Bicentenário da Independência
Campo Grande terá espetáculo sobre 2 de Julho nesta sexta (30)
A montagem cênica será apresentada nesta sexta (30), das 19h às 20h30, e terá mais duas exibições no próximo sábado (1º)

A Praça do Campo Grande, no Centro da capital baiana, será palco de um espetáculo inédito que dará o pontapé inicial à extensa programação comemorativa ao bicentenário da Independência do Brasil na Bahia, promovida pela Prefeitura de Salvador. A montagem cênica, denominada 2 de Julho – A Resistência Cabocla, será apresentada nesta sexta-feira (30), das 19h às 20h30, e terá mais duas exibições no próximo sábado (1º), das 17h às 18h30 e das 19h às 20h30. O evento é gratuito para a população.
Conduzida pelo Bando de Teatro Olodum, grupo que possui mais de 30 anos de atuação e de reconhecimento nacional, a iniciativa terá como convidado o ator Érico Brás, conhecido por papéis no filme e na série “Ó Paí, Ó”, além de acumular outras participações em novelas e programas da televisão brasileira. As direções coreográfica e musical são assinadas, respectivamente, por Zebrinha e Jarbas Bittencourt.
“O espetáculo vai tratar de um fato histórico de forma lúdica. Haverá música, dança, teatro, pilares esses que representam bem nossa memória, nosso povo e história. Podemos esperar um espetáculo moderno, contemporâneo e, ao mesmo tempo, que conversará com a identidade da cidade”, descreve a escritora e diretora no Bando de Teatro do Olodum, Cássia Valle.
A peça 2 de Julho – A Resistência Cabocla também chegará ao Subúrbio de Salvador. Os moradores da região poderão assisti-la gratuitamente no dia 7 de julho, no Espaço Boca de Brasa Subúrbio 360, em Coutos, às 19h. Do dia 10 a 14 do mesmo mês, as apresentações serão realizadas no local, 10h e 14h, para alunos da rede municipal de ensino, através do Projeto Especial Bicentenário nas Escolas.
A iniciativa prevê ainda uma ação formativa ministrada pelo Bando de Teatro Olodum. O grupo compartilhará do próprio método de trabalho, técnicas, princípios éticos, gestão e valores, contribuindo para a formação de novos atores e qualificando aqueles que já têm alguma experiência. A atividade será no formato de workshop e contemplará três turmas de até 20 pessoas, cada uma, nos espaços Boca de Brasa Cidade Baixa, Subúrbio 360 e Cajazeiras.
Sinopse
O espetáculo 2 de Julho – A Resistência Cabocla traz a história de Mirna, uma musicista que prefere sair da filarmônica na qual ela faz parte, antes das comemorações pela Independência do Brasil na Bahia, para não ter que desfilar em prol de uma pátria que ela diz não acreditar. As convicções dela, no entanto, começam a ser questionadas após um inusitado encontro com um caboclo encantado. A partir deste momento, o público é convidado a entrar no portal do tempo e se juntar a eventos compostos com cenas poéticas a partir dos olhares do indígena Tupinambá. Mais informações sobre a programação do 2 de Julho podem ser adquiridas através do site da FGM.

Bicentenário da Independência
Cortejo Artístico celebra Dia da Cultura Popular com desfile
A Funceb comemorou a data com um desfile Sob o Sol da Liberdade pelas ruas do Centro Histórico de Salvador

