SIGA NOSSAS REDES SOCIAIS

Cultura

Caminhada da Pedra de Xangô terá sua 16ª edição neste domingo (9)

O cortejo percorrerá cerca de 2 quilômetros, com concentração marcada para as 7h30, no Campo da Pronaica

Publicado

em

cultura afro-brasileira, a Pedra de Xangô, em Cajazeiras X, recebe a 16ª edição de sua tradicional caminhada neste domingo (9).
Foto: Jefferson Peixoto / Secom PMS

Considerado um sítio natural sagrado da cultura afro-brasileira, a Pedra de Xangô, em Cajazeiras X, recebe a 16ª edição de sua tradicional caminhada neste domingo (9). A iniciativa é uma ação de resistência e resgate da memória do povo negro e das comunidades das religiões de matriz africana do bairro. O evento conta com o apoio da Prefeitura de Salvador, através da Fundação Gregório de Mattos (FGM).

A atividade, que acontece tradicionalmente no segundo domingo de fevereiro, tem concentração marcada para as 7h30, com café da manhã e encontro de representantes de terreiros de toda a Bahia, além de adeptos de alguns estados brasileiros, como São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco e Rio Grande do Sul. O cortejo percorrerá cerca de 2 quilômetros, entre o Campo da Pronaica até a Pedra de Xangô, onde será depositado o tradicional “Amalá de Xangô”, prato dedicado ao orixá, composto por quiabo, carne de boi, azeite, frutas e outros vegetais, que é “deitado”, aos pés do monumento, tombado como patrimônio cultural do município de Salvador desde 2017.

Segundo Mãe Dialá, do Ilê Axé Babá Olufã Alá, em Cajazeiras, a Caminhada da Pedra de Xangô começou por iniciativa de uma grande ialorixá do bairro, chamada Mãe Zil, do Terreiro Tingongo Muende, de Cajazeiras XI que, depois de algumas edições, passou o bastão para Mãe Iara de Oxum. “Foram organizados 12 terreiros da região para cultuar aquele grande altar. Essa é uma caminhada de muita importância, devido ao seu contexto histórico, visto que aquele lugar era parte de um grande quilombo no passado, onde os negros fugidos de fazendas de Salvador se refugiavam. Hoje é um grande símbolo de resistência e de combate à intolerância religiosa”.

Para Chicco Assis, diretor de Patrimônio e Equipamentos Culturais da FGM, a Pedra de Xangô é um importante marco identitário de Cajazeiras, com grande relevância para as religiões de matriz africana. “Desde 2017, foi reconhecida pelo município, através da fundação, como patrimônio cultural de Salvador, sendo constituído o Parque Pedra de Xangô, administrado pela Secretaria Municipal de Sustentabilidade, Resiliência, Bem-estar e Proteção Animal (Secis), como uma principal ação de preservação do bem cultural”.

“A Caminhada da Pedra de Xangô, em seus 16 anos de existência, tem se consolidado no calendário de festas populares da cidade como uma importante manifestação que, além de chamar a atenção para a importância da Pedra de Xangô e da sua preservação, contribui com a luta de combate ao racismo, à intolerância e ao desrespeito religioso”, completa o gestor.

ANÚNCIO

Mãe Iara de Oxum, do Ilê T’omi Kiosísè Ayó, e coordenadora da caminhada, entende a atividade como um ato de resistência e resgate da cultura e ancestralidade do povo negro de Salvador. “A Pedra de Xangô representa um pedaço da história do povo negro e do povo de santo da cidade do Salvador. É um símbolo de resistência e uma referência à nossa ancestralidade. Essa luta para preservar aquele monumento contou com ações como essa caminhada, tradicionalmente no segundo domingo de fevereiro. Também foi necessária a união dos terreiros para preservar essa cultura e nossa ancestralidade, pois é para nós um dever físico e moral”.

Apoio

A Prefeitura apoia a Caminhada da Pedra de Xangô por meio de ações institucionais, logísticas e operacionais, a exemplo da presença de agentes da Guarda Civil Municipal (GCM) e da Transalvador, na coordenação do tráfego durante a caminhada, bem como na orientação, monitoramento e suporte.

A Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb) garantirá a limpeza de todo o entorno, trato e pintura de meio-fio e calçadas, antes e depois do evento, bem como a presença de sanitários públicos ao longo do trajeto. Há ainda a liberação de licenças e certidões por meio da Central Integrada de Licenciamento de Evento (CLE). Já a Secretária Municipal de Manutenção (Seman) garantiu apoio com a poda das árvores no percurso, alinhamento da vegetação de modo prevenir quaisquer incidentes durante a caminhada.

