Eleições 2022
BA: Número de eleitores jovens em fevereiro é o menor desde 2018
Em fevereiro deste ano, 60.641 haviam se habilitado. Em comparação com 2018, estavam aptos a votar 119.256 jovens no mês

Por Carla Melo
Com a aproximação das eleições, uma grande responsabilidade acompanha o jovem: tirar seu título de eleitor. Uma coisa entretanto chama a atenção neste ano de 2022. O número de jovens eleitores baianos de 16 e 17 anos (idade mínima para votar), em fevereiro deste ano, foi o menor em comparação com o mesmo mês em 2018, quando aconteceram as últimas eleições gerais, que elegeram Jair Bolsonaro (PL) à presidência.
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em janeiro de 2022, 55.810 baianos, de 16 e 17 anos possuíam título de eleitor. Em fevereiro, 60.641 haviam se habilitado. Em comparação com os mesmos meses de 2018, estavam aptos a votar em janeiro, 123.660 jovens, e 119.256 em fevereiro.
Já em março deste ano, a diferença diminuiu. Foram 119.256 jovens que haviam tirado o título de eleitor. Em 2018 do mesmo mês, foram 118.994 jovens que emitiram o documento. Uma diferença de 262 jovens.
Em Salvador, um total de 8.674 jovens com idade mínima para votar, estavam com o título de eleitor em mãos, em fevereiro deste ano em comparação com fevereiro de 2018, quando 14.034 haviam tirado o título. No mês de março de 2022, 11.354 soteropolitanos emitiram o título de eleitor.
Em números gerais, no Brasil, foram 834.986 mil jovens desta faixa etária que se habilitaram para o período eleitoral em fevereiro de 2022. No mesmo mês, em 2018, foram 1.430.949 eleitores. Uma diferença de 595.963 mil jovens. Em março deste ano, 732.033 jovens emitiram o título.
Por que o número está caindo?
Para o cientista político e professor da Universidade de São Paulo (USP), José Álvaro Moisés, apesar do registro de queda no número de eleitores jovens na Bahia, este cenário atinge todo o aspecto nacional.
“Isso vem chamando atenção porque essa é uma eleição muito importante que nós vamos ter no Brasil, que está em questão a sobrevivência da democracia, está em questão a retomada da economia, criação de empregos, questões muito importantes.”, explica o professor.
Segundo ele, inúmeros motivos explicam a baixa adesão dos jovens desta faixa etária, mas duas razões são principais para entender a queda. “O primeiro é mais imediato, conjuntural. Jovens para participar de qualquer coisa dependem muito da justificativa pela qual eles são convidados, do ambiente, da atmosfera que se cria. O que nós estamos vendo é um ambiente de polarização muito grande em que os principais candidatos, o tempo todo se criticam. Isso não cria um ambiente favorável para as pessoas entenderem que podem participar. O segundo motivo é que não existe, no sistema educacional brasileiro, uma disciplina, ou uma perspectiva, ou uma preocupação em, desde o ensino básico, principalmente no ensino médio, explicar para pessoas como funciona a democracia”, explica Moisés.
Porque os números oscilam mês a mês?
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), diversos fatores influenciam a oscilação no quantitativo de eleitores de um mês a outro. “Em geral, há variações nos quantitativos por mês devido à diversos fatores, tais como transferências, cancelamentos, novos títulos ou até revisão eleitoral”.
Para o professor José Álvaro, além dos motivos processuais que envolvem a emissão do título de eleitor, os baixos números podem ser entendidos como baixa adesão, que segundo ele são afetados por dois fatores conjunturais: a falta de transparência e “o exemplo que alguns políticos dão”.
“Uma é a informação, como em todas as coisas, para as pessoas participarem, é preciso que as informações sejam muito abundantes, muito ricas e sejam muito claras. Nem sempre é assim, os jovens muitas vezes ficam em dúvida de como eles vão fazer o seu registro quando eles vão chegar lá. A segunda é que a política é como se fosse um grande teatro que envolve a sociedade, envolve os atores. Se os atores principais ao invés de atuarem bem e mostrarem que estão voltados para resolver os problemas da sociedade do país, os mais jovens não tem razão para acreditar. Quando eles perdem a confiança, escapa essa ligação, quebra essa ligação de uma maneira que pode ser muito negativa para a democracia brasileira”, explica o professor.
