Internacional
Francisco está envergonhado pelos abusos contra crianças
O papa reconheceu o fracasso da Igreja Católica em lidar com padres pedófilos na França

O Papa Francisco disse que está “envergonhado” pelo fracasso da Igreja Católica em lidar com padres pedófilos na França, enquanto um de seus conselheiros mais próximos pressionou por um inquérito sobre o abuso sexual de crianças pelo clero na Itália.
Um relatório marcante divulgado nesta terça-feira (5) descobriu que pelo menos 330.000 crianças foram abusadas sexualmente por clérigos e membros leigos de instituições religiosas na França nos últimos 70 anos.
O papa reconheceu que a Igreja falhou em colocar as necessidades das vítimas em primeiro lugar no que foi considerada uma de suas mais fortes condenações ao abuso sexual de crianças na Igreja Católica até hoje.
“Infelizmente, há um número considerável”, disse ele durante sua audiência semanal no Vaticano nesta quarta-feira (6). “Gostaria de expressar às vítimas minha tristeza e dor pelo trauma que sofreram. É também minha vergonha, nossa vergonha, pela incapacidade da igreja por muito tempo em colocá-los no centro de suas preocupações. ”
Francisco exortou todos os bispos a tomarem medidas para garantir que “dramas semelhantes não se repitam”, enquanto conclama os católicos na França a trabalharem para garantir que a igreja seja “um lugar seguro para todos”.
A investigação independente foi a primeira avaliação importante da França com o abuso sexual infantil clerical. Ela descobriu que cerca de 216.000 crianças foram vítimas de violência sexual por padres católicos franceses, diáconos e outros clérigos de 1950 a 2020. Ao considerar os membros leigos da igreja, como professores em escolas católicas, o número subiu para pelo menos 330.000.
Na esteira das descobertas contundentes, Hans Zollner, um padre alemão e conselheiro próximo do Papa Francisco, exortou os bispos italianos a “encontrarem a coragem para investigar” o abuso de crianças clericais.
“A Igreja católica em outros países deve agora encontrar a mesma coragem que na França. Espero também na Itália ”, disse Zollner em entrevista ao La Repubblica. “A igreja não é imaculada, infelizmente também é feita de pecados e crimes.”
Zollner estava no comitê organizador de uma cúpula do Vaticano, realizada em fevereiro de 2019, para tratar da pedofilia dentro da Igreja Católica. Foi a primeira vez que presidentes de conferências episcopais se reuniram para discutir o assunto, embora o discurso de encerramento do Papa Francisco tenha sido criticado por vítimas de abusos por não ter adotado o tom de ação enérgica contra padres pedófilos.
Internacional
Brics cobra US$ 1,3 trilhão em financiamento climático até a COP30
O entendimento é de que a mobilização de recursos é responsabilidade de países desenvolvidos para com países em desenvolvimento

