Cultura
História dos bairros da capital baiana vira tema de livro
“Os 171 bairros de Salvador e as origens dos seus nomes” será lançado neste sábado (9) na Livraria do Glauber, no Cine Glauber Rocha

Depois do sucesso de público com os livros “Salvador tem muitas histórias” (2023) e “Quem tem medo da Mulher de Roxo?” (2024), o professor de História Adson Brito do Velho lança seu mais novo trabalho: Os 171 bairros de Salvador e as origens dos seus nomes (Editora Novos Sabores, 2025). A publicação chega ao mercado com o objetivo de resgatar e valorizar a memória da cidade de Salvador por meio da origem toponímica de cada um dos seus 171 bairros oficiais.
O lançamento acontece neste sábado (9), das 18h às 20h, na Livraria do Glauber, no Cine Glauber Rocha (Praça Castro Alves, Centro). O evento terá apresentações culturais com o cantor e violonista Jeilton Santos, que interpretará músicas ligadas a bairros da cidade, e o ator Alexandro Beltrão, que recitará trechos da obra.
Um convite ao pertencimento
Com 98 páginas e linguagem acessível, o livro é fruto de uma extensa pesquisa em fontes bibliográficas, jornalísticas e orais, em especial com antigos moradores da cidade. Diferente de uma obra de história tradicional, o foco do livro está na origem dos nomes dos bairros, apresentados em ordem alfabética — do Acupe ao Vista Alegre, passando também pelo mais novo deles, o Aquarius, oficializado apenas em 2024.
A proposta é incentivar a curiosidade histórica, promover educação patrimonial e reforçar o sentimento de pertencimento dos soteropolitanos — muitos dos quais desconhecem a história do próprio bairro onde vivem.
Curiosidades e descobertas
Entre os destaques, o autor relembra os 32 bairros oficiais de Salvador até 1960, conforme a Lei 1.038/1960, incluindo os já extintos Cruz do Cosme e Tanque da Conceição. A obra também contextualiza a ampliação da malha urbana com a Lei 9.278/2017, que reconheceu mais 163 bairros, incluindo localidades como Ilha de Maré, Ilha dos Frades e Bom Jesus dos Passos.
Desde 2020, sete novos bairros foram oficialmente reconhecidos, como Chame-Chame, Dois de Julho, Colinas de Periperi, entre outros — todos devidamente explicados no livro.
Há ainda um capítulo dedicado aos “falsos bairros”, como Campo Grande, Iguatemi e Bonocô, que embora muito conhecidos, não têm status oficial de bairro.
Bairros que contam histórias
O livro apresenta casos curiosos, como:
- Calabar: nome vindo de um quilombo habitado por negros da região de Kalabari, na Nigéria;
- Calabetão: deriva da mãe-de-santo Maria Calabetan;
- Garcia: fazia parte da Fazenda Garcia, de propriedade de Garcia D’Ávila;
- Imbuí: de origem tupi, significa “rio de cobras”;
- Rio Sena: criado em homenagem à Joana D’Arc, cujas cinzas foram lançadas no rio Sena, em Paris;
- Saramandaia: homenagem à novela homônima de Dias Gomes;
- STIEP e IAPI: nomes que surgiram das siglas de instituições vinculadas ao setor industrial e ao funcionalismo público.
Cada um dos 171 bairros é explorado de forma direta, com o significado e o contexto do nome, em um trabalho que combina rigor histórico com apelo popular.
Sobre o autor
Adson Brito do Velho é natural de Salvador, nascido em 1967 no bairro da Cidade Nova. Professor concursado de História desde 1993, também é psicólogo formado pela UFBA e especialista em Neuropsicologia. É vice-presidente da Academia de Letras, Música e Artes de Salvador e tem ampla atuação na valorização da memória cultural baiana.
Criador da página Salvador Tem Muitas Histórias no Facebook — com mais de 30 mil seguidores —, já colaborou com a Rádio Metrópole e com o jornal Massa!, além de receber diversas homenagens por sua atuação em prol da cultura e educação baiana.
