Internacional
Baiano de Conquista vai concorrer ao governo de Massachusetts, nos EUA
Orlando Silva saiu da Bahia em 1993 em busca do sonho americano e só conseguiu a cidadania ano passado

Orlando Silva, baiano de Vitória da Conquista foi em busca do sonho americano em 1993, aos 15 anos, deixando sua cidade natal para ir morar nos EUA com a irmã mais velha. Estudou, trabalhou, abriu sua própria empresa e hoje, aos 44, resolveu concorrer ao governo de Massachusetts. Se vencer a eleição marcada para novembro de 2022, será a primeira pessoa nascida no Brasil a ser governadora nos EUA. Mas, ainda existe um longo caminho a ser percorrido.
Segundo matéria do jornal O Globo, Silva é casado com uma brasileira e pai de duas filhas, veterano na manutenção de tubulações de aquecedores e aparelhos de ar-condicionado, mas está debutando na política. Virou cidadão americano no ano passado, quando votou pela primeira vez e se filiou ao Partido Democrata.
Em março, registrou sua campanha para participar da primária do partido, programada para julho de 2021, e conseguiu um pouco da atenção que precisará para ter a pré-candidatura aceita pelos democratas, atrás de um nome capaz de interromper a sequência de dois mandatos republicanos no estado, encabeçados pelo governador Charlie Baker.
Ele precisa recolher 10 mil assinaturas de apoio ao seu nome e gerar um burburinho a ponto de ser levado a sério pelo diretório democrata. O desafio é imenso, e Silva não tem nem redes sociais oficiais. O empresário diz que tentará fazer duas campanhas paralelas: uma voltada para os brasileiros, outra para seus eleitores de fato, os americanos e imigrantes que já ganharam a cidadania e podem votar.
Silva espera que seus conterrâneos atuem como cabos eleitorais. Há uma estimativa de que 65 mil brasileiros vivam em Massachusetts, em número de imigrantes brasileiro só perde para a Flórida. A maioria ainda está em situação irregular e os que têm o green card, sem cidadania, não podem votar.
“Percebo que não existe uma pessoa que represente o nosso povo aqui e diga que merecemos respeito. Nós, brasileiros, fizemos muito pelo estado, com a nossa força de trabalho”, afirma Silva. “Eu me aproximei de certos indivíduos que estão na política, que acharam interessante minha proposta de ser candidato, mesmo não sendo conhecido. As pessoas já estão cansadas dos políticos normais, estão procurando algo diferente. E a comunidade brasileira vai ser uma grande ajuda. O brasileiro estará limpando uma casa e dizendo: “Olha, dê uma olhada no que esse rapaz tem a oferecer”. Acreditamos que a comunidade brasileira pode divulgar nossa campanha entre os americanos.
Internacional
Brics cobra US$ 1,3 trilhão em financiamento climático até a COP30
O entendimento é de que a mobilização de recursos é responsabilidade de países desenvolvidos para com países em desenvolvimento

