia da segurança alimentar e do cuidado socioassistencial”, e “Enquanto houver racismo religioso no Brasil, não haverá democracia: a luta permanente pelo direito à saúde e à educação de nosso povo”.
Presente ao evento, a secretária das Mulheres do Estado, Neusa Cadore, destacou o protagonismo feminino nas religiões de matriz africana. “Promover um encontro nacional fortalece o reconhecimento dessas lideranças femininas e suas contribuições à resistência cultural. Essas mulheres enfrentam o racismo religioso e a intolerância. Elas traduzem uma força que passa para as novas gerações e representam o cuidado com a vida, numa sociedade onde as mulheres pretas são as mais invisibilizadas”, enfatizou.
Pedrina do Rosário, quilombola da comunidade de Jatimane, no município de Nilo Peçanha, no Baixo Sul da Bahia, e representante do Koinonia Presença Ecumênica e Serviço, disse que o momento é para celebrar, refletir e fortalecer a luta coletiva. “Estamos aqui para reafirmar que o matriarcado de axé não é passado. É presente pulsante e futuro possível. É com ele que enfrentamos o racismo ambiental e as desigualdades históricas”, emocionou-se. “Somos as que sempre souberam cuidar da terra, preparar o amalá, varrer o terreiro e não aceitar o silêncio como destino. Vamos seguir ao lado das mulheres de axé, de fortalecer a luta por territórios livres de racismo religioso”.
De São Paulo, a Ialorixá Cristina D`Osun destacou o papel do encontro no monitoramento das políticas públicas. “Muitas vezes não vemos as políticas para mulheres sendo cumpridas. Mas aqui podemos acompanhar o que já foi feito e levar novas pautas. Não dá para ficar só no terreiro, precisamos ocupar também os espaços políticos. Para nós, lideranças religiosas de matriz africana é fundamental estar à frente desse legado que nos foi deixado desde a diáspora. Não posso parar esse processo. Levo para São Paulo a certeza de que precisamos construir redes como a Renafro, que há 22 anos nos fortalece”.
De Brasília, Amanda Taquari participou pela primeira vez do encontro e falou sobre as suas expectativas. “Vim a convite da Mãe Baiana, porque nós, mulheres de Ifá, precisamos ocupar todos os espaços. É essencial conhecer as políticas públicas voltadas para o povo de axé e levar isso para o nosso terreiro”, ressaltou.
Para Ekedy Sinha, do Ilê Axé Iyá Nassô Oká, o Terreiro da Casa Branca, o encontro também é um chamado à resistência frente ao racismo religioso que atinge diretamente os territórios sagrados de matriz africana. “Este é o quinto encontro. Estamos juntas desde o início dessa estratégia de sobrevivência do povo de axé. A Rede de Saúde é resistência, de resistir a tudo que estamos passando. Continuamos com muita fé e vamos seguir construindo um futuro de dias melhores”, disse.
Também participaram da abertura do evento, Fábya Reis, secretária estadual de Assistência e Desenvolvimento Social (Seades); Djenane Santos, representante da Secretaria da Educação do Estado (SEC); Fabiana Damásio, da Fiocruz; Mãe Meninazinha de Oxum; e Mãe Neuza de Xangô, madrinha do Grupo de Trabalho Nacional de Mulheres de Axé da Renafro.
Nacional
Gael e Helena lideram ranking dos nomes mais registrados na Bahia
Apesar da preferência, os queridinhos dos baianos têm perdido a força comparado ao ano passado

É tetracampeão! Gael foi o nome masculino mais registrado na Bahia pelo quarto ano consecutivo. Em 2024, foram 1.951 registros, de acordo com levantamento divulgado nesta quarta-feira (25) pela Associação dos Registradores Civis das Pessoas Naturais (Arpen-Brasil). O nome feminino mais usado segue sendo Helena, com 1.353 registros neste ano. Apesar da preferência, os queridinhos dos baianos têm perdido a força comparado ao ano passado, quando apresentaram maior frequência: 2.207 e 1.448, para Gael e Helena, respectivamente.
Na sequência feminina vem Maitê, com 1.236 registros. Laura ocupa o terceiro lugar entre os mais escolhidos, com 1.026 repetições.
Quando o assunto é nome composto, Maria Cecília e João Miguel são os destaques do estado. Já na capital baiana, Gael cede o lugar de preferido para o líder Theo, com 303 registros, logo atrás vem Ravi, com 296 e Heitor 279 repetições, ocupando o primeiro, segundo e quarto lugares, respectivamente, aumentando a lista dos preferidos.
As meninas seguem a mesma tendência do ano passado, mantendo Helena (245) em primeiro lugar e logo na sequência, Laura (233). A novidade fica para o terceiro lugar conquistado pelo nome Maitê (217), que desbancou o preferido dos últimos dois anos, Liz (215).
Os nomes que se repetem na Bahia e capital, como explica o presidente da Arpen Bahia, Carlos Magno Alves, são reflexo do cenário nacional.
“Cada registro faz parte da identidade cultural do local que a pessoa vive, e esse espaço é influenciado pelos costumes e pelas tendências virtuais”, justifica.
Nacional
INSS divulga calendário de pagamentos para 2025
Para cada categoria, as datas de pagamento serão determinadas pelo número final do cartão. Confira o calendário

Os cerca de 40 milhões de beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) já podem conferir a data de pagamento das aposentadorias, dos auxílios e das pensões em 2025. A autarquia divulgou o calendário de depósitos para todo o próximo ano.
Os depósitos seguirão a sequência de anos anteriores, com um calendário para quem recebe um salário mínimo e outro para quem ganha mais de um salário. Para cada categoria, as datas de pagamento serão determinadas pelo número final do cartão, sem considerar o dígito verificador (que vem depois do traço).
A aposentadoria, a pensão ou o auxílio de janeiro serão depositados de 27 de janeiro a 7 de fevereiro para quem ganha um salário mínimo. Segurados com renda superior a esse valor receberão de 3 a 7 de fevereiro.
Consulta aos valores
Os segurados do INSS podem consultar o valor a receber do benefício por meio do aplicativo Meu INSS ou pelo site meu.inss.gov.br.
Também é possível verificar por telefone, ligando na central 135. O usuário deve ligar de segunda-feira a sábado das 7h às 22h, informando o número do Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) e confirmando os dados cadastrais.
Com o reajuste do salário mínimo previsto para 1º de janeiro, o valor reajustado só será pago entre o fim de janeiro e o início de fevereiro.
Confira o calendário de pagamento dos benefícios do INSS em 2025
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