Instagram: @adsonbritodovelho
Facebook: Salvador Tem Muitas Histórias
SERVIÇO
- Lançamento do livro: Os 171 bairros de Salvador e as origens dos seus nomes
- Autor: Adson Brito do Velho
- Data: 09 de agosto de 2025 (sábado)
- Horário: das 18h às 20h
- Local: Livraria do Glauber – Cine Glauber Rocha
- Endereço: Praça Castro Alves, nº 5, Centro, Salvador – BA
- Valor do livro: R$ 50,00
- Locais de venda:
Livraria Escariz (Shopping Barra)
Livraria Leitura (Salvador Shopping e Shopping da Bahia)
Livraria do Glauber (Cine Glauber Rocha) - Envio pelos Correios
Informações: (71) 98631-3242
Agronegócio
Abapa comemora 25 anos de fortalecimento da cotonicultura no estado
A produção de algodão tem papel estratégico para a economia baiana, especialmente nas regiões Oeste e Sudoeste
O governador Jerônimo Rodrigues participou do evento comemorativo pelos 25 anos da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), nesta sexta-feira (15), em Luís Eduardo Magalhães, no Oeste baiano. Fundada em 2000, a entidade se consolidou como referência na representatividade e no fortalecimento da cotonicultura no estado, atuando em toda a cadeia produtiva, desde a pesquisa científica até a comercialização da fibra, e contribuindo para o cumprimento da legislação ambiental e trabalhista no setor.
A produção de algodão tem papel estratégico para a economia baiana, especialmente nas regiões Oeste e Sudoeste, onde se concentram as lavouras. O setor gera milhares de empregos diretos e indiretos, movimenta cadeias logísticas e industriais e contribui para a balança comercial do estado com exportações de alta qualidade. O reconhecimento da pluma baiana no mercado internacional reforça a competitividade e a sustentabilidade da cotonicultura no cenário global.
Durante a celebração, foram destacadas as conquistas da Abapa ao longo de sua trajetória e a sua contribuição para o fortalecimento do agronegócio baiano. Atualmente, a Bahia é a segunda maior produtora nacional de algodão, com produção estimada em 1,78 milhão de toneladas em 2025, podendo chegar a 1,95 milhão de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em uma área cultivada de até 408 mil hectares.
“O algodão baiano é um exemplo de organização, produtividade e compromisso com a qualidade. Nosso governo tem trabalhado para criar condições que permitam que o setor continue crescendo, gerando empregos e fortalecendo a economia do estado”, destacou o governador.
A presidente da Abapa, Alessandra Zanotto, ressaltou a importância da sintonia entre o poder público e os produtores rurais. “O diálogo aberto e a boa relação com o governo são essenciais para que possamos avançar em políticas públicas, infraestrutura e ações de fomento, garantindo que a cotonicultura baiana continue se destacando no cenário nacional e internacional”, afirmou.
Cultura
Festa da Irmandade da Boa Morte movimenta Cachoeira até domingo (17)
O principal papel da entidade religiosa foi garantir uma partida digna às pessoas vulneráveis e fazer ressoar a mensagem de liberdade

Há mais de 200 anos a ancestralidade pede licença a cada mês de agosto em Cachoeira, quando se iniciam as festividades em celebração a Nossa Senhora da Boa Morte na Bahia. Nesta sexta-feira (15), a primeira-dama do Brasil, Janja da Silva, a primeira-dama da Bahia, Tatiana Velloso, ministras e secretários de Estado estiveram na sede da Irmandade da Boa Morte, na cidade do Recôncavo Baiano, onde acontecem os festejos desde 1820, para entregas e anúncios para a cultura popular, para os povos de terreiro e para a promoção da igualdade racial.

Primeiras-damas, Janja Silva e Tatiana Velloso, além das ministras Margareth Menezes, Anielle Franco e outras autoridades marcaram presença nas celebrações
“A Festa da Boa Morte tem uma importância muito grande por tudo que já entregou para a sociedade brasileira, resgatando a história, em outros tempos comprando a liberdade de pessoas escravizadas. É uma história muito comovente. É uma comunidade de mulheres, um movimento de mulheres defendendo a liberdade, defendendo os direitos humanos”, disse a ministra da cultura Margareth Menezes, presente na cerimônia.
