Moradores, peregrinos e autoridades se reuniram na manhã deste sábado (29), no Assentamento Canabrava, em Terra Boa, distrito de Boa Vista do Tupim, para acompanhar o lançamento do Caminho Diamantino de Santa Dulce dos Pobres, durante visita do governador Jerônimo Rodrigues. Acompanhado pelo secretário de Turismo da Bahia, Maurício Bacelar, o governador destacou a importância da iniciativa para o fortalecimento do turismo religioso, cultural e do desenvolvimento regional na Chapada Diamantina.

“Estamos em um ambiente de turismo religioso, dedicado e orientado pela força de Santa Dulce dos Pobres. Este roteiro envolve sete municípios e abrange 130 quilômetros de peregrinação. É natural que as pessoas venham para fazer promessas, pedir, agradecer e fortalecer a fé. Enquanto isso, seguimos transformando a Bahia em um estado de paz, gerando renda, criando empregos e divulgando as belezas de nossas regiões”, afirmou Jerônimo Rodrigues.

Com 130 quilômetros de extensão, o Caminho conecta os municípios de Mucugê, Andaraí, Nova Redenção, Itaetê, Boa Vista do Tupim, Marcionílio Souza e Iramaia, oferecendo aos peregrinos um mosaico de paisagens naturais, memórias, histórias e comunidades acolhedoras. Estruturada pela Secretaria de Turismo da Bahia (Setur-BA), a rota recebeu investimento de R$ 73 mil para instalação de placas de sinalização e totens informativos, além de levantamento técnico, georreferenciamento, capacitação de equipes municipais e estratégias de promoção turística.

Para o secretário Maurício Bacelar, a entrega representa “uma ampliação da oferta turística da Chapada Diamantina baseada na fé do povo baiano. Construímos um roteiro religioso que também valoriza as belezas naturais da região, a diversidade gastronômica e a riqueza das comunidades assentadas ao longo do percurso”.

Coordenadora do projeto, Rosemma Maluf destacou o caráter pioneiro da iniciativa: “O caminho fortalece a diversidade dos produtos turísticos da Bahia. Ele se baseia na sustentabilidade, no desenvolvimento socioeconômico e na espiritualidade, especialmente por meio do legado de Santa Dulce dos Pobres. É o primeiro projeto de turismo ecorreligioso de base comunitária do estado”.

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Desenvolvimento regional
O novo percurso vai além da dimensão religiosa e abre oportunidades econômicas, sobretudo para comunidades rurais. A expectativa é de fortalecimento de serviços como hospedagem domiciliar, alimentação, transporte alternativo, pequenos comércios e atuação de guias locais. O aumento da circulação de peregrinos também deve impulsionar o artesanato, a culinária típica e os produtos da agricultura familiar, estimulando uma economia sustentável e alinhada às vocações da região.

Turismo sustentável
Como símbolo do compromisso ambiental, o governador realizou o plantio de uma muda de ipê durante a solenidade. O projeto foi planejado com foco na preservação ambiental e na valorização cultural, princípios que orientaram desde o mapeamento das trilhas até sua implantação.

“O projeto que hoje tem seu lançamento oficial conta com a bênção da Igreja. Três dioceses estão envolvidas — Ruy Barbosa, Livramento e Jequié — e apoiam este roteiro. Em fevereiro estarei no Vaticano, onde levarei ao Papa informações sobre o Caminho e pedirei uma benção oficial”, afirmou o bispo Dom Paulo Romeu Bastos, da Arquidiocese de Jequié.

Em uma disputa acirrada entre as 13 zonas turísticas da Bahia, realizada no último domingo (23), no Mercado do Rio Vermelho (Ceasinha), em Salvador, a receita Nossa Divina Moqueca, do restaurante Nossa Casa Frutos do Mar, de Juazeiro (Vale do São Francisco), sagrou-se campeã do Concurso da Moqueca 2025, garantindo ao chef Val Carvalho o cobiçado troféu Dendê de Ouro. 

O segundo lugar ficou com a moqueca Coração da Bahia, do restaurante Oásis D’Moura, de Santo Antônio de Jesus (Caminhos do Jiquiriçá), e o terceiro com o prato Filé de Pitu, do restaurante Dona da Praia, de Subaúma (Entre Rios), na Costa dos Coqueiros. 