Os países do Brics publicaram nesta segunda-feira (7) uma declaração conjunta em que cobram os países mais ricos a ampliarem a participação nas metas de financiamento climático. A iniciativa de captação de recursos, chamada Mapa do Caminho de Baku a Belém US$ 1,3 trilhão, destaca a importância de se chegar a esse valor até a COP30, em novembro.
“Expressamos séria preocupação com as lacunas de ambição e implementação nos esforços de mitigação dos países desenvolvidos no período anterior a 2020. Instamos esses países a suprir com urgência tais lacunas, a revisar e fortalecer as metas para 2030 em suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) e a alcançar emissões líquidas zero de GEE [gases do efeito estufa] significativamente antes de 2050, preferencialmente até 2030, e emissões líquidas negativas imediatamente após”, diz um dos trechos do documento.
A defesa do multilateralismo foi uma das principais bandeiras do grupo, reunido na Cúpula de Líderes, no Rio de Janeiro. Nesse sentido, o Brics reforça o papel da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) e o Acordo de Paris como principal canal de cooperação internacional para enfrentar a mudança do clima.
O entendimento é de que a mobilização de recursos é responsabilidade de países desenvolvidos para com países em desenvolvimento. O grupo reconhece que há interesses comuns globais, mas capacidades e responsabilidades diferenciadas entre os países.
O texto aponta a existência de capital global suficiente para lidar com os desafios climáticos, mas que estão alocados de maneira desigual. Além disso, enfatiza que o financiamento dos países mais ricos deve se basear na transferência direta e não em contrapartidas que piorem a situação econômica dos beneficiados.
“Enfatizamos que o financiamento para adaptação deve ser primariamente concessional, baseado em doações e acessível às comunidades locais, não devendo aumentar substancialmente o endividamento das economias em desenvolvimento”, ressalta o documento.
Os recursos públicos providos por países desenvolvidos teriam como destino as entidades operacionais do Mecanismo Financeiro da UNFCCC, incluindo o Fundo Verde para o Clima (GCF), o Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), o Fundo de Adaptação, o Fundo de Resposta a Perdas e Danos (FRLD), o Fundo para Países Menos Desenvolvidos e o Fundo Especial para Mudança do Clima.
Além do envolvimento de capital público, são defendidos investimentos privados no financiamento climático, de forma a proporcionar também o uso de financiamento misto.
“Destacamos que o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), proposta para lançamento na COP30, tem potencial de ser um instrumento promissor de finanças mistas, capaz de gerar fluxos de financiamento previsíveis e de longo prazo para a conservação de florestas em pé”, diz a declaração.
Mercado de carbono
Outros destaques da declaração foram a defesa dos dispositivos sobre mercado de carbono, vistos como forma de catalisar o engajamento do setor privado. O Brics se compromete a trocar experiências e atuar em cooperação para promover iniciativas na área.
Em outro trecho do documento, é mencionado o apoio ao planejamento nacional que fundamenta as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), vistas como “principal veículo para comunicar os esforços de nossos países no enfrentamento à mudança do clima”.
Há ainda espaço para condenação e rejeição às medidas protecionistas unilaterais, tidas como punitivas e discriminatórias, que usam como pretexto as preocupações ambientais. São citados como exemplo, mecanismos unilaterais e discriminatórios de ajuste de carbono nas fronteiras (CBAMs), requisitos de diligência prévia com efeitos negativos sobre os esforços globais para deter e reverter o desmatamento, impostos e outras medidas.
Internacional
Líderes chegam para a reunião de Cúpula do Brics
A 17ª reunião de cúpula do grupo acontece neste domingo (6), no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM)

Os chefes de governo e representantes dos países que integram o Brics começaram a chegar, pouco antes das 9h30 deste domingo (6), no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM), para a 17ª reunião de cúpula do grupo. Depois do anfitrião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o primeiro líder a chegar foi o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Aragchi.
Até as 10h10, já haviam chegado também o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi; o primeiro-ministro egípcio, Mostafa Madbouly; o príncipe dos Emirados Árabes Unidos, Khalid Bin Mohamed Bin Zayed Al-Nahyan; o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa; e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov.
O Brics tem, como membros permanentes, Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Irã, Indonésia, Egito, Etiópia e Emirados Árabes. Além disso, há dez nações parceiras: Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda, Uzbequistão e Vietnã.
Neste domingo e na segunda-feira (7), os líderes conversarão e farão discursos em sessões especiais. A primeira sessão, pela manhã, tratará de paz, segurança e reforma da governança global.
Estão previstas uma declaração conjunta dos líderes da cúpula e outras três declarações temáticas: sobre inteligência artificial, financiamento climático e doenças socialmente determinadas.
Internacional
Morre Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai
Ele enfrentava um câncer de esôfago e estava recolhido em seu sítio, nos arredores de Montevidéu

Morreu nesta terça-feira (13), no Uruguai, o ex-guerrilheiro, ex-presidente e ícone da esquerda latino-americana José Alberto “Pepe” Mujica Cordano, aos 89 anos. Mujica enfrentava um câncer de esôfago e estava recolhido em seu sítio, nos arredores de Montevidéu, onde cultivava flores e hortaliças.
Conhecido como “presidente mais pobre do mundo” por seu estilo de vida simples, por dirigir um fusca dos anos 1970, doar parte do salário para projetos sociais e pelas reflexões políticas com forte teor filosófico, Mujica presidiu o Uruguai de 2010 a 2015.
Defensor da integração dos países latino-americanos e caribenhos, Pepe se tornou referência da esquerda do continente durante uma época em que representantes da esquerda e centro-esquerda assumiram diversos governos da região, como Venezuela, Argentina, Equador, Bolívia e Brasil.
-
Serviçoshá 2 dias
Vagas de emprego na Bahia para esta quinta-feira (24)
-
Políticahá 2 dias
Plano Safra Bahia 2025/2026 reafirma protagonismo da agricultura familiar
-
Educaçãohá 2 dias
Enem tem mais de 4,8 milhões de candidatos inscritos
-
Políticahá 2 dias
Ponte sobre o Rio Jequitinhonha terá R$104,7 milhões para obras emergenciais