- Foto: Wuiga Rubini/GOVBA
- Foto: Wuiga Rubini/GOVBA
- Foto: Wuiga Rubini/GOVBA
Antes do tradicional cortejo com 48 mulheres da irmandade cachoeirana, foi realizada a entrega do Prêmio do Ministério da Cultura para dona Dalva, sambista tradicional de Cachoeira. Na ocasião, foram anunciadas as obras pelo PAC Cidades para a casa de Samba da Dona Dalva e para o Terreiro Ilê Axé Icimimó. Dona Dalva também foi apresentada como a provedora da Festa da Boa Morte de 2026. Ainda foi entregue ao terreiro uma placa de tombamento pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
- Foto: Wuiga Rubini/GOVBA
- Foto: Wuiga Rubini/GOVBA
- Foto: Wuiga Rubini/GOVBA
Entre os anúncios para Cachoeira, estão a adesão do município à política de Povos de Terreiro do Governo Federal e ao Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (SINAPIR). Outras 12 prefeituras, além da de Cachoeira, entraram no sistema nacional. A prefeita cachoeirana, Eliana Gonzaga, representou os municípios. “É uma alegria estar representando aqui os municípios da Bahia e assumindo essa responsabilidade de combater o racismo, não só em Cachoeira, mas em todo o país”, disse.
Na Igreja da Matriz de Cachoeira as autoridades participaram da missa solene. A primeira-dama do Brasil, Janja da Silva, e as ministras foram homenageadas pela Irmandade da Boa Morte pela contribuição com políticas de valorização da cultura. Para o secretário da Cultura da Bahia, Bruno Monteiro, a festa é uma tradição bicentenária de fé, de resistência e de preservação da memória cultural. “O Governo do Estado reconhece essa festa como patrimônio imaterial da Bahia desde 2010 e, com muito respeito, nós construímos a cada ano em diálogo com as irmãs da Boa Morte. A nossa participação e o nosso apoio acontecem com um diálogo muito respeitoso às nossas senhoras, que representam gerações de mulheres negras que, desde a escravização, lutam pela liberdade”, enfatizou.
- Foto: Wuiga Rubini/GOVBA
- Foto: Wuiga Rubini/GOVBA
- Foto: Wuiga Rubini/GOVBA
Políticas federais
À frente da festa religiosa, a Irmandade da Boa Morte também recebeu o título de Promotora da Igualdade Racial pelo Governo Federal. A tradição afro-católica, conduzida exclusivamente por mulheres negras, foi criada no século XVII em Salvador e transferida para a Cachoeira em meio a conflitos que marcaram a capital baiana. Segundo a provedora da festa deste ano, Irmã Neci Santos Leite, há 17 anos na Irmandade, o principal papel da entidade religiosa foi garantir uma partida digna às pessoas vulneráveis e fazer ressoar a mensagem de liberdade.
“É o nosso reconhecimento de uma alforria. Isso foi uma busca, uma luta nossa ao longo dos séculos e começou com nossos ancestrais escravizados. Pessoas escravizadas não tinham direito a uma morte digna, eram jogadas em uma vala, de qualquer jeito, para os bichos destruírem. Então, nossa busca foi sempre por dignidade e por liberdade”, contou Irmã Neci, que ocupa com outras integrantes, anualmente, os cargos de provedora, procuradora, tesoureira e escrivã, responsáveis pela organização dos rituais e atividades culturais.
Sobre a festa
A Festa da Boa Morte começou na última quarta-feira (13) e vai até o domingo (17), com manifestações culturais, sambas de roda, missas, procissões e espaço dedicados ao empreendedorismo negro na cidade de Cachoeira.