Evento consolida turismo gastronômico 

Promovida pela Secretaria de Turismo da Bahia (Setur-BA), em parceria com a Food Hub e a Abrasel-BA, a competição chega à 3ª edição consolidada como atração do calendário gastronômico nacional, fomentando negócios e valorizando a culinária baiana. 

“Ganhar esse prêmio é inenarrável, fruto de um trabalho árduo. Vou colocar outdoor na cidade para divulgar que a melhor moqueca da Bahia é de Juazeiro”, comemorou o chef Val Carvalho, que relembrou sua trajetória: “Sou filho de baiana de acarajé e aprendi a cozinhar dentro de casa. Trabalhei nos maiores hotéis de Salvador e há dez anos montei meu restaurante”. 

Reconhecimento e diversidade 

Para o secretário Maurício Bacelar, “o concurso reforça a liderança nacional da Bahia no turismo gastronômico e mostra a diversidade da culinária que atrai visitantes do Brasil e do mundo”. 

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O júri contou com chefs renomados e jornalistas especializados, como Edinho Engel, do restaurante Amado, que destacou: “O concurso fortalece e divulga o que a Bahia tem de melhor na gastronomia. Precisamos de mais eventos como esse”. 

Segundo Leandro Menezes, presidente da Abrasel-BA, a iniciativa “valoriza a moqueca, principalmente entre os jovens, que passaram a acompanhar e participar do concurso”. 

A Bahia comemora a inclusão da Estrada do Chocolate no Mapa Brasileiro do Turismo Responsável, entre 210 iniciativas escolhidas, na categoria Sustentabilidade, do total de 410 avaliadas. O roteiro temático, localizado na rodovia que liga os municípios de Ilhéus e Uruçuca, na Costa do Cacau, foi requalificado pela Secretaria de Turismo do Estado (Setur-BA), oferecendo a experiência imersiva na cultura da lavoura cacaueira e produção de chocolates finos.

O reconhecimento faz parte do projeto “Brasil, essa é a nossa praia”, uma iniciativa do Ministério do Turismo (MTur). O mapeamento de roteiros, experiências e destinos distribuídos pelas cinco macrorregiões brasileiras tem o objetivo de mostrar como o turismo pode ser uma ferramenta de inclusão, desenvolvimento e cuidado com o patrimônio natural e cultural.

A sustentabilidade é um dos pilares da Estratégia Turística Bahia 4.0, desenvolvida pelo Governo do Estado, em sintonia com a demanda global por ações de proteção ambiental. “A validação da Estrada do Chocolate comprova que o roteiro atende às diretrizes técnicas definidas pelo projeto, como preservação do meio ambiente e da diversidade biológica e valorização da cultura local, consolidando o equipamento como prática exemplar de turismo responsável”, explica o titular da Setur-BA, Maurício Bacelar.

Da Bahia, também foram incluídas no Mapa as seguintes iniciativas: Água pela Lagoa (Ilhéus), Aliança Futuri (Una), Pátio FlorAção (Andaraí) e Experiências entre Queijos & Búfalos, Organic Festival Trancoso e Organização Turismo de Trancoso (Porto Seguro), na categoria Sustentabilidade; Comuni Culturi (Salvador) e Povoado da Raposa (Iramaia), na categoria Turismo de Base Comunitária; Reserva Pataxó Porto do Boi e aldeias Pataxi Pataxó e Akuã Tarakwatê (Porto Seguro), Tiba e Trilha do Saber da Aldeia Kaí (Prado) e Taba Jairy (Ilhéus), em Etnoturismo.

Bandeira Azul

Outro reconhecimento da Bahia como destino sustentável é a certificação internacional Bandeira Azul, concedida na temporada 2025/2026 às praias da Viração e da Ponta de Nossa Senhora de Guadalupe, na Ilha dos Frades (Salvador); à Praia do Paraíso, em Guarajuba (Camaçari); e à Marina do Yatch Clube da Bahia (Salvador).

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As escolhas foram da Foundation for Environmental Education (FEE), organização global com atuação em 81 países, que premia zonas costeiras com altos padrões de qualidade ambiental, gestão sustentável, segurança e infraestrutura.

A Setur-BA firmou parceria com o Instituto Ambientes em Rede (IAR), que representa a FEE no Brasil, para avaliar o potencial de outras praias baianas, como candidatas ao selo Bandeira Azul, nas localidades de Mangue Seco (Jandaíra), Baixio (Esplanada), Morro de São Paulo (Cairu) e Barra Grande (Maraú).