Agricultura
Bahia celebra Dia Mundial do Chocolate
O destaque no estado vai para a qualidade da produção da agricultura familiar

No Dia do Chocolate, é comum celebrarmos o sabor, as memórias e as experiências que ele desperta. Mas antes de chegar às prateleiras, às receitas e às mesas do povo baiano, o chocolate nasce de um fruto cultivado com muito trabalho e dedicação. É por isso que, nesta data, a Secretaria de Desenvolvimento Rural da Bahia (SDR) destaca quem está na base dessa cadeia produtiva: os agricultores e agricultoras familiares, como Carlos Nascimento Almeida, morador do município de Camamu, no Baixo Sul da Bahia.
Carlos produz cacau em sua propriedade, próxima ao Assentamento de São Gonçalo. Ele é um dos beneficiários das ações de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) realizadas pela Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater), vinculada à SDR, que acompanha de perto o plantio de milhares de famílias agricultoras em todo o Estado, oferecendo suporte técnico e contribuindo diretamente para o fortalecimento da produção no campo.
“O cacau precisa de técnica. Se você não colocar ela em prática, você não vai a lugar nenhum. Eu sou muito agraciado por ter assistência técnica na minha propriedade”, conta Carlos, que cultiva cacau clonado, um tipo de muda feita a partir da cópia de plantas selecionadas, que se destacam por sua alta produtividade, resistência a doenças e qualidade do fruto.
Essa técnica exige conhecimento e acompanhamento constante, algo que o agricultor encontrou com o apoio do ATER. Ele também utiliza o sistema cabruca, um modelo tradicional da agricultura familiar, que mantém os cacaueiros sob a sombra de árvores nativas da Mata Atlântica, promovendo sustentabilidade, conservação ambiental e equilíbrio na produção.
Para Carlos, a agricultura é mais do que uma atividade econômica. É transformação de vida. “A agricultura hoje, pra mim, é tudo. É minha fonte de renda, é um lazer que eu não tinha. A minha história é muito linda, porque a gente que vem de família humilde e que não tem recurso, nem um certo estudo, a gente almeja por uma terra para ter um futuro melhor, como tá sendo a minha vida hoje por causa da agricultura. Agradeço muito a Deus pela oportunidade que Ele me deu, junto com minha família, de chegar no nível de ser um cacauicultor no Baixo Sul da Bahia”, relata emocionado.
A trajetória do trabalho rural representa a de milhares de famílias agricultoras da Bahia que, com o apoio de políticas públicas, vêm superando desafios, gerando renda e movimentando a economia local. Através do trabalho da SDR e de suas áreas, como a Bahiater, agricultores familiares recebem acompanhamento técnico, acesso a tecnologias, incentivo à diversificação produtiva e caminhos para alcançar novos mercados.
Agricultura
Bahia colhe inclusão, renda e desenvolvimento com a agricultura familiar
São mais de 400 agroindústrias implantadas ou em processo de requalificação, produzindo mais de 6 mil produtos

O primeiro semestre de 2025 foi marcado por avanços significativos no fortalecimento da agricultura familiar na Bahia. Por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), o Governo do Estado consolidou um conjunto de ações estruturantes que estão transformando a vida de milhares de famílias no campo, promovendo inclusão produtiva, geração de renda, segurança alimentar e desenvolvimento rural.
Com o objetivo de dinamizar a economia dos municípios, a CAR entregou mercados municipais construídos ou requalificados em diversas regiões da Bahia. Os espaços fortalecem o comércio local, promovem o convívio social e estimulam as trocas culturais entre produtores, feirantes e a comunidade.
As agroindústrias também ganharam protagonismo. São mais de 400 unidades implantadas ou em processo de requalificação, produzindo mais de 6 mil produtos, como doces, iogurtes, chocolates e farinhas, que vêm conquistando espaço no mercado com identidade, qualidade e inovação. Para garantir o funcionamento eficiente dessas unidades, a CAR apoiou a contratação de 480 profissionais entre agentes de negócio, produção e gestão, promovendo um novo ciclo de valorização da produção rural.
Para ampliar o mercado e as vendas da agricultura familiar, uma parceria estratégica com os Correios foi firmada, facilitando a logística para cooperativas e associações em toda a Bahia. A iniciativa, viabilizada pela CAR em parceria com a Federação Unicafes Bahia, permite coletas programadas nas cooperativas, envio de amostras para feiras, personalização das entregas, inclusive atendimento para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e envio de produtos para todo o território nacional, com soluções logísticas mais rápidas, eficientes e seguras.
