O Carnaval da Bahia é um dos maiores e mais importantes eventos culturais do mundo. Este ano, ele fez história com o tema 40 anos do Axé Music – esse movimento que traduz tão bem a alma do povo baiano e que nos possibilitou celebrar a nossa tradição, mas também parte significativa da nossa história de inventividade e ousadia criativa.

Renovado, o Axé fez deste carnaval a festa das misturas, do intercâmbio intergeracional; dos leques; das rodas saltitantes; das pipocas em que foliões e trabalhadores se (con)fundiam entre abraços e risos. A imagem de Maria Carolina, a policial sorridente, acolhida pelos foliões, simbolizando a essência de um carnaval democrático e seguro, ficará marcada em nossas memórias.

Acompanhar a histórica vitória do Brasil no Oscar, com o filme Ainda Estou Aqui conquistando a estatueta de Melhor Filme Estrangeiro, ao vivo no Pelourinho – um local que, além de ser palco de tantas lutas por resistência, se consolida como um espaço democrático e de encontro das famílias no carnaval – foi outro momento marcante desta edição de 2025.

E esse sucesso, tanto em Salvador quanto nos 130 municípios em que apoiamos o carnaval, só foi possível graças ao trabalho de um governo que acredita na Cultura enquanto um vetor de promoção de alegria, paz e dinamização da economia. E por isso desenvolveu um conjunto de políticas integradas e continuadas ao longo de todo o ano. O apoio aos Blocos Afros, por meio do Ouro Negro – o maior da história, com R$ 15 milhões -, é um exemplo desse trabalho.

A significativa redução nos índices de violência, com uma queda de 33% nos roubos em comparação ao ano anterior, é um outro um reflexo do nosso empenho. Ao construir esse ambiente de paz, atraímos 3,5 milhões de turistas para toda a Bahia, gerando um impacto econômico de R$ 7 bilhões nos setores de turismo, comércio e serviços.

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Carlinhos Brown fechou o Carnaval de Salvador 2025 nesta Quarta-Feira de Cinzas (5) com o seu tradicional arrastão. Um momento que o próprio artista criou há 30 anos para que aqueles que trabalharam durante a folia momesca pudessem aproveitar, seguindo o trio do cantor pelo circuito Dodô. Entretanto, para Brown, o público do arrastão já ultrapassou os tradicionais ambulantes e cordeiros.

“Celebramos três datas importantes [neste ano]. O arrastão combina com os 75 anos do Trio e os 40 anos do Axé. E nós estamos celebrando isso, sim, com as pessoas que trabalharam, mas também com gente que veio curtir do mundo inteiro”, disse Brown, que fez todo o percurso a pé, em frente ao seu Camarote Andante, comandando uma percussão com mais de 200 homens e mulheres, trazendo logo atrás a Fubica e a Caetanave; estruturas que deram origem ao que hoje chamamos de trio elétrico.

Ao dar início a sua apresentação o artista fez a celebração a Exu, orixá responsável por abrir os caminhos, segundo as religiões de matriz africana. Na ocasião, Brown também saudou representantes do Governo da Bahia, que patrocinou o desfile do trio do Cacique.

As turistas do Rio de Janeiro, Silvia Assunção, Bruna Rodrigues e Marcele Rocha, que curtem a folia desde o Pipoco, com Léo Santana, aprovaram a festa em Salvador. “Meu primeiro Carnaval aqui em Salvador. Essa é a melhor festa do mundo. Eu sou carioca, já curti muito carnaval em bloco e a segurança aqui eu gostei muito. Me senti muito segura, muito segura mesmo, sem comparações. Tanto no bloco, quanto na pipoca e nos camarotes. A galera soteropolitana está de parabéns”, disse Silvia.

O mesmo fez o baiano Djalma Santos, que aproveitou todos os dias de carnaval, inclusive, o arrastão. “Todo ano eu desço com o Brown. Ele é um grande baiano. É por isso que eu tenho prazer de dizer que a Bahia é boa, que nós temos Brown, Ivete, Daniela, Margareth, Gil e Caetano”.

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O clima de tranquilidade e despedida reinou no arrastão desta Quarta-feira de Cinzas (5), última chance para quem curte os dias tradicionais da folia, na capital. Trabalhadores que atuaram na festa e foliões disseram adeus ao Carnaval 2025, contando com a segurança realizada por mais de 200 policiais, que acompanharam todo o trajeto.

Subcomandante do circuito Dodô, o tenente-coronel Roberto Araújo conta que o esquema de segurança no último ato do carnaval segue os mesmos cuidados aplicados pela PM ao longo da festa. “O sucesso, na verdade, é conjunto. A integração dos organismos de segurança pública, Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Técnica, todos os entes envolvidos, e isso é o que tranquiliza o folião”, afirmou.

Ele também cita a importância dos 47 portais de abordagem, em Salvador, para o sucesso do esquema, onde mais de três mil itens com algum potencial ofensivo foram impedidos de entrar na festa graças às revistas realizadas pela Polícia Militar da Bahia (PMBA) nos acessos aos circuitos. Também são nos portais que ficam instaladas as câmeras de reconhecimento facial que auxiliaram na captura de 20 foragidos da Justiça, só no circuito Dodô, de acordo com o tenente-coronel.

Arrastão para todo mundo

Se para a maioria das pessoas o arrastão é fim de festa, para o encarregado de logística, Paulo Silva, a Quarta-Feira de Cinzas foi dia de estréia. Amante do formato do último dia de festa, ele compareceu com a família logo cedo para assistir a todas as apresentações. “O arrastão pra mim é tudo de bom. Já tem uns dez anos que eu curto. Você não vê uma briga. A segurança é totalmente tranquila. Tem muita patrulha”, contou.

Turista do Rio de Janeiro, a promotora de eventos Brunna Odete veio com toda a família para Salvador e ficou para conferir todos os trios do arrastão. Ela disse que a meta é curtir até o último segundo. “O arrastão é muito mais tranquilo. A gente já está com a cidade mais vazia, muitos turistas já foram embora, a gente já consegue curtir o percurso inteiro com as crianças, todo mundo acompanhando, é mais tranquilinho”, disse.

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