Cultura
Fligê transforma Mucugê em capital literária da Chapada
Com o tema “Rios e Matas da Narrativa”, a 8ª edição da feira reúne arte, educação e cidadania

Mucugê, na Chapada Diamantina, respira e vive literatura, durante a abertura oficial, nesta quinta-feira (14), da 8ª Edição da Feira Literária – a Fligê. Com o tema “Literatura: Rios e Matas da Narrativa”, o evento, que é totalmente gratuito, promete reunir até domingo (17) um público diverso para celebrar a literatura e outras manifestações artísticas. O governador Jerônimo Rodrigues participou deste momento e destacou o investimento de R$ 2,5 milhões do Estado, para a organização e estrutura da feira.
“Eu tive condição de participar no ano de 2019 como secretário de Educação, e hoje volto como governador para referendar, não só com apoio financeiro, mas para referendar a presença de um governador, professor, que valoriza as festas e as feiras literárias como elemento importante para estimular a escrita e a leitura”, afirmou Jerônimo.
A feira já se consolidou como um dos principais eventos culturais da Bahia, reunindo autores, leitores, artistas e interessados em um diálogo intenso sobre literatura. Segundo a curadora da Fligê, Ester Figueiredo, o tema deste ano foi escolhido para provocar reflexões sobre o papel da natureza na narrativa literária e na preservação cultural.
“Esse tema dialoga com diferentes linguagens, além da literatura, o cinema, a música, o teatro. Ele está centrado na natureza, dentro da perspectiva literária. A Fligê é mais do que uma feira, é um encontro que deixa marcas na cidade e nas pessoas”, afirmou ela, destacando as expectativas positivas para os próximos dias de programação, que inclui mesas literárias, lançamentos de livros, expografias, atividades infantis na Fligêzinha, exibições no Fligêcine, grandes atrações musicais e espetáculos teatrais, além do Espaço Bahia Presente, onde vários órgãos e secretarias do estado apresentam projetos e ações executados em prol da educação e cidadania.
A secretária da Educação, Rowenna Brito, também esteve presente e sublinhou a importância da Fligê para a promoção da cultura e da literatura no interior da Bahia. Ela lembrou que eventos desse porte fortalecem a identidade cultural e ampliam o acesso à leitura para públicos que muitas vezes não têm contato com grandes iniciativas do gênero.
“É uma alegria a gente estar em Mucugê, na abertura da 8ª Feira Literária, uma agenda que é central para o Governo do Estado, mas além da abertura da feira, a gente também inaugurou uma escola de tempo integral. É a educação participando ativa e intensamente dessa feira literária”, disse.
Já o secretário da Cultura, Bruno Monteiro, enfatizou que o projeto Bahia Literária, que busca apoiar feiras, como a Fligê, é fundamental para fomentar a cultura nos municípios. “A Fligê é uma das feiras literárias mais tradicionais da Bahia, com uma repercussão nacional e internacional, e vem para reafirmar a importância desses eventos na formação de novos públicos leitores, no envolvimento da sociedade como um todo, em torno das políticas do livro, da leitura, da literatura”, indicou Bruno.
Moradores de Mucugê também celebraram o evento
“É um evento muito bom para a cidade e adoro participar, eu tentei vir a todas as oficinas. Gosto muito de estar incluso nesses eventos”, afirmou o estudante Rafael Matos, de 17 anos e que mora na cidade.
“Ver as escolas participando inteiramente. A Fligê completamente direcionada para os alunos, as crianças, os adolescentes, os pré-adolescentes e os jovens. Eu acho isso de um valor incrível. Por isso que eu gosto da Fligê”, relatou a professora e escritora Helena Medrado.
Além de enriquecer a vida cultural da cidade, a feira também traz impactos positivos para a economia, com o aquecimento do turismo. “Elas também são eventos turísticos muito importantes, porque incrementam o fluxo turístico, aumentando a ocupação dos equipamentos e movimentam a economia da localidade. E é isso que a gente assiste aqui em Mucugê, onde a Fligê já faz parte do calendário turístico do município”, pontuou o secretário do Turismo, Maurício Bacelar.
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