Continue Lendo
ANÚNCIO
Clique para comentar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Cultura

Coral do Neojiba encanta o público da Estação Rodoviária do Metrô

O repertório, composto por 15 canções de compositores baianos e natalinas, celebra a chegada do fim de ano

Publicado

em

Coro Infantojuvenil dos Núcleos Estaduais de Orquestras Infantis e Juvenis da Bahia (Neojiba), formado por 50 cantores e músicos
Foto: Matheus Landim/GOVBA

Nesta segunda-feira (15), quem passou pela Estação Rodoviária do Metrô, em Salvador, foi surpreendido por uma apresentação especial do Coro Infantojuvenil dos Núcleos Estaduais de Orquestras Infantis e Juvenis da Bahia (Neojiba), formado por 50 cantores e músicos na faixa etária de 13 a 20 anos. O repertório, composto por 15 canções de compositores baianos e natalinas, celebra a chegada do fim de ano.

O estudante Gerônimo Santos deu uma pausa no agito da jornada para acompanhar a apresentação. “Passar por aqui e ver esse coral cantando e não parar é quase impossível. Trazer esse momento de acalanto dá uma massagenzinha boa na alma”, considerou.

A ação faz parte do projeto Natal Musical do Neojiba, que conta com o apoio do Governo do Estado e busca aproximar a arte e a música da rotina das pessoas, ocupando espaços públicos com cultura e entretenimento. Em meio a embarques e desembarques, passageiros pararam, gravaram vídeos, sorriram e se emocionaram com a harmonia das vozes que integram o programa.

Esta foi a primeira vez que a soprano Sophia Agnes, de 15 anos, realizou uma apresentação deste tipo. Ela, que está no Neojiba desde 2022, ficou emocionada com a receptividade do público. “Foi algo mágico, eu não esperava que as pessoas, na correria do dia a dia, parassem para prestigiar o que a gente estava fazendo. Ver as pessoas dançando, curtindo, foi muito prazeroso para a gente, enquanto cantor”, afirmou.

Experiência inédita também para o coordenador pedagógico do Neojiba, Joílson Cerqueira. “A gente nunca fez uma apresentação com tanta gente. É um aprendizado muito grande. Estamos muito felizes em poder estar aqui, apresentando, e as pessoas poderem conhecer um pouco mais sobre o coro”, destacou o coordenador.

ANÚNCIO

A apresentação é resultado de uma parceria entre a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH) e o Instituto Motiva do Metrô Bahia, reforçando a proposta de transformar espaços urbanos em palcos de manifestações culturais e ampliar o acesso da população à arte.

O chefe de gabinete da SJDH, Raimundo Nascimento, enfatizou: “é um programa prioritário do Governo do Estado, uma mostra do que é a alegria, a satisfação, a inclusão de adolescentes, jovens e crianças pela música”. Criado em 2007, o Neojiba é mantido pela SJDH e reconhecido por promover inclusão social e oportunidades de desenvolvimento por meio da música coletiva.

Atualmente, a iniciativa atende mais de 2.360 integrantes diretos em seus 13 núcleos em Salvador, Região Metropolitana e interior do estado, e, beneficia mais de seis mil pessoas de forma indireta em ações de parcerias, mostrando que a música também pode ser um caminho de transformação — inclusive no meio da estação, no ritmo da cidade.

Continue Lendo

Agricultura

Feira Baiana da Agricultura Familiar movimenta Salvador e valoriza produção do campo

Maior evento do setor no Brasil reuniu 700 expositores, 10 mil produtos e cerca de 80 mil visitantes em cinco dias

Publicado

em

Durante cinco dias, a 16ª Feira Baiana da Agricultura Familiar e Economia Solidária transformou o Parque Costa Azul, em Salvador,
Foto: Joá Souza/GOVBA

Durante cinco dias, a 16ª Feira Baiana da Agricultura Familiar e Economia Solidária transformou o Parque Costa Azul, em Salvador, no maior ponto de encontro entre quem produz no campo e quem consome na cidade. Considerada a maior feira de comercialização da agricultura familiar do Brasil, o evento começou na última quarta-feira (10) e encerrou neste domingo (14), com a visita do governador Jerônimo Rodrigues aos estandes e diálogo com expositores.

A expectativa é que cerca de 80 mil pessoas tenham visitado o espaço, reforçando a importância da agricultura familiar para a economia e para a mesa dos baianos. Ao todo, 700 expositores, representando mais de 650 empreendimentos dos 27 Territórios de Identidade da Bahia, ocuparam mais de 150 estandes, com exposição de 10 mil produtos.