Campanhas
Para atrair o maior número de jovens nas eleições deste ano, entre os dias 14 e 18 de março de 2022, o TSE emitiu 96.425 novos títulos em todo o Brasil e no exterior para jovens com 15 a 18 anos, durante a Semana do Jovem Eleitor. A Bahia foi um dos estados mais engajados na campanha, emitindo 7,083 títulos de eleitores. Ficou atrás apenas do estado de São Paulo (18,186) e Minas Gerais (9,050).
Em números mais recentes divulgados pelo TSE, 854.685 jovens de 15 a 18 anos tiraram o documento eleitoral haviam solicitado a emissão do primeiro título de eleitor até o dia 21 de março deste ano. ”
“Esse número corresponde a quase dois terços do total de jovens que se alistaram para votar nas Eleições Municipais de 2020 e sinaliza uma quebra na tendência de queda nos números de eleitores nessa faixa etária que vinha se registrando na última década”, informou o tribunal.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as projeções da população de jovens de 16 e 17 anos configura em um total de 6.131.971 brasileiros, em 2022. Na Bahia, o quantitativo de jovens com idade mínima para votar é de 459.867.
A Bahia representou uma maior participação na adesão pelo registro do título de eleitor e, segundo o cientista político José Álvaro, fatores regionais, culturais e históricos políticos influenciaram para o cenário de crescimento.
“É que um fator importante é quando o governo funciona melhor. Se você tem um governo que funciona muito mal, automaticamente isso exclui as pessoas. Se você tem políticos que estão o tempo todo se dedicando, mostrando que estão preocupados, que ao mesmo tempo gastam o seu tempo em tentar resolver as questões, que estão em contato com a população, fazem um esforço de integrar as pessoas, esses exemplos de funcionamentos positivos influenciam muito os jovens. Isso varia de estado para estado, e de região para região do Brasil.”, evidencia Moisés.
Mobilização nacional
Com a baixa adesão de jovens, diversas celebridades, influencers e figuras políticas estão se mobilizando pela internet e eventos para incentivar a habilitação eleitoral entre os jovens. Personalidades com a cantora Anitta, a ex-BBB 21 Juliette, o comediante Whindersson Nunes têm incentivado em suas redes sociais a aderência para tirar o título de eleitor.
Você maior de 16 tire seu título de eleitor até o dia 4 de maio para mudarmos o futuro e eu conseguir fazer um filme com Adam Sandler ????????? https://t.co/2XOaRb620V
— Whindersson (@whindersson) March 24, 2022
A cantora Anitta, que recentemente chegou ao primeiro lugar do Spotify Global com o single “Envolver”, chegou a afirmar que fotos com ela, só apresentando o título de eleitor.
Então agora é isso hein… me pediu foto quando me encontrou em algum lugar? Se for maior de 16 eu só tiro a foto se tiver foto do título de eleitor. ?
— Anitta (@Anitta) March 23, 2022
Para o cientista político, em meio a um cenário de riscos e ameaças à democracia, agentes culturais percebem o momento crítico e têm criado palco para mobilização e maior participação na comunidade e maior responsabilidade sobre a temática.
“Uma coisa importante da democracia é a responsabilidade daqueles que tem mais recursos mais recursos financeiros, mais recursos de comunicação, mais recursos de contato, mais recursos inclusive intelectuais, artísticos e culturais. É uma responsabilidade grande. Então, eu vejo ações de muitos artistas, uma coisa muito positiva que é deles fazerem um esforço de conexão entre a vida cultural, a digamos assim, as coisas que as gostam como música e shows, teatro, cinema, etc, fazer uma conexão entre isso e decisões que são tomadas no mundo da política.”, explicou.

