Agricultura
Juazeiro finaliza encontro nacional de agroecologia
O evento reuniu organizações, movimentos sociais e instituições públicas de todo o país
A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri) entende na agroecologia um instrumento fundamental para promover mudanças positivas na agropecuária baiana. A posição foi reafirmada durante o 13º Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA), realizado entre os dias 15 e 18 de outubro, em Juazeiro. O evento reuniu organizações, movimentos sociais e instituições públicas de todo o país para debater o tema “Agroecologia, Convivência com os Territórios Brasileiros e Justiça Climática”.
Para o engenheiro agrônomo Paulo Sérgio, que representou a Seagri no evento, a secretaria tem investido na formação de seus técnicos especificamente em agroecologia para orientar novos projetos voltados à agricultura baiana. “A Seagri, como fomentadora de uma agricultura e pecuária cada vez mais sustentável, acredita que um dos caminhos possa ser a agroecologia, como forma de implementar mudanças positivas”, destacou.
O apoio da secretaria se materializa através da assistência técnica prestada a associações de produtores rurais e cooperativas que buscam produzir de forma agroecológica. Engenheiros agrônomos e médicos veterinários da Seagri oferecem orientações e capacitações para que técnicos dessas entidades se tornem multiplicadores dos conceitos de agroecologia em suas comunidades.
“A Seagri demonstra perspectiva favorável, pois acredita numa pecuária e numa agricultura mais sustentável, utilizando a agroecologia como ferramenta, como instrumento de transformação ambiental, social e econômica”, destaca Paulo Sérgio.
A atividade na Bahia é uma política de Estado e um movimento social importante para a segurança alimentar. Impulsionada pela Política Estadual de Agroecologia (PEAPO) e integrada ao programa Bahia Sem Fome, a iniciativa substitui o uso de agrotóxicos por práticas sustentáveis com o ambiente. O foco é fortalecer a agricultura familiar, valorizar os saberes tradicionais e garantir alimentos orgânicos e saudáveis na mesa da população.
Anúncios federais fortalecem setor
O congresso em Juazeiro, ganhou ainda mais relevância com os anúncios do ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, da retomada do programa Ecoforte, com R$ 100 milhões destinados a apoiar 37 projetos em várias regiões brasileiras, além da liberação de créditos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar Agroecologia (Pronaf Agroecologia) para a safra 2025/2026.
As medidas beneficiarão agricultores familiares que adotam sistemas agroecológicos, reforçando a importância do tema tanto no cenário estadual quanto nacional, especialmente diante das emergências climáticas e da necessidade de promover justiça ambiental nos territórios brasileiros.
Agricultura
Feira Baiana destaca protagonismo indígena e quilombola na economia solidária
Evento reforça políticas públicas, amplia diversidade territorial e dá visibilidade a histórias de transformação social
A 16ª edição da Feira Baiana da Agricultura Familiar e Economia Solidária reafirmou o compromisso do Governo da Bahia com a valorização das comunidades indígenas e quilombolas. Com mais estandes e maior diversidade territorial, o evento também destacou histórias de transformação social, especialmente protagonizadas por mulheres artesãs.
Tenda Quilombola
Claudineia Conceição dos Santos, da Comunidade Quilombola Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, celebra mais um ano de boas vendas. Integrante da Associação Raízes do Quilombo, formada por 34 artesãs e um artesão, ela explica: “Participamos desde o início, quando a feira era no Parque de Exposições. Hoje, nossos produtos usam piaçava, palha da costa, coco, osso, miçanga e chifre”.
O artesanato ganhou força em 2000, quando Mãe Bernadete articulou um curso de capacitação. “Ela trouxe esse conhecimento para garantir independência às mulheres. Hoje exportamos para França e Bogotá”, conta Claudineia. Entre os produtos estão mandalas, biojoias, bolsas e cerâmicas, com preços entre R$5 e R$450.
Nesta edição, foram 12 estandes quilombolas e 24 representantes de comunidades de sete municípios, abrangendo cinco Territórios de Identidade.
Tenda Indígena
Ana Melo, do povo Kaimbé, de Euclides da Cunha, participa pela primeira vez. “Trazer meu artesanato para ser reconhecido é muito bom. Quero participar sempre”, afirma. Suas peças incluem colares, pulseiras e cestas feitas com materiais do território, como palha da licurizeira e sementes de Lágrima de Nossa Senhora.
Este ano, representantes indígenas vieram de 10 municípios, alcançando oito Territórios de Identidade, incluindo Semiárido Nordeste II, Recôncavo e Chapada Diamantina.
Valorização cultural e econômica
Para o secretário de Desenvolvimento Rural, Osni Cardoso, a participação crescente dessas comunidades demonstra o avanço das políticas públicas. “Essas comunidades têm papel fundamental na economia da Bahia, e nossa missão é garantir oportunidades, apoio e visibilidade”, afirmou.
Realização
A feira é promovida pelo Governo do Estado, por meio da SDR e CAR, em parceria com o MDA e UNICAFES Bahia, com apoio da Apex Brasil, Bahia Turismo, Bahia Sem Fome, FLEM e Conder.
Agricultura
Feira Baiana de Agricultura Familiar movimenta Salvador com 700 expositores e sabores regionais
Evento reúne empreendimentos de 27 territórios da Bahia, promove troca de experiências e fortalece a economia rural
A troca de experiências entre pequenos produtores rurais da Bahia é o que mobiliza a Associação de Agricultores da Comunidade da Sapucaia, de Santo Antônio de Jesus, a participar todos os anos da Feira Baiana de Agricultura Familiar, no Parque Costa Azul, em Salvador. Na 16ª edição, Maiana Peixoto, 40 anos, agricultora associada, compartilhou sua vivência:
“Participamos da Feira há 12 anos, e, para gente, é uma vitrine! Depois do evento, a gente acaba produzindo mais, beneficiando mais, criando novos produtos. Saímos daqui com o coração cheio de esperança”, relatou.