O mercado virtual da agricultura familiar, o Mercaf (www.mercaf.com.br), será diretamente beneficiada com a nova estrutura logística, que permitirá entregas em Salvador e região metropolitana em até 24 horas, com separação e customização dos pedidos.
“Estamos executando um volume inédito de políticas públicas para quem vive e trabalha no campo. A Bahia é hoje referência nacional em agricultura familiar porque atua com estratégia e sensibilidade, promovendo dignidade e dinamizando a economia rural. E a CAR tem um papel central nesse processo”, afirma Jeandro Ribeiro, diretor-presidente da Companhia.
Combate à fome e fortalecimento das comunidades rurais
No combate à fome e à insegurança alimentar, a CAR estruturou 100 cozinhas comunitárias nos 14 maiores municípios da Bahia, responsáveis pela distribuição de mais de 1,5 milhão de refeições no primeiro semestre de 2025. A iniciativa foi ampliada com o lançamento do programa Comida no Prato 2, que destinará R$ 38 milhões à implantação de outras 100 cozinhas comunitárias em todo o estado.
No enfrentamento aos efeitos da estiagem no Semiárido baiano, a CAR coordenou uma série de ações emergenciais que beneficiaram mais de 33 mil famílias até junho de 2025. Entre as medidas, destaca-se a distribuição de 150 mil sacas de milho, parte de um total de 250 mil sacas previstas, para garantir alimentação dos rebanhos. Também foram instalados tanques-pipa e equipamentos diversos, além da implantação de tecnologias sociais voltadas à captação, armazenamento e uso eficiente da água, como as cisternas calçadão e os barreiros trincheira, soluções sustentáveis e adaptadas à realidade do Semiárido.
O fomento à produção foi reforçado com a entrega de kits produtivos, maquinários e insumos a milhares de famílias e grupos produtivos. São ações que fortalecem sistemas produtivos como leite, mel, mandioca, horticultura, galinha caipira, entre outros.
Em paralelo, a CAR tem avançado no programa de habitação rural, com a retomada de obras paralisadas e a construção de novas unidades por meio do Viver no Campo – Minha Casa Minha Vida Rural, priorizando comunidades quilombolas, indígenas e assentamentos rurais.
Sustentabilidade e inclusão no Semiárido e na Mata Atlântica
Dois grandes projetos estruturantes marcaram o primeiro semestre de 2025: o Parceiros da Mata, focado em inclusão socioprodutiva e sustentabilidade nos territórios da Mata Atlântica, e o Sertão Vivo, voltado à promoção da resiliência climática das famílias do Semiárido. Juntos, os projetos beneficiarão mais de 600 mil pessoas, com ações que fortalecem a produção rural, geram renda e protegem o meio ambiente. Os investimentos somados ultrapassam R$ 1 bilhão, impactando diretamente o presente e o futuro do desenvolvimento rural na Bahia.
Feiras e eventos
A CAR também participou de grandes eventos nacionais, como a Naturaltech (São Paulo), a Bahia Origem Week (Brasília) e o Bahia Farm Show (Luís Eduardo Magalhães), levando os produtos da agricultura familiar baiana para o cenário nacional. Foram apoiados lançamentos que reforçam a identidade dos territórios, como o suco de uva de Sobradinho, doces do Semiárido, cajuína do Nordeste e os chocolates da Bahia Cacau — produtos que aliam qualidade, inovação e histórias de resistência e trabalho coletivo.
Agricultura
Nova unidade de beneficiamento de mel fortalece apicultores de Itiúba
A nova agroindústria vai beneficiar mais de 80 famílias, promovendo o fortalecimento da atividade apícola na região

O Governo da Bahia, por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), inaugurou no último sábado (28/06), a nova unidade de beneficiamento de produtos de abelhas da Associação dos Apicultores e Meliponicultores de Itiúba (Apismeli), localizada na comunidade de Várzea Formosa.
A nova agroindústria vai beneficiar mais de 80 famílias de apicultores e meliponicultores, promovendo o fortalecimento da atividade apícola na região, especialmente com o aumento da produção e da comercialização do mel local.
Presente à inauguração, ao lado da primeira-dama do Estado, professora Tatiana Velloso, o diretor-presidente da CAR, Jeandro Ribeiro, destacou a importância da iniciativa. “Essa nova unidade faz parte da estratégia do Governo do Estado de ampliar as oportunidades de comercialização, diversificar as fontes de renda e contribuir diretamente para a melhoria da qualidade de vida dos agricultores e agricultoras familiares, por meio das agroindústrias familiares”, afirmou.