Os países do Brics publicaram nesta segunda-feira (7) uma declaração conjunta em que cobram os países mais ricos a ampliarem a participação nas metas de financiamento climático. A iniciativa de captação de recursos, chamada Mapa do Caminho de Baku a Belém US$ 1,3 trilhão, destaca a importância de se chegar a esse valor até a COP30, em novembro.
“Expressamos séria preocupação com as lacunas de ambição e implementação nos esforços de mitigação dos países desenvolvidos no período anterior a 2020. Instamos esses países a suprir com urgência tais lacunas, a revisar e fortalecer as metas para 2030 em suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) e a alcançar emissões líquidas zero de GEE [gases do efeito estufa] significativamente antes de 2050, preferencialmente até 2030, e emissões líquidas negativas imediatamente após”, diz um dos trechos do documento.
A defesa do multilateralismo foi uma das principais bandeiras do grupo, reunido na Cúpula de Líderes, no Rio de Janeiro. Nesse sentido, o Brics reforça o papel da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) e o Acordo de Paris como principal canal de cooperação internacional para enfrentar a mudança do clima.
O entendimento é de que a mobilização de recursos é responsabilidade de países desenvolvidos para com países em desenvolvimento. O grupo reconhece que há interesses comuns globais, mas capacidades e responsabilidades diferenciadas entre os países.
O texto aponta a existência de capital global suficiente para lidar com os desafios climáticos, mas que estão alocados de maneira desigual. Além disso, enfatiza que o financiamento dos países mais ricos deve se basear na transferência direta e não em contrapartidas que piorem a situação econômica dos beneficiados.
“Enfatizamos que o financiamento para adaptação deve ser primariamente concessional, baseado em doações e acessível às comunidades locais, não devendo aumentar substancialmente o endividamento das economias em desenvolvimento”, ressalta o documento.
Os recursos públicos providos por países desenvolvidos teriam como destino as entidades operacionais do Mecanismo Financeiro da UNFCCC, incluindo o Fundo Verde para o Clima (GCF), o Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), o Fundo de Adaptação, o Fundo de Resposta a Perdas e Danos (FRLD), o Fundo para Países Menos Desenvolvidos e o Fundo Especial para Mudança do Clima.
Além do envolvimento de capital público, são defendidos investimentos privados no financiamento climático, de forma a proporcionar também o uso de financiamento misto.
“Destacamos que o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), proposta para lançamento na COP30, tem potencial de ser um instrumento promissor de finanças mistas, capaz de gerar fluxos de financiamento previsíveis e de longo prazo para a conservação de florestas em pé”, diz a declaração.
Mercado de carbono
Outros destaques da declaração foram a defesa dos dispositivos sobre mercado de carbono, vistos como forma de catalisar o engajamento do setor privado. O Brics se compromete a trocar experiências e atuar em cooperação para promover iniciativas na área.
Em outro trecho do documento, é mencionado o apoio ao planejamento nacional que fundamenta as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), vistas como “principal veículo para comunicar os esforços de nossos países no enfrentamento à mudança do clima”.
Há ainda espaço para condenação e rejeição às medidas protecionistas unilaterais, tidas como punitivas e discriminatórias, que usam como pretexto as preocupações ambientais. São citados como exemplo, mecanismos unilaterais e discriminatórios de ajuste de carbono nas fronteiras (CBAMs), requisitos de diligência prévia com efeitos negativos sobre os esforços globais para deter e reverter o desmatamento, impostos e outras medidas.
Internacional
Líderes chegam para a reunião de Cúpula do Brics
A 17ª reunião de cúpula do grupo acontece neste domingo (6), no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM)

Os chefes de governo e representantes dos países que integram o Brics começaram a chegar, pouco antes das 9h30 deste domingo (6), no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM), para a 17ª reunião de cúpula do grupo. Depois do anfitrião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o primeiro líder a chegar foi o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Aragchi.
Até as 10h10, já haviam chegado também o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi; o primeiro-ministro egípcio, Mostafa Madbouly; o príncipe dos Emirados Árabes Unidos, Khalid Bin Mohamed Bin Zayed Al-Nahyan; o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa; e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov.
O Brics tem, como membros permanentes, Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Irã, Indonésia, Egito, Etiópia e Emirados Árabes. Além disso, há dez nações parceiras: Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda, Uzbequistão e Vietnã.
Neste domingo e na segunda-feira (7), os líderes conversarão e farão discursos em sessões especiais. A primeira sessão, pela manhã, tratará de paz, segurança e reforma da governança global.
Estão previstas uma declaração conjunta dos líderes da cúpula e outras três declarações temáticas: sobre inteligência artificial, financiamento climático e doenças socialmente determinadas.
Internacional
Morre Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai
Ele enfrentava um câncer de esôfago e estava recolhido em seu sítio, nos arredores de Montevidéu

Morreu nesta terça-feira (13), no Uruguai, o ex-guerrilheiro, ex-presidente e ícone da esquerda latino-americana José Alberto “Pepe” Mujica Cordano, aos 89 anos. Mujica enfrentava um câncer de esôfago e estava recolhido em seu sítio, nos arredores de Montevidéu, onde cultivava flores e hortaliças.
Conhecido como “presidente mais pobre do mundo” por seu estilo de vida simples, por dirigir um fusca dos anos 1970, doar parte do salário para projetos sociais e pelas reflexões políticas com forte teor filosófico, Mujica presidiu o Uruguai de 2010 a 2015.
Defensor da integração dos países latino-americanos e caribenhos, Pepe se tornou referência da esquerda do continente durante uma época em que representantes da esquerda e centro-esquerda assumiram diversos governos da região, como Venezuela, Argentina, Equador, Bolívia e Brasil.