Em comemoração ao Dia da Cultura Popular, a Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), através do Centro de Formação em Artes (CFA), realizou, nesta terça-feira (22), o Cortejo Artístico Sob o Sol da Liberdade, que percorreu as ruas do Centro Histórico de Salvador. A celebração amplia também as homenagens pelo bicentenário da Independência do Brasil na Bahia, enaltecendo a diversidade cultural do estado. Atualmente, 1500 crianças e jovens participam da Escola de Dança da Funceb, seja em cursos preparatórios, técnicos ou nos cursos livres.
O cortejo contou com 19 alas, alinhadas com os princípios da decolonialidade, trazendo para o foco de seus processos criativos e apresentações artísticas a importância de compreender outras histórias, dando voz e espaço a outras narrativas e novas perspectivas. As alas foram formadas por cerca de 500 estudantes e professores dos cursos da FUNCEB/CFA, que abrangem as áreas de dança, teatro, música, circo e artes visuais. Participaram também integrantes de grupos culturais, como o Olodum, Banda Didá, Ilê Aiyê e Filhos de Gandhi.
A diretora geral da Funceb, Piti Canella, destacou a importância de fortalecer a cultura popular e de retomar os tradicionais cortejos no Centro Histórico, como forma de manter viva a cultura popular. “A Bahia é um estado tão grande quanto alguns países da Europa, e a gente tem 27 territórios de identidade. Então celebrar, fazer parte da educação dessas crianças, que estão aqui na escola de dança, é uma forma de saudar essa memória, essa cultura tão presente no nosso dia a dia, e sem esquecermos do passado, dessas histórias, reviver tudo isso no contexto artístico”, enfatiza a diretora.
Piti comemora ainda a retomada do evento, que aconteceu pela última vez em 2018. “O que a gente quer fazer agora é fazer uma retomada geral da cultura do país. Depois de seis anos com a cultura sofrendo, a gente quer aproveitar a alegria das crianças e celebrar um pouco com elas, reviver e mostrar que a vida pode ser alegre, festejada com o que a gente já tem, com o que somos e de onde vier”, completa, Piti Canella.
Este ano, Lisset Neres, 8 anos, ingressou como aluna de dança na Funceb, e participa de aulas de balé e de danças criativas, além de hip hop, capoeira, dança moderna e regional. Emocionada com sua primeira apresentação aberta ao público, Lisset diz como se sente. “Eu fico muito feliz de saber que eu estou em um lugar que tem bastante cultura, que é o Pelourinho. E saber que eu estudo aqui me deixa muito realizada”, conta a aluna.
A coordenadora do Curso Preparatório da Escola de Dança da Funceb, Rose Bárbara, explicou que o tema do projeto foi inspirado na mostra Sob o Sol da Liberdade, apresentada no TCA, em 2022, sob direção de Márcio Fidelis e Eduardo Hunter, e que a adaptação para o cortejo considerou o perfil dos alunos. “O cortejo, que já tem uma longa história na Funceb, foi pensado na faixa etária das crianças, que é de cinco a 10 anos e de 11 a 17 anos. Adaptamos as apresentações para essa caminhada pelas ruas do Pelourinho”.
Rose Bárbara destacou ainda a relevância de apresentar o cortejo nas ruas do Centro Histórico e de como a experiência colabora para o conhecimento dos estudantes dos cursos da Funceb, promovendo o intercâmbio e reafirmando o compromisso da Fundação com os movimentos culturais locais. “Vivenciar esse espaço aberto é muito importante para o aluno, porque uma coisa é dançar na sala de aula, outra coisa é dançar dentro do teatro, outra coisa é você dançar para o público em um evento de grande esfera, que envolve toda a comunidade local, além de turistas. É uma experência para aquelas crianças que têm o desejo de seguir na carreira artística”, explica Rose Bárbara.
Aluna do curso Preparatório em Dança, desde os cinco anos de idade, Émile Daiana, hoje aos 17 anos, está a uma passo de formar-se em dança. A aluna desfila na ala das Molduras, no Cortejo Sob Sol da Liberdade e fala sobre as contribuições que essas ações culturais trazem para sua formação. “Esses eventos agregam ainda mais aos nossos conhecimentos e demonstra a cultura popular, a dança para os povos. O Cortejo ajuda a diminuir o preconceito com a dança africana, por exemplo”, disse Émile.
Bicentenário da Independência
Eduneb lança coletânea sobre guerra na Bahia pela Independência do Brasil
A obra, no formato e-book, é composta por 14 textos inéditos de pesquisadores da Bahia, de outros estados do país e do Canadá