Acompanhado da primeira-dama, Tatiana Velloso, e de secretários estaduais, Jerônimo destacou: “É uma agenda fundamental para gerar renda, manter a população produtiva no campo e fortalecer um mercado de alimentos de qualidade”.

Diversidade e cultura

O público encontrou alimentos, bebidas, artesanato, produtos agroecológicos e expressões culturais que conectam saberes tradicionais à capital. Destaque para as tendas Indígena e Quilombola, que evidenciam a força cultural e produtiva das comunidades tradicionais.

“Durante a feira é possível comprar e também fazer negócios. Reflexo de uma política pública que garante dignidade ao homem e à mulher do campo, gera renda e assegura alimentos saudáveis, em sintonia com a sustentabilidade”, afirmou Osni Cardoso, secretário de Desenvolvimento Rural.

ANÚNCIO
Novidades e programação

Entre as novidades, o espaço Caminho da Roça estreou com seis ambientes temáticos dedicados a cadeias produtivas estratégicas: mel, café, mandioca, cacau, queijo e caprinos/ovinos, além do espaço Flores da Bahia. A feira contou ainda com 26 restaurantes e uma programação diversificada, incluindo a 3ª Feira de Produtos Orgânicos e Agroecológicos Certificados, seminários, rodadas de negócios e lançamentos de projetos.

Com investimento de R$ 8 milhões, a Feira Baiana da Agricultura Familiar e Economia Solidária é realizada pelo Governo do Estado, por meio da SDR e CAR, em parceria com o MDA e Unicafes Bahia, com apoio da Apex Brasil, Bahia Sem Fome, FLEM e Conder.

Para Adolpho Loyola, secretário de Relações Institucionais, o evento evidencia o avanço da agricultura familiar baiana: “A feira mostra que o setor vai além da produção primária, com investimentos na industrialização e geração de riqueza, ampliando oportunidades e consolidando um modelo integrado”.

Continue Lendo

Agricultura

Feira Baiana destaca protagonismo indígena e quilombola na economia solidária

Evento reforça políticas públicas, amplia diversidade territorial e dá visibilidade a histórias de transformação social

Publicado

em

A 16ª edição da Feira Baiana da Agricultura Familiar e Economia Solidária reafirmou o compromisso do Governo da Bahia com a
Fotos: Adriel Francisco

A 16ª edição da Feira Baiana da Agricultura Familiar e Economia Solidária reafirmou o compromisso do Governo da Bahia com a valorização das comunidades indígenas e quilombolas. Com mais estandes e maior diversidade territorial, o evento também destacou histórias de transformação social, especialmente protagonizadas por mulheres artesãs.

Tenda Quilombola

Claudineia Conceição dos Santos, da Comunidade Quilombola Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, celebra mais um ano de boas vendas. Integrante da Associação Raízes do Quilombo, formada por 34 artesãs e um artesão, ela explica: “Participamos desde o início, quando a feira era no Parque de Exposições. Hoje, nossos produtos usam piaçava, palha da costa, coco, osso, miçanga e chifre”.

O artesanato ganhou força em 2000, quando Mãe Bernadete articulou um curso de capacitação. “Ela trouxe esse conhecimento para garantir independência às mulheres. Hoje exportamos para França e Bogotá”, conta Claudineia. Entre os produtos estão mandalas, biojoias, bolsas e cerâmicas, com preços entre R$5 e R$450.

Nesta edição, foram 12 estandes quilombolas e 24 representantes de comunidades de sete municípios, abrangendo cinco Territórios de Identidade.

Tenda Indígena

Ana Melo, do povo Kaimbé, de Euclides da Cunha, participa pela primeira vez. “Trazer meu artesanato para ser reconhecido é muito bom. Quero participar sempre”, afirma. Suas peças incluem colares, pulseiras e cestas feitas com materiais do território, como palha da licurizeira e sementes de Lágrima de Nossa Senhora.

ANÚNCIO

Este ano, representantes indígenas vieram de 10 municípios, alcançando oito Territórios de Identidade, incluindo Semiárido Nordeste II, Recôncavo e Chapada Diamantina.

Valorização cultural e econômica

Para o secretário de Desenvolvimento Rural, Osni Cardoso, a participação crescente dessas comunidades demonstra o avanço das políticas públicas. “Essas comunidades têm papel fundamental na economia da Bahia, e nossa missão é garantir oportunidades, apoio e visibilidade”, afirmou.

Realização

A feira é promovida pelo Governo do Estado, por meio da SDR e CAR, em parceria com o MDA e UNICAFES Bahia, com apoio da Apex Brasil, Bahia Turismo, Bahia Sem Fome, FLEM e Conder.

Continue Lendo

Mais Lidas