O presidente da Apismeli, Luiz Antônio, comemorou a conquista e falou sobre o impacto para os produtores. “Essa unidade vai aumentar nossa produção, porque Itiúba já é um município com grande potencial para a apicultura. Estamos muito felizes, porque agora vamos conseguir colocar dinheiro no bolso com uma atividade que também preserva o meio ambiente.”
Já a agente de negócios da associação, Amanda Santos, contratada via projeto da CAR, Bahia que Produz e Alimenta, reforçou o otimismo com o futuro da produção. “Temos uma grande expectativa com essa agroindústria, e deveremos alcançar a marca de 20 toneladas de mel produzidas ainda este ano. Além disso, já avançamos no Selo de Inspeção Municipal (SIM) e agora estamos em busca do registro que permita a comercialização em âmbito nacional.”
Agricultura
Thiago Guedes é o novo diretor geral da CEPLAC
O engenheiro agrônomo assume a liderança da principal instituição de pesquisa, desenvolvimento e inovação da cacauicultura brasileira

O Governo Federal confirmou a nomeação de Thiago Guedes, ex-Chefe de Gabinete da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia e figura de compromisso na formulação de políticas públicas para a agropecuária sustentável, como novo Diretor Geral da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira – CEPLAC, órgão da estrutura do Ministério da Agricultura e Pecuária – MAPA. A nomeação, publicada no Diário Oficial desta segunda-feira (30), foi recebida com entusiasmo por produtores, lideranças políticas e movimentos da agropecuária da Bahia, Pará e Espírito Santo, os três maiores estados produtores de cacau do país.
Natural de Itabuna, sul da Bahia, com raízes familiares na cacauicultura e formação em Engenharia Agronômica pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Thiago Guedes construiu uma sólida carreira com foco em sistemas agroflorestais, agroecologia e sustentabilidade na produção de cacau, tendo atuado em projetos também no Espírito Santo e no Pará.
Nos últimos anos, acumulou experiências na implantação de políticas estruturantes, como o Plano de Agricultura de Baixo Carbono da Bahia (Plano ABC+ Bahia), atuou na Câmara Setorial Nacional do Cacau e Sistemas Agroflorestais e na Câmara Setorial do Cacau do Estado da Bahia. No âmbito nacional, foi secretário geral da Sociedade Brasileira de Sistemas Agroflorestais, coordenador da Comissão Nacional de Produção Orgânica e contribuiu na construção do Plano Inova Cacau 2030, garantindo um lastro técnico, bom trânsito político e diálogo com o setor, para a agenda da inovação agroambiental do cacau.
“Thiago representa uma geração de profissionais comprometidos com a valorização do cacau brasileiro, aliando ciência, competitividade do setor, articulação e conservação produtiva. Sua nomeação reforça o papel estratégico da CEPLAC na transição sustentável da agricultura brasileira”, destacou o superintendente da Bahiater da Secretaria de Desenvolvimento Rural do Estado da Bahia, Lanns Almeida, com quem Guedes tem boa parceria.
Guedes também coordenou programas voltados à certificação socioambiental de cacau, qualidade de amêndoas de cacau, recuperação de áreas degradadas, agricultura familiar e agregação de valor por meio da verticalização do setor cacaueiro com a produção de chocolate de origem e Indicação Geográfica. Foi autor e organizador de publicações técnicas e científicas, incluindo o Guia de Manejo do Agroecossistema Cacau Cabruca e o Plano ABC+ Bahia.
Sua chegada à CEPLAC ocorre num momento decisivo: a instituição passa por debates sobre sua reestruturação e retomada do protagonismo nacional diante de novos desafios globais, como o European Union Deforestation-Free Regulation (EUDR), que impacta diretamente as exportações de cacau.
A expectativa é que, sob sua gestão, a CEPLAC fortaleça a integração entre ciência, mercado e produtores – resgatando seu papel histórico como indutora do desenvolvimento da cacauicultura na Amazônia, na Mata Atlântica e mais recente no Cerrado. Líderes do setor já sinalizam apoio à nova direção, vislumbrando avanços em temas como rastreabilidade, bioeconomia, pesquisa aplicada, aumento da produtividade no cacau, transferência de tecnologia pela extensão, atenção à defesa agropecuária, mercado de carbono, sistema agroflorestal e valorização da Cabruca.