A Editora da Uneb (Eduneb) vai lançar a coletânea Bahia, 2 de Julho: uma guerra pela Independência do Brasil, no formato e-book, nesta quarta-feira (26), às 16h, no Teatro Uneb, Campus I, em Salvador.
Organizada pelas docentes Maria das Graças Leal, Virgínia Barreto e Avanete Sousa, a obra é composta por 14 textos inéditos de pesquisadores da Bahia, de outros estados do país e do Canadá, a partir de estudos historiográficos sobre a luta da Independência do Brasil na Bahia, que teve seu desfecho no dia 2 de julho de 1823.
Os textos abordam aspectos da história social, cultural, econômica, política e religiosa da época; tratam de temas como a escravização e questões de gênero, além de figuras como Maria Quitéria, Joana Angélica e Maria Felipa, e representações de festividades comemorativas do acontecimento histórico.
“No mês e ano em que comemoramos o Bicentenário da Independência do Brasil na Bahia, essa edição é uma contribuição da Editora da Uneb para a ressignificação e disseminação da real história dessa luta, evidenciando nela o papel decisivo do povo baiano. Uma obra que impressiona pelo seu conteúdo e pela sua beleza estética. Concebida para tocar o coração dos brasileiros”, destaca Sandra Soares, diretora da Eduneb.
Segundo Maria das Graças Leal, a coletânea é “um espaço de reflexão historiográfica sobre a Independência na Bahia. Distribuída em cinco partes, compostas por textos de historiadores e historiadoras, a obra discute os contextos de transformações político-institucionais, econômicas, culturais, sociais e simbólicas, valorizando o importante marco fundador da história baiana e nacional. Também valoriza, por meio de obras literárias e imagéticas, a riqueza artística de autoras e autores baianos que produziram representações em torno da temática da Independência”.
A edição tem curadoria artística de Marielson Carvalho e conta com ilustrações de artistas de diversos estilos e técnicas, pinturas, grafismos, fotografias, cordel, poema e crônica, evidenciando a diversidade estética da cultura baiana e nacional.
A publicação é uma parceria da Editora da Uneb (Eduneb) com a produtora cultural Mwana Produções, contando com patrocínio da Companhia de Gás da Bahia (Bahiagás) e do Governo do Estado, por meio do programa Fazcultura.
O projeto da obra, aprovado no Fazcultura, prevê a impressão de mil unidades do livro, inicialmente, a serem distribuídas gratuitamente em bibliotecas comunitárias e escolares, universidades, para parceiros, patrocinadores e equipe envolvida na criação da obra.
Bicentenário da Independência
Exposição destaca personagens na luta pela Independência do Brasil
A visitação pode ser feita desta quarta (19) até 27 deste nês, das 9h às 17h30, no Espaço Caixa Cultural, na Rua Carlos Gomes

Maria Quitéria, os Encourados de Pedrão, Joana Angélica, o Corneteiro Lopes e até mesmo o Caboclo e a Cabocla. Todos eles estão retratados na mostra “Verdade e Liberdade – A Saga Baiana da Libertação Nacional”. Através de elementos como fotos, vídeos, instalação, música e figurinos serão apresentados os personagens baianos que fizeram parte da luta contra o domínio português. A abertura aconteceu nesta terça-feira (18), com a presença do governador Jerônimo Rodrigues e da presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Maria Rita Serrano. A exposição representa a culminância das celebrações pelo Bicentenário da Independência do Brasil na Bahia, e revivem esse momento histórico.
De acordo com o governador Jerônimo Rodrigues, exposições como essa têm grande relevância por apresentar um pouco mais da história do Brasil e da Bahia, e é uma forma de a população ter mais acesso à cultura gratuitamente. “A exposição conta a verdade da libertação do Brasil na perspectiva de baianos, de brasileiros, que por cada canto desse país, fez um motim, uma rebelião, uma revolta, para que a gente pudesse ser um país independente. Mas, a exposição também nos mostra que a autonomia não é totalmente completa. A gente precisa se libertar do preconceito, da pobreza, da fome. Vamos incluir as escolas nas visitações, para os alunos estarem mais próximos”, afirmou Jerônimo.
O curador da mostra, Ricardo Carvalho, explica o processo de composição da exposição. “A ideia foi trazer a independência do Brasil na Bahia para os dias atuais. Porque a gente não pode pensar a história como algo que ficou parado no tempo. Queremos mostrar o quanto esses personagens estão absolutamente vivos, permanentes no espírito do povo baiano”.
Gratuita, a visitação pode ser feita desta quarta-feira (19) até 27/08, das 9h às 17h30, no Espaço Caixa Cultural, que fica Rua Carlos Gomes, no Centro de Salvador. Com fotografias de Armando CR, Amanda Tropicana, Pedro Nunes, Elis Tuxa e Marcos Socco e poesias de Maviael Melo, a mostra narra, de forma subjetiva e afetiva, os personagens, além de apresentar os locais históricos onde os fatos ocorreram, revelando a contemporaneidade dos sítios urbanos e rurais. Um vídeo mapping produzido pelo VJ Davi Gabiru, com narração do jornalista José Raimundo, vai contar detalhes da luta pela Independência.
A presidente da CEF, Maria Rita Serrano, destaca a importância da Caixa Cultural em realizar uma exposição mostrando os personagens importantes que marcaram a luta pela Independência. “Resgatar isso através da cultura é importante para valorizarmos a nossa história. Por isso, estamos com várias exposições itinerantes pelo país”.
Programação alternativa
Em paralelo à exposição, nos dias 19, 20 e 21 de julho serão realizadas outras atividades nas dependências da Caixa Cultural Salvador relacionadas com as celebrações pelo Bicentenário da Independência do Brasil na Bahia. Nestes três dias, vai ocorrer o seminário “Do Grito à Liberdade”, contando com sete mesas temáticas. A programação será encerrada com a apresentação musical da cantora Marcia Short na sexta-feira (21), às 20h. As inscrições para as atividades podem ser realizadas no site caixacultural.gov.br.