Eleições 2022
Jerônimo recebe o diploma de governador da Bahia
Também foram diplomados o vice-governador, o senador e seus suplentes, além dos deputados estaduais e federais

O Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA) realizou, na noite desta sexta-feira (16), a cerimônia de diplomação dos candidatos eleitos, na Bahia, nas Eleições Gerais 2022. Durante o evento, realizado no Teatro Castro Alves (TCA), foram entregues pela Justiça Eleitoral baiana, diplomas para Jerônimo Rodrigues, eleito governador; Geraldo Júnior, vice-governador; Otto Alencar, senador e seus suplentes, além dos eleitos para os cargos de deputados federal e estadual.
O ato finaliza o processo eleitoral e habilita os eleitos para o exercício do mandato a partir de 1º de janeiro. Além do presidente do TRE-BA, desembargador Roberto Maynard Frank, compareceram à solenidade diversas autoridades.
O governador diplomado Jerônimo Rodrigues usou as redes sociais para falar do orgulho e da responsabilidade que tem pela frente. “Com muito orgulho, recebo esse diploma, que consolida a confiança no nosso sistema eleitoral e representa a escolha de milhões de baianos e baianas. Pela primeira vez, a Bahia terá um governador indígena, negro e professor. Sei do tamanho da minha responsabilidade e vou trabalhar de forma incansável para honrar essa missão”, afirmou.
Eleições 2022
Fuzil e submetralhadora são encontrados nas buscas da PF
A ação determinada pelo ministro Moraes investiga bolsonaristas suspeitos de atos golpistas após o 2º turno da eleição presidencial

Na operação realizada na manhã desta quinta-feira, pela Polícia Federal (PF), determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, foram encontradas pelo menos 15 armas, incluindo um fuzil, um rifle e uma submetralhadora, além de munições. A ação investiga bolsonaristas suspeitos de atos golpistas após o segundo turno da eleição presidencial, em 31 de outubro, que deu vitória a Luiz Inácio lula da Silva.
Os agentes da PF cumprem mais de 100 mandados de busca e apreensão em sete estados e no Distrito Federal.
Os armamentos foram encontrados em Santa Catarina, onde 15 mandados de busca e apreensão são cumpridos. Em um primeiro endereço, foram encontradas 11 armas, incluindo uma submetralhadora, um fuzil, um rifle com luneta e munições. Não havia ninguém na residência.
Em outro endereço uma pessoa foi presa em flagrante e a PF encontrou quatro armas regulares e uma sem registro.
A Polícia Federal emitiu uma nota em que afirma estar cumprindo “81 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, em apuração que tramita na Corte acerca dos bloqueios de rodovias após a proclamação do resultado das Eleições Gerais de 2022”.
Já no Espírito Santo, mais 23 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão são cumpridos nas cidades de Vila Velha, Serra, Guarapari e Cachoeiro de Itapemirim. A PF não informou o nome dos alvos da operação desta quinta-feira.
Eleições 2022
Lula é diplomado presidente da República
O documento o habilita a tomar posse no cargo no dia 1º de janeiro de 2023. O ato desta segunda (12) encerra o processo eleitoral

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, entregou nesta segunda-feira (12) os diplomas de presidente e vice-presidente da República a Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin, respectivamente, eleitos no dia 30 de outubro, em segundo turno, para o mandato 2023-2026. Os documentos os habilitam a tomar posse nos cargos no dia 1º de janeiro.
A sessão solene destinada à diplomação dos eleitos foi aberta por Moraes no início da tarde. Em seguida, os ministros da Casa Ricardo Lewandowski e Benedito Gonçalves conduziram Lula ao Plenário, e, logo após, Alckmin foi conduzido pelos ministros Cármen Lúcia e Raul Araújo. Depois, houve a execução do Hino Nacional pela Fanfarra do 1º Regimento da Cavalaria de Guardas regida pelo Tenente Cláudio Marcio Araújo da Luz.
Após a execução do Hino, Moraes entregou o diploma a Lula, com os seguintes dizeres: “Pela vontade do povo brasileiro expressa nas urnas em 30 de outubro de 2022, o candidato pela coligação Brasil da Esperança, Luiz Inácio Lula da Silva, foi eleito presidente da República Federativa do Brasil. Em testemunho desse fato, a Justiça Eleitoral expediu-lhe este diploma, que o habilita à investidura no cargo perante o Congresso Nacional em 1º de janeiro de 2023, nos termos da Constituição Federal. Brasília, 12 de dezembro de 2022, no 201º ano da Independência e 134º ano da República”. O presidente do TSE também entregou o respectivo diploma a Alckmin.
Além de Moraes, participaram da mesa de honra da cerimônia de diplomação a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber; os presidentes do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira; o vice-presidente do TSE, ministro Ricardo Lewandowski; os ministros da Corte Cármen Lúcia, Benedito Gonçalves, Raul Araújo, Sérgio Banhos e Carlos Horbach; o procurador-geral eleitoral, Augusto Aras; e o presidente do Conselho Federal da OAB, Beto Simonetti.