A feira segue até domingo (14), com 700 expositores ligados a mais de 650 empreendimentos. Espaços dedicados ao artesanato baiano concentram estandes de flores, moda em crochê, produtos artesanais e peças indígenas e quilombolas. Segundo Jeandro Ribeiro, diretor da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (Car), o evento é fruto de investimentos estaduais em agroindustrialização, assistência técnica e ampliação do acesso a mercados.
“A 16ª edição traz um conceito muito forte do que vem sendo feito na Bahia ao longo dos anos. São políticas públicas que resultam nesse espaço fantástico, com quase seis mil produtos baianos. A partir da economia familiar, a política pública possibilita mais geração de renda para a população rural”, destacou. Ele frisou que, além do investimento estadual, esta edição conta com apoio do Governo Federal, por meio do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA).
Sabores e novidades
Dois espaços gastronômicos dão o tom regional à feira, que reúne empreendimentos dos 27 territórios de identidade da Bahia. Moquecas, feijoada, pratos com carne de fumeiro e outras iguarias compõem o menu tradicional. O público também encontra hambúrgueres artesanais de bode, pastéis de jaca e cervejas artesanais com frutas tropicais.
Na gestão comercial da cerveja DaCaatinga, Natan Costa comemora os resultados:
“Participamos há três anos e esse é um evento que dá uma visibilidade muito grande. Depois que acaba, o pessoal começa a entrar em contato, procurando nossas cervejas em lata e garrafa. Agora já pensamos em lançar a longneck. A cerveja de cajá é muito refrescante”, disse.
Caminho da Roça e música ao vivo
Uma das novidades desta edição é o Caminho da Roça, com seis áreas temáticas dedicadas a sistemas produtivos da Bahia: mel, café, mandioca, cacau, queijo e caprinos e ovinos. O espaço aproxima o público da rotina no campo, mostrando processos de beneficiamento e comercialização.
A expectativa é de cerca de 80 mil visitantes ao longo dos cinco dias. No palco, artistas como Jau, Adelmário Coelho, Márcia Short e Pedro Pondé se apresentam até domingo. A programação completa está disponível em https://ba.gov.br/car.
Agricultura
Estado lança cinco editais de apoio aos pequenos produtores da Bahia
Anúncio ocorreu durante Encontro Nacional de Cooperativas da Agricultura Familiar, no Parque Costa Azul, em Salvador
Cooperativas da agricultura familiar de todo o país participaram, nesta quinta-feira (11), do Encontro Nacional de Cooperativas da Agricultura Familiar, realizado no Parque Costa Azul, em Salvador. O evento, que integra a programação da 16ª Feira Baiana da Agricultura Familiar e Economia Solidária, discutiu produção, mercado e políticas públicas para pequenos produtores brasileiros.
Durante a solenidade, o Governo da Bahia anunciou cinco editais do projeto Bahia que Produz e Alimenta, voltados para produtores de mandioca, fitoterápicos, pequenos pecuaristas de ovinos, caprinos e ovos caipiras. Também foi lançado um edital para fomentar o turismo rural e de base comunitária, com apoio à ampliação de roteiros turísticos no meio rural.
“O negócio cooperativo tem cadeias que ainda têm pouca visibilidade. Então, nós saímos desse lugar para garantir leis, segurança jurídica e orçamento. Esse encontro vai intercambiar práticas de produção e gestão para exportação, para além das fronteiras nacionais, para que o mundo veja a capacidade da Bahia”, destacou o governador Jerônimo Rodrigues.
Os editais, executados pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), somam R$ 83 milhões:
- Raízes da Bahia – R$ 30 milhões para produção, beneficiamento e comercialização de derivados da mandioca;
- Cabritos e Cordeiros da Bahia – R$ 15 milhões para a cadeia de caprinos e ovinos;
- Galinha Caipira da Bahia – R$ 24 milhões para classificação, certificação e venda de ovos caipiras;
- Edital para fitoterápicos – R$ 7 milhões para estruturação de unidades de produção;
- Edital para turismo rural – R$ 7 milhões para iniciativas de base comunitária.
Abertura para exportação
O Governo da Bahia e o Governo Federal também aderiram aos programas Cooperar para Exportar e Coopera Mais Brasil, da ApexBrasil. “A agricultura familiar é responsável por um cardápio enorme de alimentos e a Bahia tem uma agricultura familiar sofisticada, inclusive com agroindústria estruturada. Agora, abrindo o comércio exterior, esses produtos com pegada agroecológica e social sairão na frente”, afirmou o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira.
Segundo o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, o evento reuniu 31 compradores internacionais, que participarão de rodadas de negócios com associações e cooperativas. “Vamos qualificar essas cooperativas para que possam ser certificadas para exportar e outras 250 vamos levar para o mundo em 2026. Temos compradores de 22 países que vão firmar contratos”, explicou.
Para Jean Silva, presidente de uma cooperativa de mandioca no Sudoeste da Bahia, as iniciativas representam novas oportunidades: “É de suma importância, porque traz perspectivas para nós e possibilita novos mercados para a agricultura familiar do estado”, afirmou.
Ao todo, 150 representantes de cooperativas participaram do encontro — 50 da Bahia e 100 de outros estados brasileiros.
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