O procurador da República de São Paulo Anderson Vagner Gois dos Santos é alvo de duas representações na Corregedoria do Ministério Público Federal (MPF) após dizer que mulheres têm “obrigação sexual” e “débitos” com os cônjuges. A fala do procurador pode ser usada para respaldar o estupro marital, ou seja, a prática do ato sexual, seja do marido ou companheiro, de maneira forçada. As informações são da GloboNews e da colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo.
Além disso, Santos teria associado o feminismo a um “transtorno mental”. As declarações teriam ocorrido em mensagens enviadas por Santos através de uma lista de e-mails com membros do órgão pelo país.
À GloboNews, o procurador negou a defesa do estupro, explicou que o comentário foi realizado na rede interna do MPF para levantar o debate sobre a monogamia e se deveria existir a criminalização do adultério. Para Santos, o questionamento surge após decisões na justiça que levam em conta a falta de sexo para anular casamentos.
Na noite de terça-feira (19), ele escreveu no e-mail, nomeado como “Feministos e Feministas”: “A feminista normalmente é uma menina que teve problemas com o (sic) pais no processo de criação e carrega muita mágoa no coração. Normalmente é uma adolescente no corpo de uma mulher. Desconhece uma literatura de qualidade e absorveu seus conhecimentos pela televisão e mais recentemente pela internet”
E continuou: “Na maioria das vezes, a sua busca por empoderamento é na verdade uma tentativa de suprir profundos recalques e dissabores com o sexo masculino gerado pelas suas próprias escolhas de parceiros conjugais. Muitas, em verdade, têm vergonha da condição feminina. Acredito que daqui a algum tempo deverá existir um CID para esse transtorno mental.”
O CID é a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde.